Filme do diretor Carlos Segundo é considerado o Melhor Curta-Metragem de Ficção do país
“Big Bang”, do diretor Carlos Segundo, professor do curso de Audiovisual da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é consagrado o Melhor Curta-Metragem de Ficção no 22° Grande Prêmio do Cinema Brasileiro.
Carlos Segundo e o ator Giovanni Venturini, que estrela o filme como o personagem “Chico”, receberam o troféu Grande Otelo na noite de quarta-feira (23), na Cidade das Artes, Rio de Janeiro.
A cerimônia homenageou a produção documental brasileira e os 125 anos do cinema nacional. Entre os premiados estão também o longa-metragem “Marte 1″, de Gabriel Martins, e a atriz Dira Paes, pelo protagonismo no filme “Pureza”.
Em seu discurso, Carlos Segundo relatou que está há 15 anos produzindo cinema e se sente honrado pelo reconhecimento. Ele começou a fazer cinema em Uberlândia, onde “Big Bang” foi gravado, cidade em que também nasceu o ator Grande Otelo que nomeia o prêmio.
Giovanni Venturini defendeu que o cinema brasileiro olhe para as pessoas com deficiência com atenção, dignidade e respeito, como ocorreu em “Big Bang”. O ator tem nanismo e enfrentou dificuldades em sua carreira para fugir de papéis estereotipados.
“Big Bang” estreou em 2022 como Melhor Curta-Metragem Autoral no Festival de Locarno, na Suíça, e após ser premiado em uma série de festivais nacionais e internacionais, tem sua qualidade reconhecida agora pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais.
O curta é uma produção de Osoprodotempo e Les Valseurs e é distribuído na América Latina pela potiguar Casa da Praia Filmes. Narra a história de “Chico”, um homem com nanismo que trabalha consertando fornos. Solitário, ele vive um conflito interno contínuo, resultado do sentimento do abandono familiar e da exclusão social. Mas Chico irá pouco a pouco descobrir uma forma de resistência e, por que não, de vingança.
Histórico
Carlos Segundo é também diretor de “Sideral”, filme produzido pela Casa da Praia Filmes, Les Valseurs e Osoprodotempo. O curta estreou no Festival de Cannes em 2021 e foi semifinalista do Oscar 2023.
Filmado no Rio Grande do Norte, o curta narra a história de uma família durante o primeiro lançamento de um foguete brasileiro.
O longa, em preto e branco e totalmente realizado à distância na quarentena, mostra os conflitos de um casal em crise durante o lockdown em um cenário político ameaçador; elenco conta com Bruna Guerin, Gabriel Godoy, Silvero Pereira e Cassio Gabus Mendes
Definido pelo seu diretor e roteirista André Pellenz como “um filme que parece um documentário sobre o futuro”, o drama “Fluxo” – gravado em preto e branco numa fase em que as filmagens presenciais estavam proibidas por conta da covid-19 – chegará aos cinemas no dia 31 de agosto de 2023. Na trama, uma distopia política-conjugal, um casal em crise, interpretado por Gabriel Godoy e Bruna Guerin, acaba tendo que lidar com uma situação inesperada, um lockdown. Obrigados a conviver, eles reavaliam seus conceitos, enquanto uma ameaça maior vai se formando do lado de fora: um governo de ultradireita prepara um golpe de estado.
“Quando escrevi o roteiro, não imaginava o contexto político que viria depois. Foi assustador ver a ficção quase virando um golpe de Estado real”, relembra André.
Produzido pela Media Bridge e pela Paramount Pictures, com distribuição da Pipa Pictures e Paramount, “Fluxo” conta ainda com Cássio Gabus Mendes, Silvero Pereira, Guida Vianna, Ronaldo Reis, Alana Ferri e Monika Saviano no elenco, todos filmados em suas casas por meio de aplicativos, em Rio, São Paulo e Fortaleza.
