Últimas histórias

  • Passado

    O grande filósofo do cristianismo, o argelino Santo Agostinho,  tatuou uma das frases mais emblemáticas relativas à definição do tempo “o passado não existe, porque já acabou, o futuro não existe porque não começou, o presente não existe porque se torna pretérito” e ainda adiantou “o que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; porém, se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei…”

    Eu sou fissurado no tempo, penso nele o tempo todo, todo tempo, acho fantástico e, principalmente no passado, porque para mim, de fato, é o que existe – olha eu divergindo de Santo Agostinho – há muitas teorias filosóficas e físicas sobre o tempo, entretanto, todas apresentam falhas insupríveis, logo posso me dar ao devaneio de ter a minha própria tese.

    O passado, só ele existe. Ele é o senhor do tempo, depois de estabelecido nada pode alterá-lo, mudar, corrigir, somente pode ser acrescido numa linha contínua. Não há nada mais generoso que o passado, aquele não esquecido que você pode acessá-lo quando quiser, onde quiser, o tempo que quiser, só ele é real. O futuro não chegou, aparecendo instantaneamente será presente com vida de milésimo de segundo para depois alojar-se no passado, na gaveta das boas recordações ou apinhar-se no baú do esquecimento.

    Eu sou passado, vivo o passado, ainda bem. Do passado me alimento, curto meu passado, acesso-o cotidianamente – não tem como fugir: minha manhã já é passado, beijos dos netos já estão no bornal das inesquecíveis boas memórias – entretanto, nem sempre ele se faz presente por livre e espontânea vontade, e sim, lhe é posto por terceiros obrigando-o a ver o que queria esquecer.

    Sou audiência assídua no Facebook do Relembrando Mossoró, do jornalista e escritor Lindomarcos Faustino. Foi lá que vi o post de uma foto,  aí me deu uma tristeza no meu peito, era o “túmulo” aonde sepultaram a história e o sonho de centenas de profissionais de comunicação, foi lá que conheci Kléber Barros, Nilo Santos, Dorian Jorge Freire, Inácio Pé de Quenga, Laércio Eugênio Cavalcante, Júnior Barbuda, Claudino, Thurbay Rodrigues, Zé Maria Caldas, Sérvulo Holanda, Carlos Sérvulo, Amâncio Honorato, Dona Maria José, Dona Neide, César Santos, William Robson…E tantos outros amigos que os trago como pingentes, do lado esquerdo do peito. Era ali na Cunha da Mota com a Frei Miguelinho a morada de Canindé Queiroz e Dona Maria Emília, a nossa “casa” a Gazeta do Oeste, naquela esquina boa parte da história contemporânea de todos nós foi escrita e está impressa no passado da memória da terra dos Monxorós.

    Brito e Silva – Cartunista

    Exposição

    Este de 2024, teremos mais uma vez uma exposição de caricaturas, charges e cartuns, na sede da Aliança Francesa, em Natal. Joe já chegou da França nos convocando – convite aceito – juntamente com o cartunista Brum para formamos triunvirato de 2023.

    Carvalho

    O cientista britânico Peter Wohlleben, depois de vários estudos concluiu que árvores têm sentimentos e podem até sentir dor. Conhecedora da afirmação a canadense Sonja, “ecossexual” foi conferir, agora anda saltitante enamorada de frondoso e velho carvalho que lhe proporciona orgasmos múltiplos. Char, uma americana comprou uma boneca inflável em imagem e semelhança dela, para o marido transar quando estiver indisposta.

    Sanha sanguinária

    Já foram mortos 28 mil palestinos na sanha sanguinária do neonazista Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, contra 1500 judeus. Enquanto isso, a ONU a cada dia enfraquece e é desmoralizada por seus membros que não cumprem suas resoluções, assim sendo a carnificina se expande e o perigo de uma terceira guerra fica mais próxima.

    O fascista, desqualificando a UNO vomitou não aceitar um Estado Palestino.

    Podre

    Aonde o bolsonarismo põe a mão apodrece. Haja vista a ABIN.

    Frase

    “Vamos entupir as cadeias de bandidos” – Jair Bolsonaro

    Caricatura

    Caricatura do editor-chefe da Papangu, o também cartunista Túlio Ratto.

  • Noel arrombou a festa

    Ouvi de um palestrante em um congresso da Unimed, em São Paulo, quando detínhamos a conta publicitária da unidade de Mossoró/RN, a respeito da eficácia do marketing como ferramenta de comunicação de massa, citando a igreja católica como uma das entidades fomentadoras mais competentes no uso desse instrumento: organizando, planejando e uniformizando sua comunicação para poder cristalizar simbologias e marcas na mente dos fiéis: a cruz, torres das igrejas, os sinos, que em cada badalada comunica uma mensagem diferente. Uma verdade cristalina.

    Se valendo do seu poder o cristianismo apoderou-se da festa pagã na qual os romanos celebravam a chegada do inverno (solstício de inverno) e, solidificou o 25 de dezembro como dia do nascimento de Jesus Cristo e por anos a fio foi o natal uma festa que envolvia todo mundo católico. Talvez ainda seja, uma das festas mais importantes para os cristãos. Entretanto, um velhinho escroto rechonchudo vestindo vermelho, tendo alguma ligação histórica e mítica com santo católico, o São Nicolau, passou a dividir as atenções dos festejos com o principal protagonista, o Menino Jesus.

