Últimas histórias

  • Fazer o bem, faz bem

    O meu amigo Delegado (porteiro, filósofo, monge e sociólogo) outro dia me disse “se o homem fosse feito para correr era quadrúpede”, desde há muito tenho a tendência ao ócio físico, como o Romário, creio que esse negócio de andar, correr, fazer exercícios fitness não faz muito bem à saúde mental e física. Haja vista o que aconteceu com o soldado grego que correu até Atenas para anunciar a vitória de seus patrícios sobre os persas na batalha de Maratona, isto lá pelo ano 490 a.C. depois do intento de 42,195 km, caiu durinho estatelado no chão: morreu. 

    Mas, para satisfazer Maria, a família, e não querendo desobedecer a penca médicos, todas as tardes, ou quase todas — às vezes a preguiça se impõe com dores nas costas, na cabeça… — eu e Maria saímos para caminhar na praça da igreja de Nossa Senhora de Candelária, depois de não mais que meia-volta, nos sentamos em nosso divã para descansar e apreciar a cidade em movimento e seus transeuntes. Por vezes conversamos sobre a vida que não deixa de passar como um corisco, rimos de nós mesmos e dos colegas que ali vão para ganharem sobrevida, sim, a maioria já está mais pra lá do que pra cá. Não fazemos, ou pouco fazemos planos para o futuro, apenas ficamos jogando conversa fora, como se pecados não tivéssemos.

    Em um desses dias, logo após a missa, um casal de velhinhos saídos da igreja passou e sentou em um banco bem trás de nós, quase colado em nossas costas, a senhorinha disse em voz suave “hoje fiz uma doação — dízimo — generosa para igreja, espero que seja bem utilizada” e rematou na hora, “em pensamento falei que era meu e seu”. Minha curiosidade me traiu, virei-me para vê-los, os olhos dela brilhavam, estava numa felicidade lúdica, quase infantil.

    Ali, naquele ínfimo milésimo de segundo, me dei conta que fazer o bem, na verdade, faz muito mais bem a quem faz, talvez, a quem recebe por um momento supra sua necessidade, como quem recebe um pão para saciar a fome, mas pouco tempo depois o “bucho” ronca, ronca de fome, porém aquele que proporcionou o pão deita em seu travesseiro e dorme o sonho dos anjos e nunca esquece, conta para os amigos e, se não tiver feito uma selfie a inserir nas redes sociais perde a valia do “bem”.

    Finalizando o diálogo, pondo uma pá de cal na minha descarada curiosidade, que ainda os olhava, o senhorzinho disse baixinho “não precisa falar pra ninguém”. Esta última fala trouxe à tona o que minha mãe dizia “o bem não faz barulho”.

    Hoje vemos em abundância nas redes sociais pessoas fazendo o “bem”, a televisão usa muito desse artifício para ganhar audiência, abre vários quadros nestes programas de grande visibilidade, onde ajudam miseráveis de níveis múltiplos. A grande mídia não faz isto por bondade, simplesmente para oferecer o bem, evidentemente que querem pontos no Ibope e com isto arregimentar o maior número de patrocinadores, o objetivo é meramente comercial sem nenhum pingo de sentimento social, assim mesmo, sem medo, nem dó, nem drama.

    Porém, pessoas físicas, talvez, sejam ainda muito mais cruéis, pois boa parte de nós é motivada pelo pecado capital da vaidade e, dela ninguém escapa. Até Santo Antão sofreu. Fazer o bem sem olhar a quem, pois sim…

    Saudade

    Ouvi de Cortella que saudade é a falta de algo que é importante que não está presente, e por isso, faz falta. Se não sente saudade, não faz falta e se não faz falta, não é importante.

    Exposição

    Nos preparativos com o amigo Ramos, lá do Sebo Balalaika, que já determinou a data para sábado, 27 de agosto, nossa Exposição Virtual de Caricaturas, com 100 desenhos de artistas da música brasileira e internacional, dentro do Projeto Sábado de Ramos, idealizado para homenagear uma figura proeminente da arte e cultura potiguar. Neste 27 de agosto será a vez do poeta de Currais Novos José Bezerra Gomes.

    O evento começa às 10h e vai até às 20h, na rua Vigário Bartolomeu, 656, Cidade Alta. O projeto Sábado de Ramos tem uma vasta programação, com o Boi de São Gonçalo, Antônio Francisco, grupo de Chorinho, Coral da Fundação José Augusto e encerrando o dia com um show de Krystal.

    Cartunistas

    Agora, no mês de agosto, vamos inserir no site www.blogdobrito.com.br uma entrevista com cartunistas brasileiros, oportunizando aos apreciadores do cartum conhecerem mais um pouco sobre estes profissionais. O cartunista cearense Cival Einstein, premiado mundo afora, será o nosso primeiro.

    Pizza

    CPI da COVID, deu pizza mal temperada, azeda.

    Vendilhão

    O Bispo espertalhão Edir Macedo sugeriu que fiéis antes de morrer doem seus bens para Igreja Universal, segundo o estelionato da fé alheia, seria um grande feita a Deus. Ora, se Edir.

    Frase:

    “Recebaaaaa!” – Luva de Pedreiro

  • Só sei que nada sei!

    Cultivar a ignorância para nós medianos de intelecto raso como um pires nos parece ser como o ápice de uma longa jornada de um atleta de alta performance, que ao cruzar a linha de chegada, e no alto do pódio é invadido pelo gozo da vitória onde a endorfina lhe percorre o corpo inundando todos os vasos de felicidade, que lhe arrepia a pele e os pelos.

    Nós, os ignorantes, nos afogando em nossa mais pura e líquida estupidez nos regozijamos, esquecendo-se que um dia falou – os que ouviram falar – Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”. Disse-me outro dia um amigo, que o Sócrates era um chato de galocha “ora, conhece-te a ti mesmo, é um mau conselho, é um passo para tristeza, é uma viagem sem volta, é o caminho mais curto à depressão”, concluiu: “convivo comigo há mais de 60 anos, sou sem graça, um chato, ranzinza, egocêntrico, por vezes queria não ter me conhecido, a vida alheia é mais interessante e muito mais florida”, pôs um sorriso de meia légua nas fuças e, foi-se.

