Últimas histórias

  • “Negro bufento”

    Muitos falam em racismo com a distância e a ignorância voluntária que lhes são embalados. Apesar dos negros – nós – serem mais de 60% da população brasileira, ainda assim sofrem os efeitos de uma sociedade branca escravagista – haja vista às últimas notícias de trabalho análogo(?) à escravidão em vinícolas do Sul do país, entre outras tantas – que se camuflam numa hipócrita e puída retórica de não ser racista e preconceituosa.  

    “Não sou racista, tenho até amigos negros”. Quem nunca ouviu esta infame frase? E muitas vezes vomitadas por pessoas que têm a epiderme um pouco mais clara, entretanto, a melanina não permite sustentarem por milésimo de segundos seus descarados e voluntários preconceitos que as fazem negar sua raça e suas origens.

    Ser negro está além da cor da pele. Existem negros brancos e brancos negros. Vinícius de Morais se dizia o branco mais preto do Brasil. O grande Paulo Freire cunhou “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor”. Esta veste perfeitamente, como se sua pele fosse o “negro branco”: aquela pessoa comum que assumiu um cargo e por estar numa função de poder esquece de onde veio e quem é, passando a se comportar e usar toda arrogância, ar de superioridade e aridez que antes sofrera e que certamente seu cargo, talvez, iluda que a proteja. Mas, um “negro esbranquiçado” também pode ser uma pessoa do alto escalão social, um parlamentar, um malta, um magno, um pastor evangélico, um cantor, um fundamentalista religioso, o senador Magno Malta(PL/ES), que certamente, sua cútis o denunciaria em qualquer país europeu ou nos Estados Unidos como negro.

    Estes “negros desbotados, bufentos” pela falta de consciência ou meliantemente usam a dor alheia para ficar “bem na fita” junto a horda que ora surgiu à tona, emergida das profundezas dos esgotos em que permanecia em letargia esperando ser despertada e, como uma besta foi acordada, incentivada e alimentada pelos fascistas, neonazistas que foram ungidos ao poder em 2018.

    Voltando ao malta, o senador Magno, que em uma fala racista ofendeu a todos nós humanos, brancos, negros, que indiscutivelmente mascarado por sua burrice ou ruindade voluntária, tentou minimizar os ataques sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, vomitando uma infeliz e intencional fala: “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”. O senador vai à Comissão de Ética do Senado, mas o corporativismo será atuante e, provavelmente, não será cassado, nos jogando nas fuças como somos um país que mantém no seio da sociedade a hipocrisia bem nutrida.

    Ser negro é preciso ter negritude, ter coragem, honestidade, ética, hombridade, ser humano. Vinícius Júnior, na Real, você é maior que um time, um malta, um magno, maior que o preconceito que um dia haveremos driblá-lo e vencê-lo. Viva os negros, vivas os brancos, vivas aos humanos. Vivas a Vinícius Júnior.

    Exposição

    Obrigado a Ernesto Guerra diretor da Aliança Francesa/Natal, ao cartunista Brum, um dos melhores do Brasil, carioca que aqui se aportou depois de tomar um “caldo” nas águas de Ponta Negra e ao amigo Joe Bonfim cartunista potiguar que há 34 anos faz fama pelas terras do “Liberté, égalité e fraternité” sendo o embaixador do cartum potiguar na Europa. Obrigado, amigos pela oportunidade de estar juntos com vocês na Exposição “Um Pour Tous…E Todos Por hUmor”.

    Exposição II

    O cartunista potiguar Joe Bonfim, por morar na Europa, mais especificamente, é incansável na luta para expandir e fomentar o cartum norte-rio-grandense e brasileiro além de nossas cercanias, e juntamente com o Grupo Brasil-Cartuns convida caricaturista brasileiros para exposição com o tema Pelé. Exposição será inserida, no maior Festival de caricaturas do mundo, em St Just Le Martel. Na França, em setembro de 2023.

    Pelé

    Caricatura para exposição na França, no Festival St Just Le Martel. em setembro de 2023.

    Frase

    “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”, senador Magno Malta (PL/ES).

  • Abril é o monster!

    Longe de mim ser supersticioso e muitos menos acreditar em coisas do além. Entretanto, em sexta-feira 13 não passo embaixo de escadas nem por cem e uma cocada preta de rapadura Cariri, se o segundo que se aproxima ventila a possibilidade de um gato preto cruzar meu caminho, logo mudo a direção e se isto for impossível fecho os olhos; também não ando em casa mal-assombrada, morro de medo de alma. Todos sabem que é melhor prevenir que remediar, assim sendo, arriscar não é preciso, né não poeta?

    Digo e reafirmo não acredito nessas “besteiras”. Mas carrego sempre comigo uma figa e uma folhinha de arruda no bolço esquerdo da calça e uma moeda do último dinheiro que recebi, não é por nada não, mas como diz a moçada “vai qui…”. E cá pra nós, têm alguns meses do calendário gregoriano que me trazem uma felicidade danada, abril é um deles, talvez o maior, talvez não, seguramente é o maior deles. Em 27 de abril nasceu minha filha mais velha Pollyanne Brito, 29 sua filha, minha neta Valentina; Jade Brito no 23, meu neto mais novo, João Miguel em 24 de abril e uma outra filha do coração, Priscilla Cibelle, que faz párea com Jade, também sua filha Sarah que veio ao mundo em 4 de abril, sem falar do 5 que é aniversário do meu genro Roberto. Para mim, não poderia ser um mês mais alvissareiro, repleto de sorrisos e alegrias esborrotando por todos os lados.