    No país do marketing, em 1931, o desenhista Haddon Sundblom utilizou a imagem de Noel em um comercial da Coca-Cola acrescentando um saco de presentes e um gorro. Desde então o velhote se comporta como ator principal, corrompendo crianças, jovens, adultos e velhos. Noel agora é pop e não poupa ninguém. Na verdade, poupar não faz parte de seu vocabulário, cooptado pelo marketing uma vez por ano vem como um furacão arrasando quarteirões, causando estragos devastadores nos bolsos de muitos pobres cristãos desavisados, que trocaram o Aniversariante pelo embusteiro e, só vão dar por si no mês seguinte quando as faturas dos cartões de créditos entopem dramaticamente a caixa de correspondência dos celulares.

    Noel e o consumo desenfreado estão intricadamente cimentados. O natal, festa que outrora fora católica, hoje, rendeu-se e cedeu lugar a festa da gastança, festa do comércio, festa dos ricos, que cada vez ficam mais riscos deixando outros mais pobres que Jó. O marketing por tempos fortemente aplicado pela igreja católica com destreza foi rompido pela força do capital vitimando sua Joia, sua simbologia Maior: o próprio Deus. Chico que ponha as barbas de molho, por aí tem um outro charlatão orelhudo que diz pôr ovo de chocolate ameaçando outra data importante ao catolicismo.

    “O Natal já foi festa, já foi um profundo gesto de amor. Hoje, o Natal é um orçamento” — Nelson Rodrigues.

    Extrema-Direita

    Na Argentina, apoiadores do presidente extremista Javier Milei estão sugerindo aos pobres apenas uma refeição por dia, para contribuírem com o plano de resgate da economia.

    Economia TOP

    O FMI divulga as 20 maiores economia do mundo, o Brasil ocupa o nono lugar, o que deveria ser motivo de orgulho para nós os brasilianos, na verdade é um vergonhoso retrato da cruel desigualdade imperando há séculos. Um país onde suas riquezas são para poucos apaniguados, sendo, hoje, em 2023, a nação com a maior concentração de renda onde 1% da população detém 50% das riquezas. Um escárnio.

    Música do ano 2023

    “Erro Gostoso” de Simone Mendes, eleita a melhor música de 2023 aferida pelo Domingão do Hulk. Graças a Deus meus pobres ouvidos foram poupados, na verdade não nem sei quem diabos é Simone Mendes. Como soube? Ora, pensei que fosse Simone Bittencourt de Oliveira, aquela que canta Martinho da Vila, Geraldo Vandré, que canta o potiguar Romildo Soares, de saudosa memória.

    Frase

    Previsão sobre o Governo Lula “Para virar Argentina seis meses, para virar Venezuela um ano e meio” – Paulo Guedes.

    Com um ano Lula fez o Brasil ultrapassar o Canadá.

    Papangu 2024

    Sendo esta a última Papangu de 2023, desejo que em 2024 a paz, saúde e solidariedade sejam a tônica. Papanguzada até 2024.

    Caricatura

    Caricatura do compositor potiguar Iremar Leite, autor da música “Santo de Barro”, gravado pelo Trio Mossoró, que por sai vez também teve uma belíssima interpretação do amigo Pe. Guimarães.

  • Ingratidão

    Era uma vez um sapo e um escorpião que estavam parados à margem de um rio.

    – Você me carrega nas costas para eu poder atravessar o rio? – perguntou o escorpião ao sapo.

    – De jeito nenhum. Você é a mais traiçoeira das criaturas. Se eu te ajudar, você me mata em vez de me agradecer.

    – Mas, se eu te picar com meu veneno – respondeu o escorpião com uma voz terna e doce – morro também. Me dê uma carona. Prometo ser bom, meu amigo sapo.

    O sapo concordou.

    Durante a travessia do rio, porém, o sapo sentiu a picada mortal do escorpião.

    – Por que você fez isso, escorpião? Agora nós dois morreremos afogados! – disse o sapo.

    E o escorpião simplesmente respondeu:

    – Porque esta é a minha natureza, meu amigo sapo. E eu não posso mudá-la.

      Heloisa Prieto. (O livro dos medos).

    A quem anda neste torrão abençoado por Deus e bonito por natureza é preciso saber viver: tentar entender a natureza humana ou pelo menos não gerar grandes expectativas, por que é de onde não se espera nada, que nada vem, isto se quiser manter uma saúde mental equilibrada.

    Nós, os humanos, somos completamente permeados por inúmeros vícios nos levando a comportamentos egoístas, somos fáceis de vestir(?) um escafandro e submergirmos, encapsulados pela corrupção de nossa ingratidão e na escuridão das profundezas passamos a não enxergar nada mais que nosso próprio umbigo. Desdenhamos de tudo e de todos, como se fora um soberbo profeta, que esquece de que o futuro pode ser ouro, mas também tem grandes chances de ser pirita.

    Dizem que ingratidão inocula nas pessoas uma imensa fraqueza moral e ética as assombrando, atormentando-as e, por saberem dessa condição de não terem a gratidão como preceito, o medo as torturam, as consomem. Sob cega soberba, não agradecem, não pedem desculpas, entende, se assim o fizerem, estarão sendo humilhadas, derrotadas, fracas.

    Pessoas ingratas tratam os mais fracos, os pobres, os cidadãos comuns como se fossem menos gente, menos humanos, menos vivos, apenas pobres diabos almas penadas, zumbis. Mas, de fato, na verdade estas pessoas são simplesmente seus reflexos e, é isto que as atemorizam e com uma nevoa, olham para um lado só, feitas estátuas de sal, para esquecer de onde vieram e daqueles que puseram pequenos seixos nos seus alicerces o qual hoje, edificam seus palácios.

    Diz Cícero “a gratidão não é só a maior das virtudes, mas a origem de todas as outras”. Agradecer, ter gratidão é uma qualidade dos fortes destes que têm consciência que tudo lhe foi dado: a vida, a saúde, as habilidades, família, filhos, amigos, dinheiro, fortuna e fé. Entretanto, por vezes atravessam o Rubicão da ingratidão, e assim feito, feito está. Porém, se estão vivas, ainda dá tempo de agradecerem a cada respiro.