    De fato, dizem que a ignorância é uma bênção, e assim sendo, navego neste mar de calmaria plena abençoada por nossa senhora da estupidez. Às vezes não, sempre, falando o que não sei com a desenvoltura de um “coach da moda” – desses que ensinam a ficar rico em 5 módulos compactos e caso fracasse, já adverte: você não foi proativo o suficiente – sigo de nariz empinado para à vida.

    Caetano Veloso em sua majestosa “Nu Com Minha Música” diz “Coragem grande é poder dizer sim”: sim, errei; sim, não sei… É bem verdade, mesmo aqueles que estão além das cercanias da ignorância fértil uma vez ou outra caem na esparrela e são traídos pelo ego ou pela estúpida arrogância terminando por beber na fonte “Desta água não beberei”, “Isto jamais vai acontecer comigo”. Eu que nadava à braçadas, certamente, deixaria Tetsuo Okamoto envergonhado na última raia da piscina, findei por morrer na praia ou morder a língua.

    Abastado de arrogância e árido de vivência e sapiência peitava a todos que quisessem “mexer” no meu sagrado material de desenho, até Maria – quando não estava de TPM – pedia licença quando precisava. Aí vieram os netos e quebraram “minha crista”, Enzo e Aléssia – filhos de Polary/Sanara – foram os primeiros a, literalmente, brincar com meu material, depois perdi totalmente a compostura: Kaylanne pintava todos os meus rascunhos, Valentia – filha de Pollyanne Brito/Felipe – sentava no meu colo para desenhar, por algum lugar está guardada suas artes. Agora, Lívia(3) – filha de Jade Brito/Roberto – não contente somente com os meus rascunhos faz artes no piso, nas paredes, na minha pele e, algumas vezes, diz o que devo desenhar.

    Outro dia passeando no Instagram viu a foto do amigo professor Tales, e sem nenhum pudor me ordenou: “Vovô, desenha esse homem com a boca aberta”, obedeci. Há pouco, precisamente 2 meses, chegou João Miguel – de Jade/Roberto – e já fez algumas demarcações territoriais, claro que ainda possuo a titularidade patrimonial dos meus pinceis, lápis, papéis, pranchetas, computadores… Parece-me que não sei mais o que devo fazer, pintar, desenhar, escrever, dizer: não sei o que sei, só sei que nada sei.


    Preso

    Preso o ex-Ministro da Educação, o pastor evangélico Milton Ribeiro. Um retrato grotesco e perverso que este governo tem com a educação, transformou todo o país em uma “banca de negócios”.

    O próprio Presidente Capitão Bufão ofereceu, de viva voz, a Amazônia para o ex-Vice-Presidente americano Al Gore. Vergonha.

    Vento

    Há de fato, um vento suave e constante de liberdade soprando inundando a América do Sul. Haja vista às últimas eleições que elegeram presidentes progressistas.

    Hétero

    Sabendo do Dia do Orgulho Hétero, PL proposto pelo vereador e tenente-coronel, Marcos Paccola (Cidadania), da capital Cuiabá/MT, meu amigo Delegado (porteiro, filósofo, monge e sociólogo), não resistiu e sentenciou: “Vai ter gente dizendo que bêbado não vale”.

    Frase

    “Todo ataque homofóbico é sempre um choque entre dois gays, o que vive sua sexualidade e o que tem vergonha e medo da sua sexualidade”, Leandro Karnal

    Charge – Futuro

  • Extra: saiba quem venceu a guerra!

    Outro dia na fila do pão, dois homens de classe média balançavam as chaves dos seus carrões enquanto papeavam sobre a guerra da Rússia e Ucrânia:

    — Não é admissível um país invadir outro dessa maneira, somente por interesse próprio — falou altivamente cheio de razão um deles, de farta pança, minguados fios de cabelos grisalhos e boca larga cheia de dentes amarelados.

    — Sim. A Rússia é uma maldição. Está sempre querendo impor seu regime comunista ao mundo. Os Estados Unidos juntos com a União Europeia deviam varre-la do planeta, como fizeram com Hiroshima e Nagasaki, só assim o mundo ficaria em paz — sugeriu o outro sujeito esguio como um varapau, vestindo uma camiseta com estampa nas cores dos “Esteitis” e do Brasil, numa poluição de embaralhar a visão do Cego Aderaldo.

    — Devia mesmo! — fez a tréplica o “entendido” do borogodó da geopolítica internacional. 

    Sem pedir licença uma dessas pessoas que a língua não cabe na boca disparou:

    “Mas é preciso combinar com os russos”. Não me contive, não só eu, mas toda padaria tremeu em risos e gargalhadas.

    A guerra da Rússia e Ucrânia é a “cantiga” que embala nenenzinho para dormir em todos os quadrantes do mundo. Com tanta visibilidade imposta pelos Estados Unidos e, claro, por se tratar de ser em território europeu, a mídia ocidental faz um estardalhaço dos diabos, além do que já é cruel a própria guerra em qualquer parte do planeta. Entretanto, para comover e ganhar a opinião pública traz às telinhas de bilhões de pessoas, pondo no “funcin” e no cocuruto que o “homem mau” é o Putin e o “homem bom” é o comediante Zelensky, presidente da Ucrânia, o qual podemos até imaginar que está apenas servindo de bucha de canhão para OTAN.

