Últimas histórias

  • Sesc Parada na Ladeira confirma Durval Lelys como atração musical

    Com a promessa de unir a alegria do carnaval de rua tradicional e movimentar o comércio do Centro da cidade, foi confirmada a segunda edição do Sesc Parada na Ladeira. A iniciativa é do Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Norte (Sesc RN), entidade do Sistema Fecomércio, e traz a atração nacional de axé, o cantor Durval Lelys, de forma gratuita. O evento está marcado para o dia 06 de fevereiro, a partir das 17h30, com concentração em frente ao Sesc Cidade Alta.

    Uma das novidades para esta edição é o Abadá Solidário. O Sesc está convidando os foliões a doarem ao projeto Sesc Mesa Brasil dois quilos de alimentos não perecíveis em troca da vestimenta oficial da prévia carnavalesca. O abadá não é obrigatório para a participação do evento, mas apenas um incentivo à ação solidária. A troca pelo abadá poderá ser requisitada por meio da plataforma Outgo.

    A programação terá início às 17h30, com a concentração do público na Praça do Estudante, em frente ao Sesc Cidade Alta. Em seguida, o desfile dos blocos de rua tradicionais percorrerá 1,5 km pelas ruas do centro histórico, animado pelo frevo contagiante do grupo Frevo do Xico, pela Orquestra do Papão, pela bateria da Escola de Samba Malandros do Samba – bicampeã do Carnaval 2024 – e pelos icônicos Bonecos Gigantes do Bloco Baiacu na Vara.

    A festa continua na Avenida Rio Branco, onde o público será recebido para o show nacional do cantor Durval Lelys, ícone do axé e um verdadeiro sinônimo de carnaval.

    O objetivo do Sesc Parada na Ladeira é resgatar e valorizar a tradição do carnaval de rua, movimentar o comércio local e oferecer uma programação acessível e inclusiva.

    Carnaval em outras unidades

    Com o nome “Parada na Ladeira” também estampando as atividades de carnaval nas unidades do Sesc em Mossoró, Caicó e Zona Norte, o evento se estende além do Centro de Natal. Durante os Domingos Recreativos de fevereiro, essas unidades oferecerão atrações musicais, onde também será possível adquirir o Abadá Solidário.

    Serviço:

    O que: Sesc Parada na Ladeira confirma Durval Lelys como atração musical

    Onde: Sesc Cidade Alta (concentração) e Sesc Rio Branco (show de Durval Lelys)

    Quando: 06 de fevereiro de 2025

    Horário: A partir das 17h30

    Valor: Gratuito

    Retirada do Abadá Solidáriosescrn.com.br/agenda_sesc/sesc-parada-na-ladeira-06-02/

  • RN divulga calendário de feriados e pontos facultativos de 2025

    O Governo do Rio Grande do Norte publicou, na edição do Diário Oficial desta quarta-feira (15), o Decreto nº 34.300, que estabelece os dias de feriados nacionais e estaduais, além dos pontos facultativos para o ano de 2025. O documento regulamenta o funcionamento dos órgãos e entidades da Administração Pública estadual direta, autárquica e fundacional, garantindo a prestação de serviços essenciais.

    O calendário, além de facilitar o planejamento das instituições públicas, também serve como referência para os servidores estaduais e para a população em geral, permitindo uma melhor organização das atividades ao longo do ano. Com isso, o governo reforça seu compromisso com a transparência e a eficiência administrativa.

    Confira as datas abaixo:

    Feriados nacionais e estaduais

    1º de janeiro (quarta-feira): Confraternização Universal

    18 de abril (sexta-feira): Paixão de Cristo

    21 de abril (segunda-feira): Tiradentes

    1º de maio (quinta-feira): Dia Mundial do Trabalho

    7 de setembro (domingo): Independência do Brasil

    3 de outubro (sexta-feira): Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu (feriado estadual)

    12 de outubro (domingo): Nossa Senhora Aparecida

    2 de novembro (domingo): Finados

    15 de novembro (sábado): Proclamação da República

    20 de novembro (quinta-feira): Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra

    25 de dezembro (quinta-feira): Natal

    Pontos facultativos

    3 de março (segunda-feira): Carnaval

    4 de março (terça-feira): Carnaval

    5 de março (quarta-feira): Quarta-feira de Cinzas (até as 14h)

    19 de junho (quinta-feira): Corpus Christi

    28 de outubro (terça-feira): Dia do Servidor Público

    24 de dezembro (quarta-feira): Véspera de Natal (a partir das 13h)

    31 de dezembro (quarta-feira): Véspera de Ano Novo (a partir das 13h)

    Além dessas datas, o decreto orienta que feriados municipais previstos em lei também serão observados pelos órgãos estaduais localizados nas respectivas cidades, podendo significar outras datas para os servidores, mas sempre de forma específica de cada município onde o servidor estiver alocado.

