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  • Fotografando as Luzes do natal em Natal

    Texto e fotos: Alex Gurgel

    (professor, fotógrafo, escritor, jornalista e guia de turismo)

    alexgurgel@msn.com

    @alexgurgel

    Para quem curte fotografia, o natal é a melhor época para sair na rua à noite com a câmera e registrar a cidade iluminada, desenvolvendo a criatividade fotográfica.

    Nessa época natalina quando há mais luzes e a cidade se prepara para celebrar o natal, é uma boa oportunidade para reunir amigos e sair pela cidade para fotos incríveis. Unir fotografia noturna e o período natalino é uma boa ideia porque o fotógrafo pode abusar de sua criatividade para criar fotos surreais com técnicas especificas como “zooming”, “bokeh” ou “panning”, além de longa exposição capturando a luzes intensamente.

    A fotografia noturna natalina envolve a captura de imagens em condições de baixa luminosidade. Para obter resultados nítidos e bem compostos, é necessário entender as configurações da câmera, como abertura, ISO e tempo de exposição. Essa técnica avançada apresenta desafios intrigantes e oportunidades únicas para os fotógrafos. É necessário ter uma câmera DLSR (Digital Single Lens Reflex), um bom tripé e saber dominar as técnicas avançadas de fotografia.

    Durante muito tempo, a escola de fotografia Engenho de Fotos convidou amigos e amantes da fotografia para fazer “expedição fotográfica noturna” durante o período natalino, capturando a decoração de natal de forma criativa e diferenciada pelas ruas da cidade, além de fazer uma confraternização com os amigos da fotografia e alunos da escola. Depois da pandemia não houve mais as expedições noturnas, mas alguns membros desses encontros continuaram fotografando as noites das decorações com as técnicas que aprenderam durante o período das expedições.

    De acordo com a pedagoga Verônica Torres, as expedições noturnas eram excelentes oportunidades para treinar fotografias avançadas. “Há algo de mágico na fotografia noturna. Uma cena que parece esquecível quando fotografada durante o dia pode ser totalmente transformada se o fotógrafo a fotografar depois que anoite cai. Principalmente com as luzes natalinas”, disse Verônica, ressaltando que um bom equipamento (câmera DSLR) ajuda muito a capturar fotos excelentes e com qualidade.

    Há um tempo atrás, as câmeras de celulares eram praticamente inúteis se o fotógrafo não estivesse em um ambiente bem iluminado. No entanto, hoje em dia, os aparelhos smartphones trazem câmeras extremamente capazes, inclusive para fazer fotos à noite e em baixa iluminação. Eles oferecem modos noturnos dedicados que conseguem tirar fotos bem iluminadas e de boa qualidade a qualquer momento. É importante que o fotógrafo tenha conhecimentos dos modos de operação do celular para poder tirar melhor proveito do equipamento. Saber editar a foto também ajuda ao fotógrafo no trabalho após o clique inicial.

    A noite é um momento mágico, cheio de mistério e beleza. E para os amantes da fotografia, é uma oportunidade incrível de explorar novas possibilidades e capturar imagens únicas. Antes de sair por aí fotografando à noite, é importante garantir que tenha os equipamentos certos. Além da câmera, é essencial ter um tripé estável para evitar fotos tremidas. Também é recomendado utilizar uma lente com uma abertura ampla, que permita a entrada de mais luz. O fotógrafo não pode esquecer de levar baterias extras e um cartão de memória com bastante espaço.

    Dicas para tirar fotos noturnas no período natalino

    Uma boa Câmera

    Quando se trata de escolher a melhor câmera para fotos noturnas, os principais itens que você deve procurar são uma faixa ISO alta, uma faixa dinâmica ampla e um sensor grande. Ao escolher uma câmera para fotografia noturna, procure uma com uma faixa ISO alta, pois tirar fotos à noite significa trabalhar com muito menos luz ambiente. O amplo intervalo dinâmico é importante para a fotografia noturna; sem ele, o fotógrafo perderá todos os detalhes nas sombras da imagem. Um sensor grande também ajudará você a capturar o máximo de luz possível.

    Disparo manual 

    Mude para as configurações manuais da sua câmera; tentar fotografar no modo automático confundirá sua câmera e o fotógrafo provavelmente não obterá a imagem que esperava.

    Use uma abertura ampla

    Isso dependerá da lente com a qual o fotógrafo está fotografando. Mas para a fotografia noturna, é melhor que seja mais amplo. Dessa forma, o fotógrafo estará deixando entrar o máximo de luz possível. Recomenda-se que use lentes que possam abrir pelo menos até f/2.8, se não mais largas, em torno de f/1.2 – f/1.8.

    Defina o ISO para um número alto 

    O fotógrafo pode começar em torno de 800 e ir ajustando, dependendo das condições de luz do ambiente. Quanto mais alto for o valor do ISO, menos ruído terá na imagem final. Com uma ótima câmera, pode tirar fotos noturnas lindas e nítidas com um ISO alto.

    Utilize uma velocidade alta e lenta do obturador. 

    Isso dependerá um pouco do que está sendo fotografado. A fotografia do céu noturno pode exigir uma velocidade de obturador mais longa, de 10 segundos ou mais, enquanto para a fotografia noturna urbana o fotógrafo pode usar uma velocidade de obturador de 2 a 10 segundos. Tudo depende da quantidade de luz disponível no ambiente e do efeito que se deseja obter.

    Use um tripé

    Com velocidades de obturador tão lentas, as fotos noturnas ficarão muito tremidas se o fotógrafo tentar fotografar sem um tripé ou algo para estabilizar a câmera.

  • ZooN: A Resistência da Fotografia Cultural Potiguar

    Texto: Alex Gurgel (professor, fotógrafo, jornalista, escritor e guia de turismo)

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    O fotógrafo e ativista cultural Henrique José está atuando a 30 anos no desenvolvimento do audiovisual norte-riograndense

    Zooming é um efeito ótico que fornece forte sensação de movimento numa fotografia. Mas, a ZooN é uma entidade capitaneada pelo fotógrafo Henrique José com quase 30 anos de atuação no setor de audiovisual do Rio Grande do Norte, contribuindo fortemente com a formação e produção de fotografia e vídeo no território potiguar. Ao longo dessas três décadas, a entidade já formou milhares de jovens no mundo do audiovisual, criando uma identidade cultural através da fotografia. A ZooN continua ativa, resistindo as intempéries culturais e produzindo fotografia e conema no Mercado Público de Petrópolis, onde tem sua sede atualmente.

    De acordo com o fotógrafo Henrique José, a ZooN foi idealizada pelo próprio Henrique e seu parceiro na época como Marcelo Andrade e surgiu para ser uma Agencia de Fotojornalismo onde oferecia banco de imagens, fotojornalismo, fotografia documental e tudo referente a fotografia. A ideia foi se ampliando e a dupla abriu a ZooN para outras pessoas fazer parte como o fotógrafo Adrovando Claro, Canindé Soares e Fernando Pereira. “A gente percebeu que havia demandas para ações sociais e cultrais envolvendo a fotografia”, frisou Henrique.

