Últimas histórias

  • Grupo Estação de Teatro apresenta o projeto “Contando A Gente Se Encontra”

    O projeto “Contando a gente se encontra” – idealizado pelas atrizes Nara Kelly e Manu Azevedo e desenvolvido pelo Grupo Estação de Teatro – tem como foco a contação de histórias, como também a transmissão de conhecimento, vivências e valores, colaborando com o processo de ensino-aprendizagem. 

    O grupo produziu 4 vídeos de histórias inéditas, com tradução em Libras, que farão parte da terceira temporada do Canal Estação Criança, no canal do YouTube do Grupo , que até o momento possui 9 vídeos totalizando mais de 50.000 (cinquenta mil visualizações

    primeiro vídeo , que será lançado nesta quinta-feira 20/04 será “A Tartaruga e Fruta Amarela” –  um conto que remete a origem do casco da tartaruga e sua perseverança em alcançar o objetivo; na sequência semanalmente, serão lançados os vídeos “O Colecionador de Sabedorias”, “As Moedas das Estrelas” e “O Minhocão e a Minhoquinha”.

    O projeto contará ainda com 2 apresentações de contação de histórias infantis e 2 ações formativas de oficinas de contação de histórias para 2 públicos-alvo diferentes: professores da rede pública do ensino e cuidadores de crianças (pais, mães, tias tios e avós), passando pelas cidades de Baía Formosa, Currais Novos, Goianinha, Ouro Branco e Natal. As oficinas, com 3h de duração, trabalham a partir dos elementos teatrais essenciais para melhorar atividades pedagógicas, utilizando de forma prática e lúdica, o instrumento corporal e vocal do contador/professor. 

    O projeto “Contando a gente se encontra” tem patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Neoenergia Cosern e Instituto Neoenergia, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura Câmara Cascudo.

    As contações

    “1,2,3… conte outra vez” – apresentada pela contadora Nara Kelly, que através das histórias “Os pássaros”, “O sapo e a cobra”; “O pote vazio”, e “O país dos sonhos” estabelece uma relação direta com o público, que interage com a trama de forma envolvente e divertida. 

    “Histórias de Uma Viajante” solo de Manu Azevedo é uma sessão de contos onde a atriz vivencia com o público uma experiência divertida com muita música, brincadeira e histórias populares. Dentre os contos escolhidos para a sessão, veremos: A Princesa da Terra e o Príncipe da Água, O Grande Rabanete e Rubinha e a Procissão dos Mortos. A escolha dos contos foi pensada para garantir a interação e a diversão do público de todas as idades.

    Quem conta?

    Nara Kelly (Contadora e Ministrante da Oficina) – A atriz Nara Kelly é formada em Artes Cênicas pela UFRN e atua desde 1994 no cenário teatral potiguar. É integrante do Grupo Estação de Teatro, desde sua fundação em 2009, e também atua nos espetáculos da Casa de Zoé desde 2017. O gosto pela contação de histórias se deu a partir da montagem do renomado espetáculo Fábulas, do Grupo Clowns de Shakespeare, que estreou em 2006, fruto da sua conclusão no curso de Artes na UFRN. De lá pra cá, investe em livros, oficinas e conhecimento acerca da arte da narrativa, ganhando destaque no RN por sua trajetória. Participou do projeto Arte da Palavra SESC, circuito Oralidades, com o espetáculo 1,2,3… Conto outra vez. 

    Manu Azevedo (Contadora e Ministrante da Oficina) – Manu Azevedo é formada em Artes Cênicas pela UFRN e desenvolve trabalhos de teatro desde o ano de 2003.  Em  2009 fundou com outros colegas o Grupo Estação de Teatro, com o qual desenvolve trabalhos como atriz, contadora de histórias, iluminadora, produtora e assistente de direção. Como atriz, atua no espetáculo “Estação dos Contos”, que circulou no Projeto Palco Giratório Sesc 2015, Prêmio Miriam Muniz 2014, Caixa Cultural Fortaleza 2017, além de vários projetos e festivais estaduais nos últimos 10 anos. Também participa como stand-in na produtora Casa de Zoé  nos espetáculos “Meu Seridó” e “Sinapse Darwin”.  Atualmente, faz a assistência de direção do espetáculo “No Coração da Lua” e atua no espetáculo “Candeia” do Grupo Estação de Teatro.

    Ficha Técnica:

    Elenco: Manu Azevedo, Nara Kelly e Caio Padilha

    Trilha: Caio Padilha

    Direção de fotografia, Captação e Edição: Taline Freitas

    Intéprete de Libras: Brígida Paiva

    Produção Executiva: Talita Yohana (TAYÓ Produções)

    Assistência de Produção: Claudia Mariana e Mariana Hardi

    Técnicos: Janielson Silva e Sandro Paixão

    Estúdio: Estúdio Hangar

    Assessoria de Imprensa: Sollar Comunicação

    Designer Gráfico: FilipeAnjo

    Sobre o Grupo Estação: 

    O Grupo Estação de Teatro atua profissionalmente no cenário teatral potiguar há treze anos. Em 2019, através do Edital de Economia Criativa do Sebrae-RN, o Grupo Estação lançou o canal infantil de sucesso no Youtube intitulado “ESTAÇÃO CRIANÇA”.