    Pois muito bem, pensei que abril já havia esgotado suas benesses comigo, ledo engano, me aparece o cartunista Joe Bonfim – desenhista potiguar que mora na França há 34 anos – acompanhado de outro grande chargista Brum, me convidando para fazermos uma coletiva na Aliança Francesa e, assim se fez. Em uma semana pulsemos a exposição na parede da Aliança. Na primeira reunião conheci Ernesto Guerra, diretor da AfrNatal onde ao sabor de um cafezinho feito por seu Ranulfo com assistência luxuosa da secretária Irlanda criou-se a ideia e no nome da exposição “Un Pour Tous…E Todos Por hUMor” uma referência direta ao clássico ao slogan do romance do escritor francês Alexandre Dumas, no seu livro “Os Três Mosqueteiros”, que tem como protagonistas os espadachins Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan, porém, nosso slogan é muito mais modesto e em bom português seria “Um por todos e todos por humor”, lá fomos nós de lápis em punho. Como “Os três Mosqueteiros” que são quatro, também fizemos nossa “trinca” de quatro: Brito, Brum, Bonfim e Ernesto, nosso D’Artagnan. Vivas para abril, ao Brum, vivas ao Bonfim, vivas para Ernesto, vivas para o cartum potiguar!

    Que os outros 11 meses não me escutem: mas, abril é assim, é o monster!

    Exposição

    A nossa exposição “Um Pour Tous…E todos por hUMor” com caricaturas, charges e cartuns estará na Aliança Francesa até 12 de maio, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

    Livro

    Recebi do Memorial da América Latina o livro “Latinidades – 100 anos em discos” que traz a história de vários músicos das Américas, este vem ao encontro do que estou gestando aqui na terrinha, guardando as devidas proporções. Na verdade, estou publicando no site www.blogdobrito.com.br 100 caricaturas, acompanhada de um pequeno perfil de 100 músicos potiguares de nascimento ou por adoção, que fazem essa caudaloso caldo da cultura norte-rio-grandense, que em algum momento vai virá um livro.  

    Lamúrias

    Fala-se pelos corredores assombrados do Congresso Nacional que a oposição anda chorosa com ar de arrependimento pela insistência na instalação da CPMI – Comissão Mista de Inquérito que irá investigar o atentado golpista de 8 de janeiro de 2023. Haja vista, a fala do senador potiguar – vergonha nossa – Rogério Marinho reclamando que o Governo pretende a presidência e relatoria. Ora, seu Marinho, ainda é cedo para lamurias.

    Frase

    “A fraude está no TSE – para não ter dúvida -” Bolsonaro sobre as eleições de 2014.

    Caricatura

    Caricatura do ator argelino Athmane Ariouet Osmam para o Festival Internacional da Argélia 2023. Estamos entre os 20 finalistas.

  • Moby Dick é uma sereia

    É verdade que a idade nos oferece um salvo-conduto para andarmos meio desligados – alguns dizem que já é a “sombra do alemão”, o que de fato, para mim é uma ótima vestimenta, pois incessantemente fui meio “aéreo”, quase sempre me diziam que vivia no mundo da lua. Quando estou escrevendo, desenhando ou lendo me deixo levar, o mundo ao meu redor fica pequeno e distante, com exceção da música que toca no aparelho de som, na verdade ela a via que leva a caminhos outros.

    Também é certo que por vezes passo do ponto, estou pra lá de Marrakech, às vezes quase em órbita do rebaixado Plutão, necessitando que Maria me traga de volta, depois de vários “Britooo”. Quando não dou sinal de vida, me cutuca reclamando:

     – Menino, você tava aonde?

    E sem nenhum pudor respondo em cima da bucha:

    – No mundo da lua.

    – Pois, tá na hora voltar pra terra.

    – Pra quê?

    – Homi, atenda o telefone. O “homi” é sinal que ela não está para brincadeiras, seu humor anda em baixa e sua menopausa está em ação, obrigando-a a cara de poucos amigos, logo dou um jeito de aterrissar, não sou besta nem nada.

    Sérgio Brito, dos Titãs, diz em sua música Epitáfio “O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído”, pode ser uma verdade ou não – como diz Caetano – sei que outro dia, apesar de estar bem distraído – na companhia de Pablo Picasso, imaginando caricaturá-lo para o Festival Internacional de Cartuns, por ocasião de 50 anos de sua morte – percebi, na minha visão periférica, algo passar rápido por minha porta em direção à cozinha, levantei-me e fui ver, era um balão que João Miguel gosta de brincar.

    E o balão empurrado pelo vento acertou minha porta, entra sem pedir licença e corriqueiramente João reclama sua presença e lá vou eu entregá-lo, isto com uma constância de algumas centenas de vezes por dia. Outro dia devolvendo o balão:

    – Pegue, João, sua baleia!

    – Papai isto não é uma baleia. Observou Jade.

    – Como não? Veja o formato baleia.

    – Pai, olhe direito. Veja o que está impresso!

    Olhei, logo de primeira enxerguei o que olhava e não via, para minha decepção do tamanho do balão, de um lado e de outro, a impressão colorida de uns 50x80cm de uma sereia. Ora, eu que viajava a bordo do baleeiro Pequod em busca de Moby Dick, agora, vou ter que me contentar com a pequena sereia. Pois sim. E agora? Como vou me explicar para João Miguel (10 meses) que aquilo que venho lhe dizendo há mais de 4 meses, que sua Moby Dick, na verdade é uma sereia?

    Pollyanne Brito

    Minha filha mais velha Pollyanne Brito, neste 1º de abril estará voando às terras do poeta Pablo Neruda, correndo o risco de pagar excesso de bagagem, pois nas malas, clandestinamente, vão nossas saudades, lá vai ter com seu irmão – meu primogênito – Alex Polary Brito e com seus sobrinhos Aléssia, Enzo e com minha nora (filha) Sanara.

    Ainda assim, vai ficar muita saudade no bornal.

