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  • Brilha Natal será lançado hoje com show de Elba Ramalho na Praça Pedro Velho

    O Natal em Natal segue com sua programação cultural voltada para a família. E também para fomentar o comércio de rua no Alecrim e na Cidade Alta. Nesta quarta-feira (13), na Praça Pedro Velho, a partir das 18h30, acontece a abertura do projeto Brilha Natal, parceria da Prefeitura do Natal com a Fecomércio RN.

    A abertura do evento contará com apresentação da Orquestra Filarmônica da UFRN, que receberá o pernambucano Maestro Forró com um tributo ao nascimento de Luiz Gonzaga, com participação especial de Zé Hilton, Dani Cruz e Dani Fernandes.

    Depois, em um trio elétrico estacionado ao lado da Praça Pedro Velho, Elba Ramalho fechará o primeiro dia do Brilha Natal com os principais sucessos de seus 40 anos de carreira.

    O projeto promove uma extensa programação cultural gratuita até 23 de dezembro. O Sistema Fecomércio RN convida os participantes para que, na ocasião, contribuam com doações de alimentos e brinquedos que serão destinados ao Programa Sesc Mesa Brasil. 

    Além de levar o espírito natalino ao Alecrim e à Cidade com mais de 70 intervenções gratuitas, as entidades que fazem parte do Sistema Fecomércio RN realizarão uma série de atividades na Praça Cívica. O local receberá festival gastronômico do Senac, unidade do Sesc Vacina, feira de artesanato, espaço infantil, ponto de arrecadação do programa Mesa Brasil e mais. 

    O Projeto Brilha Natal tem patrocínio do Banco do Nordeste e da Prefeitura do Natal, Sebrae RN, Banco do Brasil, Unimed Natal, Associação Viva Centro e Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim – AEBA. A ação também conta com o suporte operacional da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.

    Foto: Divulgação

  • Elba Ramalho abre programação do “Brilha Natal” no dia 13 de dezembro

    Arte e cultura em favor da economia. Essa é a proposta do projeto “Brilha Natal”, de celebração e alegria para encantar moradores e visitantes, movimentando o Alecrim e a Cidade Alta, berços do comércio de rua potiguar.

    Em homenagem ao aniversário de Luiz Gonzaga, a abertura do Brilha Natal, no dia 13 de dezembro, na Praça Cívica, será marcada pelo show musical da cantora Elba Ramalho, que apresentará alguns dos principais sucessos de seus 40 anos de carreira.

    São várias ações que envolvem estímulo às promoções, shows, gastronomia, intervenções artísticas, iluminação natalina e campanha publicitária. Ao longo de toda a programação, serão mais de 70 intervenções gratuitas à população, nos três polos de atuação do projeto, que contarão também com um trenzinho natalino.

    Além disso, na Praça Cívica, haverá um Festival Gastronômico do Senac, com oficinas, aulas-show e degustações diárias. Feira de Artesanato, Espaço Infantil, Praça de Alimentação, Vacinação e Arrecadação de Alimentos para o Programa Sesc Mesa Brasil também compõem a programação neste polo.

    O Projeto Brilha Natal é uma promoção do Sistema Fecomércio RN, Sesc e Senac, com patrocínio do Banco do Nordeste e apoio da Prefeitura do Natal, Sebrae RN, Banco do Brasil, Unimed Natal, Associação Viva Centro e Associação dos Empresários do Bairro do Alecrim – AEBA. A ação também conta com o suporte operacional da Polícia Militar do Rio Grande do Norte.

    PROGRAMAÇÃO

  • Destino: Mossoró

    Na edição de outubro da Papangu na Rede destacamos o conturbado momento das articulações entre os grupos políticos da capital para achar um candidato pra chamar de seu. Confuso e truncado, em um vai-e-vem de “quem nem foi” e acha que será apoiado pelo prefeito Álvaro Dias. Com uma oposição alvissareira com o resultado das últimas pesquisas e com o surgimento, a cada semana, de novas coisas, nomes e pretensões que  corroboram para um quadro que está longe de ser definido.