    Para mais informações, acesse o decreto completo no site oficial do Gabinete Civil do Governo do Estado através deste link [http://adcon.rn.gov.br/ACERVO/gac/DOC/DOC000000000346399.PDF].

  • Segurando a mão invisível

    Por Natália Chagas

    Durante a pandemia, fiquei sabendo da morte de Norma. Senti, mas não o bastante. Não dei muita importância para não endoidar. Afinal a gente ficava sabendo de tanta morte que, de alguma forma eu tentava ficar distante para não ser pego no buraco negro que envolvia aqueles dias.

    Os anos se passaram e a rotina se estabeleceu presencial novamente. Pessoas, naturalmente, querendo sair de seus casulos, encontrar outros seres para confirmar que estavam vivos, que o pesadelo havia passado.

    Eu não estava tão contagiada pelo sentimento aglutinador, continuava com medo e a morte cheirando meu cangote. Medo cria expectativas reversas muitas vezes. Mesmo morando sozinha e com duas vacinas, temia encontros com negacionistas, mantinha minha distância e minha máscara. Mas meus amigos de infância insistiam em encontrar

     E lá fui eu na celebração de estarmos vivos. Conversas sobre o terrível período foram o eixo de conexão. Parentes, amigos, conhecidos mortos e horripilantes estórias foram contadas e recontadas entre brindes e choros. Até que em determinado momento, mencionaram a morte de Norma. Pessoa querida, ousada e livre, ela distribuía coragem por onde passava. É bom esclarecer que entre os que viveram em uma escola de elite como a nossa, havia muitos que seguiam a linha conservadora social e achavam a ousadia de Norma vulgar. As amarras sociais nunca a raptaram e isso incomodava as pessoas, principalmente as infelizes. A mim era sempre um alívio ter Norma por perto por ampliar as possibilidades de felicidade. Nunca fomos próximas, mas sempre conectadas. Ela sempre foi um respiro entre os moralistas de plantão. Perto de Norma, pessoas podiam ser alternativas e irreverentes. Esta era a pessoa que quis ser, mas perdi minha força por conta das responsabilidades dos boletos e raízes conservadoras que nunca consegui me desatar.

    Voltei para casa pensando naquelas pessoas que ali respiravam oxigênio e sem vida, celebravam sua continuidade nesta terra como zumbis da rotina e conveniência social. Fiz um chá, sentei sozinha na cozinha no escuro. Uma frase soou na minha mente: “Tá viva por quê?”. Como uma alucinação, a imagem de Norma apareceu em pontos de luzes na minha frente. Um frio subiu pela espinha e eu não conseguia me mover. “Porque tem que tá.” Ela deu uma risada alta e me disse: “Ninguém tem que ‘tá’ nada. Temos que ter propósitos, razões para viver. Ninguém honra os mortos apenas pagando boleto diariamente, mas vivendo profundamente aquilo que ama, criando momentos inesquecíveis, fazendo valer a pena a sobrevivência”. Assim como veio, sua imagem se foi no ar.

    Não consegui dormi, não por medo pois não acreditava que aquilo havia acontecido e que era apenas uma projeção minha, mas pensando no que significava tudo aquilo, no que havia sobrado dos meus sonhos, o que eu havia feito da minha vida.

    Fui trabalhar. Cheguei no escritório, bati o ponto sentei na minha mesa. Trabalho burocrático de secretaria da fazenda, onde as pessoas mal sabem meu nome, não se interessam por mim. Será que eu me interesso por mim mesma? Comecei a ir para casa me indagando o que eu tinha feito de mim mesma.

    Chegava na casa vazia, na vida vazia que me esperava. Comia sem fome, bebia sem sede, deitava sem sono e cheia de preocupações. Nesses piores momentos, Norma aparecia e ficávamos horas a conversar e rir como se ainda fôssemos adolescentes. Eu contava dos meus dias, ela caçoava cada momento. Para ela, o que eu vivia era uma grande piada. Comecei a achar graça das minhas preocupações e ansiedades. Comecei a resolvê-los.