Lançamento cancelado motivou o projeto
A frustração de ver o lançamento de seu filme “Os Espetaculares”, que estava cercado de grande expectativa mas que, com os cinemas fechados, teve o lançamento cancelado, motivou André. Como ele mesmo explica:
“Na verdade, ‘Os Espetaculares’ chegou a estrear em Manaus, quando as coisas pareciam estar mais calmas e apenas os cinemas de lá estavam reabrindo. Porém, uma semana depois a cidade iniciou aquele trágico ciclo de falta de oxigênio e tudo se fechou ainda mais. Isso me marcou muito, e minha raiva com o governo da época era cada vez maior. Eu precisava colocar tudo isso para fora”. (O lançamento de “Os Espetaculares” estava previsto para junho de 2020, e o filme acabou sendo adquirido pela Amazon).
Escrito em apenas 20 dias, o diretor não quis esperar a flexibilização de protocolos e decidiu gravar “Fluxo” de maneira totalmente remota, com um mínimo de recursos e ousando na linguagem cinematográfica. Os atores receberam o equipamento em casa e seguiram as instruções da equipe (que nem mesmo se encontrou) a distância, sendo responsáveis por todos os movimentos de câmera, sem a presença de qualquer pessoa no set, algo visto poucas vezes na história do cinema.
Fim da pandemia, mudança na montagem
Com o filme pronto, já no fim da pandemia, André decidiu que era preciso mudar alguma coisa. O insight acabou implicando numa revisão da montagem do filme, alterando alguns conceitos da obra, como ele mesmo explica:
“Acabei remontando o filme como se tivesse terminado uma guerra. Não queria lembrar logo de cara como tudo começou, e sim ir revendo as coisas em sentido inverso, de forma a ‘zerar’ meus sentimentos em relação a tudo que aconteceu”, diz.
Responsável por capitanear grandes sucessos comerciais, como “Minha Mãe é Uma Peça” (2013), “Detetives do Prédio Azul” (2017), e mais recentemente “Os Aventureiros”, até então a maior bilheteria brasileira do ano de 2023, Pellenz gostou da experiência de fazer algo mais simples e artesanal. “Para mim é um retorno aos meus projetos de curta-metragem e à série dramática “Natália”, do Universal Channel/TV Brasil, onde a simplicidade fazia parte da linguagem”, empolga-se.
Caixas na porta de casa: os desafios de filmar à distância num período de incertezas
Os desafios de se fazer um filme sem a presença do diretor foram muitos. Pellenz define como uma espécie de “Dogma 95” particular: “Na época, fiquei intrigado com a limitação que Lars Von Trier e sua turma se auto-impuseram, gerando filmes únicos e muito interessantes. No nosso caso, as limitações foram impostas pela pandemia, e é fascinante ver como elas afetaram a linguagem e o resultado. Hoje entendo melhor as motivações deles”, completa.
Sem contato pessoal, os equipamentos foram deixados lacrados e higienizados nas casas dos atores, e eles precisaram aprender a montar e operar tudo.
“Chegaram equipamentos e mais equipamentos na minha casa na época. Duas câmeras, iluminação, cabos e mais cabos, tripés, material para arte e som. Uma loucura. A casa ficou de ponta cabeça e tivemos que ter muita calma para entender que a nossa casa viraria um set de filmagem por 15 dias”, conta Gabriel Godoy.
O ator relembra o grande desafio que era concluir cada plano: “Sair do personagem não era uma questão, mas não sair do cenário do filme, isso era. (risos). O desafio era antes de gravar. Era mais tempo sendo da técnica do que do elenco. Geralmente, buscamos estar 100% concentrados em um set de filmagem, porém no caso do Fluxo precisávamos estar 500% para dar conta de tudo. Às vezes passávamos 40 minutos montando um plano e quando estava tudo pronto eu lembrava: “Ah, agora preciso também atuar. Sou ator do filme. (risos). Foi uma experiência única realmente”, diz.
Bruna Guerin também se recorda com prazer do desafio, que trouxe muitos aprendizados: “Como tínhamos que exercer todas as funções do set, além de atuar, foi muito desafiador. Mas a equipe toda nos conduziu com tanta paciência e generosidade que acabou sendo um prazer estar vivenciando tudo aquilo. Foi um dos maiores aprendizados que tive na vida. Hoje enxergo e trabalho no audiovisual muito diferente por conta dessa experiência”.