    Contrário do que vemos em Mossoró. Na capital do oeste potiguar parece que nada mudou desde a última eleição, em 2020, em que o candidato Allyson Bezerra derrotou a ex-governadora Rosalba Ciarlini. O alcaide, agora no União Brasil, tem mais de 80% de aprovação e parece viver seu melhor momento à frente do executivo. Os cronistas da política mossoroense apostam que a sucessão tem quatro nomes definidos: o prefeito (é certeza ir à disputa da reeleição), a deputada estadual Isolda Dantas (PT), o vereador Tony Fernandes (que ninguém sabe quem é) e a ex-prefeita Rosalba Ciarlini (Progressistas). Desses ficam dois. Um, claro, logicamente é o prefeito. O outro ou outra representará a oposição, que segue desunida.

    O cenário na terra que se jacta de ter expulsado Lampião só parece diferente no que concerne às famosas oligarquias. Em 2024, pela primeira vez, em 76 anos, Mossoró vai para uma disputa da prefeitura sem Rosados como a maior força política. O município que chegou a ter três deputados estaduais e dois deputados federais simultaneamente, hoje vive esse momento histórico.

    Para 2024, é incerto a participação da ex-prefeita Rosalba Ciarline, que segue calada em seu mundo ‘Ravengariano’. A ex-deputada Sandra Rosado já disse que não disputará mais eleições. Sua filha Larissa, segundo notícias publicadas na imprensa mossoroesense, e que teve mandato cassado na atual legislatura, tentará voltar ao legislativo. Beto Rosado, Fafá Rosado e Leonardo Nogueira, não se ouve falar. Aliás, quando se fala em Rosado, o nome da ex-prefeita Maria de Fatima Rosado Nogueira, a Fafá, nem é cogitado, tão pífia foi sua liderança fora dos muros do Palácio da Resistência.

    Em pesquisa divulgada no último mês de maio pela empresa LOGOS, o prefeito de Mossoró Allyson Bezerra, liderava com muita folga a disputa para as eleições municipais do ano que vem. Na pergunta espontânea — quando os nomes dos possíveis candidatos(as) não são citados aos eleitores -, Allyson liderava com 62,69% das respostas. A segunda opção mais citada naquela oportunidade, a ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) batia os 6,94%; e a Deputada Estadual Isolda Dantas (PT) passeava em terceira colocação com 2,57%.

    Na pergunta estimulada, quando os entrevistadores apresentam os nomes dos possíveis candidatos(as), Allyson Bezerra continuava o passeio com 65,07%, enquanto Rosalba chegava aos 10,31% e Isolda 4,16%.

    A um ano da eleição, pouca ou quase nenhuma novidade. A oposição ao prefeito Allyson Bezerra não se mexe nem é mexido por ninguém. A esquerda, que tem a deputada Isolda como principal nome, roda, roda, roda, e para em um oito — ou noves fora nada — na desenvoltura da pré-candidata nas intenções de votos.

    Por fim, o que se espera é que o mossoroense possa exercer seu direito à escolha de um nome que tenha compromisso com o desenvolvimento da cidade.

    Há quem diga que se o presidente da Câmara Municipal, Lawrence Amorim, meter dos pés para ser candidato, o cenário muda.

    Bem, temos um ano para saber. Só não pode ser por W.O, por favor.

  • É fogo!

    Por Ana Cadengue

    Uma garrafa de vidro, líquido inflamável e um pedaço de pano qualquer. O fogo resultante dos coquetéis molotov espalhados nos últimos dias pelo Rio Grande do Norte deixou mais que cinzas, medo e prejuízos materiais.

    A onda de ataques supostamente determinada por uma facção criminosa ou até uma aliança de facções rivais fechou comércios, escolas, universidades e postos de saúde. Paralisou o serviço de transporte público e coleta de lixo nas principais cidades do estado e atrapalhou a vida de toda uma população.

    A violência, que foi durante dias destaque nos principais veículos de comunicação do país, afastou turistas e visitantes e aproximou a oposição que afinou o discurso contra a governadora Fátima Bezerra.

    Se no amor e na guerra vale tudo, como costumam dizer, na política não é diferente, nem nas relações de poder, como bem demonstraram os criminosos potiguares que resolveram se unir momentaneamente para tocar o terror. Há pelo menos dez anos, dois desses grupos, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime, promovem um conflito bélico e mortífero pelo controle de territórios e de atividades criminosas.

