Últimas histórias

  • Thor-mento

    Como filho de Otin-hoso, rei dos deuses sórdidos, Thor-mento Pazzu é louco para herdar um lugar ao sol no trono de seu odioso, digo, idoso pai. Porém, no dia em que poderia ser sua coroação, Thor-mento, que é o personagem principal da Saúde, reage com brutalidade quando os inimigos dos deuses (imprensa chata do cacete que só faz perguntas chatas) indagam sobre a tão aguardada vacina contra a Covid-19. Sem compaixão pelas quase 200 mil vítimas fatais do vírus, Thor-mento dispara contra seus irmãos: para que essa ansiedade e essa angústia?

    Bom dizer que seus irmãos Lokos, do exército, com super poderes nessa gestão, enfrentam com desdém nossa maior ameaça dos últimos 100 anos.

    Título Original: Thor
    Ano Lançamento: 2020 (Mundial)
    Direção: Co Vid-19
    Elenco: Passivo Pazzuelo

  • Aldir Blanc: O show tem que continuar

    Um apelo desesperado de uma filha em busca de uma UTI para seu pai mobilizou as redes sociais no início de abril. Mais que socorrer o escritor e compositor Aldir Blanc, a hastag #AldirBlancSOS mostrou que a cultura e a classe artística brasileira também inspiravam cuidados urgentes.

    Mesmo conseguindo um leito na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital Universitário Pedro Ernesto, na Vila Isabel, o médico, percussionista e amante da música e das letras não resistiu e faleceu no dia 4 de maio de 2020 aos 73 anos de idade.

    O corpo, que não ficou lá estendido no chão, lembrou mais uma vez que já passava da hora do socorro aos trabalhadores da cultura. E, antes que cada um fosse pro seu lado, a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) apresentou o projeto de lei (PL 1075/20) que destinou R$ 3 bilhões para ações emergenciais de ajuda ao setor cultural durante a pandemia da Covid-19. Chamado de Lei de Emergência Cultural, o texto foi aprovado pela Câmara Federal em 26 de maio.

    O projeto de lei, com descrição de fontes de financiamento e prevendo a descentralização dos recursos a estados e municípios para fortalecer o Sistema Nacional de Cultura, foi aperfeiçoado com propostas de outros deputados que tramitaram apensados, sendo aprovado na forma do substitutivo. A relatora do projeto, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), sugeriu ainda que a lei fosse chamada de “Aldir Blanc”, homenagem ao artista vitimado pelo novo coronavírus.
    Entre outros pontos, a proposta garantiu um auxílio emergencial de R$ 600 mensais aos trabalhadores do setor, subsídios a espaços artísticos e culturais, criação de linhas de crédito, e prorrogação de prazos para aplicação de recursos de projetos já aprovados pelo Executivo. Os recursos também estão sendo aplicados em instrumentos de incentivo à cultura, como editais, chamadas públicas e prêmios. O Governo do RN é responsável por aplicar o valor de R$ 32 milhões em recursos federais reservado ao Rio Grande do Norte através da Lei Aldir Blanc. Já os municípios potiguares receberam, juntos, mais de 22 milhões de reais.

    Mas, enquanto o artista ficava sem público, com todos os eventos cancelados, os aguardados recursos ditos emergenciais não foram considerados urgentes pelo governo federal, que não se apressou nem um pouco em regulamentar a lei e fazer o necessário aporte financeiro para sua execução numa total incompatibilidade de gênios com os anseios populares. Para tocar a vida e pagar os boletos, muita gente se reinventou e a internet foi inundada de “lives”, entrevistas, cantos, danças e tudo e qualquer coisa que cumprisse a função da arte e aliviasse dias tão terríveis como os que tivemos este ano.

    Sabe-se que a Lei, da forma que está regulamentada e pelo que exige de burocracia, não é perfeita. Sabe-se também que, infelizmente, não contemplará todos os trabalhadores da cultura. Mas, para quem se definia como “rigorosamente ateu, cético, cínico e escroto, nessa ordem”, é justo ele, Aldir Blanc, o nome que alimenta a esperança equilibrista deste país e mostra que o show tem, sim, que continuar.

  • A Papangu está voltando? A revista vai sair de novo? Uau, a revista Papangu!

    Agradecemos o carinho de tantos papanguzinhos espalhados por aí, mas precisamos ser sinceros e dizer que, sim, nós estamos voltando. E não, a revista não circulará novamente. Pelo menos não da forma com a qual estávamos acostumados lá pelos idos de 2004, quando tudo começou, ou 2012, na sua última edição impressa.

    Papangu na Rede surgiu, claro, de uma vontade em retomar a divulgação de nomes e fomentar a cena cultural de Mossoró e do Rio Grande do Norte. E teve na Lei Aldir Blanc o grande incentivo que estava faltando para que a gente reunisse velhos e novos colaboradores e colocasse o bloco na rua.

    Para isso foi fundamental o empenho da Secretaria de Cultura de Mossoró, por intermédio de Isaura Rosado e Joriana Pontes, que não mediram esforços para o lançamento de editais e sua rápida divulgação de resultados, bem como da liberação dos prêmios. Nossa gratidão.

    Com o patrocínio da Lei Aldir Blanc, a partir de agora temos um encontro marcado aqui neste endereço. A ideia é ser um portal cultural, com atualizações diárias, dando vez e voz a todas as vertentes do setor, e, uma vez por mês, editarmos uma versão flip – para quem sente saudades da Papangu tradicional.

    Então, é isso. A velha Papangu com uma nova roupa colorida. Ou um novo ciclo.
    A Papangu na Rede está no ar. Vem com a gente!