    Produz um conteúdo teatral com obras ao mesmo tempo lúdicas, reflexivas e educativas. Como por exemplo o espetáculo “Quintal de Luís”, inspirado no mestre Câmara Cascudo, apresentado em diversas ruas, praças e parques; o adulto Guerra, formigas e palhaços que trouxe mais visibilidade ao grupo, sendo apresentado em 15 estados brasileiros. O Grupo possui um repertório infantil composto pelo “Estação dos Contos”; “Um sonho de rabeca no reino da bicharada”, “1,2,3… Conto Outra Vez” , “Histórias de uma Viajante”, “Candeia” e  “No coração da lua”. Em sua trajetória, o Grupo vem sendo contemplado em diversos editais, com destaque para, Edital de Economia Criativa SEBRAE 2022, 2021, 2020, 2019 e 2017; Projeto Conexão Elefante Cultural 2016 e 2020, Programa Petrobrás Distribuidora 2019; Programa de Patrocínios COSERN Cultural 2018 e 2015, Edital de Seleção Pública POTIGÁS 2017 (projeto Estação Criança); Programa de Ocupação dos Espaços da Caixa Cultural Fortaleza– 2017/2018; Palco Giratório Sesc 2015 – turnê em 18 estados do Brasil; Projeto Jornada Cultural 2015 – Teatro Riachuelo; Edital Natal Em Cena 2014; Prêmio FUNARTE de Teatro Myriam Muniz 2013 e o Programa BNB de Cultura 2010, além de participações em festivais e mostras importantes.

    Siga: https://www.instagram.com/grupoestacaodeteatro/

    https://www.instagram.com/tayoproducoes/

  • Premiado Espetáculo “Tom Na Fazenda”, com o ator Armando Babaioff, chega a Natal nesta quinta-feira (20)

    Tom na Fazenda” – uma das peças mais aplaudidas e premiadas desde sua estreia em 2017 – acaba de voltar de uma temporada de grande sucesso no prestigiado Festival de Avignon, na França. A montagem, idealizada por Armando Babaioff, com direção de Rodrigo Portella, já́ foi assistida por mais de 45 mil pessoas e traz no elenco Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues e Camila Nhary, além do próprio Babaioff, em um drama forte e potente que aborda a inabilidade do indivíduo para lidar com o preconceito, a violência e o fracasso. O espetáculo terá única apresentação em Natal, no dia 20 de abril, no Teatro Riachuelo.

    Tom na Fazenda é baseada na obra “Tom à la Ferme”, do autor canadense Michel Marc Bouchard. Foi numa conversa com um amigo que Babaioff tomou conhecimento do filme Tom na Fazenda (2013), adaptação da peça homônima, com direção do franco-canadense Xavier Dolan. Arrebatado pela obra, o ator começou a traduzir a peça, que conta uma história universal, comum entre jovens de várias gerações, de diferentes culturas. São homens e mulheres que, por conta do preconceito, aprendem a mentir antes mesmo de aprenderem a amar. As famílias, guardiãs das normas sobre a sexualidade, garantindo sempre a heteronormatividade, inserem nos próprios membros a semente da homofobia.

    Em cena, o publicitários Tom (Armando Babaioff) vai à fazenda da família para o funeral de seu companheiro. Ao chegar, descobre que a sogra (Soraya Ravenle) nunca tinha ouvido falar dele e tampouco sabia que o filho era gay. Nesse ambiente rural e austero, Tom é envolvido numa trama de mentiras criada pelo truculento irmão (Gustavo Rodrigues) do falecido, estabelecendo com aquela família relações de complicada dependência. A fazenda, aos poucos, vira cenário de um jogo perigoso, onde quanto mais os personagens se aproximam, maior a sombra de suas contradições.

    “Todo redemoinho que devastará a vida dos que fogem das normas surge no núcleo de suas próprias famílias”, comenta Rodrigo Portella, que opta, mais uma vez por uma encenação com poucos elementos para que as sutilezas das relações propostas pelo texto se sobressaiam. “Bouchard compôs uma obra de estrutura impecável. Ele vai fundo nas contradições dos seus personagens, o que os torna muito próximos de nós”, acredita o diretor.

    Vencedor dos Prêmios APCA, APTR, Shell, entre outros, o espetáculo já́ completou mais de 250 apresentações com dez temporadas no Rio de Janeiro, uma em São Paulo e uma em Montreal, no Canadá, quando foram surpreendidos pela pandemia da Covid-19 e obrigados a cancelar as apresentações que fariam também em Connecticut, nos Estados Unidos, e no Festival de Avignon, em 2020.

    O retorno das atividades presenciais se deu em 2021, a convite da Secretaria de Cultura de Fortaleza, na reabertura do Theatro São João, em Sobral/CE, e no Cine Teatro São Luís, em Fortaleza. Em julho deste ano, a peça foi selecionada para a programação off do Festival de Avignon, onde foi eleita uma das 13 peças favoritas do festival, segundo o Le Journal Du Dimanche e o Coup de Cœurdu Festival, dado pelo Jornal La Croix. Após a bem-sucedida passagem por Avignon, Tom na Fazenda partiu para uma temporada em Paris, a convite do Théâtre Paris-Villette, onde fará 21 apresentações até o início do mês de abril. No segundo semestre de 2023, o espetáculo retorna para mais uma turnê̂ pela Europa.

    “Somos felizardos em poder contar essa história e gratos à trajetória que a peça está realizando sem qualquer recurso vindo de leis de incentivo. Estreamos em março de 2017 no Oi Futuro, com patrocínio da Oi, mas findada a temporada, ficamos sem apoio. Porém, para nossa grata surpresa, seguimos firmes nestes cinco anos, sempre com temporadas lotadas, o que nos mostra que Tom é um espetáculo necessário e que precisa ser visto por ainda muito mais pessoas no Brasil e no mundo”, comenta Babaioff.

    HISTÓRICO:

     Tom na Fazenda estreou em março de 2017, no Teatro Oi Futuro, no Rio de Janeiro. Em junho de 2018, foi apresentado no Festival TransAmériques (FTA), em Montreal, no Canadá, um dos festivais mais importantes da América do Norte. A peça era a única representante brasileira e foi indicada pelo próprio autor da obra, o dramaturgo canadense Michel Marc Bouchard, que mora em Montreal, mas assistiu à peça em sua estreia, no Rio. Ainda em 2018, a peça participou do Festival de Curitiba (abril), do Festival Palco Giratório do SESC, em Porto Alegre (maio), do Festival de Inverno de Garanhuns (julho) e do Festival Cena Contemporânea, em Brasília (agosto).