    Um dia, Norma me perguntou: “O que te prende neste mundo? Obrigação de viver, justificativa de comportamento social?”. Eu pensei por um minuto tentando achar uma razão e, com um pouco de raiva, respondi: “O que quer que eu faça? Me mate?”. Ela riu e me devolveu: “Querida, não é um mundo ou outros. São vários mundos que estão por aí. O isolamento pandêmico acabou. Quando você vai acabar seu isolamento pessoal?” Como mágica, neste momento, Norma se foi. Por noites a fio, fiquei esperando sua volta para discutirmos melhor aquilo. Achava que precisava esmiuçar as questões que circundava todo o assunto. Mas não. Ela não voltou mais.

    Caminhei durante dias vendo as pessoas nas ruas alegres por poderem dar abraços e beijos. Em casa, me olhei nua ao espelho. Há quanto tempo não dava um abraço, não sentia um beijo. Havia blindado meu corpo por conta da Covid, mas pior foi ter blindado minha alma por conta do medo. São regras da vida evitar o sofrimento. Ter dor é perder um pedaço de si e apostar nas relações é ponto de partida da perda. Porém, cansei de não ter mais minha alma.

    Hoje pedi exoneração, vendi meus móveis, doei roupas que não usava mais. Com uma pequena mochila, me encontro no aeroporto sem rumo em busca de um novo mundo onde eu possa estar. Até porque solidão é caso de isolamento, não de rejeição.

  • Abertas inscrições para curso gratuito de Produção Musical

    A Escola Solano Trindade de Formação e Qualificação Artística, Técnica e Cultural (Escult) abriu inscrições para o curso gratuito de Produção Musical na Plataforma Reaper. A iniciativa, fruto da parceria entre o Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e o Ministério da Cultura (MinC),  é destinada a interessados em geral, sem exigência de escolaridade, e tem o objetivo de capacitar profissionais para a criação e produção de trilhas de áudio voltadas para diferentes produtos artísticos.

    As inscrições podem ser realizadas até 11 de fevereiro de 2025 no site escult.cultura.gov.br. O curso, que é gratuito, será realizado na modalidade a distância, oferecendo flexibilidade aos participantes.

    Com uma carga horária de 60 horas, o conteúdo é abrangente e autoinstrucional, abordando desde a introdução à plataforma Reaper até conceitos como equipamentos de produção musical, criação de loops, captação, gravação, edição de áudio, mixagem, masterização e desenvolvimento de arranjos, jingles e peças publicitárias.

    A formação será ministrada pelo músico e produtor musical Nairo Elo, profissional renomado com vasta experiência na área. Elo já atuou como coordenador de cursos voltados para produção musical em instituições como a Eletrocooperativa e a Escola Pracatum, e trabalhou com artistas como Ivete Sangalo, BaianaSystem e Lazzo.

    A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Formação e Qualificação para o Mundo do Trabalho em Cultura, uma ação da Diretoria de Políticas para Trabalhadores da Cultura do Ministério da Cultura, vinculada à Secretaria da Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic).

    Além do curso de Produção Musical, a parceria entre o Cecult/UFRB e o Ministério da Cultura prevê a oferta de outros cursos livres, formações continuadas e uma especialização em Política e Gestão Cultural. Todas as formações são oferecidas por meio da Escult, que já contabiliza mais de 30 mil inscritos desde seu lançamento.

    O curso gratuito é uma oportunidade única para quem deseja ingressar no universo da produção musical, ampliar conhecimentos ou se atualizar no uso da plataforma Reaper, um dos softwares mais completos e acessíveis do mercado. 

    O que é Reaper

    Sigla em inglês que, em livre tradução, significa Ambiente Rápido para Produção, Engenharia e Gravação de Áudio – é um plataforma digital de produção musical que possibilita a manipulação e desenvolvimento de trabalhos sonoros.

    Sobre a Escult

    A Escult foi criada em uma parceria entre a Diretoria de Políticas para Trabalhadores da Cultura (Dtrac), vinculada à Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural (Sefic), o Instituto Federal de Goiás (IFG) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Integrando o Programa de Formação e Qualificação para o Mundo do Trabalho em Cultura, a iniciativa está alinhada ao Plano Nacional de Cultura e oferece cursos livres, de Formação Inicial e Continuada (FIC) e de pós-graduação.