Outro destaque é a participação especial de Cássio Gabus Mendes, que não saiu de sua casa e fez tudo sozinho. “Jamais imaginei que um dia faria uma cena sem mais ninguém por perto”, disse o ator durante as gravações.
Silvero Pereira, que gravou suas cenas em Fortaleza, compõe o elenco num papel-chave para a distopia final. O ator também gravou a música-tema do filme, “Jaqueta Amarela”, de Assucena (da extinta banda “As Baías e a Cozinha Mineira”).
“Fluxo” é um um dos poucos filmes realizados naquele momento de tensão. No entanto, não é “o filme da pandemia”, como diz Cosimo Valerio, sócio da Media Bridge, produtora de filmes como “Chacrinha” e “Intervenção”: “Não estamos retratando a covid-19. A quarentena do enredo é um ponto de partida para discutir a crise de um casal que acaba refletindo uma situação maior e mais grave”, afirma
Filme manteve a produção cinematográfica ativa na pandemia
Outro grande trunfo de “Fluxo” foi manter a produção cinematográfica brasileira em funcionamento mínimo num período inóspito, em que o setor cultural, e especialmente o cinema, foi diretamente afetado.
“Conseguimos manter a produção ativa na época, permitindo que equipe e elenco, mesmo em número reduzido, tivessem trabalho remunerado. A parceria com a Paramount foi fundamental para finalizarmos o filme da melhor maneira possível”, completa Angelo Salvetti, também sócio da Media Bridge.
Segundo Alex Levy-Heller, da Pipa Pictures, “Fluxo” é um filme para salas de cinema: “Estamos renovando nossa aposta na tela grande, na sala escura, no cinema como arte. Este é um filme feito com as menores câmeras, para telas maiores. De certa forma, essa amplificação reflete o alívio que vivemos recentemente”, conclui.
Sinopse:
Primeiro volume de uma trilogia sobre a angústia, inspirado na obra do diretor italiano Michelangelo Antonioni, em especial “O Eclipse”, e nas provocações temporais do soviético Andrei Tarkovski, “Fluxo” é uma distopia política-conjugal que acompanha um casal em crise. Carla expulsa Rodrigo de casa, mas ele não pode deixar o apartamento por conta de um lockdown imposto pelas autoridades. Assim, os dois são obrigados a conviver e acabam revendo seus conceitos, até que as coisas ao redor tomam um rumo jamais imaginado e uma ameaça maior que a própria razão do lockdown vai se formando lá fora.
TRAILER DE ‘FLUXO’: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=PYYnocJuKg4
Ficha técnica:
Distribuição: Pipa Pictures e Paramount Pictures
Produção: Media Bridge e Paramount Pictures
Elenco: Bruna Guerin, Gabriel Godoy, Silvero Pereira, Guida Vianna e Cassio Gabus Mendes
Roteiro e direção: André Pellenz
Produção: Angelo Salvetti, Cosimo Valerio, André Pellenz e Altino Pavan
Fotografia: Ênio Berwanger
Direção de arte: Raíza Antunes
Figurino: Isa Ribas
Montagem: André Pellenz
Trilha Sonora: João Jabace e Luís Rodrigues, com músicas de Johnny Hooker, Letrux, Mariana Volker, Bemti, DiMelo e Assucena
Música: “Jaqueta Amarela”, de Assucena, interpretada por Silvero Pereira
Estão abertas as inscrições para a 10ª Mostra de Cinema de Gostoso, uma realização da Heco Produções, do CDHEC – Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania, e da Guajiru Produções. A direção geral e curadoria são de Eugenio Puppo e Matheus Sundfeld. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas no site do festival – www.mostradecinemadegostoso.com.br – até 10 de setembro. Podem ser inscritos filmes de todos os gêneros (obras ficcionais, não ficcionais e animações, exceto videoclipes) desde que tenham sido produzidos no Brasil e finalizados a partir de 2022.
Em 2023, a Mostra se prepara para uma edição comemorativa de 10 anos – com muitas novidades que ainda serão anunciadas pela organização – consolidando sua trajetória junto à cidade e à população de São Miguel do Gostoso. O palco principal do festival é a famosa e apaixonante sala ao ar livre montada na Praia do Maceió, na qual acontecem as sessões da Mostra Competitiva. São 630 cadeiras espreguiçadeiras espalhadas pela areia, uma tela de 12m x 6,5m, projeção com resolução 2K e som 7.1, que propicia ao público, uma experiência imersiva como a de uma sala de cinema de alta tecnologia.