    Segundo a imprensa, os crimes teriam sido motivados pelas más condições dos presídios no Estado. Em vistoria a cinco prisões do Estado no final do ano passado, o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, encontrou evidências de torturas físicas e psicológicas, falta de alimentação, desassistência em saúde e superlotação, entre outras violações.

    “No Rio Grande do Norte, o sistema prisional funciona a partir da prática sistemática de torturas físicas e psicológicas”, afirma Bárbara Coloniese, perita do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) à reportagem do G1RN. “Trata-se de uma engrenagem de falta de alimentação, desassistência em saúde e superlotação”.

    Para a antropóloga Juliana Melo, professora na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em entrevista ao G1RN, situação encontrada pelo MNPCT não é inédita. Acompanhando grupos de familiares de presos durante anos desde o massacre de Alcaçuz, em 2017, Juliana conta que “eles relatavam torturas dos mais variados tipos, como beber água sanitária, choque elétrico, ficar horas em posição de procedimento, ser obrigado a andar nu. Sem falar na humilhação dos familiares na hora de fazer a visita. Isso gera muita revolta no sistema e acaba transbordando para a rua, como estamos vendo agora, provocando uma espiral de violência”.

    De acordo com o “Salve” emitido pelos bandidos, os ataques seriam uma forma deles reivindicarem melhorias no sistema carcerário. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) nega que essa seja a motivação e diz que os ataques são uma retaliação a ações policiais de combate ao tráfico e ao crime organizado.

    Em entrevista coletiva durante os conflitos, a governadora Fátima Bezerra afirmou que as denúncias serão apuradas “por meio de uma investigação profunda” e que “nosso governo jamais compactuará com nenhuma medida de arbítrio”.

    Sem condições de combater um numeroso nem tão incrível e nem tão brancaleônico exército de criminosos, o Governo do Estado pediu e recebeu a ajuda do Governo Federal, que enviou centenas de integrantes da Força Nacional e contou com a ajuda dos vizinhos estados da Paraíba e do Ceará, além do auxílio do Pará, com policiais, equipamentos e aeronaves.

    O Governo Federal ainda se comprometeu a liberar 100 milhões de reais para a área de segurança, a repor os ônibus escolares destruídos e a liberar itens apreendidos pela Receita Federal que possam atenuar o prejuízo de municípios e civis.

    A governadora Fátima também instalou um Gabinete de Crise, reunindo representantes dos Poderes e criou o Comitê Estadual de Monitoramento, Acompanhamento e Apoio às Vítimas de Violência no Rio Grande do Norte, integrado por representantes de sete pastas do Governo do Estado, inclusive o Gabinete Civil e mais a participação da Federação dos Municípios do RN (Femurn), para identificar e elaborar diagnóstico acerca dos prejuízos causados pelos ataques criminosos.

    Pesquisa divulgada pela FIERN aponta que as indústrias do Rio Grande do Norte chegaram a perder 40% de faturamento durante os dias mais críticos dos ataques, entre 14 e 24 de março.

    Enquanto o governo tenta garantir a segurança e tranquilidade da população, alguns – de olho nas próximas eleições – tentam auferir ganhos políticos. Tem até quem defenda a imediata interdição militar no estado. Deuzulivre!

    BOX 1 – APLICAÇÃO DOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS

    A governadora Fátima Bezerra apresentou, no último dia 27, o plano de aplicação dos 100 milhões de reais repassados extraordinariamente pelo Governo Federal para a segurança pública potiguar. Desse total, R$ 75 milhões serão executados pelo Governo do Estado e o restante pelo Ministério da Justiça, através de doação de veículos para o RN e do custeio de despesas da Força Nacional.

    Do montante que caberá à execução pelo RN, R$ 49 milhões serão aplicados pela segurança pública e R$ 26 milhões pelo sistema prisional estadual, com melhoria da infraestrutura e ampliação de vagas.

    O plano de aplicação imediata do repasse extraordinário prevê R$ 30 milhões para investimentos na segurança pública com a compra de veículos, aquisição de coletes balísticos e equipamentos de tecnologia da informação. E R$ 19 milhões para custeio da segurança (locação de viaturas, atualização do controlador central do Ciosp e seguro da Aeronave, o Potiguar 02).

    Além dos R$ 49 milhões, também serão investidos R$ 19,3 milhões dos recursos que já estavam alocados para a segurança na modalidade fundo a fundo, antes dos atos criminosos. Com esse dinheiro, serão adquiridos 46 caminhonetes e quatro SUVs para o policiamento ostensivo (PM) e 02 caminhões ABT para o Corpo de Bombeiros Militar.