    Serviço

    Curso: Produção Musical na Plataforma Reaper

    Duração: 60 horas (autoinstrucional)

    Inscrições: de 18 de dezembro de 2024 até 11 de fevereiro de 2025, em escult.cultura.gov.br

    Término do curso: 18 de março de 2025

    Valor: Gratuito

    Para mais informações, acesse o site ou entre em contato pela plataforma Escult.

  • Rogério Marinho e Styvenson Valentim votam contra reforma tributária

    Tá na rede que o plenário do Senado Federal aprovou, no último dia 12, projeto de regulamentação da reforma tributária enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional.

    O placar foi de 49 votos e 19 contra. Da bancada do Rio Grande do Norte, os senadores Styvenson Valentim (Podemos) e Rogério Marinho (PL), líder da oposição, votaram contra.

    A reforma tributária zera os impostos de 32 itens alimentares essenciais, como arroz, feijão, leite, café, pão e carnes, além de diminuir em 60% a tributação sobre medicamentos populares e zerar a alíquota de remédios para doenças raras, tratamentos de câncer e DST/AIDS, entre outras.

    A senadora Zenaide Maia votou a favor do projeto.

    Rogério Marinho, ao justificar seu voto contrário, afirmou que o Brasil “precisa de uma reforma tributária que simplifique o sistema e promova crescimento, não de uma que nos entrega o maior imposto do mundo”, referindo à alíquota do novo Imposto de Valor Agregado (IVA), que, com as isenções extras aprovadas pelos senadores, deverá ficar em 28,6%.

    Já o senador Styvenson Valentim justificou seu voto contrário ao projeto dizendo que não se sentiu “confortável em impor ao brasileiro um aumento de impostos”.

    A reforma tributária, sancionada em 2023, substituirá cinco tributos (ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins), após um período de transição entre 2026 e 2033, pelo IVA, que será composto pelo CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) e pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). O CBS terá âmbito federal, enquanto o IBS será de competência estadual e municipal.

  • Quem Sabe o Fim Não Seja Nada

    Por Antero dos Santos

    O ano era 1982, Copa do Mundo na Espanha, morávamos na cidade Santa Maria da Vitória, região oeste da Bahia, localizada à margem esquerda do Rio Corrente, um rio caudaloso e, como sugere o nome, de forte correnteza.

    Chegamos à cidade para acompanhar o meu Pai que iria trabalhar na pavimentação da estrada que liga a cidade a Bom Jesus da Lapa, localizada às margens do Rio São Francisco. Foi um ano feliz, tomei muito banho de rio, fiz alguns amigos que, decorridos 42 anos, ainda me recordo com enorme carinho.

    Um desses amigos chamava-se Gabriel e o seu pai tinha uma banda de baile chamada “Pôr do Sol” e foi a partir deste encontro que se deu o meu primeiro contato consciente com a música e que me possibilitou a oportunidade assistir ao primeiro ensaio de uma banda na minha vida. O impacto daquilo me marcou profundamente, de tal modo que, deste então, a música passou a ter uma enorme relevância na minha vida.

    O Gabriel tinha um irmão bem mais velho que era o guitarrista da banda e lembro-me dele com enorme ternura, pois ele era uma figura humana adorável, tinha uma enorme paciência comigo e com os questionamentos que eu fazia e, creio,  que ele percebeu ali o fascínio que a música causou em mim naquele dia e me sugeriu ir, no dia seguinte, com o seu irmão caçula visitar a sua casa de modo que ele pudesse me mostrar alguns discos com músicas que ele precisava ouvir para acrescentar ao repertório da sua Banda.

    No dia seguinte, cheguei à sua casa para a sessão de audição dos discos que ele havia selecionado, o primeiro vinil que ele colocou na vitrola foi o de uma cantora que eu não conhecia até então, chamada Marina (atualmente Marina Lima). Lembro-me que era um disco de capa branca intitulado “Certos Acordes”, que tinha uma foto da jovem cantora em preto e branco. Este é um disco memorável e que teve alguns hits como “Charme do Mundo”, “O Lado Quente do Ser”, “Gata Todo dia” e “Maresia”, canção que foi gravada alguns anos depois pela Adriana Calcanhoto, tornando-se um dos seus principais sucessos radiofônicos.