A 10ª Mostra de Cinema de Gostoso está marcada de 24 a 28 de novembro e, no decorrer desses dias, o público terá acesso gratuito aos mais recentes lançamentos cinematográficos brasileiros. Serão exibidos mais de 30 filmes, entre as Mostras: Competitiva, Panorama e Sessões Especiais. Os filmes da Mostra Competitiva concorrem ao Troféu Cascudo, concedido pelo voto popular ao melhor curta e longa-metragem. Também será concedido o Prêmio da Crítica, a partir da votação de jornalistas e críticos de cinema presentes à Mostra.
A programação também inclui a realização dedebates com produtores, diretores e atores dos filmes exibidos e um seminário sobre o mercado audiovisual. Todo o acesso é gratuito! A Mostra de Cinema de Gostoso conta com o apoio do Governo do Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Lei Câmara Cascudo, Governo do Rio Grande do Norte – Secretaria de Turismo, Visite RN, Emprotur, Prefeitura Municipal de São Miguel do Gostoso e BrLab.
Cursos de Formação
Meses antes do início da mostra, são oferecidos cursos de formação técnica e audiovisual para jovens de São Miguel do Gostoso. Desde 2013 foram ministradas 52 oficinas e produzidos 24 curtas-metragens, todos exibidos nas edições da Mostra de Cinema de Gostoso e em diversos festivais no país e no exterior.
Como resultado dessa experiência, o grupo de alunos criou em 2015 o Coletivo Nós do Audiovisual, com o objetivo de ampliar as possibilidades de realização de novos projetos, de forma autônoma, apontando para a profissionalização no setor audiovisual do estado. A primeira turma, composta por 53 alunos, formou-se ao longo de cinco anos, realizando 33 oficinas, 10 curtas-metragens e participando da organização das quatro primeiras edições da Mostra. A maioria desses jovens deu continuidade aos estudos e atualmente estão matriculados em institutos de ensino e universidades no estado. Em 2018 foi criada uma nova turma, com 45 alunos, que participou de 14 oficinas e realizou 10 curtas-metragens.
Dando continuidade aos Cursos de Formação Técnica e Audiovisual para o “Coletivo Nós do Audiovisual”, em 2022 foi criada a terceira turma e realizadas 4 oficinas resultando na produção de dois curtas-metragens. Este ano os alunos participarão das oficinas de Linguagem Audiovisual, Roteiro, Direção de Arte, Realização Audiovisual e Edição de Imagem.
Fique por dentro das novidades e toda a programação da 10ª Mostra de Cinema de Gostoso através do site e redes sociais.
Localizada a uma hora de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, São Miguel do Gostoso possui cerca de 10 mil habitantes, lindas praias e localização geográfica privilegiada. Situada na chamada “esquina do Brasil”, a cidade é internacionalmente conhecida por seus fortes ventos, atraindo muitos turistas interessados na prática de esportes como kitesurf e windsurf. Com isso, a pacata vila de pescadores vem se tornando um dos principais pontos turísticos do Nordeste, apresentando um elevado crescimento no número de pousadas e de estabelecimentos gastronômicos.
A cidade tem sido constantemente destaque entre conceituados veículos de mídia nacional e estrangeira como um dos melhores e mais atraentes destinos turísticos do mundo. Em matéria do jornal britânico Daily Telegraph, São Miguel do Gostoso surge entre praias da Malásia, África do Sul e Barbados como um dos melhores lugares do mundo para se viver. No suplemento “O melhor do Brasil” da revista Veja, a cidade foi escolhida como o melhor dos “novos destinos” da região nordeste. O jornal Valor Econômico publicou ampla reportagem sobre São Miguel do Gostoso, citando a cidade como um paraíso pacato, autêntico e com muito charme.
Seguindo com a missão de levar cinema e cultura para os quatro cantos do RN, sempre abordando temas relevantes, o Festival Urbanocine realiza, entre os dias 3 e 5 de julho, a oficina “Representação e Representatividade Negra e Indígena no Cinema Brasileiro”, no município de Assu.