    Diz a o livro Sagrada aos cristãos: A ingratidão mostra que estamos longe de Deus – Ramanos – 1:21.

    Calhordice

    A grande imprensa brasileira é conspiradora, retrógada e reacionária. Tem lutado permanentemente contra o Brasil. Torce, incentiva, fomenta a negação do país ter no mundo o papel que lhe é de direito. Haja vista a calhordice promovida pela diretora de jornalismo do Estadão forçando uma ligação do Ministro da Justiça, Flávio Dino com uma senhora alcunhada de “Dama do Tráfico”.

    Guerra

    Em nome de um equilíbrio e controle geopolítico a conivência do mundo “civilizado” ocidental salta aos olhos com a barbárie instalada em Gaza, onde o cretino Netanyahu mata crianças e idosos palestinos sob pretexto de uma guerra contra o Hamas, o que de fato, vemos nas imagens de tv, são inocentes crianças ensopadas de sangues.

    Editais

    Me disse um amigo, esse pessoal que elabora os editais culturais, sente prazer com o sofrimento alheio. São pessoas invejosas de mente doentia, gente do mal. Pois, com régua e compasso calculam a extensão do dano mental naqueles que se aventuram a participar de qualquer modalidade descrita no “bendito” edital e, acabam sucumbindo à frustração intensa por não conseguirem entender porra nenhum. De fato, eles são feitos para uma pequena casta de “artistas”.

    Frase

    “A venda de órgãos (humanos) é um mercado a mais” Javier Milei, Presidente da Argentina

    Caricatura

    Caricatura do Javier Milei, Presidente da Argentina para o 18º Salão Internacional de Humor de Caratinga/MG

  • “Suvaco” cabeludo

    Outro dia conversando com um cliente sobre os números de likes espontâneos ou orgânicos, como costumam falar os publicitários, que a cada dia ficam mais minguados. Expliquei a estratégia das gigantes da tecnologia operadoras das redes sociais, como somos forçados a buscar mais interação com nosso público-alvo, nos empurrando a fazer planejamento de comunicação atrelado, evidentemente, a uma boa verba, para que assim, vislumbremos alcançar a visibilidade almejada.

    Sem fazer muito esforço me veio à memória que certa vez uma postagem minha alcançou a casa das 52 mil visualizações no Facebook. A proeza foi induzida por um toque divino: uma charge em que Maradona gozava de Pelé argumentando que o Papa era argentino e o Rei do Futebol respondia que Deus era brasileiro. Nunca mais vi nem a metade disto.

    Na verdade, boa parte das pessoas que acessam a grande rede têm interesses diversos e muitos deles de estranhezas inusitadas, isto impõem um alto custo aos neurônios dos publicitários, perseguindo estratégias assertivas para resultados satisfatórios a seus clientes, com campanhas capazes de chamar a atenção nesse caldeirão de conteúdo heterogêneo e líquido sobre seu produto tradicional, que pode ser uma caneta Bic, mas quem diabos quer saber de marca de caneta se vai a um supermercado onde tem gondolas abarrotadas delas? Hoje, uma boa parte dos internautas pressionam “like” em coisas mais bizarras e surreais.

    Avisei à Jade e Pollyanne Brito, antes de enveredarem por este caminho, que o mercado não era de fácil traquejo e, sim, exigia atenção permanente, isto é, estar sempre com o sinal amarelo ligado devido a volatilidades do consumidor final, que tem a capacidade de mudar a direção em segundos, em massa, exigindo muito esforço para trazê-lo a realidade. Como competir com o sovaco cabeludo da bela modelo britânica Fenella Fox? Aos 30 anos já amealhou aproximadamente 493 mil libras (o equivalente a R$ 3 milhões) com mais 400 mil seguidores que dão milhões de likes para verem suas axilas peludas.

    Quem está com a mão no timão a navegar nas redes sociais, claro, e evidente busca ser visto, entretanto é preciso com régua e compasso traçar rota objetiva a um porto seguro, para depois não sofrer com abstinência de likes e transformar a carência em um transtorno psicológico. Quando alguém diz que gosta do que posto e outro me manda ir às favas, agradeço aos dois: ao primeiro porque afaga meu ego, o que é um estímulo, porém, ao mesmo tempo endereça um aviso para eu ter ciência que meu “suvaco” cabeludo não é tão charmoso e sexy quanto da Fenella Fox e, portanto, logo me resta continuar veiculando os “textinhos e desenhinhos” os quais gostou, para aqueles que criticam, não há outro caminho a seguir se não descobrir uma maneira de conquistar a juntar-se a minha imensa rede de seguidores de, pelo menos, meia dúzia, sendo metade do contingente de filhos, mulher e amigos e a outra metade dos algoritmos das redes. 

    Logo, ao amigo Paulo, que perguntou se não tenho “vergonha” de ter uma postagem com 3 likes, digo: tenho não! E não seguirei e devolvo sua sugestão: quando em uma postagem sua chegar ao expressivo número 3, apague.

    Guerra

    Guerras existem desde os primórdios da humanidade e não sabemos conviver sem elas, enquanto houverem dois seres humanos sobre a terra, certamente, a guerra estará presente.

    Em 2022 foram registrados 55 conflitos em 38 países, sendo que 8 deles são considerados guerras. As oitos guerras de 2022 foram: Etiópia, Ucrânia, Somália, Iêmen, Burkina Faso, Mali, Mianmar e Nigéria.

    Todas elas matando jovens, mulheres, idosos e crianças. Nossa indiferença seletiva nos faz cúmplice destas mortes.