    A música que ele iria começar a trabalhar na feitura do novo repertório era a primeira faixa do disco, uma linda canção chamada “Charme do Mundo” e, segundo ele, tinha uns “riffs” de guitarra muito interessantes que ele precisaria executar. Quando o disco começou a tocar fui tomado por uma das maiores emoções que eu já senti na vida. Foi um momento arrebatador. Descobri ali a beleza que pode haver numa canção, algo que me marcou definitivamente e, pela primeira vez consegui “sentir” a música, prestando atenção na beleza poética de uma boa letra.  Desde então, não consigo dissociar uma coisa da outra.

    Passei a nutrir por Marina uma paixão platônica, que se mantém até hoje. Decidi naquele dia, que iria aprender a tocar violão e uma dia poder tocar numa banda.

    Dois anos depois comecei a tocar violão e em 1986, aos 17 anos, formei, com mais 04 amigos, a Banda Essência, composta por mim  no contrabaixo e vocais, Cleisson (in memoriam) na guitarra, Fábio Lucena nos teclados, Cesinha Batera, o melhor e mais virtuoso baterista que já toquei ao longo de todos esses anos e, no vocal, o indefectível Lúcio Flávio Laurini, meu parceiro na composição de algumas canções que integraram o repertório da banda, um cara incrível e de grande presença de palco.

    A Banda Essência nos proporcionou a oportunidade de desenvolver um repertório próprio, de cunho autoral, foram pouco mais de dois anos de intensa convivência.  Encontrávamo-nos  quase todos os dias para compor e ensaiar. O som era “pesado” e agradava, fizemos muitas apresentações neste período, com alguns shows memoráveis que agitaram o cenário musical da cidade de Feira de Santana.

    Foi uma época feliz de muitas descobertas, as quais pude vivenciar e experimentar ao lado desses queridos amigos.  Passamos todos no vestibular do ano seguinte, tínhamos todos a mesma idade, interesses e curiosidades comuns, de modo que vivemos o que precisava ser vivido naquele momento da nossa adolescência. Foi um momento mágico em nossas vidas!

    Após dois anos de convivência a Banda Essência passou a adotar uma “pegada” com forte influência do rock progressivo, ao contrário de mim, que pretendia algo que tivesse uma intenção mais para o blues. Decidi sair da banda, foi algo que ocorreu de maneira natural e sem ressentimentos, continuei amigo de todos eles. Comecei a tocar em barzinhos da cidade e passei a me dedicar mais à composição e ainda tive a oportunidade de participar da formação de mais duas outras bandas.

    A primeira delas foi a Banda Ponte Aérea, que contava comigo no vocal e guitarra base, Serginho, na guitarra solo, Joelson (Jó), no baixo, um excelente e disciplinado músico na época, Marcelo, nos teclados e Léo na bateria. Além de composições próprias, fazíamos covers de bandas de rock nacionais com pegada mais pop. 

    A segunda foi a Banda Vega, concebida por mim e pelo meu amigo carioca Silvio Sentirelli, guitarrista com uma forte influência do blues, grande fã de Hendrix, e um gaitista sensacional. 

    Convidamos 02 amigos comuns para compor a nova banda, Jó para o baixo, que já havia tocado comigo na Ponte Aérea e de Cesinha Batera, que tocou comigo na primeira formação da Banda Essência e, por fim, uma dentista carioca, amiga de Sentirelli, chamada Elke, uma linda morena que havia chegado do Rio de Janeiro, para fazer par comigo nos vocais, revelando-se, em pouco tempo, um encanto no palco, o que a fazia ficar ainda mais bonita. Compus muita coisa com o Sentirelli nessa época.  Considero, modestamente, que se trata de belas canções e me fazem sentir um grande orgulho em ser um coautor.

    Confesso que essa foi a banda que eu mais gostei de ter tocado. Tínhamos entre nós uma sintonia fina e um grande potencial de criação, composição e arranjo, mas infelizmente, quando a banda estava “redonda”, o Sentirelli precisou voltar para o Rio de Janeiro e o sonho da Banda Veja acabou, o que causou em mim uma enorme tristeza à época, aquela era a banda dos meus sonhos.

    Sempre consegui convencer aos meus amigos de banda a incluir músicas de Marina nas sessões de covers que tocávamos, me tornei seu fã desde a primeira audição de “Charme do Mundo” e adoro a estética das harmonias que adota em suas composições, suas músicas compuseram o repertório em todas as três bandas que toquei, seja no formato original ou em interpretações que fizemos com bons resultados naquelas versões.

    Assisti Marina Lima pela primeira vez em 1986, em um show na concha acústica do teatro Castro Alves, em Salvador. Era final de tarde de uma sexta-feira e fui a esse show com o meu amigo Cesinha Batera.