    Ainda nos idos de 1997, Keila Sena, Vladmir Alexandre, Guaraci Gabriel, Rosa Marciel e Ana Potiguar se juntaram à ZooN, quando começou a surgir as Leis de Cultura E a entidade se transformou numa organização não-governamental, atuando no Rio Grande do Norte em projetos de difusão das artes visuais como expressão e manifestação cultural. Nessa mesma época, havia uma ebulição cultural com o surgimento do movimento da Casa da Ribeira e a Agencia Cultural do Sebrae. “Aprendemos a desenvolver projetos culturais para as Leis de Incentivo a Cultura e participamos de editais”, disse Henrique.

    Conforme Henrique José, em 1997, a ZooN funcionava nun casarão na Ribeira que os próprios fotógrafos fizeram o tombamento do Casarão de Luiz de Barros através do Instituto do Patrimônio Artístico e Arquitetônico Nacional (Iphan). Atualmente, a Prefeitura de Natal adquiriu esse imóvel para transformá-la num Sala de exibição de cinema. Henrique relata que se juntou ao arquiteto Augusto Maranhão para desenvolver um projeto do Casarão que seria local para exposições de fotografia, galeria de arte e espaço para projeções de cinema. “O intuito era a revitalização da Ribeira”, frisou.

    O primeiro projeto desenvolvido pela ZooN foi “Projeto Natal de Fotografia” com apoio da Fundação Capitania das Artes (Funcarte) que consistia em fazer um intercâmbio com fotógrafos de outros Estados brasileiros como de Pernambuco, São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Ceará, Paraíba e quando um fotógrtafo de outro Estavo trzia uma exposição para Natal, a ZooN também produzia uma exposição de um fotógrafo potiguar. “A gente aproveitava o fotógrafo de outro Estado para ele fazer oficinas de formação para os fotógrafos locais”, ressaltou Henrique.

    Natal no Circuito do Audiovisual brasileiro

    O projeto “Natal de Fotografia” teve mais de oito edições trazendo fotógrafo para interagir e ministrar oficinas de fotografias em Natal, culminando com a realização da “1ª Maratona Fotográfica de Natal”, reunindo fotógrafos do todo o Brasil quando a Zoon teve uma visibilidade nacional e internacional com cobertura da revista “Iris Foto” uma das principais revistas de fotografia da época. “Depois desses eventos, a ZooN começou a investir em projetos culturais e sociais”, declarou Henrique.

    No primeiro Governo do presidente Lulz, por volta de 2004, quando o cantor baiano Gilberto Gil era o Ministro da Cultura, a ZooN foi selecionada com um dos primeiros Pontos de Cultura do Rio Grande do Norte, junto do os projetos da Casa da Ribeira e a Conexão Felipe Camarão. Henrique conta que a ZooN desenvolveu vários projetos culturais para o desenvolvimento de oficinas de fotografias em várias cidades do Estado em parcerias com outros instituições e prefeituras. “Recebemos verbas para fazer 06 (seis) oficinas e conseguimos duplicar as oficinas contando com as parcerias locais”, ressaltou.

    Segundo Henrique, o pessoal da ZooN levou o projeto de oficinas para várias cidades como Macaíba, São José do Mipibu, Angicos, Mossoró, Natal, etc… As oficinas também foram levadas às escolas municpais. Graças à esse projeto de oficinas de fotografia do Ponto de Cultura, a ZooN ganhou um prêmio nacional chamado “Prêmio Asas” através do Ministério da Cultura. Com o valor do prêmio Henrique montou a galeria móvel da ZooN, um contêiner que percorreu vários espaços de cultura com exposições fotográficas. “Infelizmente, durante a pandemia a gente teve que se desfazer do contêiner porque ele já estava se deteriorando”, relatou Henrique.

    Atualmente, a ZooN retoma o projeto de Ponto de Cultura e planeja fazer novos projetos com oficinas “Fotografia e Identidade” usando a fotografia como ferramenta de construção da identidade, de resgate da história, da cultura e tradição de cada comunidade. A ZooN desenvolveu uma metodologia de ensino intitulada “Educação Lúdica do Olhar” que já atuou no Nordeste inteiro através de editais de cultura e parcerias com prefeituras e escolas. “Nós da ZooN levamos essa educação através da fotografia como resgate de identidade para várias salas de aulas atingindo milhares de jovens”, declarou Henrique.

    Fotografia, Cinema, Documentário na formação audiovisual

    Outro projeto importante capitaneado pela ZooN é na área do audiovisual (cinema), fazendo parte da história do audiovisual potiguar como os percussores em projetos de formação nesse segmento. “Assim como a ZooN fez os primeiros projetos de formação em fotografia nos anos 90 em Natal, nos anos dois mil, em parceria com a Universidade Potiguar, nós fizemos o projeto de formação em Natal de cinema e vídeo com 12 edições desse projeto”, ressaltando que o projeto trouxe profissionais de várias áreas do audiovisual para para fazer oficinas emNatal como direção de fotografia, produção executiva, edição de vídeo, figurinos, etc.

    Além das oficinas em audiovisual, a ZooN trazia os profissionais para fazer palestras sobre cinema e vídeo. As oficinas e palestras fizeram parte de projetos chamados: “Cena Um”, “Cena Dois”, “Cena Três” e assim por diante até a 12ª edição. Como resultado desse trabalho, Henrique José e o pessoal da ZooN Fotografia foram convidados pela Fundalção Capitania das Artes (Funcarte) através da Prefeitura de Natal, com apoio do Setorial do Audiovisual através do Ministério da Cultura e ANCINE (Agência Nacional de Cinema), para realizar o Festival “Goiamum Audiovisual” que aconteceu durante 10 edições.

    Durante o projeto do “Goiamum Audiovisual”, a ZooN Fotografia contemplava a formação de público para consumir o audiovisual com oficinas de cineclubismo, exibições de filmes na periferia e também filmes competitivos no “Goiamum Audivisual” da mostra nacional de local com filmes feitos no Rio Grande do Norte com incentivo do projeto com proemiações para os curtas-metragens locais, além da formação com oficinas na área técnica e com articulação com produtores e distribuidores. “O projeto Goiamum Audiovisual foi um marco do cinema norte-riograndense e tivemos reconhecimento do Sebrae com destaque para Keila Sena, uma pessoa importante nesse processo todo”, frisou Henrique José.

    No ano de 2010 e 2011, Henrique José também atual na formação da Rede de Fotografia Cultural Brasileira, movimento nacional para a valorização da fotografia no Brasil, desde as primeiras reuniões, fazendo parte das duas primeiras diretorias. Ele também tem uma participação ativa no CNPC (Conselho Nacional de Políticas Culturais) no segmento de artes-visuais contribuindo na criação da “Lei Cultura Viva” para fortalecer o movimento do audiovisual e da fotografia brasileira.

    Com o advento da pandemia, a ZooN parou suas atividades culturais. Mas, desde o ano passado, Henrique José voltou com os projetos de fotografias com a sede da ZooN localizada no Mercado Público de Petrópolis e tendo a participação do fotógrafo Teotônio Roque, que faz parte da atual diretoria da entidade. “Nós estamos montando um estúdio para produzir conteúdos para internet”, disse Henrique José, ressaltando que a Zoon voltará a desenvolver oficinas de fotografias focando na “comunicação comunitária” com intuito de formar novas turmas nos Pontos de Culturas em todo o Estado.