    Livro

    O Márcio Lima Dantas, lá da boa terra de Santa Luzia, Mossoró, está dedilhando o teclado escrevendo um pouco da história de artistas mossoroenses para um livro que ainda não tem data para o prelo. Avante, Márcio.

    Frase

    “Ver a Declaração Universal dos Direitos Humanos feita em Paris em 1948 como lei no mundo”, o desejo de Roger Waters.

    Caricatura

    Caricatura do amigo jornalista/cartunista Edra para o 8º Salão Internacional de Humor de Caratinga, na categoria “Cartunistas do Brasil”

  • Fé no ser

    Logo que tomei ciência de mim passei a dedicar uma admiração profunda a esse extraordinário ser: o humano. Sua capacidade crescente, seja ela na narrativa advinda do barro, lá de Gênesis do Livro Sagrado ou da Teoria da Evolução cunhada pelo inglês Charles Darwin. Em ambas a saga construída pelo homem é simplesmente fenomenal, capaz de encantar a todos os mortais, seus feitos ecoam pela história do homem sobre a terra expondo suas variedades e capacidades de avançar além do imaginado antes. O ser humano é apaixonadamente cativante.

    O certo é que a humanidade desde sempre floriu o inato desejo à busca para sair do status quo; olhando o céu azul com pássaros em revoadas iniciou-se a construção da extravagante ideia de voar e, por séculos o homem cultivou e aprimorou meios para tal feito, no dia 12 de novembro de 1906, o brasileiro Alberto Santos Dumont ganhou o Prêmio Archdeacon e o Prêmio do Aeroclube da França ao realizar um voo de 220 metros em Paris, hoje tido com o “Pai da Aviação”; por volta 3000 a 2000 a.C. o homem num instante de pleno lampejo criativo — pode ter sido simplesmente acidental — originou a roda, sua mais admirável e versátil invenção impondo e flexibilizando sua utilidade; ainda olhando o céu à noite, pôs-se a imaginar-se a lutar junto a São Jorge contra o dragão e, em 20 de julho de 1059, Neil Armstrong desceu do módulo lunar Apolo XII para entrar na história como o primeiro humano a pisar na lua; testemunhado seus iguais a morrerem das mais variadas doenças, então fez a vacina e assim erradicou várias doenças; os gregos nos deram a forma de pensar a vida e a partir expandimos nosso conhecimento sobre nós mesmos.

    É certo que houve o salto tecnológico sem precedente nos últimos dois séculos, ainda mais com advento da “grande rede”, a internet. Não me causa espanto se logo mais eu venha a matar minhas saudades dos meus netos Aléssia e Enzo, que moram em Santiago do Chile, presencialmente sem sair de casa, mas sim, através de hologramas, o que fato, a tecnologia já existe. A história da humanidade é permeada de avanços maravilhosamente nos permitindo ir além de nosso mundo terrestre, haja vistas as sondas Voyager 1 e 2 já estão voando no espaço profundo fora do nosso quintal, o sistema solar.

    Não vou falar de homens e mulheres que impulsionaram avanço, certamente, não caberia aqui e também não teria capacidade intelectual para tanto. Continuo acreditando que iremos mais longe do que podemos imaginar. Entretanto, há também momentos de involução, ou diarreia mental coletiva — como dizia o jornalista Canindé Queiroz —, digo do fenômeno negacionista bolsonarista da terra plana. Vi outro dia em um aeroporto da Alemanha – se não me trai a memória – mais de um centenas de pessoas protestando para terem o direito de ser reconhecidas como animais, isto é, animais irracionais: cães, gatos, cavalos, vacas… Eu conheço um bando aqui na terra brasilis que há muito são reconhecidos como vermes, ratos, amebas…

    Ainda assim, firmo meu compromisso de ter fé no humano e na sua capacidade evolutiva. Todos os dias acordo com o proposito de ser um humano melhor que ontem.

    Tara

    Os bolsonoristas e boa parte da bancada evangélica por pura falta de propostas robustas com o desenvolvimento do Brasil procuram ficar fundeados nas pautas morais.

    Na Câmara Federal deputados fazem levante contra o casamento homoafetivo. Por que essa tara destas bancadas contra as pessoas que estão enlaçadas na LGBTQIA+? Não há lei obrigando evangélicos ou bolsonaristas a casarem. Ora, que se amancebem.

    Amazon I

    Aqui na prancheta, aliás, no computador de Maria, missão a ela conferida, os ajustes para logo mais subir para plataforma da Amazon o livro “Rock’n Roll – Uma Breve História da Música que Mudou a Maneira de Ver o Mundo”, do amigo Ugo Monte.

    Amazon II

    Aproveitando e explorando a expertise de Maria também iremos habitar a plataforma Amazon com nosso livro “200 Caricaturas de Astros da Música Nacional e Internacional”.

    Frase

    “Se o senhor for em frente com isso, serei obrigado a prendê-lo”, general Freire Gomes a Bolsonaro sobre golpe.

    Caricatura

    Caricatura do Fernando Coelho para o 8º Salão Internacional de Humor de Caratinga, um dos criadores do festival.

  • “Job” é meus “zóvus”

    Quando o Waldeck Artur de Macedo humorista, radialista, cantor e compositor baiano, conhecido por Gordurinha, compôs a musica “Chiclete Com Banana”, pareceu apenas uma bem-humorada música e é, entretanto, também uma crítica aos americanos que tinham pouco ou quase nenhum conhecimento do Brasil e a uma boa parcela dos brasileiros que expunham uma verdadeira admiração exacerbada pelo estilo dos galegos, principalmente porque ainda estava bastante viva a presença dos soldados estadunidenses em terras brasilis.