    Há guerras na Etiópia, Afeganistão, Iêmen, Mianmar, Haiti, Síria, Militantes islâmicos na África… Segundo a Folha de São Paulo, são 28 conflitos armados mundo afora neste 2022 — e seguramente, fazem parte ativamente, em lados opostos Estados Unidos e Rússia — com pouca ou quase nenhuma luz sobre eles. Quando os americanos invadiram o Iraque à procura de armas nucleares — leia-se petróleo — e prenderam Saddam Hussein dentro de um buraco, ninguém quis saber quantos mortos, estupros, assassinatos foram cometidos pelos soldados americanos. Na verdade, Bush foi ungido a herói, Saddam e sua “garrucha” por sua vez seriam os vilões da hora. Sem entrar no campo minado do “certo e errado”, herói e vilão é determinado de que lado da mídia que você dá ouvidos.

    Naquele momento em que os americanos impuseram sanções econômicas à Venezuela, foram aplaudidos por seus aliados – ninguém queria um país “comunista” na América do Sul —, agora, por causa do conflito Rússia e Ucrânia, o Biden mudou de ideia, isto é, fez as pazes com o presidente Maduro e nem por isso foi defenestrado.

    Na guerra de informações o ocidente “arrasa”. Claro, nós só sabemos um lado.

    Como diz meu amigo Delegado (porteiro, filósofo, monge e sociólogo): “vende mais peixe, aquele que grita mais alto”.

    Sujeira

    O candidato do PL — Partido Liberal — ao senado federal, o ex-ministro do Governo do Capitão Bufão, o Rogério Marinho andou abocanhando uma boa parcela do chamado “Orçamento Secreto” para comprar caminhões de lixo e distribuir aos aliados em terras potiguares, tentativa de “passar o rodo” na vaga de senador.

    O bueiro estourou. A sujeira subiu à superfície, agora além de ostentar alcunha de “O homem do saco preto”, agregou “O homem do carro do lixo”.

    Terceira Via

    A candidatura idealizada pela elite do “sul maravilha” apelidada de terceira via é uma colcha de retalhos ou também poderia ser denominada de Frankenstein por causas das tentativas de arrumar-lhe uma “cabeça”: Luciano Huck, Sérgio Moro, Datena, João Dória, Ciro Gomes todas houveram rejeição, agora a senadora Simone Tebet (MDB/MS), será transplantada.

    Entretanto, já há sinais de necrose e certamente, não será uma “operação” bem sucedida.

    Exposição

    Acertando os ponteiros com o amigo Ramos, lá do Sebo Balalaika, para muito em breve realizamos nossa exposição virtual de caricaturas com 100 desenhos de artistas da música brasileira e internacional.

    Frase

    “Que ele tenha o direito de defesa e a presunção de inocência que eu não tive com ele”, Lula sobre Moro réu.

    Caricatura

    Caricatura da cantora potiguar, de São Gonçalo do Amarante, Ademilde Fonseca Delfino, denominada a Rainha do Choro, que será companhia de outras 99 as quais comporão nosso livro sobre músicos norte-rio-grandense.

  • A Bisneta Bruninha

    Todos dias eu e Maria calçamos nossos surrados e pisados tênis nos preparando para sairmos no rumo da venta a caminho da praça da Igreja Nossa Senhora da Candelária, quando lá chegando nos dedicamos a olhar aquela ruma de ferros retorcidos harmonicamente nos convidando a sofrer pelo resto do dia e noite a dentro. Só de ver aquele magote de velhotes iguais a mim, me dá uma canseira dos diabos e, assim sendo, nos dirigimos para o banquinho, que já tem a nossa cara, e por lá ficamos até às 17h35, então já recuperados e acabrunhados de ver toda essa gente se martirizando nesse monte de aparelhos, que para alguns desavisados causam até uma boa impressão, mas na verdade são equipamentos requintados para torturas e, pior, são indicados por médicos e fisioterapeutas de boa índole.

    Bom! Hora e meia no banco da praça, já se faz, logo seguimos para buscar nossa neta Lívia na escolinha, a qual é a responsável direta por este nosso calvário.

    Outro dia, antes do pai levá-la à escola fez uma recomendação: “Vovó Cô vá me buscar mais o vovô Bito e leve Buninha, no carrinho dela”. Ora! quem haveria de não atender uma ordem desta natureza? Só se fosse um avô oco, um desalmado. Na hora de sairmos Maria percebeu a falta de pagamento de um boleto que chegou atrasado – estes malvados que consomem quase toda nossa renda doméstica, nos assombrando religiosamente todo final e início de mês, podem até atrasarem, mas faltar? Nunca – sugeriu irmos pela casa lotérica e lá fomos nós: ela com a boneca e eu levando o carrinho de Bruninha. Todas pessoas que passavam olhava de um jeito diferente: Umas riam, outras balançavam a cabeça – talvez, imaginando de qual hospício saíram estes dois velhinhos doidos.

    Maria entrou na lotérica, não antes de pôr a boneca no carrinho, me encarregar de “falenelinha”, alguns minutos depois uma senhora saindo do prédio passou por mim, não se conteve “que fofinha” deu uma risada e danou-se apressada dobrando a esquina.

    Boleto pago, seguimos à praça ao nosso observatório. O carrinho de Bruninha é um rosa-pink com detalhes verdes delata pupila, mesmo se você tiver miopia em alto grau, ainda assim, certamente, iria enxergar pelo menos a uns mil metros de distância. Os carros passavam sorridentes, transeuntes nos miravam intrigados com a cena de dois sexagenários sentados num banco de praça com uma boneca e seu carrinho, além do mais, uma vez ou outra Maria trocava algumas palavras com a boneca. O certo, é que pontualmente pegamos Lívia na escola e ela satisfeita com sua Bruninha, a caminho de casa dava alguns conselhos à boneca: “Olhe aqui filhinha, não pode pular no sofá, a vovó Cô biga, entendeu Buninha?”.  

    Sem netos seríamos apenas velhos troncos de árvores ressequidos pelo tempo implacável incapazes florescer na primavera. Creio que os netos são o que melhor pude ter nessa passageira vida. Ah! João Miguel chegou e já tomou conta da casa.

