* Por Lázaro Amaro
O fato é gravíssimo! Cada palavra do título dessa denúncia foi escolhida por necessidade e propósito para traduzir uma situação que, por diversos fatores, se apresenta complexa em sua gravidade. Não há discutir que a gravidade de maior urgência respeita à idade das vítimas, jovens do sexo masculino, entre 17 e 19 anos , recém chegados aos quadros da Universidade Federal. Não são as únicas vítimas. O destaque que lhes é dado permite demonstrar a gravidade da situação quanto à falta de providências institucionais, ou seja, o descaso e desprezo com que a reconhecida Instituição de Ensino está tratando a juventude acadêmica. A importunação sexual é crime! A insegurança é generalizada, nos setores de aulas da UFRN, especialmente nos banheiros, onde os delitos são praticados como parte da rotina. Se não existem câmeras nos locais, por razões ululantes, fato é que os criminosos podem ser identificados sem muitas dificuldades por suas condutas, especialmente por darem plantão nos locais, sem qualquer propósito de uso normal dos banheiros. Uns deles são pertencentes aos quadros de alunos, outros possivelmente até estranhos a esses quadros. Os casos que motivaram a presente notícia estão ocorrendo no Setor II, das Humanas. Claro que a administração da Universidade não poderá simplesmente negar a ocorrência dos fatos, seja porque as vítimas são reais, seja porque a superlotação dos ônibus circulares dentro do Campus, além de ser permanente e aos olhos de todo mundo, representa outra situação de desprezo e descaso, permitindo outro espaço para as importunações, dessa feita especialmente contra jovens do sexo feminino, além da humilhação e da exposição ao risco de acidentes a que esses jovens são submetidos todos dias de aula.
*Lázaro Amaro é advogado.