    O certo, é que nosso complexo de vira-lata sempre nos empurrou para outras paragens além fronteira, em busca frenética de uma sofisticação social aceitável nas cortes europeias renegando nosso passado mestiço, indígena e caboclo, assim íamos para França, é certo, alguns apaniguados da elite, que de fato, somente alimentavam ela própria, em detrimento da casta mais baixa, da ralé que ficava a ver navios, literalmente.

    No período da Ditadura Militar, a arte sofreu uma recrudescente censura, logo abriu-se um mercado para o que vinha de fora: passamos a consumir de forma compulsória a arte e costumes dos ianques; música, filme, teatro, “baicon”, MacDonald… Claro, que Reino Unido por aqui também fazia a festa, The Beatles, Pink Floyd, Rod Stwart e tantos outros cantores e bandas. Evidentemente toda essa profusão da língua inglesa impregnou a todos nós.

    Lembro quando entrei no jornal Gazeta do Oeste, nos anos 1979, encontrei palavras chique “Copy Desk” que era o cara que fazia a revisão dos textos; na diagramação tínhamos o “Paste up”, profissional que fazia a colagem determinada pelo diagramador; “picas“, unidade de medida; “ombudsman” o sujeito que fazia uma análise do jornal impresso naquele dia dentre muitas outras. Quando migrei para publicidade a palavra mais dândi, sofisticado era “brainstorm”, na boca deste cabeça chata comedor jerimum perdia todo seu glamour, não podia ser mais brega, isto nos anos 90. Agora, é quase impossível ligar a tv e não ouvir pelo menos uma centena de palavras em inglês que sepultaram suas semelhantes em português. Não sei há motivos para os estudiosos da língua pátria terem alguma preocupação ou é pura breguice usual ou, talvez ainda, uma posição alarmista deste bocó, lá do sertão de Angicos. O fato é, na percepção de um monte de cabeça de vento, acredita, ser “descolado”, usar Call ao invés de ligação; deadline ao invés prazo; feedback ao invés de retorno…Ora, meus caros, “job” é meus “zóvus”. Aqui trabalhamos feitos condenados.

    Como disse o grande dramaturgo Ariano Suassuna “Não troco o meu “oxente” pelo “ok” de ninguém!

    “Chiclete Com Banana”,

    Eu só ponho bib-bop no meu samba

    Quando o Tio Sam tocar o tamborim

    Quando ele pegar no pandeiro e no zabumba

    Quando ele aprender que o samba não é rumba…”

    – Almira Castilho/Gordurinha.

    Rabo entre as pernas

    O Malta, aquele senador “pastor” bolsonarista, que aparece sempre, vociferando na CPMI de 8 de janeiro, como se fora o próprio bastião da verdade e da venturança. Rodeado por outros rotos mentais vomitou em uma coletiva acusando o Presidente Lula de não ter assinado a Lei de Liberdade Religiosa.

    Depois de um vídeo circular internet o qual mostra as fuças do mentiroso pastor, na solenidade em que Lula assina a lei em questão. De cara lisa, na última sessão da CPMI, estava quietinho lá no fundão com o rabo entre as pernas. A mentira parece ser um mandamento de alguns pastores bolsonaristas.

    Emirados

    O fisioterapeuta Roberto Freitas, de passaporte em mãos rumo aos Emirados Árabes Unidos, fazendo parte do staff do lutador de MMA Paulo Borrachinha, que irá lutar no dia 21 de outubro, em Abu Dhabi. Roberto fará toda preparação física do atleta. Vitória!!!

    Livro 1 – Rock’n Roll

    Logo mais na Amazon, o livro Rock’n Roll Uma Breve História da Música Que Mudou a Maneira de ver o Mundo – do advogado, professor e músico Ugo Monte. Socorro Brito, que fez a diagramação antes, agora faz a adaptação para o formato da empresa do Jeff Bezos.

    Livro 2 – Memórias do meu Eu, na Terra Syara Minor

    Também na grade do InDesign do computador de Maria o mais novo livro Memórias do meu Eu, na Terra Syara Minor, do professor Severino Martiniano, lá da bela cidade de Ceará-Mirim/RN, meus miolos fervem para uma boa capa, além das ilustrações que anteveem aos capítulos.

    Frase

    “O senhor se tornou uma pessoa abjeta, misógina” – Senadora Eliziane Gama falando com o deputado Marcos Feliciano.

    Caricatura

    Caricatura do jornalista, tradutor e poeta romeno George Cosbuc para Festival Internacional da Romênia.

  • 64 anos: vale a pena estar por aqui 

    No último 20 de julho completei 64 anos de vida, diria que bem vividos, claro, a minha maneira de ver e projetar que perceber o mundo ao meu redor, certamente, haverá alguém a dizer que não foi bem assim, certo, acredita saber mais de mim que as próprias células que regam minhas veias, e, por isso mesmo, dirá “e os momentos que devem ser esquecidos?” Ora, sobrevivi! E hoje posso contar aos filhos e netos da aventura de cruzar o “Cabo da Boa Esperança” e, o que é carregar mais de seis décadas nos costados e estar feliz por isso.  

    Certamente, nesta caminhada foi necessário aprender a viver e lidar com o universo em torno de mim, que nunca se dispôs a ajudar, me apontar caminhos menos tortuosos, sem pedras, sem medos, como também não esteve ali para me causar algum mal, por vezes fiquei certo que tramava contra mim, logo fui obrigado a entender que eu era um nada, um zero a esquerda aos “olhos” dele, que apenas se expandia (se expande) completamente indiferente a minha parca existência, segui tocando a vida sem sobressaltos de conspirações universais. Creio ter feito uma boa travessia até aqui, sem muitas culpas, não dando bolas à síndrome do Epitáfio. Sim, existiram coisas que hoje não faria, se dissesse que faria igual, evidentemente, seria cinicamente hipócrita, o que foi feito, feito foi, não há o que se fazer nada a respeito.