Ministrada pelo pesquisador Anthony Rodrigues – sociólogo e antropólogo, produtor e curador do Cineclube Mulungu – a oficina tem como proposta apresentar como o cinema brasileiro representou, imageticamente e narrativamente, as relações raciais no país, ilustrando de que modo a produção cinematográfica brasileira contribuiu para a consolidação do mito da democracia racial. Em seguida, será apresentada uma virada discursiva contemporânea, com imagens e narrativas do Brasil sendo elaboradas por cineastas negros(as) e indígenas. As inscrições gratuitas estão disponíveis, até o dia 28/06, através do formulário https://forms.gle/3RXcrCuMKyZMnMc59 .
Além da oficina, o projeto realizará também a MOSTRA URBANOCINE ACESSÍVEL, com curtas-metragens potiguares com recursos de acessibilidade, seguida de debate. A atividade é aberta ao público.
O Festival Urbanocine tem realização da Ilha Deserta, com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria de Cultura do RN, Fundação José Augusto, Neoenergia Cosern e Instituto Neoenergia, por meio da Lei Câmara Cascudo e apoio da vereadora Brisa Bracchi.
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SERVIÇO
OFICINA REPRESENTAÇÃO E REPRESENTATIVIDADE NEGRA E INDÍGENA NO CINEMA BRASILEIRO – ASSU/RN
Com Anthony Rodrigues
De 3 a 5/07, das 19h às 21h, no Cine Teatro Pedro Amorim (Assú/RN)
05/07, às 19h, no Cine Teatro Pedro Amorim (Assú/RN)
Com curtas-metragens potiguares com recursos de acessibilidade, seguida de debate. A atividade é aberta ao público
Sobre Anthony Rodrigues
Sociólogo e antropólogo, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e graduando em Audiovisual na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Pesquisa e escreve sobre os cinemas negros e a representação racial no cinema brasileiro. É produtor e curador do Cineclube Mulungu.
Entre os dias 26 e 29 de junho, o Festival Urbanocine segue com suas ações itinerantes, chegando ao município de João Câmara, na aldeia dos Mendonça, no assentamento Santa Terezinha.
Na programação, além da oficina “Cinema Como Flecha”, com o realizador Rodrigo Sena, o Festival realizará também uma mostra de filmes potiguares , do catálogo dos filmes que já circularam no Urbanocine durante esses 10 anos de atividades.
E ainda, a equipe de produção do Festival está realizando uma campanha especial de arrecadação de livros para a biblioteca da Escola Indígena Saramandaia, localizada na Comunidade Santa Terezinha. As doações podem ser feitas na Livraria Cooperativa Cultural (localizada no Centro de Convivência da UFRN). Todos os gêneros são bem-vindos, exceto livros didáticos, pois eles já possuem o suficiente nessa área.
O Festival Urbanocine segue levando cinema para os diversos pontos do Rio Grande do Norte, com a realização da Ilha Deserta, com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria de Cultura do RN, Fundação José Augusto, Neoenergia Cosern e Instituto Neoenergia, por meio da Lei Câmara Cascudo e apoio da vereadora Brisa Bracchi.
Um dos lugares mais importantes do município de Natal, marco do limite da cidade colonial, ganha documentário para resgate da sua história. O mini documentário “Redescobrindo a Praça das Mães” usa narrativas diversas sobre a história e a memória da praça localizada no centro histórico da capital potiguar. O vídeo, que é uma realização do Entre Nós Coletivo de Criação e Diana Fontes – Direção e Produção Cultural, está disponível no Youtube.
A Praça das Mães está localizada na bifurcação entre as avenidas Câmara Cascudo e João Manoel, na subida do bairro da Ribeira para a Cidade Alta. Ela, que já foi o marco norte de delimitação da Natal Colonial, construída no século XVI, passa hoje despercebida pelos potiguares que observam apenas a falta de manutenção e cuidados com o espaço e com a obra do artista plástico potiguar Dorian Gray.
A partir de entrevistas com especialistas e pessoas que têm uma ligação emotiva com o espaço, o documentário faz um resgate importante da memória desta Praça, uma vez que traz para o público informações sobre o período de construção, as suas modificações e todo o contexto social envolvido nestas transformações.