    Em 2019, o espetáculo foi contemplado com o Prêmio Tônia Carrero de Teatro e circulou pelas zonas oeste e norte do Rio de Janeiro, além de uma apresentação em Rio das Ostras, região dos Lagos. No mês de março, estreou sua oitava temporada, primeira na cidade de São Paulo, no Sesc Santo Amaro. Em maio, fez uma circulação por cinco teatros da rede SESI-Firjan, em julho fez duas apresentações no FIT Rio Preto, SP e, em setembro, fez duas apresentações no Sesc Santos, SP. A última temporada no Rio de Janeiro foi no Teatro Petra Gold, em fevereiro de 2020.

    Em julho de 2022, a montagem fez sua primeira temporada na Europa, onde realizou 18 apresentações, no teatro LA MANUFACTURE, dentro da Mostra

    SERVIÇO

    TOM NA FAZENDA

    Dia 20 de abril, às 20h, no Teatro Riachuelo

    Classificação: 18 anos

    CANAIS DE VENDAS OFICIAIS:

    Bilheteria do Teatro Riachuelo (Terça a sábado, das 14h às 20h) ou no site uhuu.com

    Atendimento: falecom@uhuu.com

    FICHA TÉCNICA

    Texto: Michel Marc Bouchard
    Tradução: Armando Babaioff – QUADROVIVO
    Direção: Rodrigo Portella
    Elenco: Armando Babaioff, Soraya Ravenle, Gustavo Rodrigues, Camila Nhary
    Cenografia: Aurora dos Campos
    Iluminação: Tomás Ribas
    Figurino: Bruno Perlatto
    Direção Musical: Marcello H.
    Produção Executiva: Cláudia Barbot
    Direção de Produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela
    Prog. Visual e Comunicação: Victor Novaes
    Idealização: Armando Babaioff

    Produção Natal: Bobox Produções e Casa de Zoé

    SOBRE ARMANDO BABAIOFF (Idealizador, tradutor e ator)

    Formado pela escola Estadual de Teatro Martins Pena e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) em Artes Cênicas. No teatro fez inúmeras peças com destaque para: O Santo e a Porca de Ariano Suassuna, A Gota D’água, ambas com direção de João Fonseca; Rockantygona (2011), baseado na obra de Sófocles, com direção de Guilherme Leme Garcia; Escola do Escândalo, de Richard B. Sheridan, com direção de Miguel Falabella; A Propósito de Senhorita Júlia, de August Strindberg, dirigida por Walter Lima Jr.; O que Você Mentir Eu Acredito, de Felipe Barenco, com direção de Rodrigo Portella.

    Com uma vasta carreira no audiovisual e produzindo os próprios trabalhos desde 2009, em 2017, Babaioff estreia seu projeto de maior sucesso, Tom na Fazenda, que lhe rendeu diversos prêmios de melhor ator e melhor espetáculo, entre eles o APCA SP e o Prix de la Critique de melhor espetáculo em Montreal. Em 2022, acreditando na qualidade artística do projeto aliado à urgência do discurso e a criatividade de artistas brasileiros, cria a produtora “Quadrovivo” com o desafio de internacionalizar o espetáculo Tom na Fazenda.

    Tom na Fazenda chegou pela primeira vez na Europa em 2023 no Festival de Avignon, na França, com bastante êxito de público e crítica. O desdobramento desse sucesso rendeu diversos convites, entre eles uma temporada no prestigiado teatro Paris-Villete, durante o mês de março de 2023 em Paris e uma turnê̂ por mais de 35 salas de teatro na Europa, entre elas o Teatro Nacional da Bélgica e o Teatro Nacional da Suíça a partir de 2024, além de um convite para a realização de uma co-produção inédita com o Centre dramatique national de Reims para 2025.

    SOBRE MICHEL MARC BOUCHARD (autor)

    Michel Marc Bouchard nasceu em Saint-Coeur-de-Marie, em Quebec, no Canadá. Formado em teatro pela Universidade de Ottawa, fez sua estreia profissional como dramaturgo em 1983 com Contre-nature de Chrysippe Tanguay, Écologist, e, desde então, escreveu mais de 25 peças que foram traduzidas em diversas línguas e apresentadas em muitos países e festivais. Bouchard foi condecorado Cavaleiro da Ordem Nacional de Quebec, em 2012.

    Sua obra mais conhecida é Lillies (Les Feluettes ou la Répétition d’un Drame Romantique), que posteriormente foi roteirizada e dirigida por John Greyson em seu filme homônimo. The Painter Madonna foi sua primeira peça traduzida para o inglês. Entre suasobras mais conhecidas, destaque para The Coronation Voyage (Le Voyage du Couronnement), Down Dangerous Passes Road (Le Chemin des Passes-Dangereuses) e Written on Water (Les Manuscrits du Déluge). Sucessos no teatro, as peças The Orphan Muses (Les Muses Orphelines) e Tom at the Farm (Tom à la Ferme) também foram adaptadas para o cinema pelos diretores Robert Favreau e Xavier Dolan, respectivamente.

    Ao longo de sua carreira, Bouchard foi agraciado com importantes prêmios de artes cênicas no Canadá: Prix Journal de MontrealPrix du Cercle des Critiques de L’outaouaisMoore Award Dora Mavor for Outstanding New PlayFloyd S. Chalmers Award Canadian Play. Recebeu nove prêmios Jessie Richardson Theatre Awards para as peças Lillies Les Muses Orphelines.