    Foi um belo show da turnê do disco TODAS e que tinha como “carro-chefe” a canção “Nada Por Mim”, do Hebert Viana, numa interpretação definitiva de Marina. Ela estava lindíssima e se apresentava tocando uma guitarra vermelha, tinha muito estilo e acompanhada por uma banda da pesada, que contava entre os seus componentes, nomes como o de Liminha no contrabaixo e de Leo Gandelman nos saxofones. Foi um show inesquecível!!!

    Este ano, Marina Lima saiu em turnê com o show “ROTA 69” que faz referência à sua idade atual, e à Rota 66, uma estrada famosa nos EUA por ter belas paisagens e ligar Chicago a Los Angeles.

    Ontem eu tive a oportunidade de, decorridos 38 anos desde aquele show que vi na concha acústica, assisti-la ao vivo novamente. Foi lindo e… emocionante!

    O show Rota 69 apresentado ontem por ela, foi promovido pelo Festival de Artes de São Cristóvão, a antiga capital de Sergipe, localizada a pouco mais de 20 km de Aracaju. Esse festival conta com apresentações de música, cinema, teatro, literatura, folclore, artes visuais e gastronomia. Quem ainda não conhece, vale a pena visitar.

    Marina continua uma bela mulher que, do “alto” de seus 69 anos, e, apesar dos problemas que sofreu nas cordas vocais ocasionados por um erro médico, está cantando muito bem. É um belíssimo show que se propõe a revisitar as canções de maior sucesso de sua carreira e que também presta homenagem ao irmão Antonio Cícero, seu maior parceiro na composição de suas canções.

    Não só pude assisti-la de perto como ainda tive a “graça” de poder presenteá-la com um livro de crônicas de Clarice Lispector chamado “Aprendendo a Viver”, que considero o meu livro de cabeceira.

    Marina teve perdas irreparáveis nos últimos anos, primeiro ao perder a voz em um erro médico e em seguida ver partida do pai, da mãe e de seus dois irmãos, primeiro o Roberto há alguns anos e recentemente de Antônio Cícero que, em razão do Alzheimer que o debilitou nos últimos anos, decidiu optar pela morte assistida na Suíça, onde a eutanásia é permitida.

    Apesar de todas essas perdas, ela continua produzindo beleza e encantando, especialmente a mim, de maneira surpreendente, tal como, na primeira vez em que tive a oportunidade ouvir uma de suas primeiras canções, lá pelo idos de 1982.

    Para dar o título a este texto, utilizei um trecho de uma de suas canções chamada “O Meu Sim”, do disco “Marina Lima”, gravado em 1991 e que se revela, na minha opinião muito atual para ela e para mim, pois “… Quem sabe o fim não seja nada e a estrada seja tudo…”.

    Aracaju 01.12.2024

  • Feliz Natal

    Então bom Natal, e um Ano Novo também, que seja feliz quem

    souber o que é o bem. E o bem é um país democrático, com leis respeitadas e a liberdade de escolher representantes. Não é mesmo? O bom velhinho, ministro Alexandre de Moraes sabe muito bem disso. Tanto que presenteou antecipadamente o brasileiro quando determinou a prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto nesta véspera de Natal. Para sermos exatos, bem no dia do aniversário da ex-presidenta Dilma, vítima também de um golpe. Ou esse povo é trabalhado na ironia (amamos!) ou o roteirista dessa série Brasil é um craque.

    Bom, voltando aos presentes dezembrinos, segundo a decisão de Xandão, que teve seu sigilo levantado, o ex-ministro e ex-companheiro de chapa de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022 teria tentado obter dados sigilosos dos depoimentos prestados à Polícia Federal “com a finalidade de obstruir as investigações”.

    O careca mais amado do país diz ter identificado “a presença dos requisitos necessários e suficientes para a decretação da prisão do investigado” para garantir a ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal.

    O general, claro, óbvio, tá na cara, nega todas as acusações de que é alvo no inquérito. A defesa do militar divulgou nota oficial após a prisão dele afirmando que “se manifestará nos autos após ter plena ciência dos fatos” e que acredita que terá “oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”.

    Dias após o nosso (imagina-se) primeiro presente de natal, o ex-presidente e ex-companheiro de chapa de Braga Netto na eleição presidencial, Jair Bolsonaro, se pronunciou sobre o caso através das redes sociais, sem mencionar o nome do parceiro.