    BOX 2 – COQUETEL MOLOTOV – Criada nos Anos 1930 na Europa e usada desde então em protesto violentos e guerrilhas urbanas por todo o mundo, a bomba caseira foi batizada como “Coquetel Molotov” pelos finlandeses. O nome deriva do diplomata soviético Vyacheslav Mikhailovich Molotov, que declarou durante a Guerra de Inverno, em 1939, que os soviéticos não estavam bombardeando cidades finlandesas, mas sim jogando alimentos. As bombas russas então foram apelidadas de “cestos de pães de Molotov” e as bombas improvisadas usadas pelos finlandeses de coquetéis Molotov.

  • Presidente da Academia de Letras do RN “frita” David Leite e impõe nome de Gaudêncio Torquato para vaga de Patriota

    Panelinha na Academia, né? Quem poderia imaginar, hein?

    — Eu! — Digo.

    Da Gazeta do Oeste
    Por Gilberto de Sousa

    Antes de mesmo de declarar vaga a cadeira número 8, da Academia Norte-rio-grandense de Letras e iniciar o processo de eleição, o presidente da instituição de cunho literário, advogado Diógenes da Cunha Lima está impondo o nome do jornalista e consultor político, Gaudêncio Torquato, em detrimento do advogado e escritor David de Medeiros Leite.

    A direta interferência no processo das eleições estaria causando desconforto à parte de imortais, principalmente daqueles que começaram a incentivar o mossoroense David Leite, já lembrado em outras ocasiões, para uma das cadeiras.

    David tem 20 livros publicados entre crônicas e poesias e recentemente lançou o seu primeiro romance. A vacância da cadeira número 8, com o falecimento do escritor Nelson Patriota, colocou David Leite no rumo da Academia, puxado por alguns acadêmicos que o consideram apto. Ele decidiu se articular e durante alguns contatos percebeu que havia a preferência de Diógenes da Cunha Lima, pelo jornalista Gaudêncio Torquato, também potiguar, mas que atua no Sul. Ele nasceu em Luís Gomes, Alto Oeste, e entre oras e livros publicados estão: O Brasil de todos os vícios; A velha era do novo: visão sociopolítica do Brasil; Cultura – Poder- Comunicação e Imagem; Tratado de comunicação organizacional e política e Jornalismo empresarial: teoria e prática. Seria um nome nacional, como tenta justificar o presidente da ANL.

    Mais que isso, Diógenes entrou em campanha ligando diretamente para os imortais para indicar o voto. E ainda ligou para David Leite e disse sem meias palavras que ele estaria fora. Mesmo assim, David confirmou ao portal GAZETA DO OESTE que iria se candidatar a vaga, colocando seu nome para apreciação dos acadêmicos mesmo sabendo da imposição de Diógenes, já sendo visto como uma espécie de ditador, dado inclusive ao tempo em que está à frente da academia.

    A Academia Norte-rio-grandense de Letras, a exemplo da Academia Brasileira de Letras, é composta por 40 cadeiras. E quando da morte de um dos acadêmicos, como foi o cadeira número 8, que faleceu o escritor Nelson Patriota, a cerca de um mês, começa a o processo de eleição, que por sinal não foi aberto oficialmente, porque quem declara vaga a cadeira é o presidente, e quando declara começa o processo de eleição. Oficialmente a vagância ainda não foi declarada.

    Nos bastidores esta havendo muita movimentação nesse sentido, e segundo indicações, alguns acadêmicos temem contrariar a vontade do presidente, que está há quase quatro décadas nesse comando.


    Histórico
    Conforme dados contidos no Wikipédia, a Academia Norte- rio- grandense de Letras foi fundada em 14 de novembro de 1936. Inicialmente, a ANRL contou com 25 cadeiras, número ampliado para 30 em 1948, e para 40 em 1957.

    Um grupo de intelectuais, tendo à frente Luís da Câmara Cascudo, fundou, em 1936, a Academia Norte-rio-grandense de Letras, com sede em Natal. Composta inicialmente de 25 sócios, a nova instituição cultural realizou sua primeira sessão a 14 de novembro numa das salas do Instituto de Música do RN. Naquela ocasião elegeu-se a diretoria, cabendo a presidência ao poeta e escritor Henrique Castriciano. Reforma estatutária, de 1948, aumentou o número de acadêmicos para trinta, e mais tarde, em 1957, para quarenta.

