Últimas histórias

  • Conto de Natal

    João de Nego poderia muito bem ser chamado de um “Zé Ninguém”, como tantos outros “Zés” que não têm peso algum nas oscilações do Ibovespa. Esquecido pelo poder público, por Deus e pelo diabo, João se tornou presa fácil dos mercadores da fé. Ele é auxiliar de pedreiro na Construtora MEI, do seu orgulhoso cunhado, que, incentivado pelos órgãos governamentais, se tornou parte da legião de Microempreendedores Individuais.

    – Apolônio…

    – Apolônio, não! Você sabe que mudei meu nome. A cartomante e o “cutchi” disseram que, pra ter sucesso, é preciso mudar. Como nunca gostei do meu nome, comecei por ele.

    – E devo te chamar de Biu ou Jobis?

    – Pelo nome completo: Biu Jobis.

    – Tá certo… Biu Jobis, na quarta-feira vou faltar. Depois de três meses, minha mulher conseguiu uma ficha pra eu mostrar os exames ao “dôtor” lá no “postim”.

    – Ah, não! De novo, não! Há seis meses você chegou atrasado, e agora quer faltar o dia inteiro?

    – Ué, mas se eu ficar doente, não é pior?

    – Pior pra quem?

    – Ora, pior porque não vou poder trabalhar pra você!

    – Pra mim não, eu boto outro no seu lugar.

    – Ixi, Apoli… Quer dizer, Biu Jobis, você mudou muito.

    – Claro, agora sou empreendedor, sou empresário.

    No fim, o empresário liberou João. Naquela quarta-feira, João acordou às quatro da manhã e foi ao Posto de Saúde. Ao chegar, encontrou uma fila enorme e acomodou-se num canto. Por volta das dez, pediu à senhora falante à sua frente, que todo mundo sabia ser diabética (pois ela contava isso em alto e bom som para um idoso surdo à sua frente):

    – A senhora guarda meu lugar? Vou ali comer alguma coisa. Hoje não coloquei nada no bucho.

    – Só se você trouxer um pastel e um suco de maracujá pra mim.

    – Tá certo.

    Contando os trocados, percebeu que só tinha o suficiente para dois pastéis, um suco e a passagem de ônibus de volta. Comeu um pastel, bebeu um gole de água e levou o outro pastel e o suco para a senhora.

    Às duas da tarde, João voltava para casa num ônibus abafado, com a temperatura beirando os 40 graus. Além do motorista, havia mais três passageiros. Na parada seguinte, dois jovens entraram anunciando um assalto:

    – Perdeu, perdeu! Passa tudo!

    Quando chegaram a João, perceberam que ele estava chorando e começaram a rir:

    – Ô véi frouxo, já tá chorando e nem apontei o “berro” pra ele. Outro riu ainda mais:

    – Tá chorando com medo de morrer?

    – Não, meus jovens. Não tenho medo de morrer. Estou chorando com pena de vocês.

    – Pena de “nóis”? Tá louco, é?

    – Acabei de sair do médico. Ele disse que só tenho três meses de vida. Se um de vocês atirar em mim, só vai encurtar o pouco que me resta da jornada, e vocês vão continuar nessa miséria em que estão vivendo.

    Os jovens, sem dar ouvidos, insensíveis a tudo e, principalmente, com perspectivas de vida tão estreitas quanto os corredores do ônibus, roubaram celulares e pertences dos outros passageiros. Antes de ir embora, ainda debocharam:

    – A gente podia acabar com o seu sofrimento, mas vamos deixar você morrer devagar. Bora, bora vazar! Gritou um deles.

    Sob o lusco-fusco, João finalmente chegou à esquina de sua rua, depois de passar mais de duas horas na delegacia registrando o assalto. Sua mulher, em prantos, correu para abraçá-lo. Nesse instante, João teve certeza de que morreria em breve. Lágrimas minaram dos seus olhos, molhando aquela maltratada pele negra queimada de sol, como se fossem uma espécie de despedida. Pensamentos inundaram sua doce alma, recortes da vida que levara, imagens entrelaçadas dos filhos e netos giram em sua mente. Como tudo tem começo, meio e fim, certamente esse seria o seu final.

    – Foi um erro, João! Foi um erro… Joana soluçou.

    – O laboratório errou. Esses exames não são seus…

    Abraçados, os dois desceram a viela sob as luzes de Natal dos barracos entre um rasgo de luz e muita escuridão criava-se um cenário fantasmagórico alheio para eles. Enquanto o prefeito, aos berros no rádio, discursava sobre as cestas natalinas distribuídas às pessoas de baixa renda. No barraco, os dois sentaram à mesa – improvisada com meia lâmina de MDF – para jantar: pão com mortadela e uma Coca-Cola de dois litros, esperando o espírito natalino bater à porta. Juntos, contavam as moedas para completar o dízimo, para o pastor fazer a “festinha” de Natal.

    Exposição

    Prego batido e ponta virada! Em sintonia fina com o jornalista Ailton Medeiros, diretor da Biblioteca Câmara Cascudo, detalhes superados, estaremos eu, Brum e Joe Bonfim expondo nossos trabalhos de caricaturas, charges e cartuns durante 60 dias, abertura no dia 8 de fevereiro a 12 de abril de 2025.

    Durante o período haverão oficinas e palestras para estudantes, faltando apenas ajustar a programação.

    Caso Isolado

    Caso Isolado, lavra do policial civil Pedro Chê e da policial da PRF Páris Borges, é um podcast que une segurança pública, crítica social, ironia e humor para abordar temas relevantes e atuais. Longe de ser um programa policial, oferece uma visão ácida e reflexiva sobre a sociedade. Com uma narrativa envolvente, explora questões de justiça, violência e cidadania sob uma ótica provocativa. Ideal para quem busca informação com leveza e sarcasmo, é um espaço de debates ousados e bem-humorados. Seu estilo único cativa ouvintes que apreciam análises críticas e inteligentes.