    Todos meus erros e acertos forjaram o que sou e, cá pra nós, ando satisfeito quando me olho, não que, se os astros e o acaso, permitirem ainda terei outras conquistas; ser menos egoísta, mais transigente, não me tornar um velho mais tolo do que já sou. Minhas inspirações hoje são mais calmas, um afago de Maria, um “paim”, um sorriso de um neto, um pão doce quentinho com uma boa caneca de café com leite e música a gosto já me fazem alguns segundos de imensa felicidade, a qual imagino nem merecer tamanha desmedida, mas que vale a pena estar aqui e, por isso mesmo, tenho muito para agradecer.

    Rezo todos os dias que Deus dá para não cair na esparrela de me encantar com a tal da “melhor idade”, porra nenhuma! Quando vejo um sujeito caminhando no rumo aos 70 anos falando, vestindo e se comportando como “boy”, rezo a Buda, Alá, Jesus, Tupã e todos os deuses do Olimpo que me concedam a graça de não me tornar um velho tolamente ridículo.

    Jumento

    O “inteligente’ Bolsonaro em evento, na capital paulista chamou o Presidente Lula de “jumento” e “analfabeto” ao mesmo tempo que acusava Fenando Haddad de nunca ter trabalhado.

    Lula três vezes Presidente do Brasil, por isto só, basta. Fernando Haddad bacharel em direito, mestre em economia e doutor em filosofia, professor da USP, foi ministro da Educação duas vezes, prefeito de São Paulo e atualmente ministro da Fazenda.

    França

    O chargista fluminense radicado na “Cidade do Sol”, Natal/RN, Brum, como diria os colunistas sociais “está afivelando as malas”, para uma estadia de duas semanas na França. Na terra do “liberté, egalité, fraternité” será recepcionado pelo cartunista potiguar Joe Bonfim, que organizou uma exposição de charge, cartuns e caricaturas do Brum, no Festival de Humor Saint Juste Le Martel.

    Inclusive o Brum está fazendo uma campanha para arrecadar fundos para custear sua empreitada. Se você quiser participar com qualquer valor basta fazer um pix para a chave PIX: (CNPJ) 49.859.482/0001-29 (Rodrigo Serra Brum Machado)

    Barbie

    Uma preguiça danada de assistir o filme “Barbie”. Talvez, quando os evangélicos começarem a queimar a “rosadinha” em praça pública irei ver.

    Marielle

    Quem mandou matar Marielle? A família de milicianos está em polvorosa com o ministro Flávio Dino.

    Frase

    “O que seria ofensivo seria comparar um jumento a ele, isso sim. Ofensivo aos jumentinhos que não fazem mal a ninguém”, ironizou o presidente nas redes sociais⁠ em resposta a Bolsonaro.

    Caricatura

    Caricatura do escritor iraquiano Sinan Antoon para a II Exposição Internacional, fazendo parte dos festejos do 92º Dia da Caricatura Iraquiana.

  • Barrados no São João

    Sempre fui muito ligado com as coisas do sertão, talvez, por alimentar um conselho simples que meu velho pai – in memoriam – seu Luiz, sempre que tinha oportunidade não a perdia e olhando nos meus olhos dizia “nunca esqueça de onde você veio”, não sei se queria dizer “nunca me esqueça” ou se “não esqueça sua terra” misturei tudo, fiz um angu e não o esqueço as coisas do meu torrão e muito menos deles, apesar de sua partida prematura – digo eu. Todos ou quase todos os dias estou com ele ou ele está comigo. O certo é quando a saudade bate me chamando à porta com intuito de minar meus olhos os dedos no teclado do computador acionando o play e “vai boiadeiro que a noite já vem…” invade a alma e sua presença me preenche mandando a saudade embora.

    Nesse período junino, não há a menor dúvida que estaria – talvez esteja – em sua cadeira de balanço sob a sombra de uma frondosa mangueira, plantada por ele, com a caixa de som conectada a uma extensão que saía de uma tomada da sala de casa que atravessava a rua para alimentar a alma e o seu coração impulsionando a música do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a todo volume. Certamente, aquele pé de mangueira, ali em Parnamirim, também sente falta do seu som.  

    Vendo os festejos de São João na Estação das Artes, em Mossoró, lembrei de um tempo aonde o povo se apinhava na estação transitando pra lá e pra cá, não para forrobodear, mas para viajar de uma cidade para outra, na verdade, até de um estado para outro, pois a ferrovia ligava Mossoró a Souza, na Paraíba. Pois muito bem. Peguei o trem de volta ao passado atiçado, como se a caldeira de Maria Fumaça fosse fazendo parada lá no bairro Paredões em meados dos anos de 1970, onde com alguns amigos havíamos planejado uma viagem junina para o interior, mas precisamente à cidade de Mineiro, hoje Frutuoso Gomes.

    Minha mãe, dona Geralda, fez uma bermuda e uma calça do mesmo tecido com estampas típicas quadriculadas e uma camisa nos mesmos moldes e estilo. Malas prontas, lá fomos nós, uma récua de adolescente para estação, talvez para a maior aventura de nossas vidas, sem a presença de adultos para nos pôr na “linha”. Íamos para casa de parentes de um amigo que morava na nossa rua – o qual, por razões do tempo e decerto do trauma, não lembro seu nome nem dos outros colegas. A viagem já foi uma aventura, a agitação nas estações das cidades em que o trem passava, gente subia, gente descia, vendiam milho assado, cozido, canjica, bolo pé-de-moleque, da moça, sanfoneiros tocavam “Santo de Barro” música de Iramar Leite, sucesso na época gravado pelo Trio Mossoró.