    Henrique adianta que está desenvolvendo a metodologia de ensino com um grupo de jovens da comunidade de Mãe Luíza, bairro nas proximidades da ZooN e do Mercado de Petrópolis. Conforme Henrique, envolvendo fotografia, audiovisual e jornalismo. “Estamos com alguns filmes sendo produzidos com roteiro e produção em andamento que em breve está pronto para captação dos recursos no fundo do audiovisual. Temos também um projeto na área de consultoria à outras ONG’s e empresas” destacou.

  • Exposição Fotográfica “Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque” estreia em Caicó

    Fotos e Texto: Alex Gurgel (professor, fotógrafo, jornalista e guia de turismo)

    alexgurgel@msn.com @engenho_de_fotos

    A Escola Multicampi de Ciências Médicas do Rio Grande do Norte – UFRN, em Caicó, recebe a exposição fotográfica coletiva “Ser tão Seridó – Cenas do Geoparque” que teve abertura no dia 30 de outubro e estará em cartaz até o dia 30 de novembro aberta ao público. Numa realização do Engenho de Fotos e Poty Foto Clube, com apoio do Governo do Rio Grande do Norte através da Secretária de Cultura do RN, da UFRN e da Iglesias Imóveis, a exposição coletiva celebra à mais tradicional região do RN.

    O Seridó do Rio Grande do Norte constitui uma importante região natural do semiárido nordestino, figurando com particular importância ao lado de regiões que integram uma vasta área seca no Nordeste. O Geoparque Seridó, que acaba de ser reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como território de relevância mundial, é uma região importante que oferece diversos atrativos naturais e culturais.

    Segundo Marcos Antonio Leite do Nascimento, professor do Departamento de Geologia da UFRN e Coordenador Científico do Seridó Geoparque Mundial da UNESCO, Exposição “Ser tão Seridó – Cenas do Geoparque”, realizada em Natal e agora em Caicó, está sendo de suma importância para dar visibilidade ao território do Seridó Geoparque Mundial da UNESCO e para apresentar suas belezas associadas aos patrimônios natural (geodiversidade e biodiversidade) e cultural (material e imaterial). “A arte dos vários fotógrafos conseguiram com seus olhares deixar mais belo ainda esse território riquíssimo de natureza e cultura”, ressaltou o professor Marcos.

    De acordo com o professor Marcos Nascimento, as imagens contemplam cenários que passam por vários geossítios com importantes elementos do geopatrimônio, como rochas e relevos; passam pela fauna e flora de um bioma genuinamente brasileiro, que é a caatinga; contempla sítios arqueológicos e inúmeros outros aspectos da cultura seridoense mais recente. “Somos grato ao fotógrafo Alex Gurgel e os demais fotógrafos por idealizar tal exposição e conseguir colocar nas imagens o esplendor de tudo aquilo que temos nesse território reconhecido internacionalmente, como Geoparque Mundial da UNESCO”, disse.

    O Geoparque Seridó está localizado no coração do Rio Grande do Norte, uma área de 2.800 quilômetros quadrados, reconhecido pela Unesco como um território de relevância mundial. Este geoparque se destaca por suas formações geológicas únicas, como as minas de scheelita e as rochas vulcânicas, além das pinturas rupestres que datam de até 10 mil anos. As cidades que abrangem o Geoparque Seridó são: Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas.

    Os fotógrafos que participam da exposição fotográfica “Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque” percorreram milhares de quilômetros pelo Seridó Potiguar nas expedições fotográficas do projeto “Engenho na Estrada”, nos últimos 10 anos. Os fotógrafos participantes fizeram cursos de fotografia, oficinas ou workshops no Engenho de Fotos ou são membro do Poty Foto Clube. A maioria das fotografias da exposição foi clicada durante as expedições fotográficas.

    Para Janaína Medeiros, diretora Executiva do Consórcio Público Intermunicipal Geoparque Seridó, a exposição fotográfica “Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque” é de grande importância para o Geoparque Seridó por várias razões. Segund Janaína, a promoção do Turismo, onde fotografias impactantes podem atrair a atenção de turistas em potencial, despertando seu interesse em visitar o Geoparque. “A exposição pode atuar como um convite visual, mostrando as belezas naturais e culturais que a região tem a oferecer, incentivando mais visitantes a explorarem o local”, declarou a diretora executiva.

    Janaína Medeiros também ressalta que a Conscientização Ambiental, através das imagens, pode sensibilizar o público sobre a importância da conservação ambiental e dos recursos naturais do Geoparque. Ela pode destacar as paisagens únicas, fauna e flora locais, promovendo uma maior consciência sobre os desafios ambientais enfrentados pela região. “Com tudo isso, a exposição fotográfica ‘Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque’ se torna não apenas uma mostra artística, mas um importante veículo para contar histórias, promover conscientização e celebrar a riqueza do Geoparque Seridó”, declarou.

    Celebrando o Dia Mundial da Fotografia, ano passado, o Poty Foto Cube realizou a exposição “Da Brisa a Caatinga – uma jornada fotográfica do litoral ao sertão do Rio Grande do Norte”, no Bardallo’s, um barzinho cultural na Cidade Alta, em Natal. Ainda no ano passado, o fotoclube realizou a exposição fotográfica intitulada “Potengy – às Margens do Rio Grande”, uma celebração visual ao nosso Rio Potengy, que foi realizada no Iate Clube de Natal.

  • Geoparque Seridó é tema de Exposição Fotográfica na Rampa

    Texto e Fotos: Alex Gurgel

    Email: alexgurgel@msn.com

    Instagram: @engenho_de_fotos

    Numa realização do Engenho de Fotos e Poty Foto Clube, uma exposição coletiva com o tema: “Ser tão Seridó – Cenas do Geoparque” celebra à mais tradicional região do RN

    Para celebrar o Mês Mundial da Fotografia, cujo dia acontece no dia 19 de agosto, que tem comemoração em todo o mundo audiovisual, o Poty Foto Clube em parceria com o Engenho de Fotos, realiza uma exposição coletiva fotográfica intitulada “Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque”, que acontecerá no Complexo Cultural da Rampa, às margens do Rio Potengi, com o apoio do Governo do Rio Grande do Norte através da Secretária de Cultura do RN e Fundação José Augusto.

    O Seridó do Rio Grande do Norte constitui uma importante região natural do semiárido nordestino, figurando com particular importância ao lado de regiões que integram uma vasta área seca no Nordeste. O Geoparque Seridó, que acaba de ser reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) como território de relevância mundial, é uma região importante que oferece diversos atrativos naturais e culturais.

    Os geoparques são áreas geográficas únicas e unificadas, onde os locais e paisagens de significado geológico internacional são gerenciados com um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. As cidades que abrangem o Geoparque Seridó são: Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas.

    Os fotógrafos que participam da exposição fotográfica “Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque” percorreram milhares de quilômetros pelo Seridó Potiguar nas expedições fotográficas do projeto “Engenho na Estrada”, nos últimos 10 anos. Os fotógrafos participantes fizeram cursos de fotografia, oficinas ou workshops no Engenho de Fotos ou são membro do Poty Foto Clube. A maioria das fotografias da exposição foi clicada durante as expedições fotográficas.