    A que se propõe a ANRL? Segundo o art. 1º dos seus estatutos, ela “tem por finalidade a cultura da língua, da literatura, ciências e artes, notadamente da história, sociologia, folclore, crítica, poesia, ficção e comunicações sociais de modo geral” A sede própria da ANRL, situada à Rua Mipibu, nº 443, Natal, conta com biblioteca, auditórios, etc. Dentre a sua programação cultural destaca-se a “Academia para Jovens”.

    No Rio Grande do Norte, os imortais são os seguintes, além do presidente, que ocupa a cadeira 26:


    Cláudio Emerenciano (cadeira 01)
    Humberto Hermenegildo (02)
    Daladier Cunha Lima (03)
    Cassiano Arruda Câmara (04)
    Manoel Onofre Júnior (05)
    João Batista Pinheiro Cabral (06)
    Ministro do STJ Luiz Alberto Gurgel de Faria (07)
    Roberto Lima (09)
    Dácio Galvão, já eleito para a cadeira 10, mas ainda não empossado
    Paulo de Tarso Correia de Melo (11)
    Clauder Arcanjo (12)
    Eulália Duarte Barros (13)
    Armando Negreiros (14)
    Lívio Oliveira (15)
    Advogado Armando Holanda, eleito para a cadeira 16, mas ainda não empossado
    Ivan Maciel de Andrade (17)
    Padre João Medeiros Filho (18)
    Marcelo Alves, eleito para a cadeira 19, mas ainda não empossado
    Jarbas Martins (20)
    Valério Mesquita (21)
    José Mário de Medeiros (22)
    Iaperi Araújo (23)
    Sônia Fernandes Faustino (24)
    Luiz Eduardo Suassuna, eleito para a cadeira 25, mas ainda não empossado
    Vicente Serejo (27)
    Jurandyr Navarro (28)
    Itamar de Souza (29)
    Diva Cunha (30)
    Leide Câmara (31)
    João Batista Machado (32)
    Carlos de Miranda Gomes (33)
    Juiz federal Ivan Lira de Carvalho (34)
    Woden Madruga (35), eleito, mas não empossado
    Ministro José Augusto Delgado (36)
    Elder Heronildes (37)
    Benedito Vasconcelos Mendes (38)
    Ministro do STJ Marcelo Navarro Ribeiro Dantas (39)
    Geraldo Queiroz (40)

    (Relação de imortais extraída do blog Thaisa Galvão).

  • A CARIDADE DE GERVÁSIA

    A noite o acolheu numa frieza incomum. Ferreirinha andava, sem rumo, os olhos baixos e a cabeça em tumulto.

    “… Não saí da casa dos meus pais para me entregar a uma vida de sem-vergonhice, senhor Ferreira! Logo, nada nos resta…” A voz da esposa Domênica a segui-lo, desde que fora expulso do seu lar.

    “… faltou tudo a ti, senhora Domênica Melgaço, menos amor. Adeus. Diga aos meninos que o pai deles morreu.”

    Parou numa praça deserta. E entregou-se a um choro convulso, sentado num banco frio.

    — Senhor?! Aceita nossa ajuda?

    Ao levantar a face, a visão ainda turva, percebeu que uma senhora dirigia-se a ele, ofertando-lhe um lanche.

    — Somos da Irmandade de São Francisco de Assis.

    Envergonhado, enxugou as lágrimas e quis se explicar, mas não teve êxito. A dor apertava-lhe o peito, o abandono fizera-o um desgraçado, e o soluço voltou ainda mais sofrido.

    — Senhora, eu…

    Ela se sentou ao seu lado, o lanche no colo e os olhos postos à distância.

    Não se sabe nem quando nem por que, ela resolveu segurar sua mão e permanecer ali, em silêncio.

    Aquele gesto de caridade trouxe uma candura a Ferreirinha. Em seguida, soltou a voz, fazendo-a confidente de sua terrível crise matrimonial.

    O relógio da Matriz de Sant’Anna badalou meia-noite.

