Na campanha etocracia; no governo caquistocracia
É legítimo o desejo e a expressão da vontade através do voto o anseio por um país livre da corrupção; dos desmandos e do patrimonialismo que são uma constante na história do Brasil.
Surfando na onda de “combate” à corrupção – propiciada pela operação Lava-jato – e no antipetismo Jair Bolsonaro conquistou o mandato de presidente da República em 2018 com um discurso moralizador e para referendá-lo contou com a participação de Sérgio Moro que no governo lançou o projeto para combater corrupção, crimes violentos e crime organizado. Para os incautos finalmente viveríamos em uma etocracia – forma de governo fundado na moral. A doce ilusão durou pouco logo veio à tona a informação que Fabrício Queiroz e a mulher depositaram R$ 89.000,00 na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro.
Bolsonaro e os filhos são acusados da prática de rachadinha – quando assessores parlamentares são forçados ilegalmente a devolver uma parte do seu salário – por uma ex-cunhada, mas o que me surpreende é ver – diante de tantas evidências – pessoas, ainda, defenderem Bolsonaro como paladino da moralidade.
Para alimentar a aura de combate à corrupção Bolsonaro nomeou mais de seis mil militares para cargos de confiança no governo (AQUI). São tantos militares neste governo – lembre-se que o presidente é capitão e o vice é general – e tal é o protagonismo de tantos militares na política que às vezes penso que o partido militar – AQUI – quer nos legar uma estratocracia – governo militar; supremacia do elemento militar – que não vivemos em uma etocracia é fato.
Pra mim o governo Bolsonaro é a personificação da caquistocracia – governo exercido pelos menos capazes; governo dos piores.