Além do conteúdo histórico, didático, de importante valor para a preservação oral das narrativas, o mini documentário trata também sobre a relevância da preservação da arquitetura e manutenção da obra de arte instalada na Praça, que faz parte do polígono de tombamento do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico de Natal, realizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no ano de 2010.
Diana Fontes, diretora do projeto, conta que a ideia de realizar o documentário veio da preocupação em observar que a cidade não preserva a sua história, favorecendo, segundo ela, um apagão histórico. “O objetivo dessa ação é sensibilizar os poderes públicos para recuperar as Praças e que a população possa ocupá-las, reconhecendo e perpetuando a primeira área da nossa cidade Natal”, afirma.
“Redescobrindo a Praça das Mães” foi viabilizado através de patrocínio da Lei Djalma Maranhão, Prefeitura de Natal e Hotel Praiamar, e realizado pelo Entre Nós Coletivo de Criação e Diana Fontes – Direção e Produção Cultural.
O Grupo
O Entre Nós Coletivo de Criação é um grupo de artistas, professores e produtores, criado em Natal e que desde 2009 atua especialmente na área da dança contemporânea. No ano de 2021 o coletivo iniciou o projeto “Entre: Nós, o Centro Histórico e a Rua!”, com a primeira produção em vídeo com o objetivo de promover um olhar sensível e afetivo para as memórias da cidade de Natal, em uma intervenção urbana na Cidade Alta, através de pesquisa histórica e também da dança.
SERVIÇO: Mini Documentário “Redescobrindo a Praça das Mães” Disponível no canal youtube.com/@entrenoscoletivodecriacao Direção Geral: Diana Fontes Roteiro, produção e direção: Carol Reis e Cleidi Vila Nova Imagens, drone e edição de vídeo: André Rosa Performers: João Alexandre Lima, Thaíse Galvão, Thazio Menezes Entrevistados: Henrique Lucena, Cintia Viegas, Daliana Cascudo, Márcia Oliveira e Dione Caldas.
O projetoCaravana REC – uma iniciativa itinerante que busca promover a formação técnica, o estímulo profissional e empreendedor, a produção e difusão audiovisual no estado do Rio Grande do Norte – iniciou a sua 3ª temporada no mês de abril e já passou por Natal, Macaíba, Upanema, Baraúna e Florânia. Em breve chegará também às cidades de João Câmara, Martins e Santa Cruz.
Até o momento, foram cerca de 150 beneficiados diretos com a “Oficina de Documentário para Iniciantes”, principal ação desenvolvida pelo projeto, que conta ainda com atividade de apreciação e formação de plateia para o cinema local através da “Mostra Itinerante Caravana REC”; além de roda de conversa sobre cultura e empreendedorismo, onde Nathalia Santana, idealizadora e diretora da iniciativa, apresenta o projeto como estudo de caso para abordar temas como: produção cultural e possibilidades de desenvolvimento profissional no setor; elaboração, captação e gestão de projetos; comunicação cultural; e desafios contemporâneos (sustentabilidade, inovação, democratização).