    “A prisão do General. Há mais de 10 dias o ‘Inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP [Ministério Público]. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, questionou o ex-presidente em postagem no X (antigo Twitter).

    Braga Netto já havia sido indiciado, no final do mês de novembro, no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    Além de Braga Netto, outras 39 pessoas também foram indiciadas pela trama golpista, entre elas o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo do Messias.

    O grupo foi indiciado por três crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As penas variam de três a 12 anos de prisão.

    Também faria parte do plano de golpe o monitoramento, a prisão ilegal e até uma possível execução de Alexandre de Moraes, ministro do STF e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE); Lula, à época presidente eleito; e Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito.

    Antes que falem em injustiça, no pedido de prisão de Braga Netto apresentado pela PF ao STF, os investigadores afirmam que ele teria atuado, “de forma reiterada e destacada”, para impedir a completa identificação dos fatos investigados.

    As primeiras provas de tais ações, segundo a Polícia, teriam sido encontradas no celular do pai de Mauro Cid, Mauro César Lorena Cid. Segundo os investigadores, Braga Netto teria tentado obter os dados do acordo de delação do ex-ajudante de Bolsonaro por meio de seus familiares.

    Uma perícia realizada no celular mostra que as mensagens trocadas com Braga Netto foram apagadas em 8 de agosto de 2023, três dias antes da operação “Lucas 12:2” (Não há nada escondido que não venha a ser revelado, nem oculto que não venha a ser conhecido).

    Essa investigação apurou a tentativa de uma organização criminosa de vender joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro recebeu em razão do cargo de presidente da República.

    A perícia também mostrou que, um dia antes da operação, Braga Netto e o pai de Mauro Cid trocaram diversas mensagens pelo WhatsApp e conversaram por telefone em uma chamada que durou pouco mais de 3 minutos.

    O ministro Alexandre de Moraes afirma que, também a partir do depoimento de Mauro Cid, foi possível estabelecer novas provas sobre a atuação de Braga Netto na tentativa de golpe de Estado.

    Segundo os documentos liberados pelo STF, o ex-ministro da Defesa obteve e entregou recursos para a operação Punhal Verde e Amarelo, que tinha como objetivo o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do próprio ministro Alexandre de Moraes.

    Absurdo dos absurdos.

    Agora, para militares, Bolsonaro virou ‘passageiro da agonia’ após a  prisão de Braga Netto.

    “Passageiro da agonia” é também o nome de um filme sobre o assaltante de bancos Lúcio Flávio, bandido que monopolizou as manchetes dos jornais. Dirigido por Hector Babenco e com Reginaldo Faria na pele do ladrão, o filme chegou a ser censurado pela ditadura militar nos anos 1970.

    A nenhum outro santo o brasileiro tem confiado e clamado tanto por justiça. É Deus no Céu e o senhor Alexandre de Moraes no nosso Pólo Norte congelando os golpistas de sempre, que sempre estão prontos para atacar a democracia.

    Para não dizer que somos ruins, pedimos para que o Bom Velhinho Moraes não esqueça da casa daquele mau garoto, que na pandemia defendia remédios sem eficácia e imitava pessoas doentes com falta de ar, e que desdenhava dos mortos; um ladrão de jóias (comprovadamente) e que também está envolvido na trama do golpe. Que essa criança má receba um carrinho da polícia federal cheia agentes bem vestidos. Não deve ser complicado atender a 52% de brasileiros que, segundo o Datafolha, acreditam que o ex-presidente Bolsonaro tramou um golpe de Estado após perder a eleição para o presidente Lula e dos 62% que são contra a anistia dos responsáveis pelos ataques de 8/1.

    Os sapatos estão na janela, Papai Moraes. E o champagne gelando!

  • Samba de Arruar encerra temporada 2024 neste sábado (14) na Rua Chile

    Acontece neste sábado (14) a nona e última edição do ano do Samba de Arruar, projeto sociocultural que desde o último mês de março leva música de forma gratuita para bairros de Natal. Com sete edições realizadas na temporada do bairro Alecrim e duas ocupando o histórico bairro da Ribeira, onde ocorre atualmente, o Samba de Arruar demarca um espaço importante no movimento do samba potiguar. Neste sábado, o samba começa a  partir das 17h no Largo da Rua Chile, na Ribeira.