    Frase

    “Sem anistia!!!” Frase uníssona de norte a sul de leste a oeste.

    Caricatura

    A caricatura de Vinícius Júnior é uma homenagem singela a esse grande cidadão brasileiro, que se tornou um orgulho mundial. Ele transcende o futebol, representando a luta por um planeta mais justo e livre do racismo. Viva Vini Jr., um símbolo de excelência e resistência, o melhor do mundo!

  • Coração paterno

    A recente indicação da Polícia Federal para que o Capitão Bufão, inelegível e inominável, fosse indiciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) gerou grande alvoroço nas páginas políticas e policiais dos mais importantes jornais e veículos de mídia do país. Porém, aqui na aldeia potiguar, outro fato igualmente perturbador, envolto em crueldade extrema, chocou a todos: o vídeo que circulou na internet mostrando um filho carregando, nas mãos, a cabeça de seu próprio pai, após tê-lo assassinado a golpes de facão.

    A cena dantesca, repulsiva e de uma brutalidade inimaginável na vida real, parece algo que somente a ficção – sob a direção de mestres do terror como Alfred Hitchcock, John Carpenter ou Roman Polanski – poderia ser concebida. E, ainda assim, talvez nenhum deles ousasse torná-la tão explícita.

    Este ato macabro confronta-nos diretamente com o “monstro do Lago Ness” que habita dentro de cada ser humano, uma face obscura que, felizmente, só se revela a poucos, os quais não se pode chamar esses indivíduos de “privilegiados”, pois encarar tal monstruosidade é algo tão horrível quanto inimaginável. Este terrível acontecimento trouxe à minha memória uma das “minióperas” de Vicente Celestino, que, em suas canções, desnudava toda a fragilidade e a complexidade humanas. A canção Coração Materno é especialmente emblemática:

    Coração Materno

    Disse um campônio a sua amada
    Minha idolatrada, diga o que quer
    Por ti vou matar, vou roubar
    Embora tristezas me causes, mulher
    Provar quero eu que te quero
    Venero teus olhos, teu porte, teu ser
    Mas diga tua ordem, espero
    Por ti não importa, matar ou morrer
    E ela disse ao compônio, a brincar
    Se é verdade tua louca paixão
    Partes já e pra mim vá buscar
    De tua mãe inteiro o coração
    E a correr o campônio partiu
    Como um raio na estrada sumiu
    E sua amada qual louca ficou
    A chorar na estrada tombou
    Chega à choupana o campônio
    Encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
    Rasga-lhe o peito o demônio
    Tombando a velhinha aos pés do altar
    Tira do peito sangrando da velha mãezinha
    O pobre coração e volta a correr proclamando
    Vitória, vitória tem minha paixão
    Mais em meio da estrada caiu
    E na queda uma perna partiu
    E a distância saltou-lhe da mão
    Sobre a terra, o pobre coração
    Nesse instante uma voz ecoou
    Magoou-se, pobre filho meu
    Vem buscar-me filho, que aqui estou
    Vem buscar-me, que ainda sou teu!

    Não tenho dúvidas de que, em outro plano, a alma do pai decapitado murmuraria:
    “Magoou-se, pobre filho meu? Vem buscar-me, que ainda sou teu.”

    Assassinato

    O plano para matar o Presidente do Brasil, seu vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal, não causou tanta comoção quanto a prisão da “enfluencer” Deolena, aonde algumas centenas miseráveis débeis mentais se aglutinaram na frente de uma penitenciária gritando o nome da criminosa. Como diz meu xamã lá de Baixa do Chico “há algo de podre do Reino da Dinamarca”.

    Podre

    Podre, podre sim. O Exército Brasileiro é golpista desde a construção da República, de lá até nossa era foram golpes atrás de golpes, sofremos pelos menos de golpes de estado. E se não fossem alguns generais legalistas, democratas viveríamos em ditadura militar.

    Caso Isolado

    Estaremos fazendo parte da equipe do posdcast Caso Isolado, sob o comando do amigo Pedro Chê. Programa que fala de segurança pública de forma séria, com um pouco de ironia e humor, afinal, ninguém é de ferro.

    Charge

    A charge do Saci fará parte da exposição que estamos desenhando com Ailton Medeiros, diretor da Biblioteca Câmara Cascudo, para realização nos meses de fevereiro/março de 2025 ao lado juntamente com os cartunistas Brum e Joe Bonfim. Os três mosqueteiros de volta!

  • Penso, logo…

    A famosa frase “Penso, logo existo”, atribuída ao filósofo francês René Descartes, sempre me pareceu uma das maiores bobagens. Afinal, eu existo muito antes de começar a pensar; o correto seria dizer “Existo, logo penso”. Imerso na minha opulenta ignorância, passei anos ignorando essa reflexão.

    Até 1979, vivia tranquilamente, surfando nas ondas da minha total alienação. Foi então que, empurrado por forças cósmicas, cheguei ao jornal Gazeta do Oeste. Aí, a “casa caiu”. De repente, fui bombardeado por milhares de informações diárias. Algumas amplamente divulgadas, outras como liberdade, sindicatos, greves, direitos civis e democracia só podiam ser discutidas em pequenos grupos, em bares ou dentro de casa. Quem ousasse abordar esses temas em público, seja com megafones ou não, corria o risco de levar uma surra da polícia ou, pior, ser preso e desaparecer para nunca mais voltar. Essa foi a realidade de muitos que se opuseram ao regime de exceção. Até hoje, carrego a imagem do meu amigo Crispiniano Neto, ensanguentado, estampando a primeira página do Diário de Natal.