    — Venha. Há um quarto vago no quintal de casa. O senhor não pode ficar vagando pela cidade. Amanhã, Deus é grande, Ele irá serenar sua dor e guiá-lo.

    Gervásia tomou Ferreira pela mão, e conduziu-o à sua residência. Pelos postigos das casas da Praça da Matriz, olhos curiosos a tudo acompanhavam.

    &&&

    — Dona Maria Djanira, muito caridosa, presenteou-me hoje com um bolo de banana. Está delicioso! Mas, antes, deixe eu esquentar uma sopa…

    — Não precisa, Dona Gervásia! Eu…

    — Precisa sim, senhor Ferreira! Estamos necessitando de algo quentinho no estômago, a noite vai fria. E isso não é trabalho, sabia? Pois sempre deixo um pouco de sopa no fogão, para me servir quando do retorno após minhas ações de socorrer na rua aos mais necessitados. Dorme-se melhor pondo um caldinho na barriga; isso eu aprendi com o meu finado Crescêncio. Que Deus o tenha na Sua infinita misericórdia!

    Um silêncio se interpôs entre eles.

    Ao colocar os pratos na mesa, Gervásia reparou que Ferreirinha voltara a ter os olhos úmidos.

    — Entregue tudo a Deus. Ele põe e dispõe, nada acontece sobre a Terra sem o Seu consentimento.

    Serviram-se. Ferreirinha mal levava a sopa aos lábios, como se a garganta não deixasse nada entrar, embargada pela agonia.

    Lá fora o pio da coruja na torre da Matriz.

    — Alguns dizem que a coruja é bicho agourento, seu Ferreira. Não acredito, não. Prefiro crer que o seu pio é prenúncio de boa coisa — comentou Gervásia, a conter uma nesga de riso nos lábios carnudos.

    Reparando que ele não se serviria mais, pois apenas deixava a colher passear no prato, Gervásia partiu um bom pedaço do bolo de banana e o serviu. Desta vez, na boca.

    — Se não come bem, homem de Deus, a doença vai lhe fazer companhia.

    — Dona Gervásia, é muito abuso da minha parte e…

    — Abuso, seu Ferreira, é você cair doente logo sob os meus cuidados! — interrompeu-o, servindo-lhe outra garfada.

    &&&

    — Vejamos aqui no guarda-roupa, eram as coisas do meu marido, se algum pijama dele lhe serve. Não é bom dormir de calça e camisa.

    Gervásia orientava-o num tom angelical, mas sem lhe dar espaço para ponderações. O pobre Ferreira, imerso na pindaíba, era facilmente conduzido.

    Levou-o para o quarto dos fundos, não sem antes providenciar um jogo de lençóis limpos e toalhas. Quando percebeu que estava tudo arrumado, Gervásia ainda recomendou:

    — Calma, descanse agora. Não se resolve nada assim de um dia para o outro.

    — Nem sei como lhe ser grato, Dona…

    — Estamos aqui a serviço um do outro, como filhos e filhas de Deus. E, uma última coisa, Seu Ferreira: reze. Peça à Senhora Sant’Anna que abençoe o seu destino. E se precisar de algo, a porta da cozinha fica só encostada. A empregada chega bem cedo, meu despertador é o cheirinho do café coado. Boa noite!

    — Boa noite, senhora Gervásia. Que Cristo Jesus a recompense. — Ferreira conteve, a custo, o choro.

    &&&

    Mal Ferreirinha se deitou, mergulhou num sono inquieto.

    Num pesadelo, o grito da esposa Domênica: “Quem é tão irresponsável como você, senhor Ferreira das Mercês, nem deveria se benzer…”

    Aos prantos, sentou-se na cama e o espectro de Domênica a toldar-lhe o juízo. Desesperado, abriu a porta do quartinho; a lua no alto, chorosa, presságio de um bom inverno. “Quem é tão irresponsável como você, senhor Ferreira…”

    Sem se dar conta, Ferreirinha entrou de casa adentro e foi parar nos aposentos de Dona Gervásia. Ela o esperava.

    Num jeito cândido, Gervásia alisou-lhe os cabelos e, por caridade, dormiu com ele àquela noite.

    “Deus há de me ajudar. Olhai os lírios do campo…”, relembrou Ferreira.

    E o céu de Licânia se cobriu de estrelas. Era primeiro de janeiro.