    Grande Mídia

    É sabido pelo mundo e os filhos de seu Raimundo, que a chamada “a grande mídia” do sul maravilha, não dará, aliás, nunca deu, não dá e nunca dará trégua ao Presidente Lula. No máximo divulgar o que não pode omitir, mas ferreamente analisando negativamente que puder, desde a unha encravada aos fios brancos de sua cabeça e, não é por seus erros, talvez, por seus acertos, mas prioritariamente por preconceito. Ô turminha ordinária.

    Moro

    Moro é laconicamente imoral.

    Frase

    “Aqui não há nada inédito: os Estados Unidos fazem isso há décadas. Eles têm suas armas nucleares tácticas posicionadas há muito tempo em território de seus aliados”, justificou Putin sobre colocar armas nucleares em Belarus.

    Caricatura

    Pablo Picasso desenhado para o GRAND CARICATURE AWARD MALAGA GRENET 2023”, do Instituto Cultural Peruano Norte-Americano, Arequipa/Peru, por ocasião dos 50 anos da morte do pintor cubista espanhol.

  • Sete Pecados

    Não tenho a menor dúvida, que cada ser vivo que voa, anda ou nada, neste barco que navega no cosmo, “não passa dessa para uma melhor” sem antes pagar seu quinhão. E eu, ciente dos meus rosários de pecados, não faço de rogado e muito menos me escondo deles, pois não sou iludido com um final feliz. Não estou preso à tolice de imaginar que a minha redenção e perdão podem haver algum caráter prioritário, haja vista os “homens de bem” e cristãos na enorme fila que já se declaram salvos.

    SOBERBA: é o sentimento caracterizado pela pretensão de superioridade sobre outras pessoas. Desde de muito tempo sei o meu lugar, não sou nem maior ou menor que ninguém. Talvez, deste possa existir uma mínima chance de escapulir.

    AVAREZA: é a dificuldade e o medo de perder algo que possui, como bens materiais e recursos. Minha mãe, Dona Geralda, sempre disse: nada que o dinheiro pode comprar tem valor. De fato, no máximo um justo preço. Logo, bens materiais os tenho por necessidade, não por objetivo. Não vendi minha alma ao diabo, não amealhei dinheiros, mas uma fortuna enorme de filhos e netos.

    LUXÚRIA: emoção de intenso desejo pelo corpo. Segundo a doutrina católica. Confesso: rezo e sou súdito de Afrodite, Vênus, Tlazoltéotl, Eros…

    INVEJA: é um sentimento de angústia, ou mesmo raiva, perante a felicidade alheia. Vou contradizer o Poetinha, e sua bela “O Canto De Ossanha”, onde afirma “O homem diz que sou (não é) Porque quem é mesmo é (não sou)”, pois eu digo: não sou invejoso, não dou guarida a Phthónos nos meus ombros.

    GULA: é o desejo insaciável, além do necessário, em geral por comida, bebida ou drogas. Tá certo, admito, esse pecado está entranhado na minha velha e cansada alma: em minha infância o que separava a padaria de seu Arlindo da minha casa era um corredor de 80cm que dava para nosso quintal. Quando saía a primeira fornada de pão da tarde, o cheiro invadia nossa cozinha, minhas papilas gustativas entravam em frenética ação fazendo a saliva escorrer pelos cantos da boca, logo seguia para o balcão comprar pão doce e pão d’água – como se diz lá em Moscow — o pão francês. Gula saciada, ao sabor de manteiga Itacolomy, ia jogar bola, fazer hora para o Colégio Dom Bosco. Hoje, apesar dos médicos – estes serem que não suportam a felicidade alheia – recomendarem a retirada de massa da minha alimentação, faço ouvido de mercador e às tardes me farto. Viva o pão doce.

    IRA: raiva, demonstração do ódio e o desejo de fazer o mal para algo ou alguém. Por esse pecado não ponho meus joelhos sobre milhos. Não guardo mágoa ou rancor de ninguém, pois tenho ciência, se alguém me fez o mal, de uma maneira ou de outro, talvez, em alguma medida tive culpa também e, certamente, não fugirá sem passar na “catraca”. Outro dia no Shopping Midway encontrei uma pessoa que fez um mal danado a mim e minha família, quando vi aquela figura esquálida, fuinha, um indigente moral, corrupto, uma alma podre senti pena dele e de seus filhos por serem frutos daquela sórdida criatura. Não o perdoei, por me julgar incapaz de ter esse poder.

    PREGUIÇA: pecadocaracterizado pela pessoa que vive em estado de falta de capricho, de esmero, de empenho, em negligência, desleixo, morosidade, lentidão e moleza. Gosto do ócio criativo. Definitivamente, logo não imagino me enquadrar nessa desobediência dessa lei Divina.


    Ouviram Lula

    Os opositores e todos que torcem o canto da boca, que destilam inveja embalados – a vácuo – com a síndrome de vira-lata, prolatavam e sonhavam que o mundo faria ouvido de surdo à proposta de paz lançado pelo Presidente Lula. Quando a Ucrânia escutou disseram “quero ver é a Rússia”. O Putin não só ouviu como elogiou. Agora, se vão parar a guerra, são outros quinhentos.

    Guerra e Paz

    Guerra em qualquer circunstância é um dos mais cruéis atos da humanidade, que impõe contra si. Entretanto, estamos carecas de saber que Estados Unidos, Europa e Rússia invadem países na África, Oriente Médio, Índia, Ásia, América Central e do Sul há séculos e fechamos os olhos, vestimos as fantasias e botamos o bloco na rua.

    A nossa explícita conivência e condescendência com os crimes ocidentais é hipocritamente latente.

    Frase

    Na paz, preparar-se para a guerra; na guerra, preparar-se para a paz – Sun Tzu.