    De acordo com o presidente do Poty Foto Clube, Delson Cursino, para a fotografia, o Geoparque Seridó oferece um cenário deslumbrante e diversificado, perfeito para capturar a beleza bruta da natureza e os traços da história humana. As paisagens áridas da caatinga, as formações rochosas impressionantes e as relíquias arqueológicas são apenas algumas das inúmeras oportunidades visuais que a região proporciona. “A exposição ‘Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque’ não só celebra a singularidade desse território, mas também convida o público a explorar e valorizar essa joia do patrimônio mundial”, destacou o presidente.

    O Geoparque Seridó está localizado no coração do Rio Grande do Norte, uma área de 2.800 quilômetros quadrados, reconhecido pela Unesco como um território de relevância mundial. Este geoparque se destaca por suas formações geológicas únicas, como as minas de scheelita e as rochas vulcânicas, além das pinturas rupestres que datam de até 10 mil anos.

    Esse reconhecimento coloca o Geoparque Seridó em um seleto grupo global, promovendo não apenas a preservação do patrimônio natural e cultural, mas também o desenvolvimento sustentável através do turismo e da educação. A importância do Geoparque Seridó para o Rio Grande do Norte é imensa. Ele representa uma nova forma de gestão territorial que valoriza e preserva as riquezas geológicas, biológicas e culturais da região.

    Com 21 geossítios distribuídos pelo território, incluindo a nascente do Rio Potengi e o sítio arqueológico Xiquexique, o geoparque atrai turistas, pesquisadores e entusiastas da natureza de todo o mundo. Esse fluxo de visitantes não só estimula a economia local através do turismo, mas também reforça a identidade cultural e histórica da região. Entre essas e outras razões históricas e tradicionais, a Região do Seridó merece uma celebração especial e o Poty Foto Clube em parceria com o Engenho de Fotos se reuniram para promover uma grande exposição fotográfica mostrando toda a beleza do lugar.

    Celebrando o Dia Mundial da Fotografia, ano passado, o Poty Foto Cube realizou a exposição “Da Brisa a Caatinga – uma jornada fotográfica do litoral ao sertão do Rio Grande do Norte”, no Bardallo’s, um barzinho cultural na Cidade Alta, em Natal. Ainda no ano passado, o fotoclube realizou a exposição fotográfica intitulada “Potengy – às Margens do Rio Grande”, uma celebração visual ao nosso Rio Potengy, que foi realizada no Iate Clube de Natal.

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    Fotógrafos participantes

    Alex Gurgel

    Antonio Alencar

    Antônio Ivo (in Memorian)

    Delson Cursino

    Eugênio Oliveira

    Evanja Barros

    Fátima Leite

    Flávio Resende

    Izaaque Medeiros

    Jenny Gay

    José Adail

    Juliana Galassi

    Márcio Gomes

    Martin Musicante

    Máurison Silva

    Noélia Alves

    Pedro Silvestre

    Sarah Ariane

    Severino Neto

    Sônia Campos

    Sônia Macêdo

    Thiago Assis

    Verônica Torres

    Vidal Sunctión

    Zaqueu Gurgel

  • A Fina Luz da Fotografia Potiguar

    A origem etimológica de “fotografia” vem do grego e significa “gravar com luz”: “foto” (luz) e “graphein” (escrever, gravar).

    Em 19 de agosto de 1827, o cientista francês Joseph Niepce desenvolveu a primeira imagem fotográfica. Niepce colocou uma gravura em uma placa de metal revestida com betume e depois a expôs à luz por 10 horas. As áreas sombrias da gravação bloqueavam a luz, mas as áreas mais brancas permitiam que a luz reagisse com os produtos químicos na placa. Por esse feito, todo ano no dia 19 de agosto, o mundo inteiro celebra a fotografia.

    12 anos depois, em 1839, o primeiro processo fotográfico prático foi inventado por Louis Daguerre. O processo de daguerreotipia envolvia expor uma chapa de cobre prateada a vapor de iodo para criar uma superfície sensível à luz. A chapa era então exposta à luz, desenvolvendo uma imagem latente que se tornava visível por vapor de mercúrio e fixada com uma solução de sal. O daguerreótipo produzia imagens altamente detalhadas e únicas, e sua introdução marcou o nascimento da fotografia comercial.

    A fotografia chega ao Brasil em 1840, apenas um ano após a invenção do daguerreótipo na França. O abade francês Louis Compte fez demonstrações ao jovem imperador Dom Pedro II, que ficou maravilhado com o invento. Dom Pedro II passou a colecionar daguerreótipos, tornando-se o primeiro fotógrafo brasileiro e constantemente posava com suas câmeras fotográficas junto com a família imperial no Brasil.

    Em Natal, os primeiros registos fotográficos foram dos irmãos suíços Max e Bruno Bougard, que chegaram à Cidade dos Reis Magos em 1897 e montaram seu ateliê na Rua Treze de Maio, nº 38, atual Rua Princesa Isabel, no Bairro da Cidade Alta, oferecendo seus serviços através de anúncios no Diário de Natal. Com o tempo, os irmãos se separaram o somente o Bruno Bougard ficou no Rio Grande do Norte.

    Bruno Bourgard foi o um fotógrafo itinerante, viajando pelo interior do Rio Grande do Norte em busca de clientes endinheirados e capazes de pagar seus serviços. Bruno Bougard retratava pessoas e as cidades. Bruno buscava lugares mais altos para fazer grandes panorâmicas e a cúpulas das igrejas eram seus lugares preferidos. Em Natal, um dos seus primeiros registros arquitetônicos é o da Praça André de Albuquerque fotografia do alto da torre da Matriz de Nossa Senhora da Apresentação.

    Em 1908, o fotógrafo genuinamente potiguar era Manoel Dantas, que era também professor, advogado, jornalista, juiz de direito, político e precursor dos estudos do folclore no Rio Grande do Norte. Como Manoel Dantas era o único em Natal que possuía equipamentos sofisticados de fotografia e ótica, ele reunia amigos e convidados em sua casa para apresentar tudo que fotografava. Essas reuniões reuniam grandes plateias e contavam com um aparelho ótico de projeção conhecido como estereoscópico, que projetava paisagens e retratos fotografados por Manoel Dantas.  O estereoscópico foi muito popular entre as classes abastadas em inícios do século XX.

    Manoel Dantas e Bruno Bougard foram os pioneiros da fotografia em solo potiguar, que fizeram os primeiros registros urbanos de Natal, cujas fotografias foram testemunhos de uma cidade em transformação, tanto o aspecto urbano como as manifestações sociais que aconteciam na cidade. Ambos fotógrafos fizeram fotos de pessoas em situações diferentes, tanto na população mais humilde quantos em festas da alta sociedade natalense, criando um acervo social importante da fotografia potiguar.

    Dos anos de 1940 até 1980, o fotógrafo natalense Jaecy Galvão fez imagens icônicas da cidade e de seu povo. Aproveitando os americanos em Natal, durante a Segunda Guerra Mundial, quando fez imagens aéreas da cidade de dentro de aviões norte-americanos. Jaecy elaborou uma das maiores narrativas visuais da vida social de Natal. Ele ficou conhecido em sua juventude, entre seus amigos e clientes como o “fotógrafo dos artistas”, fotografando políticos e as pessoas que se destacavam socialmente.