    Se não me falha a memória – o que é quase impossível não fazer – em Caraúbas entrou um cego com óculos escuros e de camisa Volta ao Mundo, verde de doer, proferiu uns versos de cordel, aplaudido saiu, com a mão estirada, colhendo moedas dos passageiros, desceu ao terceiro apito, o trem já em movimento olhei pela janela, estava o “cego” contando os Cruzeiros colhidos.

    Em Mineiro, já “imperiquitados”, descemos à noite para o centro da cidade na companhia de Maria, que morava de parede e meia da casa que nos hospedava, e suas amigas. Eu confesso, me apaixonei pelos olhos castanhos cor de mel, cabelos lisos que adornavam parte das ancas e das pernas bem torneadas, de seu corpo que parecia um genuíno Geannini, isto é, todos nós estávamos “arriados os quatros pneus” por Maria. A caminho já imaginava dançando xote fugando naquele pescoço.

    Na praça, todos “anchos” nos fazendo de importantes, quando fomos cercados por outros jovens, que simplesmente nos indicaram o caminho da estação, se não quiséssemos apanhar. Como não sou afeito a surras, convenci os outros. Partimos para estação, esperando o amanhecer trazer o trem. Passamos a noite ouvindo o forrobodó troar.

    Na prancheta

    Sobe a prancheta dois cordéis que estamos ilustrando. “Meu Último Poema”, escrito pelo amigo Antônio Nilson,  faz nos primeiros versos um convite à reflexão antes da partida final. E “Os Crentes de Antigamente”, lavra do poeta Galego Jucuri. Ambos poetas de primeira linha, lá da boa terra de Santa Luzia.

    Pelé

    Em solo do “liberté, égalité, fraternité”, o cartunista potiguar Joe Bonfim já está nos preparativos de uma exposição somente com cartunistas brasileiros tendo como tema o Rei do Futebol, o nosso Pelé. Exposição que será inserida no Festival de Humor de St Just Le Martel, na França, em setembro de 2023.

    Estrela

    Juro que não queria – mentira, estava com os dedos coçando – falar no meu “Fogão” liderando o campeonato brasileiro de 2023 e sendo tratado pelos “globais” como candidato a campeão. Sei que alguns insatisfeitos, agora, depois do VAR, que não tem mais aquela “ajudinha” dos juízes, dirão que isso é “fogo de palha”. Outro dia um “invejoso” taxou o Botafogo de estrela cadente.

    Ah! Um abraço aos amigos Edilson Pinto e Josias Arruda, torcedores daquele time, apesar de dizerem que “praga de urubu” não pega, ainda assim, não ouso dizer o nome.

    Caricatura

    Caricatura do cartunista sírio Abdulhadi Shammah, para o The 1st.International Caricature Competition/Egypt,2023.

    Frase

    “Estão fazendo um aborto comigo, me tirando do útero” – Bolsonaro

  • “Negro bufento”

    Muitos falam em racismo com a distância e a ignorância voluntária que lhes são embalados. Apesar dos negros – nós – serem mais de 60% da população brasileira, ainda assim sofrem os efeitos de uma sociedade branca escravagista – haja vista às últimas notícias de trabalho análogo(?) à escravidão em vinícolas do Sul do país, entre outras tantas – que se camuflam numa hipócrita e puída retórica de não ser racista e preconceituosa.  

    “Não sou racista, tenho até amigos negros”. Quem nunca ouviu esta infame frase? E muitas vezes vomitadas por pessoas que têm a epiderme um pouco mais clara, entretanto, a melanina não permite sustentarem por milésimo de segundos seus descarados e voluntários preconceitos que as fazem negar sua raça e suas origens.

    Ser negro está além da cor da pele. Existem negros brancos e brancos negros. Vinícius de Morais se dizia o branco mais preto do Brasil. O grande Paulo Freire cunhou “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor”. Esta veste perfeitamente, como se sua pele fosse o “negro branco”: aquela pessoa comum que assumiu um cargo e por estar numa função de poder esquece de onde veio e quem é, passando a se comportar e usar toda arrogância, ar de superioridade e aridez que antes sofrera e que certamente seu cargo, talvez, iluda que a proteja. Mas, um “negro esbranquiçado” também pode ser uma pessoa do alto escalão social, um parlamentar, um malta, um magno, um pastor evangélico, um cantor, um fundamentalista religioso, o senador Magno Malta(PL/ES), que certamente, sua cútis o denunciaria em qualquer país europeu ou nos Estados Unidos como negro.

    Estes “negros desbotados, bufentos” pela falta de consciência ou meliantemente usam a dor alheia para ficar “bem na fita” junto a horda que ora surgiu à tona, emergida das profundezas dos esgotos em que permanecia em letargia esperando ser despertada e, como uma besta foi acordada, incentivada e alimentada pelos fascistas, neonazistas que foram ungidos ao poder em 2018.

    Voltando ao malta, o senador Magno, que em uma fala racista ofendeu a todos nós humanos, brancos, negros, que indiscutivelmente mascarado por sua burrice ou ruindade voluntária, tentou minimizar os ataques sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, vomitando uma infeliz e intencional fala: “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”. O senador vai à Comissão de Ética do Senado, mas o corporativismo será atuante e, provavelmente, não será cassado, nos jogando nas fuças como somos um país que mantém no seio da sociedade a hipocrisia bem nutrida.

    Ser negro é preciso ter negritude, ter coragem, honestidade, ética, hombridade, ser humano. Vinícius Júnior, na Real, você é maior que um time, um malta, um magno, maior que o preconceito que um dia haveremos driblá-lo e vencê-lo. Viva os negros, vivas os brancos, vivas aos humanos. Vivas a Vinícius Júnior.