    SOBRE RODRIGO PORTELLA (diretor)

    Artista cênico nascido no interior do Brasil, diretor teatral, iluminador e dramaturgo com 45 anos de idade e 30 anos de carreira, Rodrigo Portella é hoje um dos diretores mais reconhecidos da cena teatral brasileira. Escreveu 12 peças teatrais e dirigiu outras 40 obras em teatro. Foi ganhador dos mais importantes prêmios do teatro brasileiro da última década por suas criações: “As Crianças” (de Lucy Kirkwood) em 2020 e “Tom na Fazenda” (de Michel Marc Bouchard) em 2018. Esta última ganhou o prêmio da crítica de Melhor espetáculo estrangeiro em Montreal (Canadá) em 2019 e dos prêmios APCA (São Paulo – 2019) e APTR (Rio de Janeiro – 2018) entre outros. Rodrigo é bacharel e mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, com doutorado em andamento. Suas obras ocuparam os principais espaços culturais de cidades como Rio de Janeiro e São Paulo; e participaram da programação dos maiores festivais de teatro do país, circulando em mais de 90 cidades no Brasil, Argentina, Equador, Chile, França, Alemanha e Canadá. Atualmente vive em Barcelona, é professor do curso superior do Instituto Cal de Arte e Cultura.

  • Bilheteria do Parque das Dunas passa a aceitar pagamento por PIX

    O Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves” modernizou o sistema de aquisição da entrada ao local. O espaço passa a receber o pagamento dos bilhetes por meio de PIX, com o objetivo de oferecer mais condições e comodidade na hora da compra para os visitantes.

    De acordo com a gestora do Parque, Mary Sorage, a iniciativa, sem dúvida, facilitará a aquisição dos ingressos. “As pessoas têm se acostumado a passear sem dinheiro em espécie. É uma tendência mundial, até por questões de segurança. Com a disponibilidade do PIX solucionaremos a questão de troco, que era uma demanda antiga, e daremos mais uma opção de pagamento para aqueles visitantes que muitas vezes deixam de usufruir esse espaço maravilhoso por não terem dinheiro”, comentou a gestora.

    O Parque das Dunas é aberto de terça-feira a domingo, inclusive em feriados, das 7h30 às 17h. É fechado nas segundas-feiras, para manutenção. O valor de entrada custa 1 real. São isentos de pagamento: crianças de até cinco anos, adultos acima de 60 anos, escoteiros uniformizados e escolas públicas (estas devem agendar a visita).

    Carteira de Coopista

    Para quem deseja adquirir a Carteirinha de Coopista, ela pode ser feita pela internet, através do site parquedasdunas.rn.gov.br, e, presencialmente, no Setor de Informações da Unidade de Conservação. O documento permite o acesso de praticantes de caminhada e corrida a partir das 5h, antes de abrir os portões para o público em geral, todos os dias, mesmo nas segundas-feiras quando o Parque é fechado para visitantes.

    A carteira custa R$ 20,00 (vinte reais) e deve ser renovada anualmente, com exceção da Carteira Permanente que é emitida para pessoas com idade superior a 60 anos.

    Parque das Dunas

    Administrado pelo Governo do Estado, por meio do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – Idema, o Parque das Dunas é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira. Ele é considerado o maior parque urbano sobre dunas do Brasil, exercendo fundamental importância para a qualidade de vida da população natalense.

    O setor de uso público é o Bosque dos Namorados, ocupando uma área aproximada de sete hectares, com mais de mil e trezentas árvores nativas da Mata Atlântica.

  • Amanhã tem Ana Cañas Canta Belchior e Edja Alvess no Seis e Meia

    Nesta quarta-feira, dia 12, o Projeto Seis e Meia recebe no palco do Teatro Riachuelo Natal o espetáculo Ana Cañas Canta Belchior e para abrir a noite a cantora potiguar Edja Alvess.O show será às 19h. Os ingressos custam a partir de R$ 30,00 e estão à venda na bilheteria do teatro (de terça a sábado, das 14h às 20h) e no site uhuu.com.

    Em 2021, a cantora e compositora paulistana Ana Cañas lançou o projeto em disco, marcando seu primeiro trabalho como intérprete. Desde então segue em turnê pelo Brasil com um repertório de canções do compositor cearense, morto em 2017. Há hinos da MPB, como Velha Roupa Colorida, A Palo Seco e Apenas um Rapaz Latino-Americano, e outras pérolas do artista, como Na Hora do Almoço, Galos, Noites e Quintais e Paralelas.

    “Será nossa segunda vez em Natal cantando Belchior e tenho certeza que será muito emocionante. Adoro o público potiguar e sei que Belchior também atravessa o coração deles e poder levar o projeto para este palco, para o público de Natal, me deixa muito emocionada”, comenta Cañas sobre sua expectativa para a apresentação. A banda que acompanha Ana Cañas neste show será formada por Fabá Jimenez (guitarra e violão), Adriano Grineberg (teclado), Fernando Nunes (baixo) e Loco Sosa (bateria).

    Natural de Natal, Edja Alvess iniciou sua carreira artística no ano de 1999, sempre interpretando tanto artistas potiguares quanto vários nomes da Música Popular Brasileira, nos diversos projetos em que atuou. Em 20 anos de carreira, Edja passou pelos palcos de importantes eventos do estado. Ainda em 2019, a cantora realizou 8 edições do especial Edja Canta Gal, em que reúne clássicos de compositores brasileiros já interpretados pela Gal Costa.

    O Projeto Seis e Meia tem o patrocínio da Unimed Natal, Arena das Dunas e Grupo Dunas, via Programa Djalma Maranhão da Prefeitura do Natal. Grupo SterBom, via Lei Câmara Cascudo do Governo do RN. E também da Fecomercio/SESC, Instituto de Radiologia e Sicoob. O show é uma realização da Idearte Produções e SuperStar Promoções. Mais informações: @idearteproducoes.

