Marcos Ferreira
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Sobre Marcos FerreiraCIDADE MARAVILHOSA
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Sobre Marcos FerreiraMODESTA FORTUNA
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TABACO
O médico explicou a situação pormenorizadamente, os dedos e mãos peludos cruzados sobre o birô. Por sua vez, estarrecido, Alcides ouviu tudo cabisbaixo, consentindo com a cabeça, de quando em vez, o linguajar cientificista do doutor. “Puta que pariu! Estou fodido!”, pensou o enfermo num impulso de revolta. Sessenta e dois anos. Agora tomava aquele […] Mais
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VERSO E REVERSO
Durante a madrugada, como ocorrera outras vezes ultimamente, Vanessa Feitosa acordou aos gritos, suada e com os olhos arregalados. O pequeno ventilador estava parado. Faltara energia. O recorte de luz entrando pela janela, oriundo da claridade da lua cheia, era a única fonte de iluminação naquele momento de angústia. Tateou sobre o criado-mudo e deu […] Mais
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SONHOS E PESADELOS
Várias são as vezes em que me deito com os olhos pesados, piongos de sono devido a remédios. Eles não tardam a me jogar num tatame de sonhos confusos e, não raro, reincidentes. Imagino, por exemplo, que sou alguém de relevo nesta sociedade fria e insensível quanto uma laje tumular. Nos meus sonhos, entre outros […] Mais
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CIDADÃO DE BEM
Carlos Mendonça, arquiteto com abastada e numerosa clientela, conhecia Olívia Xavier desde o tempo em que ela trabalhara de garçonete no Café Sarajevo. Com cerca de vinte e cinco anos de idade, a moça fora admitida num escritório de advocacia e, sem pestanejar, deixou o Sarajevo, onde servira à mesa durante uns dois anos. Na […] Mais
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BREGA: SER OU NÃO SER. EIS A QUESTÃO
Em seu artigo, O ébrio louco e a música brega, para a edição de março desta Papangu, o confrade Damião Nobre questiona: “Mas, afinal, o que é música brega?”. A partir de matéria que produzi para o Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo da UFRN (A música brega como identidade musical do RN, que […] Mais
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POETICIDADE
Por Marcos Ferreira Busco nas cerdas invisíveis do vento uma suave escova que deslize sobre meus cabelos despenteados. Hoje estou carente desses afagos imateriais. Quero o beijo da aragem. Deixo-me estar à janela de minha alma, com vista para a rua de pedras e areia trazida pelas chuvas. Há estrelas cintilando no céu, grilos e […] Mais
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PAUTA DESAGRADÁVEL
Tenho uma porção de roupas esperando ser lavada, casa gritando por uma faxina, entretanto aqui estou procrastinando minhas obrigações domésticas, batendo neste teclado de computador sem ao menos estar certo de qual assunto desejo abordar. E dessa maneira, às cegas, sem rumo nenhum, é possível que isto não resulte em nada, tempo perdido. Sim, há […] Mais
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GARIMPEIROS DA FOME
Por Marcos Ferreira São nove e quinze. Agorinha caiu uma garoa. O tempo segue nebuloso. Deve chover novamente. Estou aqui fora do supermercado, à espreita de um cliente que me queira dar umas moedas pela limpeza do para-brisa, pois me vejo sem emprego há quase dois anos. Daqui observo quatro seres desprotegidos. Imagino que a […] Mais
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NOTAS DE AGOSTO
Por Marcos Ferreira Mossoró, madrugada, 28 de agosto de 2021. Enfim, para o bem das minhas pupilas e felicidade geral do meu estômago, eis que se encerraram as Olimpíadas de Tóquio. Paciência, Galvão Bueno. Paris é logo ali, como você não cansava de repetir. Salvo algumas situações, prezado leitor e gentil leitora, eu já não […] Mais
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O SONHO DO CARRO ZERO
Naquela manhã, ao deixar o marido e a esposa grávida à porta da maternidade, o senhor Domingos estacionou o velho Fiat Uno e atravessou a rua para servir-se de um café e fumar um cigarro no quiosque da praça. Era por volta das sete e meia. Três sujeitos estavam por ali conferindo na tevê do […] Mais
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MOCINHOS E BANDIDOS
Está na moda, ao menos em relação a alguns indivíduos, posar para fotinhas imitando com a mão e os dedos a silhueta de um revólver ou pistola. Essa marmota teve origem na proposta armamentista do governo federal de transferir para a população a responsabilidade e as consequências de sua própria defesa. Considero isso, respeitando os […] Mais
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A IRMÃ DE CRISTO
Quase três horas adulando um soneto. Consegui dar cabo dos quartetos (razoáveis, a meu ver), porém os tercetos emperraram. Paciência. Mudemos para a crônica. Deixemos o poema amadurecendo nos escaninhos da mente. No mais das vezes persevero, travo uma luta ferrenha com os meus neurônios, mas há ocasiões em que é preciso dar um tempo, […] Mais