    Por pura provocação a mim e a muitos outros desmiolados, Canindé Queiroz – em memória – escrevia sua coluna intitulada “Penso, logo…”. Foi ela que me impulsionou a olhar para o “existir” com mais carinho. Ao abrir essa nova janela, senti um misto de angústia e humanidade, uma certa perplexidade. Percebi que apenas “existir” não era suficiente, ora, até uma ameba existe. A frase de Descartes ganhou um novo significado para mim: ela fala sobre a percepção de que, ao pensar, tomamos consciência da nossa existência e do mundo ao nosso redor, que então se transforma, revelando outra dimensão, outra realidade.

    Minha filha, Jade Brito, costuma dizer: “A ignorância é uma bênção”. Recentemente, peguei um Uber e o motorista começou a discutir sobre Elon Musk, defendendo-o fervorosamente e acusando o ministro Alexandre de Moraes de ser um ditador. Concordei apenas para evitar atritos, enquanto Gustavo Lima tocava no rádio. Cheguei ao meu destino angustiado por ele.

    Com o tempo, entendi que o povo não busca a verdade; prefere se apegar a ilusões, como quem foge da dura e cruel realidade. Um trabalhador anti-sindical, um negro racista, uma mulher machista, um pobre de direita, um CNPJ-MEI acreditando ser um “Faria Limers” isto, certamente, reflete essa desconexão. A eleição de Paulinho Freire, um bolsonarista declarado, é resultado desse fenômeno, onde as pessoas se distanciam da realidade, rezando para pneus e pedindo ajuda a extraterrestres, enquanto atentam contra a democracia. É triste observar aqueles que, até a última chuva, tiveram suas casas tomadas pelas águas de lagoas de captação que transbordam a cada chuvisco, por falta de manutenção, aos berros comemorando a vitória de Paulinho.

    Nesses momentos, sinto uma vontade danada, quase irresistível de dizer: “Penso, logo desisto”. No entanto, como disse Joseph de Maistre, “cada povo tem o governo que merece”.

    Salão de Humor de Natal
    Em uma reunião virtual entre Natal e França, eu, Joe e Brum discutimos uma nova Exposição de Caricaturas, na Biblioteca Câmara Cascudo. Faltam apenas pequenos detalhes. Teremos como convidado o cartunista português António Moreira e faremos uma homenagem a um cartunista potiguar.

    Perdedor
    Um cientista político, desses que aparecem na bancada mídia levianamente direitista, afirmou que o grande perdedor das eleições foi Lula. Porém, Bolsonaro não conseguiu eleger nenhum de seus ex-ministros candidatos.

    Botafogo
    Não sei quem ganhou ou quem passou para a final da Libertadores, mas aqueles 5 a 0 nos costados do Peñarol foram inesquecíveis (placar de ontem: Peñarol 3 a 1 Botafogo).


    “Estou muito orgulhosa desse processo que a gente construiu.” — Natália Bonavides.

    Caricatura


    Caricatura do poeta, músico compositor Climério Ferreira.

  • Natal, 30 de julho de 2024.

    À minha Maria

    Em Paulínia/SP

    O “poetinha” Vinícius de Moraes cunhou “a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. Pode ser uma grande verdade ou não, como diz Cae – veja a intimidade. O fato certeiro, é que os encontros sempre serão extraordinários, mesmo aqueles que você planeja, sabe o que vai dizer, e diz, aqueles que são frutos do acaso também tendem a ser admiravelmente oportuno ou não precisaria ter acontecido. Enfim, os encontros e desencontros são invitáveis.

    Maria, este nosso desencontro, de férias, depois de algumas décadas: eu no Chile, você em São Paulo/Rio de janeiro, não planejado por mim nem por você, nem por ninguém, foi uma casualidade. Lembrei quando nos anos 80 trabalhamos no mesmo prédio, Edifício Cidade do Natal e, por dois anos a fio  não nos encontramos, a casualidade – destino – estava escrito nas estrelas para reencontramos – desde a adolescência – em 1986, no jornal Gazeta do Oeste e de lá para cá dissemos nãdesencontros… Exceto este… Ah…Deixar pra lá, já guardei o vinho da vinícola de Undurraga para quando você chegar.

    Quase perdi o fio da meada. Ah, sim! Desencontro. Ariano Suassuna diz em uma palestra “se você faz um convite ao brasileiro, se disser eu vou; pode ir ou não. Mas, se ele disser vou fazer tudo pra ir, pode ter certeza que ele não vai”. Foi assim com meu amigo professor e escritor Edilson Pinto, homem de grande sensibilidade e fino trato com a escrita em crônicas postadas no edilsonpinto66, em seu Diário de Um Voluntário. Sabedor que eu iria ao Chile me confidenciou que também estaria por lá, na bela Santiago, em meados de julho e, ficamos de nos encontrar, trocar um “dedinho” de prosa na terra de Neruda.

    Ora, veja Maria: ele chegaria dia 17 e eu voltaria ao Brasil no dia seguinte, 18 de julho. Eu sabia que ele sabia e, ele sabia que eu sabia que a gente não teria tempo para nosso encontro chileno. Mesmo que houvesse tempo hábil, certamente, eu continuaria dizendo que “iria fazer de tudo para ir a nosso encontro”, ele, certamente, ficaria certo do nosso desencontro. Até gostaria, de deixar registrar as digitais em algumas taças de vinho, mas, como todo bom cristão, ele é um “pecador contumaz” e, como tal, sofre da “inveja alvinegra”. Veja você Maria, por diversas vezes ameaçou de quando nos encontramos no Chile me cobriria com um pano vermelho e preto, que chamou de “manto”, você é conhecedora de minha descrença total em superstições. Porém, dizem por aí, “praga de urubu não pega”, mas vai que… E como seguro morreu de velho, “infelizmente” o desencontro se fez presente, não houve tempo para falar com o amigo Edilson Pinto.