    Serviço:
    Seis e Meia – Abril 2023
    Atrações: Ana Cañas e Edja Alvess
    Dia: 12 de abril de 2023
    Local: Teatro Riachuelo
    Classificação indicativa: 12 anos
    *menores de idade precisam estar acompanhados dos pais ou responsável autorizado.

     Ingressos
    R$ 60,00 Frisas;
    R$ 80,00 Balcão Nobre;
    R$ 100,00 Plateia B;
    R$ 100,00 Plateia A;
    *valores de inteira
    % Descontos:
    50% Meia Entrada (idosos a partir dos 60 anos, crianças de 2 a 14 anos, estudantes, ID Jovem, pessoas com deficiência, professores e doadores de sangue);
    50% clientes Unimed Natal (1 ingresso);
    50% titulares do Cartão Nordestão (1 ingresso);
    50% assinantes Tribuna do Norte (2 ingressos, apenas na bilheteria);
    50% assinantes Cabo Telecom (2 ingressos, apenas na bilheteria);
    50% clientes Sicoob (2 ingressos, apenas na bilheteria);
    30% titulares do Cartão Riachuelo (1 ingresso);
    *descontos limitados e não cumulativos

     Pontos de venda:
    – Bilheteria do teatro (de terça a sábado, das 14h às 20h)
    – @uhuuoficial
    Realização: @idearteproducoes

  • Ministério da Cultura lança Edital Carolina Maria de Jesus que premiará 40 escritoras de obras inéditas

    Nas palavras da própria Carolina Maria de Jesus, “o sonho salta do papel e dança conosco”. A iniciativa proporcionará R$ 2 milhões em recursos públicos para reconhecer trabalhos inéditos escritos por mulheres, o que torna o edital o maior desse tipo na história do Brasil. Das 40 obras selecionadas, ao menos 20% serão de mulheres negras, 10% de mulheres indígenas, 10% de mulheres com deficiência, 5% de mulheres ciganas e 5% de mulheres quilombolas. A comissão julgadora também será totalmente feminina.  

    Em sua fala, o secretário de Formação, Livro e Literatura do MinC, Fabiano Piúba, colocou a iniciativa como mais do que uma ação literária: trata-se de uma política de equidade. “Estamos executando políticas públicas de cultura, de artes, de educação, mas também de cidadania, diversidade e acessibilidade cultural com ênfase nas políticas afirmativas. Este é um edital de fomento à literatura brasileira. Voltado para premiar textos inéditos de mulheres escritoras. Um prêmio para reconhecer os processos de escritas e o ofício das escritoras na arte com as palavras”, ressaltou. 

    Já a ministra Anielle Franco celebrou o lançamento do edital e relembrou como o ato de ler e escrever foram fundamentais na sua vida. “Eu lia Carolina e eu me reconhecia em muitas situações, nas resistências das favelas. O racismo que assola a gente fez com que Carolina não fosse reconhecida. Trago aqui a importância de termos um Governo que faz um edital como esse”, pontuou. 

    Além da diversidade, a iniciativa é também um marco nas políticas públicas de acessibilidade: trata-se do primeiro edital da história a usar técnicas de linguagem simples, direito visual e design editorial. A facilitação é fruto de uma parceria entre o MinC e o Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará (IRIS). “O Prêmio Carolina Maria de Jesus já nasce muito lindo e muito diferente, mais leve, mais fácil, mais inclusivo. Pela primeira vez, fazemos a publicação de um edital da Cultura não apenas no modelo tradicional, mas também em um formato totalmente acessível”, celebrou a ministra da Cultura, Margareth Menezes. 

    O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, ressaltou a importância simbólica da premiação. “Convivemos em uma sociedade constituída pelo racismo e machismo, é preciso pensar a literatura como ferramenta para equidade. Uma premiação como essa vai ao encontro do compromisso assumido pelo governo do presidente Lula”, afirmou. 

    Inscrições 

    edital foi publicado no Diário Oficial da União dessa quarta-feira, 5 de abril. As inscrições, gratuitas, estarão abertas entre 12 de abril a 10 de junho de 2023, e deverão ser feitas exclusivamente por meio do sistema Mapas Culturais

    São elegíveis obras nas categorias conto, crônica, poesia, quadrinhos, romance e roteiro de teatro, redigidos em português do Brasil e inéditos. A candidata deverá inscrever apenas uma obra inédita em apenas uma categoria. Não poderá haver, em nenhuma parte do texto, a indicação da autora, o que será motivo de desclassificação. 

    Carolina Maria de Jesus 

    Além de impulsionar trabalhos literários produzidos por mulheres, o prêmio lançado pelo MinC homenageia uma escritora brasileira de renome internacional: Carolina Maria de Jesus. Nascida em 1914, escrevia sobre o seu dia a dia na favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo, até que, em 1958, conheceu o jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação de seus diários. 

    Na solenidade de lançamento do edital, Carolina foi representada por sua filha, Vera Eunice, que relembrou a trajetória de resistência da mãe. “Ela sempre tinha um lápis, a roupa sempre tinha um bolso. Fomos criados, assim, com a minha mãe sempre escrevendo. Era uma mulher à frente do seu tempo”, relembra. 

    Emocionada, a educadora estimula a participação de mulheres negras no prêmio. “Quando a gente está escrevendo, a gente se atenta aos sentimentos, não às regras gramaticais. Coloquem os seus sentimentos”, conclamou. 

    Para mais informações, consulte o edital. 

  • Arraiá “Olha a Cobra” abre as festividades de São João em Natal

    Já pode ir pensando em  tirar o traje matuto do armário que as festividades de São João vão começar mais cedo! Chame o seu par, que o Arraiá “Olha a Cobra” promete forró dons bons, no dia 27 de maio, na Arena das Dunas.

