Sobre

Eu não sou cachorro, não

Fazendo uma pesquisa no Youtube encontrei uma cantora chamada Bárbara Eugênia soltando a voz suavemente em “Por que brigamos”, uma versão dos anos 70, da canção “I Am…I Said”, do Niel Diamond, interpretada por Diana que fez um sucesso danado, tanto a original como a versão tupiniquim. Pois muito bem, continuei ouvindo a cantante, que de fato é bárbara — não resisti ao trocadilho – seguindo na mesma “vibe” cantou Márcio Creyk, Tim Maia…

A razão puxou-me as orelhas para concentrar na busca. Com outra aba aberta permaneci de ouvidos bem atentos nas ondas da suave voz agradavelmente afinada, os olhos e os dedos freneticamente buscavam algum sinal de minha “caçada”. Porém, passei a ouvir uns acordes de órgão de uma melodia, que imaginava conhecer, deslizando como se fosse uma brisa do Atlântico sobre a Praia de São Cristóvão – Areia Branca/RN – trazendo o “Amigo, por favor leve essa carta…”, “Paixão de um Homem”, música do Valdick Soriano, fui tomado, como se imergisse numa máquina do tempo ou entrasse numa sala de cinema para assistir a um filme que já tinha visto, aliás, era integrante.

No final dos anos 70, início dos 80 — não lembro bem o ano – estava sendo feito o asfaltamento da BR 110, que liga Mossoró à cidade de Areia Branca/RN, e nós, eu, Laércio e outros amigos – que agora minha esquálida memória não me permitir revelar – decidimos ir tomar um banho na Praia de São Cristóvão. Enchi o tanque da possante, uma Monark – três litros de gasolina davam para ir ao Atacama e voltar –, e Laércio Eugênio Cavalcante, na Cinquentinha Yamaha, em um domingo típico da cidade dos Monxorós, lá fomos nós. Logo ao sair dos Pintos começamos a enfrentar as dificuldades da empreitada, eram montes e mais montes de areia, brita, pedra, não sei se estávamos acometidos da síndrome do “Selvagem”, filme estrelado por Marlon Brando, até que depois do Rio do Carmo, avistamos o Piquiri, isto já passava do meio-dia, o sol cozinhando os miolos.

Paramos sob uma árvore, a qual o nosso amigo Claudino, fotógrafo da Gazeta, possuía mais cabelos no alto do cucurutu, que ela tinha folhas em seus galhos, e em assembleia decidimos desistir do sacrificoso banho, haja vista, naquela pisada íamos chegar na praia lá por volta da segunda-feira à tarde e, certamente, dona Maria Emília já teria instruído Mazé – dona Maria José – a fazer nossas contas.

Sedentos, com a língua mais seca que de papagaio, enchemos os olhos ao avistar uma hipnótica placa de Coca-Cola do outro lado da via, nos dirigimos à aquela reconfortável visão:

– Boa tarde.

– Boa tarde.

– Tem algo para comer?

– Tem não!

– Então, traga duas cervejas, bem geladinhas!

– Tem cerveja não!

– Tem Pitú?

– Tem não!

– Tem o quê?

– Caranguejo!

– Traga um meiota!

– Tem algum tira-gosto?

– Não!

Alguém da turma comentou “um bar que não tem nada”, o atendente com limões partidos na mão, os pondo sobre a mesa arrematou:

– Tem limão, e é se quiser.

– Dá para botar um som?

O atencioso proprietário dirigiu-se até uma vitrola portátil pôs um long-play para rodar “Eu não sou cachorro…” …E só tem esse disco!

Experiência

Coloquei um projeto na Lei Paulo Gustavo, que tem como enredo a passagem de Lampião em Mossoró, seria uma animação de 10 minutos, não fomos selecionados não por haver experiência e referências estéticas e, não ter pelo menos dois trabalhos produzido. Pois, sim.

Prefeito Cloroquina I

A mídia do prefeito de Natal/RN, Álvaro Dias Cloroquina, é de uma competência exemplar, haja vista as peças publicitárias veiculadas em horário nobre na TV. Entretanto, a incompetência do prefeito e sua equipe de fiscalização desdiz as belas imagens. A praça Armando Nobre Viana, inaugurada há pouco mais de dois meses, tem a pista de caminhada com toda sua tinta largando.

Prefeito Cloroquina II

Fazer obras que beneficiem a coletividade é obrigação do poder público, mas, também tem que ser feitas com qualidade, usando produtos e insumos de primeira e não apenas uma bela maquiagem para uma pomposa inauguração para o Prefeito Cloroquina se empavonar como se fora algo excepcional.

Prefeito Cloroquina III

“É obra por todo canto, é obra em todo lugar” diz o jingle da administração Cloroquina, torço, de fato, que obras sejam duradouras, sentadas em produtos de qualidade. Mas, pelas “feridas” na Praça Armando Nobre, em Candelária, nos deixa temeroso quanto a excelência.

Frase

“Comunismo acabou. Para mim não existe o comunismo, no Brasil não existe”. presidente do Superior Tribunal Militar – Ministro Francisco Joseli Parente Camelo.

Caricatura

Caricatura do Tezuka Osamu, tido no Japão como o “pai do mangá moderno”, para o “Manga Pandemic Web Exhibition 2024”, no Japão.

Escrito por Brito Silva

Ah, esses católicos e evangélicos ‘praticantes’ e ‘não-praticantes’…

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