    Caricatura

    Caricatura de Madre Tereza de Calcutá para o 5th INTERNACIONAL CARTOON FESTIVAL, EM KOSOVO.

  • Fiel

    Assistindo uma palestra do filósofo professor Clóvis Barros Filhos, lá no final ele dá um exemplo de relação de confiança com outras pessoas quando você é fiel a você mesmo e ao que você construiu, onde quem o procura o faz porque já ouviu falar dele, já foi seu aluno ou já participou de alguma palestra sua, portanto, conhece seu estilo. Logo quer ver Clóvis e não outra pessoa, pois, muito bem:

    — Professor, eu sou sua aluna do Programa de Terceira Idade da Universidade, acompanho o senhor a tanto tempo e um sonho pra mim, queria que o senhor desse uma palestra na nossa Liga, o senhor viria?

    — Com muito prazer, senhora.

    — Professor, eu sei que o senhor é uma profissional, mas o dinheiro que a gente arrecadar vai todo para as crianças com câncer, tudo bem pro senhor?

    — Com muito prazer, senhora.

    — Só mais uma coisinha, professor: tem umas amigas mais idosas do que eu, dá para o senhor maneirar, pegar leve nas energias, nos exemplos, nos palavrões? Não custa nada.

    — Dá não, dona. Dá não. Isso aí sou eu, é meu jeito, não posso prometer, eu não vou cumprir, quando eu começar a falar vou enfiar o pé na jaca, não tem conversa, num dá, não, e depois quem vai comprar a porra dos ingressos?

    — Ah, Professor, todo mundo que adora o senhor vai bombar, o senhor vai ver.

    — E essas pessoas que vão comprar os ingressos pra me ver, o que elas esperam de mim? Será que elas esperam de mim uma aula xoxa, esgarçada, sem tesão, sem viço, sem emoção, sem alegria, sem energia, é isso que elas esperam de mim?

    — Não, elas não.

    — Então, por que nós vamos traí-las? Avise aí as suas amigas higienizadas, se quiserem ajudar as crianças com câncer vai ser com caralho e tudo.

    Visto-me do exemplo, pois quando alguém me procura para fazer uma charge, cartum ou uma caricatura, certamente, já conhece meu trabalho, meu estilo e, imagino, que certamente, foi isto que o fiz me procurar, não foi por causa dos meus belos olhos verdes. Porém, ainda assim, faço algumas perguntas básicas:

    — Conhece meu trabalho?

    — Conheço, sim.

    — É uma caricatura ou um desenho acadêmico realista que você quer?

    — Não. Eu quero mesmo uma caricatura!

    — Você sabe que vou explorar alguns pontos mais marcantes de sua fisionomia?

    — Sim. Sei. É isso que gosto do seu trabalho.

    — Ok! Combinado.

    Depois de feita a caricatura:

    — Brito, meu olho ficou muito fechado, minha testa ficou grande… Fiquei feia!

    — Ora, porra! Se a pessoa é feia não fica bonita nem com reza braba, imagine se ficaria numa caricatura. Aí não tem jeito, a mando se entender com seu Narciso.  

    DARCY 100 ANOS

    Recebi a versão em PDF do livro DARCY 100 ANOS – DAR de Si Ribeiro – o qual muito me honrou participar da exposição no Memorial da América Latina, São Paulo/SP e do livro, na companhia de outros 99 cartunistas.  

    A versão imprensa está sendo postada nos Correios, logo estará na minha estante.

    Parabéns à Fundação Memorial da América Latina, na pessoa do seu Diretor presidente Jorge Damião de Almeida e para o jornalista/cartunista José Alberto Lovetro (JAL) Presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, que conseguiu arregimentar 100 cartunistas para essa bela homenagem.  

    GOLPISTA

    O golpista Michel Temer não aceita ser chamado de golpista. E como não chamar um golpista de golpista?

    MANOLÍN ÁLVAREZ

    Caricatura de Manolín Álvarez – Manuel Alvarez Alvarezfundador da Rádio de Cuba, por ocasião dos seus 132 anos de nascimento neste ano e 37 de sua morte, em março. O desenho estará nas páginas da segunda edição atualizada de “Crónicas del Caribe”, o livro que narra a vida de Manuel Álvarez, do amigo jornalista cubano Jesús Díaz Loyola.

    FRASE

    “Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe” – Michel Temer sobre o impeachment da Presidenta Dilma Roussef.

  • Pobre Prime

    Como faço quase – quase porque estou sempre nos braços da doce preguiça de fazer exercícios físicos – todos os dias, saio a reboque de Maria e a trupe: Lívia, João Miguel e Valentia, para praça, ao suplício de encarar aquela ruma de ferros torcidos de maneira uniformes, certamente, seguindo o desenho de algum malfazejo masoquista que tem gosto de ver pessoas sendo torturadas em plena praça pública. Depois de muitas reflexões Maria me olha com cara de poucos amigos me apontando os equipamentos, logo fui acompanhado por duas jovens senhoras de corpos bem delineados seios e nariz empinados, de pele branca, cabelos loiros de raiz preta, blusinhas e shorts coloridos colados como “si fuera” uma segunda pele, cada uma com uma garrafinha d’água, davam a impressão de terem sido desenhadas pelo cartunista Lan. Puseram uma toalhinha na plataforma de cimento que ancora os aparelhos e se alongaram…

    Mudaram de aparelho ficando mais próximas de mim. Uma delas se mostrava surpresa com a presença da outra usando a “academia da praça”, quando o celular da amiga toca insistentemente, vendo que as chamadas estavam sendo ignorados incentivou a colega atender justificando que poderia ser importante, urgente:

    – Oi amor…Tô fazendo minha série de bíceps… … Tá, tá… …Tchau, pego os meninos na casa de sua mãe. Tchau, beijo, te amo!