    Em uma superestrutura, com bares, praça de alimentação e conforto para o público, esta edição do arraiá exaltará o protagonismo feminino no forró. É isso mesmo, seu menino! Elas serão destaque entre as atrações que serão divulgadas em breve!

    Para não perder nenhuma novidade sobre a festa, acompanhe o perfil @arraiaolhaacobra no Instagram.  E já você já pode ir se programando, que a pré-venda acontece a partir de hoje (05 de abril) no site Outgo.  

    O Arraiá “Olha a Cobra” tem patrocínio da Prefeitura do Natal, Unimed Natal, Arena das Dunas e Praia Mar Hotel, via Lei Djalma Maranhão.

    SERVIÇO:

    Arraiá “Olha a Cobra”

    Dia 27 de maio, a partir das 21h, na Arena das Dunas

    Vendas: https://outgo.com.br/olhaacobra

    Realizaçã0: @teia.lab

  • Escola da Assembleia lança calendário de cursos 2023

    Com uma oferta variada de cursos de capacitação, palestras e oficinas, a Escola da Assembleia abriu o calendário de cursos 2023. Somente entre os cursos de capacitação (pessoal e profissional), estão sendo oferecidos mais de 40 oportunidades.
     
    Em parceria com o Interlegis, serão 13 os cursos ofertados: Sistema de Apoio ao Processo Logístico (SAPL), Marcos Jurídicos, Licitação e Contratos, Câmaras Verdes, Cidade Inteligente, Gestão Eficiente, Planejamento Estratégico no Legislativo, Conformidade Legal para Políticas Públicas, Equidade e Diversidade no Legislativo, Gestão da Informação e do Conhecimento, Gestão de Documentação Arquivística, Multiplicando a Revisão de Marcos Jurídicos, Legislativo Transparente e Gestão de Projetos.
     
    “Através da atual gestão, a Escola da Assembleia tem reforçado o seu papel dentro da política institucional de valorização do servidor do legislativo potiguar, sendo aberta também aos agentes públicos em geral e à comunidade, de forma gratuita e com excelência na qualidade dos serviços”, afirma o diretor da Escola, professor João Maria de Lima.
     
    Pelo projeto Conexão Parlamento, a Escola irá oferecer os cursos de Oratória, Transparência das Contas Públicas/Controle Interno, Curso de Elaboração de Termo de Referência (projeto básico e edital), Gestão de Pessoas, Atendimento de Excelência no Serviço Público, Relacionamento Interpessoal e Inteligência Emocional, Redação Oficial e Cerimonial.
     
    O projeto já capacitou, desde 2019, milhares de pessoas em diversas cidades do Rio Grande do Norte e tem sido muito bem recebido pelos participantes. “Nosso objetivo com o Conexão Parlamento é levar informação e conhecimento sobre formação política, cidadania e capacitação pessoal e profissional, a diversas regiões do RN, promovendo ciclos de debates, palestras e cursos dos mais diversos temas. Isso reflete na sociedade, que é beneficiada com as ações que resgatam valores de cidadania e humanizam o serviço público”, acrescenta o diretor.
     
    A Escola da Assembleia é credenciada no Sistema Estadual de Ensino do Rio Grande do Norte para a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu, outorgado pelo decreto do Governo do Estado de nº 26.590/2017, publicado no diário oficial do estado nº 13.843, de 12/01/2017.
     
    Cursos de capacitação profissional e pessoal, oficinas, pós-graduação Lato Sensu e Stricto Sensu são ofertados pela Escola da Assembleia, sendo a primeira Escola do Brasil a oferecer curso de mestrado em Gestão Pública em parceria com Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Os servidores dos gabinetes, parlamentares e áreas administrativas da ALRN recebem treinamento, atualização, além de desenvolverem atividades para produção acadêmica.

  • Ato

    Por Natália Chagas

    Ela andava descalça no meio da lama, feliz como criança. O pai não entendia que graça tinha os pés sujos se Deus havia lhe dado sapatos. A moça, que apesar de seu jeito lépido quase infantil, se tornara mulher recentemente. A mãe havia sido morta na fazenda que moravam em circunstâncias tão cruéis que o pai resolveu ir pelo mundo no meio da noite escondido. Sem dar explicação a quem quer que seja, ele fez uma trouxa com poucas roupas dele e da filha, apenas o essencial, e partiu com coração rasgado e olhos secos de tanto chorar.

    Serena não viu o corpo da mãe, então o pai resolveu que ela não precisava saber de nada e mandou-lhe calar. Sem perguntas, sem dor. É melhor assim.

    Caminhavam ela na frente, ele logo atrás observando como parecia com a mãe quando eles se conheceram. Isso aprofundava a dor da perda como faca que vai entrando no coração até o punhal. Momentos que ele, bruto, conseguia perceber amor como algo concreto e real desde os carinhos e cuidados do cotidiano até o sexo carnal. Nunca antes havia pensado ser possível para um homem como ele que esses sonhos e devaneios poderiam ser reais. Era coisa de mulher à toa, em sua visão. Bastava uma trouxa de roupa pra lavar, um terreno pra capinar e tudo estava resolvido. Mas se encontrou em situação apaixonada e sonhadora, quase aprisionado em uma arapuca de felicidade. E veio o senhor da terra tomar sua mulher como se fosse de direito dele já que estavam nas terras dele. Sob seus olhos, com arma de jagunço apontada para sua cabeça, ouviu gritos de desespero de seu amor, implorando para que ele parasse, testemunhou o estupro e assassinato de sua amada. “Odeio mulher que grita!” Disse no gozo final, e atirou.

    Aquilo rodeava em sua cabeça, e ele, sistematicamente, repetia para si: “Homem só quer sacanagem de mulher. Depois do ato, mata.” Ninguém lhe tirava mais isto da cabeça. Então já que nada mais podia fazer, era melhor andar pra esquecer.