Com o enfoque na experiência prática e na troca de saberes, o diferencial do Caravana REC consiste em democratizar o acesso às técnicas básicas do audiovisual e a partir disso estimular os jovens participantes a pensarem na sua identidade cultural, investigando símbolos, conceitos e ideias que possam ser traduzidos para a linguagem do cinema. Os gestores de cada cidade por onde o projeto passa, enfatizam a importância da iniciativa:
“Receber o Caravana REC em nosso município foi uma experiência incrível. Foram dias intensos e de muito aprendizado para todos os jovens que participaram da oficina ao decorrer da semana. O projeto tem como foco fomentar a produção audiovisual no interior do estado do Rio Grande do Norte, além de capacitar e qualificar o setor, incentivando o desenvolvimento profissional e a economia criativa. A semente foi plantada em Upanema e já podemos desfrutar dos frutos. Viva o Caravana REC!.” – Lemuel Medeiros (Gerente de Cultura de Upanema/RN)
O fato de verem na tela o resultado prático de suas ideias e sugestões traz para os participantes o reforço da identidade cultural e mostra para a comunidade que é possível transcender os limites da própria realidade. Além disso, o projeto também reforça a possibilidade do audiovisual se tornar um caminho de trabalho, apresentando para esses jovens um nicho de mercado que cresce exponencialmente a cada dia. “Não sei nem por onde começar a falar sobre o curso que eu fiz. Só posso dizer que foi uma das melhores coisas que me aconteceu recentemente. O principal motivo é que o Caravana REC me trouxe muita alegria e satisfação, já que eu sou apaixonado por audiovisual e esse curso me permitiu ter um contato tão próximo com esse universo que é o que quero para o resto da minha vida.Foi simplesmente maravilhoso aprender com profissionais super competentes e ainda por cima trocar ideias e experiências com os meus colegas que também são malucos por cinema e documentários. Sério, foi indescritível. Eu sempre sonhei em fazer esses cursos grandes que passam na televisão, mas agora eu sei que participei de um curso com a mesma qualidade.Enfim, mal posso esperar pela próxima parada do Caravana REC, porque eu vou estar lá de novo e com certeza vai ser outro sucesso.” – Miguel Gomes Neto (Participante em Baraúna/RN).
O projeto Caravana REC é uma realização da Pinote Produções, com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Neoenergia Cosern e Instituto Neoenergia, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo.
PRÓXIMAS AGENDAS:
12 a 18 de junho: Inscrições abertas para Martins
26 a 30 de junho: Realização em João Câmara
03 a 09 de julho: Inscrições abertas para Santa Cruz
O Festival Urbanocine é um projeto que utiliza o cinema como ferramenta social e de educação audiovisual, atuando através de exibições, projeção em espaços públicos e ações formativas por meio das quais se debate, desde 2013, questões sociais, geográficas e identitárias relacionadas às cidades.
O Festival realizará, neste mês de junho, algumas atividades itinerantes, como a oficina de produção audiovisual “Plantando Cinema”, com Rodrigo Sena, para aos alunos da Escola Estadual Felipe Ferreira, no distrito de Piquiri – Canguaretama.
Além da oficina, o Festival realizará também a “Mostra Urbanocine Acessível”, com exibição de filmes na aldeia do Katu, local onde o Urbanocine já atuou em outras situações [2021], onde foi gravado o curta-metragem “A Tradicional Família Brasileira, Katu”, com direção de Rodrigo Sena.
A aldeia Katu, inclusive, passa atualmente por um período de efervescência cinematográfica, com a produção das oficinas de cinema e audiovisual do projeto “Território Katu Digital”, que é parceiro do Urbanocine na iniciativa de projeção de filmes potiguares no local.
O Festival Urbanocine tem realização Ilha Deserta, com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria de Cultura do RN e Fundação José Augusto, via Lei Câmara Cascudo, Cosern e Grupo Neoenergia e apoio da vereadora Brisa Bracchi.
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Programação
Canguaretama (RN)
– Plantando Cinema: Oficina de Produção Audiovisual, com Rodrigo Sena
Dias 05 e 06/06
Escola Estadual Felipe Ferreira (Distrito de Piquiri)
O Festival Urbanocine inicia as suas atividade de 2023 com uma oficina de Produção de filmes com celular e uma oficina de produção de curtas com equipamentos de cinema, no município de Cruzeta, entre os dias 22 e 26 de maio.
A oficina, que será ministrada por Gustavo Guedes, um dos idealizadores e coordenadores do Festival Urbano Cine, acontecerá em parceria com o Curta Caicó, na integração dos projetos Selecionados pela Cosern/Neoenergia no seu programa de editais, transformando energia em cultura.
As aulas serão gratuitas e direcionadas para os alunos da Escola Estadual Joaquim José de Medeiros (Cruzeta/RN), onde serão compartilhadas e praticadas linguagens cinematográficas , na teoria e na prática, além da prática com dispositivos móveis e outros equipamentos de gravação de som e imagens.
O resultado das oficinas poderá ser conferido posteriormente, na programação do Festival Curta Caicó.
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O audiovisual potiguar, está em um momento de crescimento e diversificação, nos últimos anos, tem havido um aumento no número de produções independentes e uma maior visibilidade para os realizadores locais. E com esses ideais é que vem a Demaré Produções, plantando a semente do audiovisual em adolescentes e jovens no interior do estado.