    Perguntar não ofende

    Perguntar não ofende. Aliás, pode até ofender alguns biltres de visão vesga que acreditam na justiça na justa medida que lhe convém.

    Mas, pergunto: e se fosse Lula ou Dilma que tivesse afrontado o Supremo Tribunal Federal concedendo indulto a um aliado, o que aconteceria?

    Mestra

    Larissa Brito, deixou a “Cidade do Sal” para fazer seu mestrado nos bancos da UFRN, aqui na “Cidade do Sol”. Seja bem-vinda filha minha, que sua jornada seja leve.

    João Chegou

    João Miguel, meu mais novo neto chegou, nesse dia 24 de abril, para reclamar seu lugar no clã. Foi chegando, se abancando e junto com os outros tomaram o poder, como água encheram cada canto da casa. Segundo uma vizinha até o telhado daqui anda sorrindo.

    Caricatura

    A caricatura de Aldir Blanc para participar do 4° SOH – Salão Online de Humor de Pindamonhangaba/SP.

  • Como não acreditar na vida?

    Não sou destas pessoas que costumam lamentar, maldizer o leite derramado ou fazer drama por causa de uma topada, procuro ter ciência da exata extensão dos danos para poder seguir sem medo de ser feliz. Também não sou otimista ao ponto de acreditar que a humanidade deu completamente certo e vivemos nos melhores dos mundos, mas também não propago que o homem é um ser desprezível que deu errado. Se assim pensasse estaria atentando contra a base católica-cristã ocidental a qual impressa que somos a semelhança e imagem de Deus, certamente, o pessimista se contrapõe a este consolidado e secular dogma. Mas, há momentos em que por mais consciente das possibilidades e racional que seja o peso dos fatos lhe põe de joelhos.

    Outro dia vi nas redes sociais que um jovem teria matado a mãe, o pai e um irmão porque eles cobravam melhores notas nos estudos, de certo, fiquei, além de chocado com o fato, triste. Sabemos que o homem é capaz de tudo, de atos atrozes, de extrema falta de amor. Entretanto, somos 7,5 bilhões de pessoas, é inevitável que entre esse monte não haver degenerados, almas podres, anjos caídos, falsos profetas. Porém, as catástrofes naturais ou não são um prato cheio para o pessimista, aquele que reza para dar tudo errado e assim justificar sua rancorosa tese, estufar o peito propalando a venenosa e desesperançada frase: “Eu não disse?!” e se ainda assim der certo, facilmente, dirá “ainda não terminou”. Segundo diz o historiador Leandro Karnal sobre o pessimista.

    O pessimista é uma pessoa desprovida de generosidade, desnudo de esperança e amor próprio. O sujeito de noite não olha o luar, pena na escuridão; do dia, não bebe a luz, somente à sombra se permite, diria que é mal-amado.

    Sem medo de errar e sem constrangimentos digo estar escalado como titular no time que grita alto e em bom som “o ano passado morri, mas esse ano eu não morro”.

    É verdade que “tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro”, entretanto, posso me considerar um sujeito de sorte, pois quando há pessoas lutando seriamente e arduamente por um mundo melhor, não somente nas academias, redes sociais e churrascos de finais de semanas, mas onde faz a diferença e a diferença se faz nos detalhes. Existem pessoas todos os dias combatendo em todos os quadrantes da vida humana: nas artes, cultura, na economia, na física, na genética, na agricultura, todos buscando maneiras de superar e preservar a humanidade. Há gente de punho em riste até no lixo, isso mesmo: outro dia li um trabalho primoroso do amigo escritor, doutor em geografia e professor da UERN, Raimundo Inácio, sobre os lixões, onde o homem e o meio ambiente é agredido, degrado.

    Ser um realista bastante esperançoso me é conveniente, tento não me afogar na arrogância e presunção, com a devida e sem falsa humildade. Agora, me pergunto: como não perceber nesta jornada que sem luta não há honra na vitória? Como não saborear o milagre de ouvir os passarinhos badalando o amanhecer de um novo dia? Como não acreditar na vida quando se anuncia a chegada de mais um neto? Que venha João Miguel, junte-se aos outros cinco, o mundo e nós precisamos do seu sorriso.

    Caricatura na Tv Cultura

    Nestes próximos dias, ainda sem data definida para estreia, a Tv Cultura – São Paulo – está produzindo uma série de programetes de 3 minutos, com direção de Miguel Almeida, em comemoração aos 100 anos da Semana de Arte Moderna para exibir em sua programação nacional.

    Alguns episódios trazem caricaturas dos personagens do “grupo dos 5” e mais uma de Pixinguinha que desenhamos para www.blogdobrito.com.br.  Obrigado à produtora Anna Rita Aranha Ferraciolli, pela gentileza.

    Chororô

    O “top trends” nas rodas de fofocas, no início e final de bebedeiras nos bares da orla das belas praias da zona sul da capital potiguar, foi o entalo e a força feita pelo Ministro Rogério Marinho, para engolir o choro quando elogiava seu chefe o Capitão Bufão, em um evento na capital paulista.

    Os presentes falaram de pigarro, tosse e voz embargada. Marinho sabe do dito “Quem não chora não mama”. 

    Frase

    “Não é fácil compreender o que seja a humildade” Papa Francisco

    Caricatura

    Caricatura do amigo escritor Levi Jucá, que escreveu o livro “Mendez: Mestre da Caricatura”, no qual conta a vida do grande cartunista cearense Mendez.

  • Saudade bate, mas não mata!

    “É mais fácil cultuar os mortos que os vivos 
    Mais fácil viver de sombras que de sóis 
    É mais fácil mimeografar o passado 
    Que imprimir o futuro…”

    Zeca Baleiro

    Vendo pela vigésima quinta vez o filme o Gladiador, não tem como não fazer “pausa” para uma reflexão quando se ouve Marco Aurélio dizer para seu filho Commodus “Suas falhas como filho são minhas faltas como pai”, claro, é o sentimento de um pai amoroso, talvez, mais que isto, na verdade um pai extremamente protetor, pesaroso e culpado por ver o canalha, invejoso e inepto em que se tornara seu filho. Essas culpas não fazem parte do meu volumoso fardo de pecados, que ainda não “esborrotou” sobre meus sexagenários ombros. Por meus filhos fiz – e faço – o que pude e o que deu.