    – Que diabo de telefone é esse, menina?

    – Mulher num mangue do “bixin”, não.

    – Cadê o seu de capa linda?

    – O meu Samsung foi roubado, comprei esse no Alecrim. Mas também ninguém merece, estou num consórcio de iPhone 13 Pro Max, lindo, lindo, já faz 13 meses e até agora nada. Mas, também tenho a impressão que não vou ter meu iPhone 13 Pro Max…

    – E por quê? Não está pagando as parcelas?

    – Não, não é isso não.

    – O que é então, mulher?

    – Paulo está tentando me convencer a vender o consórcio pra gente ir passar o Réveillon num Hotel em Recife.

    – Eita, é o máximo!!!

    – Mas, me diga como vou fazer fotos para o Instagram, numa porcaria destas? Esse ‘bixiga” aqui só faz atender e ligar, tem uma camerazinha muito da fuleira… …Deus me livre e guarde que alguém me veja com esse troço…

    Deram uma gargalhada, limparam o suor e sorriso do rosto, saíram rebolando suas bundas até um Fiat Uno Evo Way.

    Uma senhorinha, companheira de martírio foi venenosa, como só quem passou dos 70 pode ser: “Aposto que a bunda, aqueles peitos e o nariz também foram todos de consórcio” rindo uma outra disse aquela dali é o típico “Pobre Prime”.

    Nélida Peño

    O ano de 2022 não foi lá muito generoso com as artes e a cultura brasileira, na verdade, nos pôs órfãos de várias artistas que farão uma falta danada não só às nossas vidas, mas também ao mundo cultural criativo.

    No sábado,17, morreu em Lisboa, aos 85 anos, a escritora brasileira e integrante da Academia Brasileira de Letras Nélida Piñon.

    Futebol

    “Na América do Sul, o futebol não é tão avançado quanto na Europa” – Mbappé, jogador da seleção francesa de futebol –

    Borocoxô

    Diz os mais próximos do Capitão Bufão que ele anda meio borocoxô, isto é, anda triste, chora por qualquer coisa, ainda não se recuperou – e não vai mesmo – da traulitada dada pelo velho Lula.

    Já outra corrente diz que Jair está com medo de ser preso, após perder a imunidade. Rezemos, pois.

    Vivas los Hermanos

    Em que pese nossa derrocada na Copa do Qatar, é verdade que tínhamos um grupo de bons jogadores, que em seus clubes na Europa são respeitados e tidos como ídolos, pena que na seleção brasileira só fizeram firulas, não jogaram com seriedade, não tiveram a raça dos argentinos. É certo, que também não temos um Messi. Viva Messi, vivas los hermanos. Vivas à América do Sul.

  • “Pombo” e o “Boi”

    O dito popular crava que não há nada mais fácil que julgar os outros. Entretanto, é impossível viver sem ver a vida alheia e dela fazer usos comparativos, como bons exemplos ou má conduta. Nós precisamos de referências para seguirmos avançando e melhorando nossas habilidades na convivência social. Até no mundo animal irracional isso salta aos olhos: os filhotes aprendem vendo seus pais executar, claro, não é lá das tarefas mais dificultosas, não é física quântica. Os pequenos aprendem o básico: o caminho da água, das melhores pastagens, truques para se livrarem dos predadores e se tiverem sorte de correrem mais rápidos, e assim podem até morrer de velhos.

    Mas, quando falamos de humanos, o bicho pega, nós além de precisarmos de exemplos ainda temos que separar o joio do trigo, pois, somos produtores frenéticos de informações que serão projetadas como referência do que devemos fazer, se comportar, vestir, comer, andar, falar… Não se vê, a não ser por uma seleção natural ou acidente genético, um animal mudar seu jeito de ser: de comer, andar, viver – salve-se aqueles que nós os domesticamos – um fofito gato morre de fome ao lado de uma tigela apinhada de alpistes, porque ele só sabe ser gato e, gato não come alpistes, seu instinto já o pôs no mundo prontinho da silva. O ser humano nasce zerado de instinto, tem que aprender tudo e é o exemplo seu primeiro contato com o aprendizado, isso o segue pela vida inteira.

    No dia 3 de novembro de 1957, os cientistas soviéticos lançaram no foguete Sputnik 2, a cadela Laika. Isso não causou nenhum frisson, agito ou excitação na comunidade canina mundial. Porém, quando o mundo soube que o cosmonauta soviético Iuri Alexeievitch Gagarin foi lançado sendo o primeiro ser humano a viajar pelo espaço, em 12 de abril de 1961. Imediatamente o mundo cientifico foi sacudido dando inicio a corrida espacial entre Estados Unidos e União Soviética. Logo, estamos de olho, sempre no vizinho.

    Portanto, não me venham com essa balela hipócrita que não podemos fazer paralelos, comparações entre o “Meninoney” e o Richarlison, o “pombo”. Fiz, faço e vou continua fazendo. Os dois têm vários pontos em comum e outros tantos bem distintos, isto, pelo que é exposto nas redes sociais por seus assessores, em entrevistas dos próprios ou de pessoas que os rodeiam: Richarlison nasceu em uma comunidade pobre, o “MeninoNey” também. Richarlison é um jogador de futebol conhecido mundialmente, o Ney também; os dois servem à seleção brasileira de futebol, creio que as semelhanças param por aí, além de serem multimilionário.

    O Richarlison como cidadão tem postura e consciência social, defende causas importantes para o povo brasileiro, tais como: vacina, luta contra o racismo…O “MeninoNey”, quando perguntado se tinha sofrido com o racismo, respondeu que não, pois não era negro. Além, de ser um ruminante – como boa parte do bolsonaristas – não dá a mínima pelas causas sociais de seu país. O Richarlison, fora ser um grande jogador de futebol, é maior ainda como cidadão e vai voar muito mais alto. Neymar é apenas um grande jogador, evidentemente: Boi não voa!!! A não ser em Recife, mas isto já é outra história.