    Caminharam dias, secura atrás de mais sol, sem chuva e sem população. Até que entraram em um cruzamento de 4 ruas com uma igreja no meio e um bar do outro lado da rua. Foram ao bar implorar um copo d’àgua. Três ou quatro malandros na beira de um balcão debruçados em copos de cachaça vendo o tempo passar sem ter pra onde ir.

    – Boas tardes!

    -Boas…

    -Tem como matar minha sede e da menina que espera lá fora?

    -Quer o que?

    -Para mim, qualquer branquinha que dura mais tempo. A menina pede água, se puder. Se não puder, qualquer coisa serve.

    O rapaz abriu a dose para Flaurísio, que já foi perguntando:

    -Tem trabalho pela região?

    -O que ‘cê faz?

    -De tudo um pouco.

    -Deu sorte. “Seu” Antônio de Medeiros está vindo aí. Pode perguntar pra ele. É o único que oferta alguma coisa.

    Flaurísio saiu e tomou a frente do cavalo e já foi guardando e perguntando:

    -“seu” Antônio, meu nome é Flaurísio. Faço de tudo um pouco. Fiquei sabendo que é o homem certo pra quem tem vontade de trabalhar.

    -Tenho umas coisas aqui e ali que preciso de ajuda, sim. Estou procurando um homem de honra pra me prestar uns favores. Sou muito grato a quem me faz favores.

    -Pois, conte comigo para o que der e vier.

    -Passe pela manhã em minha casa. É seguindo reto nesta direção, a porteira branca.

    -Pois deixe comigo.

    Indo em direção ao bar, Antônio viu um par de olhos castanhos gigantes iluminados seguidos de um sorriso autêntico.

    -É sua?

    Flaurísio olhou para o chão, sua pele inflamou-se, seus olhos encheram de água. Olhou de volta no olho de Antônio, viu os olhos do senhor da terra. Meio a contragosto e pelo canto da boca, respondeu:

    -Sim, minha filha.

    -Leve ela também. Sei de muitas coisas que ela pode fazer que posso ficar muito grato.

    -O senhor pode me adiantar um servicinho qualquer me pagando uma garrafa. É pra não dormir com fome.

    -Dê a ele, Juvenal, uma branquinha. Ponha na minha conta. – E sorriu novamente para Serena.

    Flaurísio pegou a cachaça, a filha e foi achar uma moita para dormir.

    -Acho que o moço gostou de mim. – dizia Serena com os lábios cheio de dentes – será que ele tem serviço pra mim também?

    – Vá dormir!

    Obedeceu ao pai, que continuou até a última gota da garrafa. As palavras se repetiam na cabeça: “Homem só quer sacanagem de mulher. Depois do ato, mata.”

    A moça já dormia, ele balbuciava:

    – Ninguém vai me tirar minha Rosa de mim novamente. Não posso deixar. – Foi até a menina, pegou em seus pés, virou seu corpo de barriga para cima, abriu seus joelhos, levantou-lhe a saia.

    -Pai, o que acontece?

    -É para seu bem.

    A ausência da calcinha era marca registrada de Rosa, e ele se lembrou. O contorno vaginal de Serena rosado e limpo fez o pênis de Flaurísio se tornar duro, e em um duplo grito ele lhe rasgou a virgindade, e permaneceu entrando e saindo aos berros de: “É para seu bem!”

    Ao ver os olhos da filha em total desespero, quis expulsá-los para fora espremendo a cabeça pela garganta.

    Os sons da noite tomaram lugar da angústia e dor. O sol nasceu. Flaurísio levantou e seguiu para o próximo vilarejo.

  • “Insanos e Beija-flores a Dois Metros do Chão” tem temporada de 6 a 9 de abril no TAM

    Seis diferentes indivíduos vivem há sete anos encarcerados em um porão. O porão da casa conhecida como Hospício da Praia Vermelha. É neste cenário que o Coletivo CIDA (RN) ambienta o novo espetáculo Insanos e Beija-flores a Dois Metros do Chão, que será apresentado no Teatro Alberto Maranhão de 6 a 9 de abril de forma gratuita.  Lá eles exibem juntos a dança mais dolorosa de suas vidas. Quase como um ritual de despedida ou talvez de reencontro.

    Insanos e Beija-flores a Dois Metros do Chão faz parte de uma criação cênica sequenciada assinada pelo coreógrafo René Loui, que conta com interlocução dramatúrgica de Jussara Belchior (SC), pesquisadora da dança. O projeto foi contemplado no Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro – 2022 e traz no elenco nomes que são referências para as artes cênicas norte-rio-grandense: Ana Cláudia Viana, Jânia Santos, Marconi Araújo, Pablo Vieira, René Loui e Rozeane Oliveira.

    “As questões abordadas em ‘Insanos e Beija-Flores’ colocam em debate o pensamento eugênico, o preconceito, os limites entre a insanidade e arte na sociedade. Falamos também sobre o silêncio instaurado sem qualquer humanidade que inviabiliza, violenta e extermina a vida de diferentes indivíduos”, declaram Arthur Moura (produtor do CIDA) e  René Loui (coreógrafo e intérprete).

    Inspiração em Bispo do Rosário

    Livremente inspirada na vida e obra de Arthur Bispo do Rosário, mais conhecido como Bispo do Rosário, o espetáculo conta as perspectivas desses seis diferentes indivíduos que há anos convivem e no porão reinventam todas as coisas da Terra. Cada um deles, uma história.

    Nascido em Japaratuba, no estado de Sergipe, em 1909, Bispo do Rosário carregava todos os estigmas de marginalização social, ainda vigentes em nossa sociedade. Homem negro, pobre, viveu asilado em um manicômio por 50 anos.