    Atualmente, o “Erre Ene” é celeiro de grandes fotógrafos como Giovanni Sérgio e sua obra prima, o foto livro “As Quatro Margens do Rio” (1996 – Editado através da Lei Municipal Djalma Maranhão), uma narrativa visual onde o artista fotografou o Rio Potengi com suas paisagens por onde o rio passa e sua gente ribeirinha, desde sua nascente em Cerro Corá, no Seridó, até o quando o rio encontra o mar, na Boca da Barra tendo o Forte dos Reis Magos como testemunha do encontro do Oceano Atlântico com o Potengi.

    É importante citar o fotógrafo Canindé Soares que merece todas as homenagens por suas fotografias mostrando Natal e o Rio Grande do Norte ao mundo. Entre os inúmeros trabalhos de Canindé Soares, poderemos destacar os livros: “Vem Viver Natal” (2010), “Natal por Canindé” Soares (2012), “Natal em Fotos” (2014) e “Litoral do RN” (2019). Poderemos destacar que em 2017,a doutoranda Sylvana Kelly Marques apresentou sua tese na UFRN onde a fotografia de Canindé foi o objeto do estudo, com o tema, “As narrativas de Canindé Soares entre o turismo e a devoção”.

    A história da fotografia potiguar tem consagrado nomes como Bruno Bougard, Manoel Dantas, Jaecy Galvão, Giovanni Sérgio e Canindé Soares. Poucos Estados brasileiros tem uma fotografia tão pulsante e valorizada com pessoas comprometidas em estudar as núncias da luz e sua magia com a câmera escura. Aqui há escola de fotografia, coletivos fotográficos, foto clubes e uma gama de excelentes fotógrafos em atividade. Falta concursos fotográficos por parte do Poder Público para incentivar o fazer fotográfico, criando um ambiente para um destaque mundial da fotografia potiguar.

  • Geoparque Seridó será tema para Exposição Fotográfica

    Poty Foto Clube abriu edital convocando os fotógrafos a participar de uma grande celebração à uma das mais tradicionais regiões do Estado do RN

    Por Alex Gurgel (professor, jornalista, fotógrafo e guia de turismo)

    @alexgurgel

    alexgurgel@msn.com

    Para celebrar o Dia Mundial da Fotografia que acontece no dia 19 de agosto, que tem comemoração em todo o mundo audiovisual, o Poty Foto Clube em parceria com o Engenho de Fotos, realiza uma exposição fotográfica intitulada “Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque”, que acontecerá no Complexo Cultural da Rampa, às margens do Rio Potengi, com o apoio do Governo do Rio Grande do Norte através da Secretária Extraordinária de Cultura

    As cidades que abrangem o Geoparque Seridó são: Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas. Conforme o Edital, para participar da exposição, o fotógrafo (a) deve ter participado de cursos ou workshops de fotografia do Engenho de Fotos, participado de expedições dentro do projeto “Engenho na Estrada” ou ser membro do Poty Foto Clube, e ter uma foto do Geoparque Seridó clicada nos últimos 05 (cinco) anos.

    De acordo com o presidente do Poty Foto Clube, Delson Cursino, para a fotografia, o Geoparque Seridó oferece um cenário deslumbrante e diversificado, perfeito para capturar a beleza bruta da natureza e os traços da história humana. As paisagens áridas da caatinga, as formações rochosas impressionantes e as relíquias arqueológicas são apenas algumas das inúmeras oportunidades visuais que a região proporciona. “A exposição ‘Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque’ não só celebra a singularidade desse território, mas também convida o público a explorar e valorizar essa joia do patrimônio mundial”, destacou o presidente.

    O Geoparque Seridó está localizado no coração do Rio Grande do Norte, é uma área de 2.800 quilômetros quadrados que abrange seis municípios: Acari, Carnaúba dos Dantas, Cerro Corá, Currais Novos, Lagoa Nova e Parelhas. Reconhecido pela Unesco como um território de relevância mundial, este geoparque se destaca por suas formações geológicas únicas, como as minas de scheelita e as rochas vulcânicas, além das pinturas rupestres que datam de até 10 mil anos.

    Esse reconhecimento coloca o Geoparque Seridó em um seleto grupo global, promovendo não apenas a preservação do patrimônio natural e cultural, mas também o desenvolvimento sustentável através do turismo e da educação. A importância do Geoparque Seridó para o Rio Grande do Norte é imensa. Ele representa uma nova forma de gestão territorial que valoriza e preserva as riquezas geológicas, biológicas e culturais da região.

    Com 21 geossítios distribuídos pelo território, incluindo a nascente do Rio Potengi e o sítio arqueológico Xiquexique, o geoparque atrai turistas, pesquisadores e entusiastas da natureza de todo o mundo. Esse fluxo de visitantes não só estimula a economia local através do turismo, mas também reforça a identidade cultural e histórica da região. “Entre essas e outras razões históricas e tradicionais, a Região do Seridó merece uma celebração especial e o Poty Foto Clube em parceria com o Engenho de Fotos se reuniram para promover uma grande exposição fotográfica mostrando toda a beleza do lugar”, ressaltou o presidente do Poty Foto Clube

    Celebrando o Dia Mundial da Fotografia, ano passado, o Poty Foto Cube realizou a exposição “Da Brisa a Caatinga – uma jornada fotográfica do litoral ao sertão do Rio Grande do Norte”, no Bardallo’s, um barzinho cultural na Cidade Alta, em Natal. Ainda no ano passado, o fotoclube realizou a exposição fotográfica intitulada “Potengy – às Margens do Rio Grande”, uma celebração visual ao nosso Rio Potengy, que foi realizada no Iate Clube de Natal.

    A exposição Fotográfica “Ser Tão Seridó – Cenas do Geoparque” será realizado pelo Poty Foto Clube em Parceria com o Engenho de Fotos no Complexo Cultural da Rampa com apoio da Fundação José Augusto e da Secretaria Extraordinária de Cultura através do Governo do Estado do Rio Grande d Norte

    EDITAL

    https://potyfotoclube.com.br/exposicao-ser-tao-serido

    Foto 1 – Pedra do Sino, Sítio Totoró

    Foto 2 – Cruzeiuri de Currais Novos

    Foto 3 – Cruzeiro de Currais Novos

    Foto 4 – CascteloDi Bivar, Carnaúba dos Dantas

    Foto 5 – Açude Gargalheiras, Acari

  • Fotografia de Pets: um novo mercado com arte e beleza

    Alex Gurgel (professor, fotógrafo e guia de turismo)

    @alexgurgel

    alexgurgel@msn.com

    “A beleza pode ser vista em todas as coisas. Ver e compor a beleza é o que separa a simples imagem da fotografia”.

    Matt Hardy.

    A arte e a beleza da vida sempre serão grandes motivações para se viver melhor e enfrentar as agruras de um trabalho árduo, que nos consome o dia inteiro, dentro de um banco. Desde pequena, lá em Campina Grande, Paraíba, Noélia clicava aleatoriamente tudo que via, principalmente a família. Nesse tempo, ela retratou os avós maternos que hoje figuram nas paredes como quadros, uma lembrança de sua história familiar.

    A fotografia profissional tem um leque enorme de possibilidades. O fotógrafo pode ser especialista em fotos de produtos, eventos, moda, newborn, retrato, fotojornalismo, fotografia de rua, paisagens, artística, macrofotografia, fotografia aérea, de mergulho, etc… e também há a fotografia de animais, que pode ser animais de grande porte como vacas, animais selvagens e animais de estimação conhecida como “fotografia de pets”.