    *Clauder Arcanjo é escritor e editor, membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras.

  • Quanto mar cabe no sal da lágrima?

    Quanto mar cabe no sal da lágrima?, quarto trabalho em livro do poeta Thiago Medeiros, décima publicação pelo selo independente insurgências poéticas, editora Offset, com direção de arte de Rita Machado, capa e designer de Creeaty, textos de Daniela Galdino, Jean Sartief e Luiz Renato Almeida. 

    “O livro revela um grito pessoal (e coletivo) que se erige de coragem da vivência sensível que é peculiar ao autor” – Jean Sartief.

    A obra foi construída durante o período da pandemia do covid-19 e passeia por temas como medo, angústia e esperança.

    A entrega dos livros será realizada exclusivamente via correios, as postagens serão realizadas em no máximo 15 dias após a aquisição (o valor já inclui a taxa de postagem).

  • 3×4: Kelly Lira

    Dificilmente encontraremos um fã das músicas dos barzinhos nas noites mossoroenses que não tenha curtido uma MPB na voz da talentosa Kelly Lira. Natural de Pau dos Ferros, Kelly bateu um papo conosco, na semana passada, na pousada Beijo Mar, em Tibau, onde realizava um trabalho em outra área em que se descobriu recentemente: a pintura. Nossa artista-cantora-pintora fala sobre os desafios que enfrentou durante a pandemia e dos projetos que estão no forno para esta temporada 2021.

    Kelly Lira, conte-nos um pouco sobre suas origens…

    Sou pau-ferrense de nascimento. Meus pais, duas pessoas simples, humildes, sertanejas, e família grande. Cresci em um universo religioso, meus pais evangélicos. Nossa família, na verdade, sempre se interessou por essa coisa da pintura, artesanato, música. Desde cedo que a música me acompanha. Comecei cantando na igreja, desde muito pequena, cantando nos corais da igreja, mas nunca imaginei isso profissionalmente, trabalhar com isso de verdade.

    Quando foi sua primeira vez cantando profissionalmente?

    Fui morar em Mossoró no ano de 2006 para cursar História, na Uern. Nida Lira, minha irmã, já estava lá, cantando na noite. Daí surgiu minha oportunidade para cantar na noite também. A primeira vez que fui convidada para fazer um trabalho, assim de música, profissionalmente, foi por intermédio de Paulo Neto, que à época era casado com ela e trabalhava com Thábata Mendes. Ele perguntou se eu queria fazer backing vocal — aqueles vocais de apoio ao cantor principal. Topei, mas não sabia de nada. Ele tinha um estúdio e a gente chegou a fazer algumas gravações bem caseiras. Então já me conhecia cantando. Essa foi a primeira vez. Em seguida eu fiquei dois anos nessa banda fazendo vocal e depois disso aí eu conheci o pessoal de Mossoró, os cantores, artistas, quando decidi começar a fazer um trabalho na noite também cantando MPB, em barzinhos. Montei um repertório e comecei a cantar na noite, em meados de 2008, 2009.

    Qual a grande dificuldade do músico em Mossoró?

    Não só em Mossoró, mas a dificuldade é geral. O artista local, do artista independente, a falta de valorização, de incentivo público e privado também.  Não temos muitos projetos que nos deem suporte para desenvolver o nosso trabalho, progredir, fazer um trabalho autoral. Shows que nos façam crescer como artista, a gente não tem um festival de música em Mossoró. Quando o artista começa na música em Mossoró, assim como nos outros lugares, de fazer esse caminho do barzinho, que é muito bom, mas às vezes é um ciclo que não evolui, não passa disso, fica em um oito. A gente fica na mesma realidade, na mesma cadeia, assim de desvalorização, seguindo nesse caminho, que até desestimula. E isso é muito triste.

    Na pandemia, a sua área foi uma das mais afetadas, com bares fechados, shows e eventos proibidos… Conte-nos como tem sido para você.