A produtora dá início às oficinas de “Micro Documentário” nas escolas para adolescentes e jovens no próximo dia 22 a 26 de maio na zona rural de Macaíba, no povoado Riacho de Sangue. Além de Macaíba, o projeto ocorrerá em mais 5 cidades do interior do Rio Grande do Norte. As cidades contempladas são, São Gonçalo do Amarante, onde as oficinas do Demaré nas Escolas já fez sua parada nos dias 24 a 28 de abril, Acari de 12 a 16 de junho, Major Sales de 17 a 21 de julho e Riacho de Santana de 24 a 28 de julho.
O Demaré nas Escolas é um projeto de formação cultural teórico-prática que visa compartilhar com adolescentes e jovens estudantes uma vivência sobre o cinema através da realização da oficina Produção de Micro Documentário, que pretende de forma básica e lúdica, introduzir a linguagem audiovisual, desde a história do início do cinema até a composição do roteiro para um documentário, e produção de micro documentários feitos pelos participantes da oficina.
Macaíba – O topônimo Macaíba provém de uma espécie de palmeira, árvore não comum à região, existente na residência de Fabrício Gomes Pedroza, um dos primeiros povoadores do território. Nas últimas décadas do século XVIII, o núcleo demográfico existente era conhecido como Povoação do Coité, terra de plantio, sítios e fazendas. Atualmente, Macaíba é a quinta maior cidade do Rio Grande do Norte, sendo a sede de importantes indústrias e instituições de avanço das ciências. Desde o dia 24 de abril, a Demaré Produções está oferecendo oficinas de cinema para adolescentes e jovens interessados em aprender as técnicas e habilidades necessárias para criar seus próprios filmes documentários.
As oficinas serão conduzidas por Dênia Cruz, uma cineasta experiente que trabalhou em uma variedade de projetos, incluindo documentários, curtas-metragens e séries-documentais, a exemplo dos curtas documentais “Vila de Bilros”, “O ano que a terra tirou férias”, “Casa com Parede”, “Leningrado, linha 41”, “O impreciso mar que nos move”, “Onde está o cinema brasileiro?”. E acompanhando Dênia, Douglas Buso, que é arte educador e artista plástico. Trabalhando a linguagem das artes como instrumento de conhecimento, criatividade, expressão e reflexão sobre o meio social. Realizou produções nas linguagens da escultura, assemblage, pintura, desenho, gravura e fotografia, se apropriando de ferramentas das matérias naturais e materiais alternativos. Os participantes terão a oportunidade de aprender sobre história do audiovisual, roteiro, direção e produção.
“Acreditamos que o cinema é uma forma poderosa de se expressar e contar histórias”, disse Dênia Cruz, idealizadora do projeto Demaré nas Escolas. “Queremos dar a oportunidade para jovens talentosos e criativos do nosso Rio Grande do Norte a descobrirem seu potencial e desenvolverem suas habilidades cinematográficas”.
A equipe Demaré nas Escolas é formada pelos instrutores das oficinas Dênia Cruz e Douglas Buso, na produção executiva, Ana Paula Medeiros, produção geral por Dênia Cruz, fotografia e videografia de Douglas Buso, responsável pela edição dos vídeos feitos pelos alunos das oficinas, o editor Eduardo Teófilo e como produtor local, Bruno Fernandes que fará a produção nas cidades potiguares do alto-oeste auxiliando no projeto, a comunicação do projeto Demaré nas Escolas, fica sob o comando da Agência Referência.
As oficinas contam como patrocinador a Potigás, pela Lei Câmara Cascudo, através do edital “Natural Como Fazer o Bem” que tem como objetivo de reafirmar o seu compromisso com a responsabilidade social, a cultura regional e o desenvolvimento do Rio Grande do Norte. As oficinas do Demaré nas Escolas são destinadas a adolescentes e jovens entre 14 e 15 anos, e não há requisitos de experiência anterior. Para mais informações sobre as oficinas de Micro Documentário do Demaré nas Escolas, siga as redes sociais da Demaré Produções, @demareproducoes .