    Vinicius  

    O destaque da seleção brasileira de futebol no Qatar, além de Richarlison, é o Vinicius Júnior, que vem jogando o que sabe, independente se o “pezinho de cristal” esteja em campo ou não.

    MeninoNey

    Não, não estou satisfeito e menos ainda torço para que a lesão tire Neymar da Copa. Ele é importante para aqueles que gostam de futebol como eu e faz falta,  sim, à seleção brasileira ou para qualquer time do planeta. Para mim, se ele só jogasse seria um grande brasileiro, mas o diabo é que fala.

    Frase

    “Maior erro da carreira do Neymar foi ter nascido brasileiro”, disse Raphinha na defesa do amigo jogador. O “Rafha” talvez seja outro “boi voador”.

    Futebol

    Vi uma entrevista onde estadunidenses e iranianos juntos em euforia para torcer por suas seleções e repetiram a mesma frase para o repórter da “Vênus platinada”: “O futebol aproxima as pessoas”, é verdade verdadeira. Tenho um amigo cartunista que é árabe AbdulAmir E Al Haiky mora em Manama, Bahrein e todos os jogos do Brasil ele me liga mostrando que está torcendo por nossa seleção. Vivas ao futebol, vivas as amizades, vivas meu amigo AbdulAmir E Al Haiky.

    Futebol II

    O futebol é mesmo mágico. No ano de 1969, o time do Santos comandado por Pelé, parou uma guerra na Nigéria, África. O conflito foi esquecido pelos nigerianos para lotarem o estádio de Benin para ver o “Rei Pele” e seu time jogarem.

    Camisa

    Vesti a “amarelinha”! Jamais iria permitir que me fosse surrupiado o direito de usar as cores de nossa seleção e de nosso país, por causa de uns desmiolados. Eu e meu companheiro de jogo, meu neto João Miguel de 7 meses, vestido a rigor, do nosso “bunker” vimos a família toda “amarelada”, né Valentina?

  • Ao meus netos

    Natal/RN, 27 de outubro de 2022

    Neste 30 de outubro de 2022, acordaremos cedo, iremos tomar nosso café matinal e seguiremos conscientes de nosso voto, o meu e de Maria, a avó de vocês, irá escudar o Brasil no rumo norte ao encontro da democracia plena. O partido que votamos e, tem seu maior líder como candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva – um Silva como eu – nos orientou, aliás sugeriu que nós – seus eleitores – vestíssemos branco para votar. Sabe ele e, todos nós, que é perigoso usar as cores do nosso partido, sim isso mesmo, juro por Deus e nossa senhoras das eleições.

    Os bolsonaristas andam armados, atiram em carros com bandeiras ou adesivos do Lula. Em Foz do Iguaçu/PR um apoiador do atual Governo invadiu uma festa e matou o aniversariante, porque ele era petista; no Ceará, um homem entrou num bar perguntou quem era petista, uma pessoa respondeu positivamente, foi assassinado a facadas; no centro-oeste outro bolsonarista matou um petista a facadas e pretendia cortar a cabeça com machado, é verdade meus netos, não é delírio de um velho demente.

    Alguém já disse que este 30 outubro de 2022 é dia de festa da democracia, é uma festa cívica, e é verdade. Já houve um tempo em que os ganhadores das eleições iam às ruas com seus seguidores fazer festa, era bonito de se ver. A primeira eleição de Lula foi comovente, o país inteiro de vermelho, alegria, a esperança e a paz reinavam. O pobre trabalhador vislumbrava comer carne, comprar carro, casa, ver os filhos na faculdade e tudo isto aconteceu, “mas veio o tempo negro e a força fez o mal que força sempre faz” destruiu tudo.

    E, pasmem meus netos, muitos que se denominavam cristãos passaram a usar frases, simbologias e ações nazifascistas, o chefe deles, um sujeitinho desprezível, machista, homofóbico, racista, sexista, xenófobo e um admirador confesso do ditador pedófilo Augusto Pinochet – ex-ditador chileno. Algumas dessas aberrações postavam nas redes sociais com uma bíblia na mão e uma arma na outra. Em nome de Deus, da pátria e da família – lema usado por eles – uma pastora deputada federal em conluio com três, de seus 50 filhos adotivos, matou seu marido, também pastor e fervoroso cristão apoiador do capitão bufão – desculpe, não pronuncio o nome dele não, me disse uma cigana que dava azar.

    A eleição de Lula é um sopro, é um oxigênio à democracia que vem sendo ferida, fustigada, agredida dia e noite pelo capitão e seus apoiadores. Uma grande parcela de gente burra, preguiçosa e ignorante com orgulho, não lê nada ou quando o faz não entende, além de uma outra parte que detém o poder e o conhecimento, essa é ruim por convicção, poluem as redes sociais com ataques a gays, pretos, pobres, nordestinos, mulheres…

    Essa eleição não é esquerda contra direita, não. Não é. São democratas contras a extrema-direita que representa o que há de pior no ser humano. Portanto, meus netos, espero que o bem vença o mal, sabemos todos, que “não é fácil vencer Satã só com orações”, mas desta vez temos a arma mais sagrada, mortal aos antidemocratas: o voto.

    Em verdade, gostaria mesmo de ir votar com uma camisa verde e amarela com uma foto estampada de Lula, do colarinho a bainha. Ainda não sei a cor que vou exibir no meu apolíneo corpanzil. Agora, é certo que vou tentar garantir que vocês um dia votem vestindo as cores que lhes couberem.