    P.S.: Desculpe a brincadeira, seria um prazer ter nos encontrados no Chile e dividir com uma boa taça de vinho. Quem sabe no final do brasileirão, em terras brasileiras?

    Chile I

    Depois de décadas de trabalho tirei férias de 34 dias, no Chile, impostas por meu primogênito Alex Polary. Por lá fiz diversos passeios à vinícolas, City Tour, Cerro San Cristóbal, El Museo de Cera de Las Condes, Portillo, Parque Safari, fui a Algarrobo onde se encontra a maior piscina ao ar livre do mundo, à beira do Pacífico. Lá, andei feito “porca maga”, com o amigo Clevinho, em Ñuñua – comuna em que mora Polary/Sanara com meus netos Aléssia e Enzo – e suas cercanias para espantar o frio e conhecer o dia-a-dia do povo chileno. Conheci muitas ruas e suas estruturas arquitetônicas e paisagísticas, chileno? Que nada! Frio de “lascar o cano” o povo todo em casa, uma vez ou outra encontrava alguém sendo puxado por seu cão para um passeio “cocozal”.

    Chile II

    Mas, devo confessar que fiquei com uma “pontinha”, mentira, uma grande inveja daquele pequeno país, onde há uma valorização da arte que não há por aqui. Conheci vários brasileiros: músicos, garçons, motoristas, empresários que trabalham para viver dignamente. É de dar inveja.

    Chile III

    Aqui o livro do grande escritor/cartunista cubano radicado no Chile, Pepe Pelayo em parceira como Francisco Puñal, recebido depois de um café e uma boa conversa, em Santiago/CL. No livro impera o bom humor e muita imaginação em textos e fotografias que se fundem numa simbiose criativa dos autores, este o qual, me fará aprender a ler em espanhol.

    Chile IV

    Uma visão estranhei logo na chegada: Em quase todo esquina e praça que passava tinha alguém se “medicando” puxando um fumo, por lá a maconha é liberada para uso medicinal e muita gente decide se automedicar ao ar livre.

    Frase

    Nordeste: “pior região do país em todos os aspectos”, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Caricatura

    Caricatura do amigo cartunista cubano/chileno Ramon Carrillo.

  • Santiago(Ch), 26 de junho de 2024

    À minha Maria

    Em Natal (RN-Brasil)

    Você que tudo vê com os olhos da mansidão, mesmo com as ruas de nossa bela capital Natal alagadas consegue, no horizonte, ver o arco-íris. Pois muito bem. Aqui chegando – e vamos fazer nossa viagem de carro até aqui – certamente, no primeiro dia será acometida da síndrome do encantamento, do deslumbramento andino. Eu, cabra lá dos lajedos do principado de Baixa do Chico e criado na embaixada de Angicos, nos Paredões, não estaria imune. Abestalhado com a cidade de Santiago e as montanhas que a cercam, vesti um pijama verde para dormir, no outro dia acordei e era azul, à tardinha vi neve rosa nos picos dos montes andinos, no outro dia me disseram que era apenas reflexo da luz do sol que se preparava para dormir além mar, com sono, dormi com as galinhas e o sol ainda lá fora parecia sem sono, noutro dia minha nora Sanara, me alertou que o Astro Rei por estas bandas é preguiço, demora em ir deitar-se.

    No segundo dia, Santiago despe-se, mostrando por inteira sua pura realidade nerudiana. Agora, sem aquela paixão de adolescente que nos faz ver neves cor de rosa, mas vendo suas paisagens, plantamos uma semente de amor que vai brotando a cada esquina, a cada curva – evidentemente, não quero deixar enciumada a bela Cidade do Sol, musa e orgulho de todos os potiguares – no shopping vemos a elegância de suas meninas desfilando adornadas por várias camadas de roupas de grifes, gorros, cachecóis, luvas, golas por sobre a boca, expondo apenas os olhos deixando os visitantes, acostumados, aos corpos bronzeados seminus de nossas “Garotas de Ipanema”, quer dizer de Ponta Negra, à imaginação.

    A neve nas alturas do Vale Nevado e Farellones, a degustação dos vinhos da vinícola Undurraga, as  sensações são muitas aguçando todos os nossos sentidos de prazeres, tudo é de encher os olhos, de empanturrar nossa memória de vistas deslumbrantes. Mas, como toda beleza também tem seu lado trágico, fomos ao Estádio Nacional Julio Martínez Prádanos – Santiago, que serviu de palco de horrores durante a ditadura do ditador Augusto Pinochet, de lá saímos entrelaçado com Mercedes Sosa – em memória – cantando “Yo tengo tantos hermanos. Que no los puedo contar”, isto, depois de visitar as casas do grande poeta Plabo Neruda.

    É certo, la belleza del pueblo, de la historia “muy hermosa” nos encanta. Entretanto, “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá; as aves, que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”. Por isso Maria, quando sentir saudades de mim, não se espante se aquela estrela brilhante em sua janela bater.

    Canta, canta Maria, me espere que chego já!

    Tema delicado

    Nas terras de Neruda fui ao museu de cera, por lá tive encontro com um “poquito” da história chilena, muita figuras importantes expostas em tamanho natural. Entretanto, seguindo a cronologia dos presidentes dei por falta de Salvador Allende e Agusto Pinochet, logo indaguei a guia que me respondeu “porque es un tema delicado”.

    Cartum

    Nesses dias, Polary e minha neta Aléssia – fissurada em livros –, me levaram a livraria Antartica, a rede mais importante do Chile, aonde procuramos por alguma literatura sobre o cartum chileno, e para minha decepção não encontramos nada.

