“Suvaco” cabeludo
Outro dia conversando com um cliente sobre os números de likes espontâneos ou orgânicos, como costumam falar os publicitários, que a cada dia ficam mais minguados. Expliquei a estratégia das gigantes da tecnologia operadoras das redes sociais, como somos forçados a buscar mais interação com nosso público-alvo, nos empurrando a fazer planejamento de comunicação atrelado, evidentemente, a uma boa verba, para que assim, vislumbremos alcançar a visibilidade almejada.
Sem fazer muito esforço me veio à memória que certa vez uma postagem minha alcançou a casa das 52 mil visualizações no Facebook. A proeza foi induzida por um toque divino: uma charge em que Maradona gozava de Pelé argumentando que o Papa era argentino e o Rei do Futebol respondia que Deus era brasileiro. Nunca mais vi nem a metade disto.
Na verdade, boa parte das pessoas que acessam a grande rede têm interesses diversos e muitos deles de estranhezas inusitadas, isto impõem um alto custo aos neurônios dos publicitários, perseguindo estratégias assertivas para resultados satisfatórios a seus clientes, com campanhas capazes de chamar a atenção nesse caldeirão de conteúdo heterogêneo e líquido sobre seu produto tradicional, que pode ser uma caneta Bic, mas quem diabos quer saber de marca de caneta se vai a um supermercado onde tem gondolas abarrotadas delas? Hoje, uma boa parte dos internautas pressionam “like” em coisas mais bizarras e surreais.
Avisei à Jade e Pollyanne Brito, antes de enveredarem por este caminho, que o mercado não era de fácil traquejo e, sim, exigia atenção permanente, isto é, estar sempre com o sinal amarelo ligado devido a volatilidades do consumidor final, que tem a capacidade de mudar a direção em segundos, em massa, exigindo muito esforço para trazê-lo a realidade. Como competir com o sovaco cabeludo da bela modelo britânica Fenella Fox? Aos 30 anos já amealhou aproximadamente 493 mil libras (o equivalente a R$ 3 milhões) com mais 400 mil seguidores que dão milhões de likes para verem suas axilas peludas.
Quem está com a mão no timão a navegar nas redes sociais, claro, e evidente busca ser visto, entretanto é preciso com régua e compasso traçar rota objetiva a um porto seguro, para depois não sofrer com abstinência de likes e transformar a carência em um transtorno psicológico. Quando alguém diz que gosta do que posto e outro me manda ir às favas, agradeço aos dois: ao primeiro porque afaga meu ego, o que é um estímulo, porém, ao mesmo tempo endereça um aviso para eu ter ciência que meu “suvaco” cabeludo não é tão charmoso e sexy quanto da Fenella Fox e, portanto, logo me resta continuar veiculando os “textinhos e desenhinhos” os quais gostou, para aqueles que criticam, não há outro caminho a seguir se não descobrir uma maneira de conquistar a juntar-se a minha imensa rede de seguidores de, pelo menos, meia dúzia, sendo metade do contingente de filhos, mulher e amigos e a outra metade dos algoritmos das redes.
Logo, ao amigo Paulo, que perguntou se não tenho “vergonha” de ter uma postagem com 3 likes, digo: tenho não! E não seguirei e devolvo sua sugestão: quando em uma postagem sua chegar ao expressivo número 3, apague.
Guerra
Guerras existem desde os primórdios da humanidade e não sabemos conviver sem elas, enquanto houverem dois seres humanos sobre a terra, certamente, a guerra estará presente.
Em 2022 foram registrados 55 conflitos em 38 países, sendo que 8 deles são considerados guerras. As oitos guerras de 2022 foram: Etiópia, Ucrânia, Somália, Iêmen, Burkina Faso, Mali, Mianmar e Nigéria.
Todas elas matando jovens, mulheres, idosos e crianças. Nossa indiferença seletiva nos faz cúmplice destas mortes.
Livro
O Márcio Lima Dantas, lá da boa terra de Santa Luzia, Mossoró, está dedilhando o teclado escrevendo um pouco da história de artistas mossoroenses para um livro que ainda não tem data para o prelo. Avante, Márcio.
Frase
“Ver a Declaração Universal dos Direitos Humanos feita em Paris em 1948 como lei no mundo”, o desejo de Roger Waters.
Caricatura
Caricatura do amigo jornalista/cartunista Edra para o 8º Salão Internacional de Humor de Caratinga, na categoria “Cartunistas do Brasil”