    Exposição

    Obrigado a Ernesto Guerra diretor da Aliança Francesa/Natal, ao cartunista Brum, um dos melhores do Brasil, carioca que aqui se aportou depois de tomar um “caldo” nas águas de Ponta Negra e ao amigo Joe Bonfim cartunista potiguar que há 34 anos faz fama pelas terras do “Liberté, égalité e fraternité” sendo o embaixador do cartum potiguar na Europa. Obrigado, amigos pela oportunidade de estar juntos com vocês na Exposição “Um Pour Tous…E Todos Por hUmor”.

    Exposição II

    O cartunista potiguar Joe Bonfim, por morar na Europa, mais especificamente, é incansável na luta para expandir e fomentar o cartum norte-rio-grandense e brasileiro além de nossas cercanias, e juntamente com o Grupo Brasil-Cartuns convida caricaturista brasileiros para exposição com o tema Pelé. Exposição será inserida, no maior Festival de caricaturas do mundo, em St Just Le Martel. Na França, em setembro de 2023.

    Pelé

    Caricatura para exposição na França, no Festival St Just Le Martel. em setembro de 2023.

    Frase

    “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”, senador Magno Malta (PL/ES).

  • Abril é o monster!

    Longe de mim ser supersticioso e muitos menos acreditar em coisas do além. Entretanto, em sexta-feira 13 não passo embaixo de escadas nem por cem e uma cocada preta de rapadura Cariri, se o segundo que se aproxima ventila a possibilidade de um gato preto cruzar meu caminho, logo mudo a direção e se isto for impossível fecho os olhos; também não ando em casa mal-assombrada, morro de medo de alma. Todos sabem que é melhor prevenir que remediar, assim sendo, arriscar não é preciso, né não poeta?

    Digo e reafirmo não acredito nessas “besteiras”. Mas carrego sempre comigo uma figa e uma folhinha de arruda no bolço esquerdo da calça e uma moeda do último dinheiro que recebi, não é por nada não, mas como diz a moçada “vai qui…”. E cá pra nós, têm alguns meses do calendário gregoriano que me trazem uma felicidade danada, abril é um deles, talvez o maior, talvez não, seguramente é o maior deles. Em 27 de abril nasceu minha filha mais velha Pollyanne Brito, 29 sua filha, minha neta Valentina; Jade Brito no 23, meu neto mais novo, João Miguel em 24 de abril e uma outra filha do coração, Priscilla Cibelle, que faz párea com Jade, também sua filha Sarah que veio ao mundo em 4 de abril, sem falar do 5 que é aniversário do meu genro Roberto. Para mim, não poderia ser um mês mais alvissareiro, repleto de sorrisos e alegrias esborrotando por todos os lados.

    Pois muito bem, pensei que abril já havia esgotado suas benesses comigo, ledo engano, me aparece o cartunista Joe Bonfim – desenhista potiguar que mora na França há 34 anos – acompanhado de outro grande chargista Brum, me convidando para fazermos uma coletiva na Aliança Francesa e, assim se fez. Em uma semana pulsemos a exposição na parede da Aliança. Na primeira reunião conheci Ernesto Guerra, diretor da AfrNatal onde ao sabor de um cafezinho feito por seu Ranulfo com assistência luxuosa da secretária Irlanda criou-se a ideia e no nome da exposição “Un Pour Tous…E Todos Por hUMor” uma referência direta ao clássico ao slogan do romance do escritor francês Alexandre Dumas, no seu livro “Os Três Mosqueteiros”, que tem como protagonistas os espadachins Athos, Porthos, Aramis e D’Artagnan, porém, nosso slogan é muito mais modesto e em bom português seria “Um por todos e todos por humor”, lá fomos nós de lápis em punho. Como “Os três Mosqueteiros” que são quatro, também fizemos nossa “trinca” de quatro: Brito, Brum, Bonfim e Ernesto, nosso D’Artagnan. Vivas para abril, ao Brum, vivas ao Bonfim, vivas para Ernesto, vivas para o cartum potiguar!

    Que os outros 11 meses não me escutem: mas, abril é assim, é o monster!

    Exposição

    A nossa exposição “Um Pour Tous…E todos por hUMor” com caricaturas, charges e cartuns estará na Aliança Francesa até 12 de maio, das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira.

    Livro

    Recebi do Memorial da América Latina o livro “Latinidades – 100 anos em discos” que traz a história de vários músicos das Américas, este vem ao encontro do que estou gestando aqui na terrinha, guardando as devidas proporções. Na verdade, estou publicando no site www.blogdobrito.com.br 100 caricaturas, acompanhada de um pequeno perfil de 100 músicos potiguares de nascimento ou por adoção, que fazem essa caudaloso caldo da cultura norte-rio-grandense, que em algum momento vai virá um livro.  

    Lamúrias

    Fala-se pelos corredores assombrados do Congresso Nacional que a oposição anda chorosa com ar de arrependimento pela insistência na instalação da CPMI – Comissão Mista de Inquérito que irá investigar o atentado golpista de 8 de janeiro de 2023. Haja vista, a fala do senador potiguar – vergonha nossa – Rogério Marinho reclamando que o Governo pretende a presidência e relatoria. Ora, seu Marinho, ainda é cedo para lamurias.

    Frase

    “A fraude está no TSE – para não ter dúvida -” Bolsonaro sobre as eleições de 2014.

    Caricatura

    Caricatura do ator argelino Athmane Ariouet Osmam para o Festival Internacional da Argélia 2023. Estamos entre os 20 finalistas.