    Pode parecer arrogância – e é, afinal somos todos arrogantes em maior ou menor escala – dizer que tenho poucos arrependimentos, mas é que aprendi desde a madrugada que ninguém sai desta vida incólume, sem tatuagens nas costas causadas pelas cortes das chibatadas do “feitor”. Todos pagam seu quinhão, ninguém põe sua “conta” no prego ou faz portabilidade para minimizar os juros, pois, o credor é o mesmo e, menos ainda pode transferir a titularidade da dívida a outrem. Os pecados são todos meus, não há como negar, saltam aos olhos e deles sou prisioneiro solitário. Todo santo dia travo lutas titânicas com os meus demônios de plantão, que amavelmente me seduz ou tentam: inveja, cobiça, vaidade, arrogância, ingratidão, vingança, rancor… …Algumas venci, entretanto, amanhã, como Fênix ressurgem das cinzas, às vezes mais fortes ou outras fracas. Apesar de não me dar por vencido, tenho ciência que tempo é um credor eficaz, com ele, deveu, pagou, de uma maneira ou de outra a luta termina, talvez sem vencedores.

    Não quero ficar um velho – se tiver o privilégio de alongar minha velhice – lendo salmos sem entender; ajoelhar sem rezar; ver o espelho e não enxergar a Deus; olhar meus filhos e netos e não ver um milagre. Claro, também é certo que muitos vão às igrejas, templos, terreiros põem-se a rezar, orar, cantar e dançar na vã tentativa de serem assim, “perdoados”, depois pagam o dízimo, saem sorridentes, abraçando todos os “irmãos”, beijam pai, mãe, filhos, amigos, enfim, creem que estão de alma nova e “limpinha” como se fora um pano de chita que acabara de sair da máquina de lavar tendo sido chacoalhado e centrifugado em água com uma boa dose de sabão OMO – Branco Total – seguem despreocupadamente empilhando e cometendo todos as atrocidades com seu próximo, certo, que no domingo seguinte sua performance e seu bolso pagam uma nova “lavagem”, que se iludam.

    Tenho o maior respeito por aqueles que praticam qualquer religião, aqueles, que de fato, não só participam das liturgias de seus credos, mas fazem delas práticas cotidianas, porém dos hipócritas, não sinto nada. Deles não serei algoz e, menos ainda, atiraria a primeira pedra, cada um sabe de si e, invariavelmente, somos apenas o que somos. Só um pecado me atormenta e me pesa, se é que estar – e sei que estar – aos ombros a arrogância do desprezo mortal pelo “ceifador”, mesmo sabendo quem é o vencedor. Talvez, por completa ignorância, ainda assim, creio ser, da vida, a morte o fato definitivo mais justo a gregos e troianos.

    Outro dia vi um vídeo onde alguém dizia “Saudade bate, mas não mata. Saudade eu tenho dos que já morreu, porque os que tá vivo sabe onde me achar”, é de uma arrogância fenomenal. Como diz Zeca Baleiro é mais fácil cultuar os mortos que os vivos.

    Não tenho saudades dos meus mortos, pois é deles minha companhia diária. Aos nove anos perdi minha mãe, adulto perdi minha ex-esposa Isi, depois meu irmão Carlinhos e ano passado meu pai subiu aos céus. Tenho dito que a música me salva, na verdade ela me aproxima dos meus mortos ouvido as suas preferidas: De Isi ouço “Andança”; de Carlinhos “Still Loving You”; do meu velho pai ouço Boiadeiro e, assim os mantenho vivos em mim. É certo que, a muitos rendo minhas homenagens em vida e peço aos me querem bem, em razão da minha “partida”, não precisam encher rios de lágrimas pendurados na alça do meu caixão, e quando lembrarem de mim, apenas cantem aquela música.

    Brito e Silva – Cartunista

    Comunista

    Aqui abaixo do equador, tudo é possível e inédito: Já vi negro nazista, cristão adorando torturador, mulher machista, patriota prestando continência à bandeira e ao hino americano…Portanto, não poderia causar nenhum espanto o Capitão Bufão presta reverência ao Memorial do Soldado Comunista Desconhecido, ficar em isolamento e fazer 5 testes de Covid-19, por exigência do Putin.

    Já dizia o Charles de Gaulle, “o Brasil não é um país sério” e produz essas aberrações. Isso aqui ioiô não é para amadores.

    Caricatura

    Caricatura do cearense Mário de Oliveira Mendez, feita para o I Festival Internacional de Caricatura e do Cartunista do Maciço de Baturité/CE. Agora está no livro MENDEZ – O MESTRE DA CARICATURA, do escritor Levi Jucá.

    Para adquirir o livro “Mendez: Mestre da Caricatura”, basta acessar o site do Ecomuseu (www.ecomuseu.com.br/mendez).

    Livro

    Venho pesquisando músicos potiguares com os quais pretendo fazer um livro de caricaturas com um pequeno perfil de cada um. Tenho me deliciando com alguns “achados” extremamente gratificante. Confesso a minha ignorância era, e é, monumental, talvez, como eu haja uma infinidade de potiguares que não conhecem nossos talentosos e magníficos músicos para os quais quero trazer essa luz.

  • A bunda nos “salva”

    Outro dia, navegando nas águas turvas das redes sociais, dei de proa com um gigantesco iceberg, era uma bunda, não qualquer bunda, mas a valiosa bunda de Jennefer Lopes. Por falar neste “patrimônio cultural” do Brasil não há dúvidas e, se existe alguma, certamente, paira sobre um pequeno grupo de gente invejosa, especialmente de mulheres e, em sua maioria de uma elite conservadora abastecida de uma falseada moralidade, entretanto a bunda continua sendo a preferência nacional e assunto recorrente na cultural popular do país. Claro, há os que concordam sem “arrudeios” e ânsias de moralismo ou crises de consciência.