    Foi desesperador. Logo que surgiu o lockdown, e tudo fechou, os bares fecharam, acabou o show, eu fiquei desesperada. Eu me perguntava: “E  agora, como é que vai ser, já que está tudo parado?…” Ficava ainda naquela ilusão: “Será que isso vai durar três meses?” E já estamos há um ano, hein? Uma coisa que deu alívio foi a questão de eu estar junto com o Marcelo, meu marido (Marcelo Amarelo é um escultor famoso, com vários trabalhos em exposição pelo estado), que acabei auxiliando no trabalho dele, assim como ele dá força no que eu faço. Ele foi convidado pela prefeitura da minha cidade natal para fazer um trabalho. De lá fomos para Martins, onde ficamos mais de um mês. Fiquei muito sufocada com essa instabilidade do trabalho, de não saber quando as coisas voltariam ao normal. Ao mesmo tempo, esse lance de Marcelo nos ajudou a não ficar em casa parados, tendo como trabalhar de alguma forma.

    Então a pintura surgiu com força na quarentena?

    Foi, sim. Eu achei que durante esse tempo eu poderia desenvolver melhor essa outra questão das artes plásticas, porque eu sempre me interessei por essa área, e estando com o Marcelo, que é artista há muito tempo, e sempre conversamos sobre a arte urbana e artes visuais. Enfim, eu sempre gostei dos assuntos que tratavam a arte, tenho irmãos artistas plásticos também, que moram em São Paulo. Até fiz alguns trabalhos aleatórios, como desenhos, pinturas, mas não entendia que eu poderia ser artista plástico, eu não me compreendia.


    O pescador solitário — Acrílica s/ Canvas

    E você vai expor esse trabalho feito na quarentena?

    No momento eu não tenho um acervo grande para uma exposição, mas vou ter que produzir, até porque farei uma pela Lei Aldir Blanc, que se chama Cenas Brasileiras, que retrata imagens do cotidiano, algo de que gosto muito, das pessoas, da vida, do Sertão, do Nordeste, nada segmentado, é livre.

    Você já desenhava pessoas?

    Sempre gostei de desenhar. Só que ainda é uma relação na qual estou me descobrindo. Na verdade, é porque eu gosto de retratar, eu gosto de arte figurativa, mas ao mesmo tempo fico impaciente, quero ver como eu vou encaixar melhor. Diferente da música, de todo o processo. A pintura ainda me causa muito estresse. Há momentos em que tudo vai fluindo muito bem, mas tem horas que me dá um estresse, que dá até vontade de acabar com tudo que eu fiz.

    Você teve também um projeto musical aprovado pela Lei Aldir Blanc?

    Sim. O nome do CD é “Porta-retratos”, com músicas autorais. Deveríamos fazer tudo neste primeiro semestre. Mas o cronograma foi modificado com a prorrogação nos prazos de execução. Então faremos com mais calma. Já na lei estadual conseguimos aprovar um vídeoclip. Uma dessas músicas do CD será o vídeoclip.

    A música pode ajudá-la na hora do estresse da pintura, né?

    (Risos) Eu gosto muito de música, para tudo que a gente faz, eu gosto muito de estar sempre ouvindo música para fazer as coisas.

    Estudo – Pescadores
    Acrílica sobre tela
    1,50 x 0,55

    Quando você pinta, você faz música?

    Não viajei nesse processo ainda. Mas acho que tudo é um exercício [Risadas]. Minha mente pode até viajar, mas não consigo desconcentrar do que estou fazendo.

    O que você acha da Lei Aldir Blanc? Dá para o artista tomar fôlego?

    A Lei em si é maravilhosa, muito importante para o setor cultural. A crítica que faço é quanto à política de editais. Foi a primeira vez que participei de um edital, e que bom que deu certo. Mas não é fácil, não é todo mundo que tem esse know-how, de ler e conseguir destrinchar, saber o que está pedindo. Por mais simples que seja, há questões que você fica tipo: “Como assim, gente? Como é que responde isso?” A gente se sente meio que ridículos até. Muitos artistas do interior ficaram de fora exatamente por isso. Infelizmente, essa política cultural ainda não consegue chegar até eles.

    E o que mais podemos esperar de você este ano?

    Olha, não quero abandonar a música. Mas as dificuldades estão cada vez mais latentes. O fazer música em Mossoró, até para você ficar no barzinho, que é um ciclo cansativo e desgastante, desvalorizado, até isso está acabando. Os bares que tocam repertório de MPB em Mossoró são poucos, posso contar nos dedos de uma mão. Nada contra pagode ou sertanejo, porque sei que é um mercado. Mas, para o nosso repertório, a nossa proposta, está difícil mesmo.