    Salvo

    Meu amigo Cinval, cartunista cearense, que conhece o mundo todo, me deu o contato de Pepe Pelayo, um dos grandes daqui, marcamos um café pra depois do dia 2 de julho, que também me repassou o contato de Jorge Montealegre, também cartunista e um estudioso, que espero ter uma boa conversa.

    Mily

    Chegou Mily, mais uma neta, mais uma Brito. Seja bem-vinda, fique certa, que será muito amada.

    Frase

    Milei ‘tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim’ – Lui Inácio Lula da Silva

    Caricatura

    Caricatura do nosso editor da revista PAPANGU, Túlio Ratto com a qual ganhamos MENÇÃO HONROSA no XXIX Salão Internacional de Humor de Caratinga/2024.

  • Nossa história

    O cantor e compositor maranhense João do Vale, nascido lá em Pedreira —  como explicita em uma de suas canções — conta sua vida numa música bem elaborada, melódica com belos arranjos de violinos carregados de emoções em resumidos e versos fortes da “Minha História”, que além do breve panorama de sua vida traz um apelo social com a grandeza de quem conhece a vida dos desvalidos de perto.

    Mesmo depois de chegar ao sucesso diz que continua um João Ninguém, e que ver seus amigos ”doutô” basta para se sentir bem. Mas, aí segue sua dor, a da alma, se impõe nos versos seguintes:

    “Mas o negócio não é bem eu, é Mané, Pedro e Romão                      

    Que também foram meus colegas, e continuam no sertão

    Não puderam estudar, e nem sabem fazer baião…”

    Muitas e muitas vezes me sinto assim com essa dor no peito tal qual João —  resguardadas as devidas proporções entre o grande artista João do Vale e este pé rapado aqui – e poderia até usurpar seus belos versos “Mas, o negócio não é bem eu…”, também tenho os meus Manés, Pedros e Romões que não puderam estudar e continuam no sertão, hoje, muitos deles sobrevivendo a custa do Programa Bolsa Família”, todos vítimas de um sistema cruelmente aperfeiçoado para cada vez mais subjugar e condicionar a classe menos privilegiada à ignorância perene, a uma escravidão do desconhecimento, lhes restando as religiões como guarida, muitas das quais confortam explicando que o sofrimento desta vida será compensado após a morte e, que esta, é a parte que lhe cabe deste “latifúndio”.  

    Mas, o negócio não é bem eu, é o povo gaúcho que está testemunhando as águas afogarem sua bela capital Porto Alegre e outras tantas cidades ribeirinhas, sofrendo a com a “revolta” da natureza, que sem medo, nem dó nem drama, simplesmente ignora sofrimento, dores e caudalosamente ceifa vidas sem distinção de cor raça ou etária. Porém, livrando a cara dos mais abastardos e daqueles que negligenciaram o poder seu poder e os alertas da ciência. Na verdade, a natureza pouco ou quase nenhuma culpa pode lhe ser atribuída, mas aos homens sim, aos políticos negacionistas, que não moram as margens dos rios que alagam cidades inteiras, lagoas que transbordam e encostas sujeitas a deslizamentos, estes têm toda culpa, políticos criminosos que fomentam a divulgar Fake News, sem nenhuma piedade dos sofrimentos alheios, gente da alma apodrecida, purulenta.

    Aqui na terra dos comedores de camarão, principalmente, na capital Natal, as chuvas também causam estragos alagando ruas, afogando carros, motos e pessoas expondo a incompetência do prefeito Álvaro Dias Cloroquina. Se faz necessário reagir, tanto aqui, quanto lá, haverão eleições e é nessa hora que nosso poder se expõe: nosso voto! Portanto, lembrem-se dos seus Manés, Pedros e Romões…

    Santiago

    Como diz a cabroeira lá do pé do lajedo do “Principado de Baixa do Chico” já estou todo “enfronhado” de malas prontas para uma estadia de 30 dias lá terra do grande poeta Pablo Neruda.

    Ora, direis “que bicho besta”, eu vos direi no entanto, meu primogênito, Alex Polary, me impôs tirar férias — há anos não faço isto — presenteando com um Tur por Santiago e cercanias. Ainda terei a companhia de Pollyanne e minha Neta Valentina, para segurarem minha mão quando estivermos sobrevoando os Andes. Além, de tudo matar a saudades dos netos Aléssia e Enzo.

    Náusea

    É nauseante a postura dos deputados estaduais do Rio Grande do Norte, que fazem oposição a Governadora Fátima Bezerra. Na verdade, os excelentíssimos não fazem oposição ao Governo Petista ou a pessoa da professora Fátima Bezerra, mas sim ao Estado. Haja vista a postura que tiveram no caso do ICMS, votando contra a volta do imposto para 20%, retirando dos cofres do Governo alguns bilhões de Reais e, agora fazem chantagem, para pagamento das emendas impositivas. É a oposição pela oposição: Dá asco.

    Turismo

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    Caricatura


    Caricatura do cartunista, chargista, ilustrador, fotógrafo Roberto Neto, para o 19º Salão de Humor de Caratinga, na categoria CARICATURA “CARTUNISTAS do BRASIL”.

    Frase

    “Eu começo a não me preocupar mais só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns que atuam criminosamente”, Ministra Carmem Lúcia.

  • Vaidade

    A vaidade, talvez, seja inerente somente ao ser humano. Talvez? Sim! Talvez, porque cientistas já descobriram que árvores podem sentir dor, logo, sabe-se lá se também não padecem deste mesmo pecado que tornar nós iguais: imaginem uma palmeira imperial embebecida com toda sua imodéstia falando ao pé de Juazeiro – que também, por ser uma das raríssimas plantas da Caatinga a permaneceram com sua copa verde durante o período de falta de chuvas , faz bullyng coma Jurema que fica ressequida, sem folhas e seus galhos tomam o tom amarronzado, parece mortos – “E aí, tronco de amarrar cachorro…”. Sei que vocês vão dizer que estou delirando, ora, eu vos perguntarei, no entanto: e tudo não é delírio?