    A bunda foi e é cantada em verso e prosa por vários artistas em todos os rincões deste país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza: escritores, músicos, poetas, pintores expressam em suas obras delirantes e líricos afagos à beleza deste monumento final da dorsal.

    Nosso poetinha Vinicius de Moraes genialmente tatuou no imaginário coletivo uma cena de uma magistral e inocente bunda suavemente desfilando à praia: “Olha, coisa mais linda, mais cheia de graça, num doce balanço a caminho do mar”. O sociólogo Gilberto Freyre fez observações sobre a bunda na formação cultural do povo brasileiro, disse: afinal, é nas raízes do Brasil que surgem também a preferência dos homens pela bunda e as condições antropológicas e genéticas para a invenção da bunda brasileira.

    O jornalista Xico Sá, em “carta aberta” a Freyre, escrita em 2009, se ressentia do modismo europeizante: “Sim, ainda vemos grandes bundas, ótimos latifúndios dorsais, mas na maioria dos casos contra a vontade das suas angustiadas proprietárias. Elas perseguem um outro corpo, um outro ideal de belezura, sonham com Giseles e outros fetiches ao melhor estilo varapau, bunda seca, bundinhas que não rendem um pastel de feira “.

    Sem querer gerar discórdia com o jornalista cearense, grande entendedor de bundas, ouso dizer que não é bem assim, “a bunda é nossa”. O Brasil é líder mundial no número de colocação de prótese no glúteo (gluteoplastia), isto é, este “patrimônio nacional”, agora pode ser esculpido em silicone por artistas cirurgiões, assim recolocando as caídas nádegas em seu lugar de destaque e levantando nossa moral como o “país da bunda”, já que perdemos o status de “país do futebol”. A bunda nos “salva”.

    Mas, voltando à valorosa bunda da cantora, compositora, produtora musical, dançarina, atriz, estilista, produtora de televisão, coreógrafa e empresária norte-americana, de origem porto-riquenha, Jennifer Lynn Lopez, a beldade tem uma apólice no valor de US$ 300 milhões para o seu glorioso “patrimônio”. Como diria meu amigo Delegado (porteiro, filósofo, monge e sociólogo): Eita! Que “parreco” caro danado!

    Vacinas

    Neste primeiro mês de 2022, a Praia de Ponta, um dos cartões postais da capital potiguar, imprimiu uma das cenas mais bizarras: várias cruzes foram fincadas na à beira-mar. Algum desavisado poderia imaginar que fosse um protesto contra à fome de crianças que assola o país, ou das vítimas do trabalho infantil, mas era apenas uma ruma de gente tosca e hipócrita se posicionando contra vacinação da Covid-19 em crianças ou contra sua obrigatoriedade, como vociferou o deputado  federal (PSL/RN), bolsominion de carteirinha, General Girão.

    Digo sem medo de errar, que esses infelizes vacinam seus filhos e netos, mas por uma posição política/ideológica se dão ao trabalho de mal informar e induzir o povão contra vacinas. Facínoras, pobres almas podres.

    Artista

    O Amigo e artista Álamo Kário fez um desabafo onde gravou não tem como comparar artistas, subjetivando de melhor ou pior um ou outro. Concordo.

    Todo artista em qualquer área de sua atividade é único em seu estilo, forma, conteúdo e assinatura. Por isso, é que é arte e artista. Logo não ninguém é igual ou melhor que outro.

    Caricatura

    Caricatura do cantor, compositor, músico, poeta e fazedor de cultura na cidade Grossos/RN, Genildo Costa, que irá ilustrar nosso livro, na companhia de outros 99 músicos potiguares. 

  • Palavras

    Ontem, talvez anteontem, vi uma frase postada em 2020 pela pastora e ex-deputada federal Flordelis (PSD/RJ), presa por ser mandante do assassinato do seu marido, o pastor Anderson do Carmo, com quem tinha 55 filhos adotados, afirmando: “Meu Nem, meu amor, você segue vivo dentro de mim”, se dirigindo ao morto pastor.

    Sempre fui cuidadoso com as palavras e assim continuo na espinhosa jornada de proceder, o que não é fácil, às vezes somos obrigados a concessões por educação, cortesia e circunstâncias eventuais. Ouvia sempre de dona Geralda minha mãe, repetidas vezes: “a palavra tem força”, provavelmente falava da Palavra de Deus, mas, me despi deste viés religioso, se é que um dia vesti. Crescendo pude comprovar com minha primeira desventura amorosa, lá no limiar dos meus 13 anos “Doeu, aí doeu, aí doeu, aí, aí, aí…” como diz a canção do Wando, doeu mais que os “bolos” da palmatória de dona Mariinha, minha professora primária em suas temidas sessões de ditados.

    A cada dia ficavam mais cristalizadas aquelas palavras de minha velha e querida mãe. A palavra, se bem dita pode fazer minar qualquer olho seco, amolecer qualquer coração de pedra, não há quem resista ao “eu te amo” ou um neto chamando vovô. Mas, como tudo nesta dimensão terráquea tem seu lado sombrio, ela, a palavra, também pode cortar com a precisão da Excalibur, peixeira de Lampião ou a foice de meu tio Nôga — que “cepou” a orelha de um valentão —, sem despentear os cabelos do sortudo sujeito.

    Nestes 42 anos militando em comunicação, vi manchete de jornal fazer marmanjo chorar feito bezerro desmamando ou sair rindo à toa, como se não houvesse amanhã. Um simples, parabéns na coluna social de Gomes Filho ou Ivonete di Paula (jornais Gazeta do Oeste/O Mossoroense) – ambos já partiram para perto de Nosso Senhor – o felicitado tinha seu dia mais colorido, agora se tivesse seu nome citado nas páginas policiais, certamente, a “coisa” mudava de figura.