    Sua obra propunha a ressignificação do universo para ser apresentado no dia do juízo final, e não era visto por ele como arte, era missão. Ao longo de 80 anos ele produziu peças com diferentes técnicas, com destaque para a costura e bordado em formas de fardões e estandartes.

    Teve seu trabalho apresentado no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro e recebeu vários convites para mostras, o que infelizmente nunca chegou a ser concretizado. Sua missão chegou ao fim no dia 5 de julho de 1989, mas segue sendo preservada no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro.

    “Trazer para dançar conosco em ‘Insanos e beija-flores’ a figura de Bispo do Rosário é expor mais um pedaço podre da nossa história que a arte (sempre ela) tentou salvar. É urgente e importante evocar as existências daqueles que se foram porque elas precisam reverberar até esgarçar e nos mostrar o erro para assim apontar novos caminhos. Me parece que a trilogia não encerra aqui. É uma abertura, uma janela aberta… Os beija-flores desejam cada vez mais o céu”, comenta o intérprete Pablo Vieira.

    Apresentação para escolas e instituições de ensino

    Com duração aproximada de 60 minutos e classificação indicativa de 14 anos, o espetáculo será apresentado de forma exclusiva para escolas, instituições de ensino, grupos e companhias locais de modo gratuito e acessível, com tradução para Língua Brasileira de Sinais e Audiodescrição, nos dias 06, 07, 08 e 09 de abril, sempre às 10h da manhã, no Teatro Alberto Maranhão. 

    Mais de 20 instituições já realizaram o cadastro e ainda há disponibilidade de lugares para essa modalidade de apresentações . Cadastro pode ser realizado através do formulário eletrônico disponível no perfil do CIDA no Instagram (@coletivocida) ou pelo link: https://forms.gle/nG8WKi1nRkboMwAT9


    Ingressos gratuitos 

    Os interessados em assistir o espetáculo poderão retirar o ingresso no local 1 hora antes das apresentações, que acontecem às 20h para o público geral. 

    Esta obra  é uma iniciativa do Coletivo CIDA  contemplada pelo Prêmio Funarte de Estímulo ao Teatro – 2022 que conta com recursos do Ministério da Cultura e Governo do Brasil.

    Sobre o CIDA

    Coletivo Independente Dependente de Artistas (CIDA ) é um núcleo artístico de dança contemporânea e performance, fundado no ano de 2016 por artistas emergentes, pluriétnicos, com e sem deficiências, oriundos das mais diversas regiões do Brasil e radicados na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, com objetivo da profissionalização e subsistência através da dança.

    Todas as informações sobre o CIDA podem ser acompanhadas através dos canais de comunicação do coletivo. Acesse: www.coletivocida.com.br ou acompanhe o Coletivo no Instagram em: @coletivocida.
     

    SERVIÇO

    Coletivo CIDA apresenta Insanos e Beija-flores a Dois metros do Chão
    Local: Teatro Alberto Maranhão (TAM) 
    Dias: 6 a 9 de abril
    Horário: 10h para escolas e instituições cadastradas/ 20h para o público em geral
    Acessibilidade: Tradução para Língua Brasileira de Sinais e Audiodescrição
    Duração aproximada: 60 minutos
    Classificação indicativa: 14 anos

  • (Des)Confiança

    Por Natália Chagas

    As palavras saiam da sua boca com cheiro de mentira. Ela sabia. E ele pensava que não havia problema nenhum. Rigorosamente nada havia acontecido.

    Tarde da noite, ele retornou do boteco com os amigos cheirando a cerveja e com histórias para contar. Ela, ainda acordada, tomava um chá na cozinha, cabelos molhados e camisola limpa.

    Perguntou se ele tinha fome, ofereceu de fazer um omelete. Ele agradeceu pois havia comido um frango à passarinho neste bar que acabara de conhecer. Um dia ainda a levaria lá, prometeu. Ela havia perdido as contas de quantos lugares pela cidade já tinha ouvido aquela promessa. Mas como sempre acordava tão cedo, ele sempre a lembrava que os horários de jornalistas e professoras não batiam, por isso não a levava. Mas ela ia adorar, ele garantia.

    Ele tomava banho. Ela se deitava. Ele ainda voltava ao computador. Sempre havia uma história para preparar ou finalizar para o dia seguinte. Ela tinha a quinta série para ensinar na manhã seguinte. Ele se acomodava na cama. Ela acordava. Mas fingia que não. Ele passava a mão por seus ombros. Ela apertava os olhos para que ele não percebesse qualquer respiração variada.

    Ao ouvir seu ronco, ela dormia tranquila. Ainda sentia o cheiro de bebida exalando nos poros. Olhava aquele corpo do seu lado. Enxergava com nitidez loiras, morenas em seu entorno, beijando seus lábios naqueles bares que ele nunca a levou. Justo aquele corpo que já foi tão seu. Ela não se enganava. Sabia o que a vida reservava para ela.

    5 da manhã. O despertador toca. Ela levanta rapidamente para o banho. Ele dorme. Ela se prepara. O telefone dele toca. É Marcos, amigo de infância. Conversam pequenas coisas do jornal. Ele pede pra ligar em minutos. Desligam.

    Ele pergunta se Alex, professor que dá carona a ela, já chegou. Ela diz que sim. Ele deseja um bom dia. Ela acena de longe. Ele volta a ligação com Marcos:

    – Cara, que mulher maravilhosa arrumei pra minha vida. Ontem esperou eu chegar, ofereceu de cozinhar pra mim, apagou de cansada e, já está de pé indo para o trabalho.

    Do outro lado da rua, ela entra no carro:

    – Oi, meu amor! Que saudades. Acho que ontem, ele não desconfiou, mas vamos tomar mais cuidado das próximas vezes.

     Tá?