    Que Deus os abençoem, e também a meu voto e o Brasil.

    Seu vovô Brito.

    Esclerose

    Todas às vezes que cito o amigo cartunista potiguar Joe Bonfim, digo que mora em Paris – desculpe amigo, é minha carência de Paris – e todas às vezes levo uns “esbregues”. Joe não mora em Paris, mas, na França. Pronto! Um abraço, Joe!

    Frase

    “Matar e quebrar urnas”Jackson Villar da Silva, evangélico que se intitula comerciante, radialista, conservador, presidente do “Acelera Para Cristo” –

    Besteira besta

    6 caricaturas minhas com os principais atores da Semana de Arte Moderna de 1922 ilustraram 4 documentários produzidos pela Tv Cultura/SP, da Fundação Padre Anchieta, os quais já os tenho nos meus arquivos, entretanto, Eineida produtora Executiva, me alertou que poderia divulgar no meu site e nas redes sociais apenas três a família da Anita Malfatti só liberou a exibição na TV, não poderá ser exibido na internet”, besteira besta, mas, respeito!

    Caricatura

    Confiante na vitória da democracia, fiz essa charge para o jornal de humor GRIFO, do amigo Paulo de Tarso Riccordi.

    Adiada

    A exposição “DARCY É 100”, com caricaturas de desenhistas do Brasil, com curadoria do jornalista e cartunista JAL, foi adiada. Entretanto, a Fundação Memorial da América Latina já nos solicitou a autorização para publicação de nossa caricatura na edição do livro/catálogo “DARCY É 100”.

  • Realidade virtual

    É verdade que a humanidade evoluiu em todas as áreas e, principalmente, na comunicação. Hoje nos comunicamos com os confins do nosso sistema solar, haja vista, que em 5 de novembro de 2018, a Voyager 2 deixou oficialmente nosso sistema ao atravessar a heliopausa, fronteira que marca o fim da heliosfera – sistema solar – e o início do Espaço Interestelar, até então, transmitia imagens à Nasa.

    Com a criação e o avanço da internet se viu a possibilidade do universo virtual ser uma realidade, o que motivou empresas de tecnologia a mudarem de nome, exemplo o Facebook, que agora se chama Meta – de metaverso. Mas o que diabos é o universo virtual? Os estudiosos frisam que é uma realidade alternativa, separada e coexistindo com a nossa. Ora, mais que coisa!

    Outro dia na CNN uma psicopedagoga infantil – não sei se era essa mesmo a nomenclatura – dizia da importância dos pais brincarem com seus filhos, para que as crianças possam ter um desenvolvimento físico e mental saudável, de pronto, concordei.  Matutei e conclui da não haveria necessidade de ter um PhD genialmente especialista para chegar a este notório resultado. Depois de alguns minutos minha velha e raquítica memória começou a processar e imprimir que aquele povo bonito, branco, de olhos verdes, bem vestido da TV nunca falou para mim, na verdade dizia, diz e dirá sempre a outro tipo de gente, se expressa, dá dicas do que se deve beber, comer, dormir, vestir para um outro Brasil do qual nunca faço parte e uma avassaladora maioria de brasileiros também não.

    Essa gente da TV, da grande mídia e políticos são de outro mundo. Isto é, de uma outra realidade, de um universo paralelo. Não sei qual é, de fato, a realidade virtual se a nossa ou a dela. Às vezes creio que por ter acesso ao mundo tecnológico logo seria ela do mundo paralelo, por exemplo: ninguém me tira da cachola que nessas motociatas, imagens de TV, vídeos, fotos, propaganda do horário eleitoral, promovidas por Bolsonaro, seja ele mesmo, principalmente, aquele imbecil imitando uma pessoa sofrendo, sem fôlego por causa da Covid-19, dizendo “E eu com isso? Não sou coveiro” e aquela figura com uma caixa de Hidroxicloroquina na mão correndo atrás de uma ema, sem falar daquela outra vomitando “Não lhe estupro, porque você não merece, é feia”, certamente, isto não foi feito ou dito por Bolsonaro. Um humano, um cristão temente a Deus jamais protagonizaria tais aberrações. Aposto uma cocada de rapadura Cariri que o Bolsonaro é um holograma do mal, um Fake.

    O grande Machado de Assis percebeu a existência do mundo paralelo e virtual no Brasil e cunhou de “Brasil oficial” e “Brasil real”: o “real” seria bom e revela os melhores instintos”, o “oficial” é caricato e burlesco. Concordo plenamente no “real” o povo é sofrido, não usufrui do que produz, é faminto e, claro, ao mesmo tempo é alegre, lutador, solidário, humano, tolerante (era). O “oficial” é cruel, desumano, destrói florestas, queima índios nas paradas de ônibus, rouba merenda escolar, foge para Paris com medo de votar, é preconceituoso, corrupto, homofóbico, misógino, racista… Pior disto tudo é que esse universo paralelo, essa realidade virtual faz o universo real doer a carne, a alma, faz o estômago roncar, roncar de fome.

    Ah, por falar em brincar com crianças. Não brinquei com as minhas e, se o fiz, foi pouco, pois o tempo não me era generoso. Porém, creio, que foi o suficiente para não os traumatizarem – penso eu. Hoje, brinco de vovô com os netos.

    Em verdade vos digo: Só sei que não sei em que mundo vivo se no real ou paralelo.

    Ventos do norte

    “Não é verdade que os ventos do norte, não movem moinhos. 

    RasleBOLSONARO II

    Nossa caricatura/charge na Exposição no Centro Permanente de Caricatura e Desenho de Imprensa de St. Just Le Martel/FR. Tendo como um dos organizadores o nosso embaixador, o cartunista potiguar, Joe Bonfim (Arte em Destaque).