    A Palavra, Drummond queria aquela que nunca estaria no dicionário, não seria inventada e não seria pronunciada, todos mudos apenas a saboreá-la. Diferente do nosso poeta maior, nestes tempos de século XXI vorazmente estamos vulgarizando A Palavra tanto do poeta, quanto aquela que tentou nortear a civilização ocidental.

    As palavras parecem ocas, quer dizer, não dizem mais nada o que diziam ou o que quer dizer: Se diz “Vou fazer…” e não faz, “Eu sou” e não é, o “Eu te amo” se fala para gato e cachorro tal qual Malafaia, Edir Macedo e outros falsos Messias pronunciam em vão, nome de Deus. A palavra precisa de gesto, ação, se assim não for, não passa de um amontado de letras descoloridas e “bufentas” jogadas ao vento.

    Portanto, creio que as palavras, sejam elas quais forem, devem ou deveriam ser precedidas de uma ação, para que, de fato, tenham seu valor real explicitado. Mas, também é verdade que há palavras que não precisam ser ditas, basta uma lágrima no canto do olho.  

    Ah, Feliz Natal e que 2022 nossas esperanças floresçam nos levando a novos caminhos.

    Espaço Cultural

    Parabéns ao Edson Barbosa, lá da cidade Baraúna, que está criando um Espaço Cultural na cidade, onde pretende fazer uma exposição de artes permanente e está solicitando algumas obras. Já mandei minha colaboração.

    Chile

    Segundo especialistas em política internacional as eleições chilenas foram as mais politizadas dos últimos tempos, onde houve o confronto direto entre a esquerda e a direta. Gabriel Boric com a bandeira progressista, representando a esquerda e suas matizes ancoradas na figura do Salvador Allende, José Antonio Kast, de direita, claramente, defensor do ditador pedófilo Augusto Pinochet.

    Venceu a melhor proposta para os chilenos. Aqui, esperamos a mesma sorte em 2022.

    Frase

    “Acabei de falar com Gabriel Boric e o parabenizei por sua grande vitória. A partir de hoje ele é o presidente eleito do Chile e merece todo o nosso respeito e colaboração construtiva. O Chile sempre vem em primeiro lugar”, Kast, Candidato derrotado à Presidência do Chile.

    Caricatura

    Caricatura de Chico Leandro (in memoriam) para o Espaço Cultural, do amigo Edson Barbosa. Francisco Leandro foi (é) uma das personalidades mais importantes da fauna baraunense e um dos responsáveis na construção de uma identidade da cidade Baraúna.

  • Bullying

    Outro dia ficamos sem energia das 14h às 18h, claro, evidentemente sem internet, meu contato com o mundo foi, literalmente, a moldura de minha janela, de onde vejo e escuto os ruídos da cidade e seus transeuntes. Já à tardinha, me encantando com o sol que vestia o pijama para dormir, quando um barulho de moto me chamou atenção, com duas pessoas, o garupa gritou para um homem que estava na calçada da pizzaria: “Diga aí baxin cu de calango”.

    O piloto acelerou e o “tamborete de forró” saiu para o meio da rua gesticulando e berrando impropérios com a mãe do “anunciante”: “seu fii de uma égua que ronca” foi o mais publicável. Todos riam de orelha a orelha, até o momento em que o que baixinho olhou em direção eles, o silêncio foi sepulcral.

    Algumas pessoas entraram na loja outras foram saindo à francesa, de resto, ficou apenas um homem, no qual ele se aproximou e ainda gesticulando, mas agora falando baixo, em um tom inaudível para mim, certamente, ainda reclamava com os rapazes da moto.

    Se este senhor conhecer os motoqueiros, não tenho dúvidas, com ajuda de um advogado irá acioná-los na justiça com processo por Bullying. O que de fato, o bullying é uma coisa seríssima já registrando várias vítimas fatais, principalmente, em grupos de adolescentes, o que antes, parecia uma brincadeira inofensiva, estudos feitos mundo afora comprovam que muitas pessoas, de todas as idades não reagem muito bem a apelidos e “brincadeiras” de natureza. O Bullying nas escolas é uma das causas de muitas desistências, entre adolescentes o efeito de constrangimento tem levado a malquerenças entre amigos, também vem forçando o número de suicídios entre jovens. Portanto, o Bullying não é brincadeira.

    Entretanto, há pessoas que não dão muita bola para apelidos, não são
    “cavaquistas” como se diz lá na beira do açude, em Baixa do Chico. O que poderia ter conotação pejorativa elas os transformam em marketing a seu favor: Cara Suja, Bar do Gordo, Borracharia de Zé Doido, Zé Peixeiro, o Homem do Carneiro, o mais emblemático deles foi (é), talvez, o “Tamborete de forró” cunhado ao Governador Geraldo Melo, que não é menino besta de cair da rede e ficar brincando com as varandas, prontamente colou a alcunha na sua vitoriosa campanha política. Também tive meus apelidos: Peninha, Britovisky, Baxin, Jubileu – esse eu tinha raiva, não do apelido em si, mas da burrice de quem me designou assim – mas, de resto sempre fui bem resolvido. A minha amiga psicóloga Guadalupe, disse certa vez que tenho um equilíbrio emocional bastante vigoroso – o que, de fato, me ajudou e ajuda muito no dia, equilíbrio, o que agora chamam de inteligência emocional.

    Com 1.61cm de altura, pobre, analfabeto e feio, se tivesse tempo para me traumatizar com estes predicados estaria lascado do primeiro ao quinto. Com o naco de memória que não foi corroído pelos “burrinhos” do Djalma Bar e as “loiras suadas” do Kinkão me fez lembrar quando comprei uma moto MZ250. Todas às vezes que Canindé Queiroz me via chegar no jornal Gazeta do Oeste gritava: “Inácio pé de Quenga, traga o banquinho pra Brito descer da moto”. Mas, como não sou besta nem nada, rebaixei a minha bela MZ250: descia e subia sem maiores problemas na “bela dona”. Nera não, Maria?