    Esta edição terá como convidada especial a cantora paraibana Jôsy Ribeiro, forte presença nas rodas de samba de Natal, e que já participou da temporada passada do projeto. Valéria Oliveira e Kelliney Silva se revezam no comando da roda, cantando, tocando e recebendo colegas sambistas. A formação conta ainda com Jubileu Filho no 7 cordas, César Sampaio no banjo e cavaco, e Mirelly Angélica, Deny Nascimento e Ninho Brasil nas percussões.

    Neste primeiro ano do projeto, passaram pelo Samba de Arruar artistas de destaque na cena musical potiguar a exemplo de Samara Alves, Dani Cruz, Will Barros, Luanda Damasceno, Daniela Fernandes, Dodora Cardoso, Nega Buluka, Cida Lobo, Jôsy Ribeiro, Ivando Monte, Marcos Souto, Zé Roberto, Carlos Brito, Rogerinho Lucarino, Rafa Barros, Babá Claudio dentre outros. Além de participantes das escolas de samba Imperatriz Alecrinense e Batuque Ancestral.

    A artista potiguar e idealizadora do projeto, Valéria Oliveira, que atua há 33 anos na música, e há pelo menos 10 anos com o movimento do samba potiguar,  reafirma a importância da iniciativa para valorização e representatividade dos artistas locais: “Fazia tempo que eu pensava em uma ação que pudesse levar o nosso samba para outras localidades, atraindo públicos diversos, ocupando espaços relevantes da nossa Natal que provocasse o poder público a olhar e acreditar que nossa cidade pode oferecer mais cultura para as comunidades, descentralizando as atividades culturais de pontos específicos e fortalecendo a economia criativas dos bairros”, relata Valéria.

     Realizado por Valéria Oliveira Produções, Samba de Arruar é um projeto sociocultural que circula por bairros da grande Natal compartilhando o legado de mestres e mestras do samba brasileiro, de compositores e compositoras potiguares, bem como, a potência dos cantores e cantoras locais. Esta temporada conta com o patrocínio da Prefeitura do Natal, através do mandato do vereador Robério Paulino.

    SERVIÇO:

    Acesso gratuito

    Samba de Arruar – Roda de samba com Valéria Oliveira, Kelliney Silva e convidados 

    Domingo, dia 14 de dezembro, às 17h 

    Realização: Valéria Oliveira Produções e Espaço Cultural e Gastronômico Rosas da Cartola

  • Inscrições para 6° Festival de Cenas Curtas Casa da Ribeira seguem até amanhã (13)

    As inscrições para o 6° Festival de Cenas Curtas da Casa da Ribeira estão abertas até sexta-feira, 13 de dezembro. O festival será realizado no dia 26 de dezembro, das 20h às 22h, abrindo a 4ª edição do FICA Natal – Festival Internacional Casa da Ribeira.

    O evento é uma celebração das Artes Cênicas no estado, oferecendo ao público uma programação diversa e inovadora. A comissão organizadora está recebendo inscrições de cenas cômicas, trágicas, com falas ou não, nas linguagens de Teatro, Dança, Performance, Slam e seus híbridos. As cenas devem ter entre 10 e 20 minutos de duração e, neste ano, o festival destaca o tema “Negra Diversidade”, abordando questões ligadas à negritude e/ou LGBTQIAPN+.

    Os interessados devem se inscrever até às 23h59 do dia 13 de dezembro de 2024, através do  formulário https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdFWv303gZYnrY1HixNxXHW6SZSYMo6WkBXDznVnRb_4Eflig/viewform. Até quatro cenas serão selecionadas, e os resultados serão divulgados até o dia 22 de dezembro. Cada cena selecionada receberá uma ajuda de custo de R$750,00 mais 12% da bilheteria arrecadada na noite do festival.

    Os ingressos para o evento serão vendidos em três faixas de preço:

    • 50% a R$50 (inteira) e R$25 (meia)
    • 30% a R$30 (inteira) e R$15 (meia)
    • 20% serão cortesias, conforme exigência da Lei de Incentivos à Cultura Federal

    Ingressos aqui https://www.sympla.com.br/evento/6-festival-de-cenas-curtas/2733117 

    Os artistas ou grupos podem inscrever quantas cenas quiserem, mas apenas uma cena será selecionada por artista ou coletivo. A submissão de links de vídeos não é obrigatória, mas aumenta as chances de seleção. Vídeos de ensaio, mesmo feitos com celular, são aceitos, assim como 1 a 5 fotos da cena.