    Noélia Alves descobriu a fotografia para fugir da rotina bancária e clicar a beleza pulsante da vida fora das preocupações do Mercado Financeiro. “Eu precisava fazer algo pela minha saúde mental e aí veio a ideia da fotografia”, disse Noélia, afirmando que viu um anúncio do Engenho de Foto pelo Instagram, há uns 10 anos atrás, oferendo um workshop de Fotografia. Começou a estudar fotografia e não parou mais de clicar as belezas que encontra pelos caminhos da vida.

    Ela sempre foi apaixonada pelos animais. “Depois que entrei na fotografia, veio a ideia de fotografar pets, fiz um estudo do mercado local para saber das concorrências e as demandas”, afirmou Noélia, ressaltando que a fotografia de animais de estimação movimenta um mercado bilionário. O volume grande de dinheiro em torno desse mercado serviu de motivação para Noélia investir no nicho de fotografia de pets. “Fiz um curso específico para fotografar cães, gatos e aprender as técnicas”, disse.

    Fotografar o amor entre os tutores e os pets é o objetivo na fotografia de Noélia. “Gosto de mostrar as brincadeiras do cotidiano entre o pet com seu tutor. “Sabe aquele olhar? A lambida de carinho. O abraço. É isso!”, afirmou. Segundo a fotógrafa, é preciso estudar fotografia avançada, ter muita sensibilidade, esperar os momentos de descontração quando acontecem as melhores fotos.

    O mercado de fotografia Pet é amplo, porém a maioria dos tutores de Natal e região ainda não estão acostumados com a fotografia dos pet. O pet é um membro da família.  Segundo Noélia, o desafio é alcançar o nicho certo do mercado. A fotografia de pet utiliza os mesmos equipamentos como qualquer outro ramo da fotografia. Noélia afirma que fotografar é caro, as máquinas e lentes são caras, os equipamentos têm vida útil.

    “Quando repassamos o orçamento para uma certa quantidade de fotos, incluirmos fatores como tempo, combustível, edição, estudos e cursos investido, trabalho em fotografar esses seres dinâmicos, o olhar sensível. Tudo isto tem um preço e valor”, disse. Porém, Noélia ressalta que a maioria das pessoas não valoriza adequadamente o serviço e querem que o fotógrafo faça eventos de graça por parceria. “Eu fiz muitos eventos gratuitos, mas atualmente só estou indo fotografar através dos contratos e sendo pago”, disse.

    A relação com os animais domésticos é antiga na vida da fotógrafa. Hoje, Noélia tem 10 cães e 4 gatos, além de alimentar dezenas de gatos da rua. Todos os animais que ela cria foram oriundos de adoção. Segundo Noélia, a adoção é um ato de amor, respeito com o próximo. “Vejo no olhar deles, a alegria, o amor e a gratidão por ter salvo a vida deles. É mágico, uma energia linda que eles transmitem”, relatou.  

    Com relação aos animais de rua, segundo a fotógrafa, cria-se um paradoxo, pois o Brasil tem o terceiro maior mercado de pets no mundo e é comum muitos animais abandonados perambulando pelas ruas. Os problemas são: falta de política pública como hospital veterinário e castramoveis. “Para ter uma ideia, uma cadela não castrada e seus filhotes podem aumentar a família canina em 64mil através de progressão geométrica”, ressaltou.

    Para quem quiser fazer um ensaio com seu “filho de quatro patas”, pode ser feito um ensaio pet em família, mostrando como é a relação especial do pet com a família. É possível também registrar apenas os pets e as crianças. A relação entre as crianças e os animais de estimação costuma ser inocente e muito sincera, e rende fotos encantadoras.

    De acordo com Noélia, para fotografar o pet em estúdio, é primordial ter um pequeno estoque de petiscos e também um acervo de recursos, como brinquedos que emitem algum tipo de barulho para chamar a atenção do bicho durante a sessão. “Antes da sessão em estúdio, indico ao tutor que dê um bom banho na mascote para deixá-la relaxada e também arrumadinha para a foto. Uma tosa bem-feita é indispensável e ajuda a captar a expressão do animal”, afirma Noélia.

    Os ensaios a luz do sol e ao ar livre permitem composições criativas do pet com o cenário, proporciona diversos tons à imagem (que podem variar a cada ensaio) e cria uma forma interessante de o animal interagir com o ambiente, tendo imagens espontâneas. A luz natural traz outra vantagem, o fotógrafo não precisa se preocupar com esquemas na produção de luz, mas deve saber como tirar o melhor proveito dela no ambiente.

    Quem quer fazer um ensaio de pets para guardar e ter memória de seu “filho de quatro patas” ou para postar nas redes sociais, é importante ter as fotos de seus pets, registrando com detalhes os traços da personalidade e as sutilezas que eles carregam. Seja em estúdio ou luz natural, a fotografia de pets é cada vez mais requisitada para ser feita por um especialista, pois os tutores querem mostrar seus pets com o melhor retrato. Afinal, o pet é um membro da família e merece todos os mimos.

  • A Luz Espiritual de Flávio Rezende

    Nos melhores visuais de Natal, da Redinha à Ponta Negra, capturando a luz nos cartões postais natalenses, é fácil encontrar aquele cara baixinho com uma lente do tamanho do mundo, desproporcional para quem ver, mas na proporção exata do talento de Flávio Rezende para a fotografia! Flávio sempre foi um fotógrafo nato, um contador de histórias visuais, embora sempre tenha feito sua preferência para o texto e ao jornalismo como profissão. Depois que ele redescobriu a fotografia, suas fotos estão cada vez melhores, mais cheia de luz e beleza.

    Na verdade, foi a luz da fotografia que se incorporou a big lente de Flávio para que ele capturasse detalhes, visuais e pessoas. Ele ainda não descobriu sua linha na fotografia, por isso vai fotografando tudo que ver pela frente. Em sua lente cabe desde o morro do careca na aurora de um dia azul ao pôr do sol de Macau numa tarde quente, avermelhada pela grande bola de fogo que desce mansamente por trás das dunas de sal.

    O projeto que Flávio vem realizando em retratar pessoas, criando uma nova história de vida para a pessoa retratada levantando a autoestima, é emocionante e digno de registros sem fim. Depois que Flávio faz o retrato da pessoa, ele imprime a fotografia na melhor qualidade e entrega o quadro ao fotografado. Uma maneira de resgatar a dignidade de qualquer pessoa. Flávio concentra seu olhar em pessoas conhecidas e também em gente que nunca viu, que ele encontra de alguma maneira e registra fazendo um retrato perpétuo.

    Já foi dito que uma imagem vale mais do que mil palavras. Porém, é preciso que a pessoa possa ler a imagem e não somente olhar para uma fotografia. Segundo o fotógrafo e advogado goiano Jefferson Luiz Maleski, o escritor e o fotógrafo utilizam as mesmas ferramentas, mas enquanto um descreve uma imagem com mil palavras o outro descreve mil palavras com uma imagem. Flávio representa muito bem o escritor e o fotógrafo, passeando com fluidez na escrita com a caneta e a escrita de luz através de sua câmera, criando imagens com ambas formas de escrever o que vai vendo na vida.