    Prefeito Cloroquina

    A bela capital potiguar anda abandonada pela direção administração municipal, o lixo é permanente por todos os quadrantes. A praça ao lado da igreja Nossa Senhora da Candelária, está completamente destruída e mal cuidada, o passeio público cheio de buracos. Ainda assim, o prefeito Álvaro Dias Cloroquina sonha ser Governador. Pois, sim. Deixe estar!

    Véi da Havan

    O Luciano Hang, deu um canto de carroceria no Capitão Bufão. O “Véi da Havan” se declarou para o “Marreco de Maringá” causando ciumeira danada no Bozo.

    Frase

    “Não aprendeu nada” Bolsonaro sobre Moro.

    Caricatura

    Caricatura do Presidente Lula para o “Salão Internacional de Cartoons de Imprensa e Artes Visuais Satíricas” da Romênia.

  • Freud que explique

    Não há dúvidas quando falamos de alguém bem ou mal, por mais que minúsculo seja um comentário, uma simples opinião ou mesmo uma robusta tese feita sob os melhores e mais rigorosos métodos tecnológicos disponíveis, ainda assim não seremos justo o suficiente para, de fato, sem ter medo de errar e mostrar uma descrição capaz de vestir a figura da qual falamos, e se o fizer, na verdade, esta será apenas uma embalagem e talvez, uma fina e frágil camada que a qualquer momento pode se romper e vir à tona, emergir o real sudário, a verdadeira essência nua e crua.

    Na noite do dia 4 de setembro, lá por voltas das 20h, recebi uma ligação no WhatsApp: “aqui é fulano, posso fazer uma ligação de vídeo, quero ver você, Socorro e mostrar para vocês meus netos e minha bela Sônia — nome fictício —” de pronto, respondi afirmativamente.

    O reconheci pela voz, apesar de anos sem nos vermos. Ele é um amigo de mais de trinta anos que tinha trocado Mossoró/RN pelo Rio de Janeiro, agora, aposentado veio residir em Natal, me encontrou através do meu site e redes sociais:

    — Boa noite, amigo. Quanto tempo?

    — Isso mesmo, amigo faz um bom tempo.

    — Como vai você? Parece que o tempo não passa para você.

    — Amigo, sua generosidade continua a mesma, mas o tempo é cruel com todos nós.

    Falamos de nossas jornadas profissionais, dos tempos de Luzia do Ponto Frio, do Bar de Djalma, quando ali perto do Colégio Estadual – hoje Jerônimo Rosado – onde por milhares de vezes com algumas “meiotas de Pitú”, devidamente acompanhadas de coração assado, víamos o sol nascer. Ah! Também trocamos “figurinhas” sobre doenças como faz qualquer sexagenário que encontra outro, falamos dos níveis de açúcar no sangue, pressão alta e por coincidência ele também foi acometido de um AVC. Enfim, passamos reciprocamente todos os nomes de remédios que hoje tomamos no lugar dos longínquos “burrinhos”.

    Maria e Sônia já impacientes, entraram na conversa falaram, falaram, também não muito distantes de nossos assuntos. Fotos de netos pra cá, fotos de netos pra lá, foram mais de léguas de papo e boas lembranças e muitas risadas. Já marcamos uma sentada, agora, com um copo de vinho para cada, sob a supervisão da “tropa de choque”: os netos.

    Em nosso bom papo, além de se dizer fã dos meus trabalhos e de como meus desenhos são pertinentes, mostrou-me várias caricaturas como Wallpaper do seu celular, dos meus textos, falou que morria de rir e ficava sempre esperando o próximo, entretanto, lá para tantas, veio o “mas” — quando se diz “mas”… Sei não… — “em seus artigos você fala sempre na primeira pessoa, você fala sempre de você”:

    — Ora, quem me conhece melhor que eu mesmo? Indaguei.

    Riamos e morreu por aí o assunto, pulamos para nosso Botafogo. Tenho gosto por uma frase que muitos põem na conta de Sócrates “conhece-te a ti mesmo”. Por certo, quando esta foi posta seria e, é muito mais elástica do que parece ou quer dizer nossa vã filosofia. Entretanto, ainda na superfície, para escrever com verdade escrevo sobre minhas experiências e vivências, assim não corro o risco de me desviar da verdade. Ainda assim, alguns podem não me reconhecer, afinal, não sou apenas um, mas um universo e, certamente, sou um cada escrito, a cada rabisco, a cada desenho, a cada pensamento agregado, isto é, sou mutante. Vivas aos “eus” em todos nós. Freud que explique!

    Milho aos pombos

    As pessoas andam inertes, anestesiadas, olhando para o mesmo lado feitas estátuas de sal – como diz a música – parecem zumbis aceitando todas atrocidades destes tempos escuros. Gasolina a R$ 7,00; gás de cozinha R$ 120,00; gente comendo lixo, brigando para pegar um osso, pé de galinha e carcaças de frango à venda nas mercearias…E nós na praça dando milho aos pombos.

    Micro Ciro

    O paulista Ciro Gomes, que é fake de cearense – terra que produziu José de Alencar não paria um Ciro tão micro – se afoga em sua própria lama. Em seus criativos delírios anda vomitando que Lula conspirou contra Dilma, isto é, Lula teria fomentado o impeachment.

    Na ânsia de viabilizar sua posição para dois dígitos nas pesquisas de intensões de votos à Presidência da República mente com tanta convicção que certamente, acredita no que diz.

    Caricatura

    Caricatura de George Enescu para o Salonul Internaţional de Caricatură Botoșani – România – 2021

    Frase

    “Não tomo vacino e sou super normal” – Apoiadora de Bolsonaro que invadiu a Câmara Municipal de Porto Alegre/RS contra o passaporte da vacina.