    Brum I

    O cartunista carioca Brum, também está na Exposição no Centro Permanente de Caricatura e Desenho de Imprensa de St. Just Le Martel/FR, um dos mais renomados chargista brasileiro sofreu uma das violências mais tacanhas, desprezíveis, uma cafajestada que somente em estado antidemocrático encontra eco: Brum foi demitido do jornal Tribuna do Norte por causa de uma charge criticando o Presidente Bolsonaro.

    Brum II – charge de Brum

    O talento sempre irá falar mais alto e esta competência o cartunista tem em profusão. A resposta ao golpe desferido pelo jornal Tribuna do Norte, veio a galope, o Brum recebeu Menção Honrosa no 2° Salão de Humor Sobre Doação de Órgãos – 2022, na categoria charge, foram mais 200 inscritos.

    Frase

    “Com toda a certeza, o índio mudou. Está evoluindo. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós”. Bolsonaro

  • Os rejeitados

    Creio que você — ou todos nós — em pouca ou larga medida nalguma parte do caminho foi tentado a chegar mais rápido ao pódio, e para isto flertou com atalhos e com um deles foi além, enveredando por nebulosos caminhos, somente se dando conta do erro voluntário quando não mais lhe era permitido a volta.

    Vendo a nova versão da novela Pantanal — a primeira assisti no Acre quando trabalhava na TV e Jornal Rio Branco — e observando Xeréu Trindade com sua negociata com o Cramunhão, na qual deu sua alma em troca de se tornar um grande violeiro, mas em dados momentos desfazem o trato para logo no capítulo seguinte voltarem a ficar de boa.

    Fiquei imaginado que para tanto, isto é, para uma boa negociação com as coisas do além, também é preciso uma certa competência para que ambos saiam ganhando. Todo bom trato, contrato, pressupõe que os lados em questão tenham ganhos, pois, os dois detêm o que o outro quer. Assim sendo, não basta um querer e o outro não ver vantagem alguma no acordo e se postando dessa maneira, certamente, nem de palavra ou mesmo grafado com sangue haverá combinado.

    Sempre existirão os rejeitados, vetados, os barrados no baile, aqueles que não conseguem um tratado nem do “lado de lá” e menos ainda do “lado de cá”, são os incompetentes, aqueles que não descobriram sua verdadeira competência para se postarem ante a vida, passando a viver na periferia, a margem, nas cercanias da felicidade alheia, cheios de frustrações, medos, temores e rancores, talvez até por pura preguiça não vislumbraram sua vocação e buscam o atalho e dão com os burros n’água. Estes são os mornos, aqueles que Deus os vomitará, pobres almas não deram certos nem com Deus e nem com o diabo.

    Claro, que a ética deve ser praticada a exaustão até se tornar espontânea, porém num país onde se anuncia aos quatro ventos que todos devem levar vantagem em tudo, todos somos tentados às negociatas. Penso se propusessem um acordo de cavalheiros com o “Sete peles” oferecendo minha velha e surrada alma, em troca d’eu aprender a tocar violão, certamente, o “canhoto” riria cavernosamente nas minhas fuças mandando-me procurar outra freguesia e, ainda, talvez, fosse debochado “Ora, meu amigo, se Deus não lhe conseguiu esse milagre, imagine eu”.

    Me reavivou a memória um caso verdadeiramente verdadeiro acontecido com uma amiga nossa de longas datas, que há anos vinha tentando tirar a carteira de habilitação, nas provas escritas passava com louvor, mas nos testes práticos era um desastre completo, atropelava todos os cones, sem falar dos outros alunos que se escondiam, e não tinha jeito: era reprovada sempre. Não mais resistindo aos conselhos de amigos para “molhar” a mão do instrutor, decidiu levar para prova de volante três notinhas de R$ 100,00 as quais, quando a sóis com o professor, as pôs no bolso do colete dele. Às 23h, daquele mesmo dia, quase já roncando, recebe uma ligação telefônica, do outro lado uma voz perguntava como faria para devolver os R$ 300,00 pois, não queria ser cumplice de alguma catástrofe de trânsito.

    “Tamujuntu”, não no “atalho”, mas na incompetência. Ela lá no volante e eu cá nas cordas do violão.

    Frase:
    Fome: Bolsonaro: “não se veem” pessoas “pedindo pão na porta da padaria”.

    Água
    Estamos em plena campanha política, o horário eleitoral já foi estabelecido nas rádios, tvs e redes sociais e claro, não poderíamos ficar privados das figuras caricatas que tornam, por vezes, seus vídeos verdadeiros peças humorísticas.

    O candidato ao Governo do RN, Fábio Dantas falando de servidores públicos e candidato ao senador que destruiu a CLT, Rogério Marinho, querendo assumir paternidade da “criança” quando tenta induzir o povo potiguar a crer que foi ele quem fez a transposição das águas do São Francisco. Os dois são humoristas de talento duvidoso e fadados ao insucesso das urnas.

    Negacionista
    O Brasil estampado no mapa da fome na ONU, milhões de pedintes nos sinais de trânsitos das grandes cidades, pessoas se digladiando para pegar por ossos, outras “atacando” caminhão de lixo por restos de comidas e o negacionista continua afirmando que não há fome no Brasil.

    O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar aponta que são 33,1 milhões de pessoas com fome no país, o mesmo nível de 30 anos atrás.

    V Futebol e Arte 2022
    Como já se tornou marca registrada a exposição promovida pelo Bardallos durante as “Copa do Mundo de Futebol” desde 2006. Para Copa do Catar foram convidados para coletiva V Futebol e Arte 2022 11 artistas que irão explorar o tema “Futebol”, com abertura marcada para dia 17 de novembro pontapé inicial às 17h, já se pode dizer que vai ser uma goleada. O Vinícius Júnior estará nos representando.