    Quando Flávio faz um clique cria fotografias que servem para pensar, para se debruçar pela força da interpretação, da leitura, da imersão sensorial e subjetiva que se habilitam a partir das imagens que se formam em frente a sua lente do tamanho do mundo. As fotografias de Flávio já são maduras, estudadas com técnicas e regras. As vezes é possível ver alguma imagem fora dos padrões convencionais de composição ou edição de imagens. Afinal, quem faz arte com fotografia tem todo o direito em quebrar todos os paradigmas conceituais num só clique.

    Para entender a filosofia praticada na fotografia de Flávio Rezende tem que atentar aos ensinamentos do mestre francês Herry Cartier Bresson quando ele diz: “De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante preciso e fugidio. Nós fotógrafos, temos que enfrentar coisas que estão em contínuo transe de se esfumar; e quando já se esfumaram, não há nada neste mundo que faça com que voltem. Evidentemente, não podemos revelar e copiar uma recordação”. Então, quando você, meu caro leitor, encontrar Flávio Rezende e sua lente do tamanho do mundo fotografando em algum lugar, ele está criando arte com sua luz.

  • O Objeto Mágico na Literatura Infantil

    Texto: Alex Gurgel

    Uma modesta comparação na busca por uma identidade literária nos romances destinados ao público infanto-juvenil.

    “Há maior significado profundo nos contos de fadas que me contaram na infância do que na verdade que a vida ensina.” (Schiller)

    Nessa enorme guirlanda da literatura infanto-juvenil, alguns aspectos, usados pelos escritores para contar uma história, podem ser observados durante a narrativa de contos e romances. A psicologia literária infantil (ou juvenil) impregnadas nas entrelinhas dos romances, trás a tona algumas sutilezas que vem sendo utilizadas por autores de literatura infantil desde Charles Perrault, como observa Ligia Cademartori no seu livro “O que é Literatura Infantil”. De acordo com a autora, algumas questões apontam para a natureza dessa literatura como, por exemplo, a preocupação com o didático e a relação com o popular.

    Fazendo uma ligeira leitura comparada entre os romances “A Bolsa Amarela”, de Lygia Bojunga e “As Aventuras de Tom Sawyer” de Mark Twain, pode ser percebido algumas coincidências didáticas, onde a Literatura Infantil, por iniciar o homem no mundo literário, é utilizada como instrumento para a sensibilização da consciência, para a expansão da capacidade e interesse de analisar o mundo. Sendo fundamental insinuar que a literatura deve ser encarada, sempre, de modo global e complexo em sua ambigüidade e pluralidade.

    Até bem pouco tempo, em nosso século, a Literatura Infantil era considerada como um gênero secundário, e vista pelo adulto como algo pueril (nivelada ao brinquedo) ou útil (forma de entretenimento). A valorização da Literatura Infantil, como formadora de consciência dentro da vida cultural das sociedades, é bem recente. Para investir na relação entre a interpretação do texto literário e a realidade, não há melhor sugestão do que obras infantis que abordem questões de nosso tempo e problemas universais, inerentes ao ser humano.

    As narrativas procuram separar o real e o imaginário. As ações narradas referem-se a uma situação que não é vista e que só é concebida no imaginário. Segundo o crítico Jorge Larrosa, o “saber” da infância é algo muito mais radical: “nada mais ou nada menos do que sua absoluta heterogeneidade no diz respeito a nós e ao nosso mundo, sua absoluta diferença”, diz o autor quando a criança faz de conta que está usando o lado simbólico da linguagem, em ensaio no texto “O enigma da infância ou o que vai do impossível ao verdadeiro”.

    “A Bolsa Amarela”, de Lygia Bojunga, é um dos mais premiados e populares livros infanto-juvenis brasileiros. Neste livro a autora conta a inteligente e divertida história de Raquel, uma menina que presta muita atenção a tudo que se passa a seu redor. Raquel é a filha caçula da família, é a única criança. Seus irmãos, com uma diferença de dez anos, não lhe davam ouvidos, porque achavam que criança não sabe coisa alguma. Por se sentir muito solitária e incompreendida, ela começa a escrever para seus amigos. Amigos imaginários. Raquel, desde cedo, tinha três vontades enormes: vontade de crescer, vontade de ser garoto e vontade de ser escritora.

    Um dia, ganhou uma bolsa amarela, que veio no pacote da tia Brunilda. A partir daí, a bolsa passou a ser o esconderijo ideal para suas invenções e vontades. Tudo cabia lá dentro. A bolsa amarela acaba sendo a casa de dois galos, um guarda-chuva-mulher, um alfinete de segurança e muitos pensamentos e histórias inventadas pela narradora.

    O universo narrativo de Lygia Bojunga se revela a partir da infância, atingindo temas adultos com as relações de poder e repressão a liberdade de expressão no contexto social. Dando argumentos ao leitor (criança) para se identificar com as situações que dizem respeito as personagens infantis, criando uma identificação com o pequeno leitor. De acordo com Ligia Cademartori, o romance “A Bolsa Amarela” permite a adesão ao mundo ficcional pela condução do enredo e pelo desfecho, permitindo a cartase do seu leitor, propiciando uma identificação, uma descarga emocional.

    No livro “A Bolsa Amarela”, encontramos objetos lúdicos, um perfeito equilíbrio entre a liberdade do imaginário e as restrições do real. Uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades que ela esconde numa bolsa amarela – a vontade de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora. A partir dessa revelação – por si mesma uma contestação à estrutura familiar tradicional em cujo meio “criança não tem vontade” – essa menina sensível e imaginativa nos conta o seu dia-a-dia, juntando o mundo real da família ao mundo criado por sua imaginação fértil e povoado de amigos secretos e fantasias. Ao mesmo tempo, que se sucedem episódios reais e fantásticos, uma aventura espiritual se processa, e a menina segue rumo à sua afirmação como pessoa.

     

    No livro de Mark Twain, “As Aventuras de Tom Sawyer”, Tom é um rapaz do campo, muito inquieto, que mora na casa da tia Polly, com o irmão Sid e a prima Mary. É com o seu melhor amigo, Huckleberry Finn, que Tom partilha as suas maiores aventuras. Os dois perseguem javalis, brincam como piratas no Rio Mississipi, e estão constantemente aprontando novas desventuras. No meio de tanta agitação, ainda têm tempo para namoros. Conhecem o perigoso Joe, o Índio, e procuram um tesouro perdido. Ao contrário das histórias tradicionais, Tom não é um menino modelo, não obedece a ninguém, não quer estudar e mente sempre para evitar castigos ou sair de situações inesperadas. O herói infantil do romance é um menino normal, inclinado a seguir suas emoções em busca do prazer da aventura do que ver a realidade. Com essa consciência, Tom não sofre nenhum castigo e não “paga” por fazer o que quer.

    Entre os dois romances, encontramos traços de alegoria nas entrelinhas dos textos, onde o crítico G. Brougére destaca o objeto lúdico do brinquedo que é manipulado livremente por uma criança. A Bolsa Amarela representa o desprendimento às regras impostas pelos adultos, um brinquedo (objeto infantil) onde Raquel manipula suas vontades dentro da bolsa de acordo com as experiências vivenciadas. “O brinquedo é, assim, um fornecedor de representações manipuláveis, de imagens com volume está ai a grande originalidade e especificidade do brinquedo que é trazer a terceira dimensão para o mundo da representação”, escreveu o critico no ensaio “O Brinquedo, Objeto Extremo”.