    Deixando a profundidade de lado. Outro dia conversando com minha filha Pollyanne falamos bastante sobre o fato de se manter um certo ponto de equilíbrio para tornar o viver um pouco mais leve, sem ser vulgar e menos ainda permanecermos na média, sem empáfia louvor dos medíocres, isto é, aplicarmos o velho e bom provérbio usado por minha Vovó Bezinha “nem tanto ao Céu, nem tanto ao inferno” ou o que disse Homem de Nazaré “A César o que é de César”, quer dizer, é preciso entregar o que a ocasião exige, sem ferir seus princípios. Quando não sem tem consciência e o entendimento necessário corre o risco de oscilar para os lados errados e aí nos tornar fúteis, soberbos, cegamente vaidoso.

    Aos 105 anos Santo Antão, que por 80 havia resistido a todos os truques do “Malicioso”, entregou-se à vaidade: “Você venceu! Pela primeira vez na história alguém foi mais forte que eu” e deu as costas para ir embora, Antão prostrou-se de joelhos e agradeceu a Deus com uma oração simples, “Muito obrigado, agora me tornei um santo”, o diabo voltou-se com um sorriso vitorioso no canto da boca, assim disse Gustave Flaubert quando escreveu as Tentações de Santo Antão.

    Eclesiastes 1:2-18, está escrito “tudo é vaidade”, ora, se assim o é, então que façamos da própria vaidade, em doses homeopáticas, uma mola propulsora para autoestima, que em consonância com nossos valores não negociáveis, certamente, pode proporcionar mais leveza à vida. Fala-se da fraqueza da carne e, é mesma, contudo, o espírito é muito mais, tendo potencial a contaminação: há os acometidos da síndrome da “Rainha Má e o espelho”, olham no espelho e querem ver outra pessoa, também proliferam aqueles que desligam a função do WhatsApp para você não saber se sua mensagem vista.

    Evidente que há pessoas, assim como eu, acreditando possuírem pouca ou nenhuma vaidade, e por acaso for provada a existência, é apenas um naco de nadinha. Entretanto, a minha trago-a a rédeas curtas e no enforcador, quando posso.

    Vaidade II

    Honoré de Balzac dizia “Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa a exibir”. Porém, a vida não se resume em festivais.

    Honoré de Balzac dizia “Deve-se deixar a vaidade aos que não têm outra coisa a exibir”. Porém, a vida não se resume em festivais.

    Vaidade III

    Confesso meu pecado, minha vaidade. Tenho sim um orgulho danado de ter vivido no tempo Ziraldo, de Dom Hélder Câmara, Mandela. Lula…

    Afrika

    Levando a quem ouve às terras africanas ou no mínimo nos convida para uma viagem às nossas ancestralidades. AFRIKA, é novo single do amigo jornalista e músico de primeira linha Moséis de Lima. Entretanto, não espere semba, Kzomba ou guedra, pelo contrário é um rock com belos e bem elaborados solos de guitarra. É verdade, que tem um tambor ditando ritmo, mas a letra forte, esta sim é carrega de africanidade. Vivas a Moisés! Vivas à AFRIKA!

    Santiago do Chile

    Como diria meus colegas de trabalho, do jornal Gazeta do Oeste, Ivonete de Paula – In memoriam – e Gomes Filhos – In memoriam – “afivelando as malas”, Sanara ponha água no feijão, junho está chegando e a terra de Plabo Neruda que me aguarde.

    Frase

    “Há dois anos, eu chamo o ministro Alexandre de Moraes de ‘ditador de toga'” – Silas Malafaia

    Caricatura

    Desenho do agitador cultura e fotógrafo Antônio Bizunga.

  • Eu não sou cachorro, não

    Fazendo uma pesquisa no Youtube encontrei uma cantora chamada Bárbara Eugênia soltando a voz suavemente em “Por que brigamos”, uma versão dos anos 70, da canção “I Am…I Said”, do Niel Diamond, interpretada por Diana que fez um sucesso danado, tanto a original como a versão tupiniquim. Pois muito bem, continuei ouvindo a cantante, que de fato é bárbara — não resisti ao trocadilho – seguindo na mesma “vibe” cantou Márcio Creyk, Tim Maia…

    A razão puxou-me as orelhas para concentrar na busca. Com outra aba aberta permaneci de ouvidos bem atentos nas ondas da suave voz agradavelmente afinada, os olhos e os dedos freneticamente buscavam algum sinal de minha “caçada”. Porém, passei a ouvir uns acordes de órgão de uma melodia, que imaginava conhecer, deslizando como se fosse uma brisa do Atlântico sobre a Praia de São Cristóvão – Areia Branca/RN – trazendo o “Amigo, por favor leve essa carta…”, “Paixão de um Homem”, música do Valdick Soriano, fui tomado, como se imergisse numa máquina do tempo ou entrasse numa sala de cinema para assistir a um filme que já tinha visto, aliás, era integrante.

    No final dos anos 70, início dos 80 — não lembro bem o ano – estava sendo feito o asfaltamento da BR 110, que liga Mossoró à cidade de Areia Branca/RN, e nós, eu, Laércio e outros amigos – que agora minha esquálida memória não me permitir revelar – decidimos ir tomar um banho na Praia de São Cristóvão. Enchi o tanque da possante, uma Monark – três litros de gasolina davam para ir ao Atacama e voltar –, e Laércio Eugênio Cavalcante, na Cinquentinha Yamaha, em um domingo típico da cidade dos Monxorós, lá fomos nós. Logo ao sair dos Pintos começamos a enfrentar as dificuldades da empreitada, eram montes e mais montes de areia, brita, pedra, não sei se estávamos acometidos da síndrome do “Selvagem”, filme estrelado por Marlon Brando, até que depois do Rio do Carmo, avistamos o Piquiri, isto já passava do meio-dia, o sol cozinhando os miolos.

    Paramos sob uma árvore, a qual o nosso amigo Claudino, fotógrafo da Gazeta, possuía mais cabelos no alto do cucurutu, que ela tinha folhas em seus galhos, e em assembleia decidimos desistir do sacrificoso banho, haja vista, naquela pisada íamos chegar na praia lá por volta da segunda-feira à tarde e, certamente, dona Maria Emília já teria instruído Mazé – dona Maria José – a fazer nossas contas.

    Sedentos, com a língua mais seca que de papagaio, enchemos os olhos ao avistar uma hipnótica placa de Coca-Cola do outro lado da via, nos dirigimos à aquela reconfortável visão:

    – Boa tarde.

    – Boa tarde.

    – Tem algo para comer?

    – Tem não!

    – Então, traga duas cervejas, bem geladinhas!

    – Tem cerveja não!

    – Tem Pitú?

    – Tem não!

    – Tem o quê?

    – Caranguejo!

    – Traga um meiota!

    – Tem algum tira-gosto?

    – Não!

    Alguém da turma comentou “um bar que não tem nada”, o atendente com limões partidos na mão, os pondo sobre a mesa arrematou:

    – Tem limão, e é se quiser.

    – Dá para botar um som?

    O atencioso proprietário dirigiu-se até uma vitrola portátil pôs um long-play para rodar “Eu não sou cachorro…” …E só tem esse disco!

    Experiência

    Coloquei um projeto na Lei Paulo Gustavo, que tem como enredo a passagem de Lampião em Mossoró, seria uma animação de 10 minutos, não fomos selecionados não por haver experiência e referências estéticas e, não ter pelo menos dois trabalhos produzido. Pois, sim.

    Prefeito Cloroquina I

    A mídia do prefeito de Natal/RN, Álvaro Dias Cloroquina, é de uma competência exemplar, haja vista as peças publicitárias veiculadas em horário nobre na TV. Entretanto, a incompetência do prefeito e sua equipe de fiscalização desdiz as belas imagens. A praça Armando Nobre Viana, inaugurada há pouco mais de dois meses, tem a pista de caminhada com toda sua tinta largando.

    Prefeito Cloroquina II

    Fazer obras que beneficiem a coletividade é obrigação do poder público, mas, também tem que ser feitas com qualidade, usando produtos e insumos de primeira e não apenas uma bela maquiagem para uma pomposa inauguração para o Prefeito Cloroquina se empavonar como se fora algo excepcional.

    Prefeito Cloroquina III

    “É obra por todo canto, é obra em todo lugar” diz o jingle da administração Cloroquina, torço, de fato, que obras sejam duradouras, sentadas em produtos de qualidade. Mas, pelas “feridas” na Praça Armando Nobre, em Candelária, nos deixa temeroso quanto a excelência.

    Frase

    “Comunismo acabou. Para mim não existe o comunismo, no Brasil não existe”. presidente do Superior Tribunal Militar – Ministro Francisco Joseli Parente Camelo.

    Caricatura

    Caricatura do Tezuka Osamu, tido no Japão como o “pai do mangá moderno”, para o “Manga Pandemic Web Exhibition 2024”, no Japão.

  • 20 anos da Papangu

    Confesso que busquei um tema que tivesse aderência aos 20 anos da revista Papangu, que não fosse somente o surrado “Parabéns…”, mas algo que não me expusesse como um tolo, mais do que já sou. Certamente, falar da beleza semelhante de nosso editor Túlio Ratto com a de Alain Delon, correia o risco de ser “despapanguzado”, o que de fato, não busco, muito me honra fazer parte do time dos “papangus na rede”, citar a inegável inteligência de sua musa e âncora, a jornalista Ana Cadengue, seria chover no molhado, logo minha árida e infértil mente não conseguiu germinar nenhuma boa ideia, nenhum bom tema.

    Dizer da árdua luta de criar, manter e consolidar uma revista com esse olhar de fomentar a arte e cultural por 20 anos nestas planícies ressequidas, sem os devidos e necessários apoios financeiros, é sem sombra de dúvidas, uma tarefa hercúlea. Bom, todos têm ciência de quantas outras tantas tentativas de fazer florescer veículos de comunicação neste sentindo foram natimortas, pereceram na alvorada. Tatuar que o casal Túlio/Ana, é herói, mito, palavras tão desgastadas e dedicadas a embusteiros, não seria correto e de bom tom. Porém, são pessoas na melhor versão, que verdadeiramente acreditam no que faz, acreditam na arte, cultura do nosso estado, se não assim o fizesse, já teriam dado um tchau, bye bye, so long, farewell…

    Poderia até dizer que o escrito acima foi enchimento de linguiça para dar tempo a “tico e teco” escacaviarem a minha improdutiva e seca mente na frenética busca de um robusto tema homenageando a aniversariante, que pudesse me fazer ficar “bem na fita, nos 20 anos da Papangu. Mesmo sucumbindo a inata habilidade e gigantesca burrice, não farei pelo simples fato de ser minhas verdades.

    Entretanto, ainda afobado e acuado pela ausência total do “tal” tema a salvar-me desse vexame, lembrei de um trecho da música do Djavan “Esquinas”, que versa “sabe lá, o que é não ter e ter que ter pra dar”, de certo, é uma esquina, uma sinuca de bico ou você desiste da perseguição ou cai na ardilosa escrotice da facilidade da bajulação pura e simples, como isto não me apetece, reconheço a derrota e como a gente só dá o que tem, busco guarida em um dos sentimentos balizares e mais nobres do cristianismo que é o de gratidão. Logo, agradeço a Túlio, Ana e a todos que fizeram e fazem a Papangu por me aturarem. Obrigado.