    As situações vividas por Tom Sawyer, usando a esperteza para se safar de situações inusitadas ou barganhar quando está em condições de desvantagem, mesmo que precise enganar aos outros, são manifestações em um processo de identificação com os personagens, a criança passa a viver o jogo ficcional projetando-se na trama da narrativa. Em suas aventuras, Tom utiliza sua astúcia como um brinquedo capaz de manipular, concebendo e produzindo o “brinquedo” e o transformando em objeto de representação, num mundo imaginário ou relativamente real com caça ao tesouro, travessias no Rio Mississipi, viagens ao interior de uma gruta e até a visão de um assassinato.

    Ambos os textos trazem informações mostrando que o brinquedo não é qualquer imagem. De acordo com Gilles Brougére, a imagem do brinquedo deve ser manipulada no interior da atividade lúdica (a história) da criança e corresponder à lógica da brincadeira e da expectativa daquele que orienta, chamando a atenção para uma analise mais profunda da relação entre imagem e função do objeto. Uma história traz consigo inúmeras possibilidades de aprendizagem. Entre elas estão os valores apontados no texto, os quais poderão ser objeto de diálogo com as crianças, possibilitando a troca de opiniões e o desenvolvimento de sua capacidade de expressão. O estabelecimento de relações entre os comportamentos dos personagens da história e os comportamentos das próprias crianças em nossa sociedade possibilita o desenvolvimento dos múltiplos aspectos educativos da literatura infantil.

    Dessa forma, os romances “A Bolsa Amarela” e “As Aventuras de Tom Sawyer”, através das identificações que os leitores estabelecem com seus personagens, desempenham um importante papel para a saúde mental das crianças, permitindo-lhes elaborar seus sentimentos mais profundos e contraditórios. É bem verdade que esse tipo de identificação, através do jogo simbólico, está presente em muitas das brincadeiras espontâneas infantis, como brincar de casinha, médico, e tantas outras brincadeiras que qualquer criança faz, sem que seja necessária a intervenção de um adulto. Mas, nas narrativas essas fantasias adquirem uma dimensão mais ampla e profunda.

    Este é o poder mágico dos romances na Literatura Infantil – o poder de fazer conhecer e compreender melhor a nós mesmos – e esta a razão de sua permanência entre nós através dos séculos, mesmo frente a um mundo cheio de brinquedos e maravilhas tecnológicas. A mensagem de sucesso e segurança que os livros carregam os fazem não apenas sempre presentes e fascinantes, mas sobretudo únicos e insubstituíveis em sua importância para o imaginário infantil.

    Bibliografia

    BROUGÉRE, G. “O Brinquedo, objeto extremo”. In: Brinquedo e Cultura. 3ª ed. Revisão técnica e versão brasileira adaptada por Gisela Wajskop. São Paulo: Caortez, 2000.

    CADEMARTORI, L. “O que é literatura infantil”. 6ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

    LARROSA, J. “O enigma da infância ou o que vai do impossível ao verdadeiro”. In: LARROSA, J & LARA, N. P. de (Orgs) “Imagem do Outro”. Tradução de Celso Márcio Teixeira. Petrópolis: Vozes, 1998.

    BOJUNGA, L. “A Bolsa Amarela”. 33ª ed. Rio De Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2004.

    TWAIN, M. “As Aventuras de Tom Sawyer”. Tradução Antonio Carlos Marques. São Paulo: Editora Martin Claret, 2000.

  • A invasão dos Cangueiros

    Com a quantidade de motoristas por aplicativos nas ruas, há uma verdadeira proliferação daqueles que não tem nenhuma noção de como dirigir um carro na cidade

    Nas ruas de Natal é muito comum se deparar com motoristas fazendo barbeiragens entre os carros, colocando todos em perigo. Muitos deles demonstrando pouca aplicabilidade, pelas atitudes, das Leis de Trânsitos. Com a facilidade de fazer um cadastro on line, a pandemia do Covid-19 fez surgir uma multidão de motoristas por aplicativos em busca de trabalho para um ganho rápido, já que não conseguem uma renda constante em outras profissões. Junto com essa multidão de desempregados que aderiram aos aplicativos, chegam também os motoristas cangueiros.

    Vários profissionais também perderam seus empregos e migraram para os aplicativos que oferecem corridas de carro a preços módicos. São engenheiros, advogados, jornalistas, professores, também pedreiros, pintores de paredes, faxineiros, vendedores ambulantes e todo tipo de pessoas que perderam empregos, sejam profissionais com diplomas universitários ou aqueles que não concluíram qualificação profissional.

    Sem a menor noção de como se comportar no trânsito, observamos que boa parte desses motoristas estão nas ruas e fazem o que querem porque têm a certeza que não há fiscalização e nem muito menos multas para cangueiros de ocasião. Outro dia, em plena Avenida Rio Branco, centro histórico de Natal, um carro por aplicativo parou em frente ao Sebo Vermelho, ligou o pisca alerta – o famoso “foda-se” – como se o pisca-alerta fosse uma habeas corpus que liga e o motorista pode fazer o que bem entender no meio da rua – na cena, o motorista desce do carro para fazer não sei o quê.

    É mais comum do que se imagina alguns motoristas entrarem em curvas sem ligar a sinalização de lateralidade e quando você vai ver quem está dirigindo, nota-se um celular com o GPS ao lado da direção, deduzindo logo que é um motorista por aplicativo. Eles estão em todos os lugares. Nos shoppings há um espaço determinado para o embarque e desembarque de motoristas por aplicativos, mas eles com seus “desvios” fazem questão de congestionar o trânsito quando param no meio da rua, atrapalhando o fluxo dos carros, para o passageiro realizar o embarque ou desembarque do veículo. Muitos deles nem se preocupam em ligar o pisca-alerta e param na maior cara-de-pau, sem a menor preocupação com os demais motoristas.

    Na correria da vida, em busca de sustentabilidade financeira outro grupo de mercado para aplicativos se apresenta nas ruas, são os motoboys com seus delivers que para muita gente também formam outras fontes de renda. Como os motoqueiros ganham por entregas, a pressa se tornou o maior inimigo do trânsito, principalmente em momentos de pique, na hora do almoço ou final da tarde, perto da hora do jantar. Na ânsia de ganhar a corrida e ficar pronto para o próximo delivery, o motoqueiro corre entre carros, cruza sinal fechado, faz manobras perigosas na frente dos carros e no cruzamento imprudente na diagonal da via, sobe calçadas, pilota na contramão e faz de tudo para ser rápido. Muitos desses motoqueiros provavelmente “candidatos a defuntos” por causa da prática constante de tantas imprudências em que trafegam loucamente no trânsito das cidades.

    O cenário é crítico e levanta uma questão: estão os candidatos ao trabalho por aplicativo em sua seleção para exercer tal atividade, participando de um processo cuidadoso e rígido para obter a “licença” para dirigir carro próprio ou de aluguel? O Departamento Nacional de Trânsito (Detran) tem feito de maneira periódica a avaliação desse profissional do trânsito? Na certa, o que se observa nas ruas ainda   insuficiente, afinal ele vai transportar vidas, e por essa razão deve haver mais exigência em relação ao conhecimento das Leis de trânsito e sua aplicação, como também, uma proposta educativa para averiguar as condições psicológicas dos motoristas e as condições do próprio veículo, além de fiscalização constantemente.