    Viva os 20 anos da Papangu.

    Joe

    Já em solo sagrado potiguar Joe Bonfim, cartunista norte-rio-grandense que há mais de três décadas mora na terra de Napoleão Bonaparte, todavia, ano após ano vem banhar-se nas águas mornas da Praia de Ponta Negra. Bem-vindo, amigo.

    91 anos

    Neste, 21/02, minha primeira sogra — mãe de Isi, in memoriam — completou 91 anos, lúcida e cheia de vida. Dona Lurdes, sempre foi uma pessoa extremamente generosa, calma, leve. Mesmo em momentos difíceis se postava serena. Saiba, acho que já sabe – a senhora mora no meu lado esquerdo do peito. Vivas à Dona Lurdes.

    Vivas à Larissa!!!

    Minha bela e inteligente filha Larissa Brito foi aprovada na Qualificação de Mestrado em Bioinformática. Estou certo que seu caminho será de muitas e sólidas vitórias. Vivas à Larissa!!!

    Caricatura

    Desenho de Benjamin Netanyahu para segunda exposição de caricaturas charges e cartuns na Aliança Francesa, em Natal/RN, nesse ano de 2024, ainda sem data.

  • Passado

    O grande filósofo do cristianismo, o argelino Santo Agostinho,  tatuou uma das frases mais emblemáticas relativas à definição do tempo “o passado não existe, porque já acabou, o futuro não existe porque não começou, o presente não existe porque se torna pretérito” e ainda adiantou “o que é o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; porém, se quero explicá-lo a quem me pergunta, então não sei…”

    Eu sou fissurado no tempo, penso nele o tempo todo, todo tempo, acho fantástico e, principalmente no passado, porque para mim, de fato, é o que existe – olha eu divergindo de Santo Agostinho – há muitas teorias filosóficas e físicas sobre o tempo, entretanto, todas apresentam falhas insupríveis, logo posso me dar ao devaneio de ter a minha própria tese.

    O passado, só ele existe. Ele é o senhor do tempo, depois de estabelecido nada pode alterá-lo, mudar, corrigir, somente pode ser acrescido numa linha contínua. Não há nada mais generoso que o passado, aquele não esquecido que você pode acessá-lo quando quiser, onde quiser, o tempo que quiser, só ele é real. O futuro não chegou, aparecendo instantaneamente será presente com vida de milésimo de segundo para depois alojar-se no passado, na gaveta das boas recordações ou apinhar-se no baú do esquecimento.

    Eu sou passado, vivo o passado, ainda bem. Do passado me alimento, curto meu passado, acesso-o cotidianamente – não tem como fugir: minha manhã já é passado, beijos dos netos já estão no bornal das inesquecíveis boas memórias – entretanto, nem sempre ele se faz presente por livre e espontânea vontade, e sim, lhe é posto por terceiros obrigando-o a ver o que queria esquecer.

    Sou audiência assídua no Facebook do Relembrando Mossoró, do jornalista e escritor Lindomarcos Faustino. Foi lá que vi o post de uma foto,  aí me deu uma tristeza no meu peito, era o “túmulo” aonde sepultaram a história e o sonho de centenas de profissionais de comunicação, foi lá que conheci Kléber Barros, Nilo Santos, Dorian Jorge Freire, Inácio Pé de Quenga, Laércio Eugênio Cavalcante, Júnior Barbuda, Claudino, Thurbay Rodrigues, Zé Maria Caldas, Sérvulo Holanda, Carlos Sérvulo, Amâncio Honorato, Dona Maria José, Dona Neide, César Santos, William Robson…E tantos outros amigos que os trago como pingentes, do lado esquerdo do peito. Era ali na Cunha da Mota com a Frei Miguelinho a morada de Canindé Queiroz e Dona Maria Emília, a nossa “casa” a Gazeta do Oeste, naquela esquina boa parte da história contemporânea de todos nós foi escrita e está impressa no passado da memória da terra dos Monxorós.

    Brito e Silva – Cartunista

    Exposição

    Este de 2024, teremos mais uma vez uma exposição de caricaturas, charges e cartuns, na sede da Aliança Francesa, em Natal. Joe já chegou da França nos convocando – convite aceito – juntamente com o cartunista Brum para formamos triunvirato de 2023.

    Carvalho

    O cientista britânico Peter Wohlleben, depois de vários estudos concluiu que árvores têm sentimentos e podem até sentir dor. Conhecedora da afirmação a canadense Sonja, “ecossexual” foi conferir, agora anda saltitante enamorada de frondoso e velho carvalho que lhe proporciona orgasmos múltiplos. Char, uma americana comprou uma boneca inflável em imagem e semelhança dela, para o marido transar quando estiver indisposta.

    Sanha sanguinária

    Já foram mortos 28 mil palestinos na sanha sanguinária do neonazista Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, contra 1500 judeus. Enquanto isso, a ONU a cada dia enfraquece e é desmoralizada por seus membros que não cumprem suas resoluções, assim sendo a carnificina se expande e o perigo de uma terceira guerra fica mais próxima.

    O fascista, desqualificando a UNO vomitou não aceitar um Estado Palestino.

    Podre

    Aonde o bolsonarismo põe a mão apodrece. Haja vista a ABIN.

    Frase

    “Vamos entupir as cadeias de bandidos” – Jair Bolsonaro

    Caricatura

    Caricatura do editor-chefe da Papangu, o também cartunista Túlio Ratto.