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  • Sarau Insurgências Poéticas celebra 9 anos e homenageia Ana Cláudia Viana e Carlos Fialho nesta quarta-feira (23) no Bardallos

    Eu sempre quis muito/Falo de quantidade e intensidade/Mas eu nunca pensei que houvesse tanto coração brilhando no peito do mundo…  A temporada primavera, do Sarau Insurgências Poéticas é uma celebração aos nove anos e, nesta quarta-feira, o coletivo composto pelos artistas Nunis, Marina Rabelo, Michelle Ferret, Rozeane Oliveira e Thiago Medeiros, homenageiam a bailarina Ana Cláudia Viana e o escritor e editor Carlos Fialho, ambos da maior importância para a formação humana e artística dos integrantes e de uma significativa parcela de público por onde passaram.

    Os homenageados:

    Carlos Fialho: Publicitário, flamenguista, canceriano. Há exatos 20 anos, em 2004, fundou junto com outros artistas e escritores, a editora Jovens Escribas, hoje apenas Escribas, por motivos óbvios, que já publicou dezenas de livros desde então. Entre os seus títulos mais recentes estão Não peça nudes, papai e A noite que nunca acaba.

    Ana Cláudia Viana, cearense, chegou ao Rio Grande do Norte antes dos 20 anos de idade. Em 2020, a artista realizou um projeto que conta com um ebook, um vídeo dança lançou um site que reúne a documentação de sua trajetória nas últimas três décadas, com depoimentos, fotografias, linha do tempo, através da publicação do livro dança e também videodança, na intenção de registrar e deixar para as próximas gerações todo seu legado construído e sustentado com dedicação e coragem. Viana tem é gestora do Centro Cultural Casa da Ribeira e do Espaço A3.

    As Insurgência Poéticas celebram 09 anos de ações ininterruptas e resistentes, que o fizeram um dos projetos mais importantes para o fomento da literatura do Estado do Rio Grande do Norte, inspirando outros projetos e artistas. Participando dos principais festivais de arte e cultura da cidade, do RN, CE, PB; realizando mais de duzentas apresentações em teatros, espaços alternativos, bares, temporadas no Bardallos Comida e Arte no Bar da Meladinha.

    A temporada primavera 09 anos de Insurgências Poéticas, conta com o justo patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte; Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Norte; Fundação José Augusto e Mandato da Deputada Estadual Divaneide Basílio, com apoio cultural do Bardallos Comida e Arte e Funcern.

    Serviço

    O que? Sarau Insurgências Poéticas – homenagem Carlos Fialho e Ana Cláudia Viana

    Quando? Quarta, 23 de outubro de 2024

    Onde? Bardallos Comida e Arte, acesso livre, o espaço conta com acessibilidade arquitetônica

    Contato: (84) 99850-0524 Thiago Medeiros

  • Poemas

    Enquanto Espero

    FRANCISCO COSTA

    Enquanto espero, a vida passa

    Numa torrente de sonhos infindos

    Que jorram indolentes me fazendo pensar

    Em cada momento pormenorizado e intimo.

    Enquanto espero, a vida perpassa

    O cadinho de todo o meu existir

    Me ensinando que a vida ultrapassa

    Cada desejo que trajo no ir e vir.

    Enquanto espero, a vida se esgarça

    No suave farfalhar da brisa em ação

    Transformando cada amor que me embaça

    Em delírios e sonhos que me inundam o coração.


    ENCANTAMENTO

    KALINA PAIVA

    Meu pai era delegado,

    ia sem capa enfrentar a criminalidade.

    Minha mãe se dividia entre as salas de aula

    dentro e fora de casa.

    Meu irmão pequeno se aconchegava

    em um bercinho modesto.

    Eu sozinha menina entre pitombeiras

    lia a história de Sherazade.

    Ao meio-dia, no calor do Nordeste,

    uma brisa trazia uma potiguara

    para contar histórias com seu maracá na mão.

    Ela levantava os braços,

    chacoalhando as sementes

    que dizia serem mágicas,

    pois delas saíam

    histórias de encantamento.

    Assim, ela semeava narrativas

    em nossos corações

    de solo fértil:

    uma a uma.

    Sua voz reunia todos,

    transformando a mesa do almoço

    em um grande campo de flores

    donde se avistavam matas e florestas.

    Eu não sabia que a minha história

    era mais bonita que a de Drummond

    e tinha a força de mil e uma Sherazades

    nas fontes da minha avó.


    Hoje me deu saudade

    DANIEL BEZERRA

    Hoje me deu uma grande saudade,

    Um sentimento que vem e invade,

    Meu coração, lembrando o passado,

    De momentos vividos e guardado.

    Saudade do riso que ecoava no ar,

    Das conversas até às altas horas,

    Que aqueciam o coração a pulsar,

    E das memórias que são tesouros.

    A saudade dos olhares cúmplices,

    De mãos entrelaçadas com doçura,

    Das promessas sob o céu infinito,

    Dos sonhos divididos com ternura.

    Da canção que marcou a jornada,

    E que embalou os dias especiais,

    Que traz lembranças tão amadas,

    Dos risos iluminando dias banais.

    Hoje me deu saudade e a certeza,

    De que o passado vive em mim,

    Mesmo distante, o amor perdura,

    Nas lembranças, em cada ternura.


    REVERDECER

    LÚCIA ENEIDA FERREIRA

    Reverdeço-me com a primavera.

    No pergaminho da minha face,

    Traço, em cada ponto, meus anos dourados.

    Não esmoreço,

    Faço!

    Nesta boca rasgada, dou voz aos meus sonhos.

    Com estas mãos calejadas movimento o mundo.

    Na prata dos meus cabelos retocados pelo tempo,

    Vejo amadurecimento.

    Dispo-me!

    Revigoro na seiva ardente,

    Pulsando o sangue do amor

    Fecundo e infinito.

    Vivo!


    Veridiana Jácome *

    Quem escutar o recado

    dos astros no amanhecer

    estará mais preparado

    para o que tem de fazer

    *5° lugar no Concurso de trovas de Nova Friburgo.


    ESMERALDA – A CIGANA

    ALBANIZA IVANOVICH

    Cigana Esmeralda caminha na estrada

    No lenço de seda presos os cabelos

    Encasulando em sonho os pesadelos

    Longo vestido de saia rodada

    Os pés descalços seguem com graça

    Pisando o chão e a grama fria

    Pairando no rosto a nostalgia

    A brisa morna o corpo abraça

    Mulher, Maria, Esmeralda cigana

    Carrega no bolso o baralho da sorte

    Sustenta no peito faminta criança

    A linha da vida no segredo da mão

    A linha do amor na mão da cigana

    No bolso o baralho e no peito a criança.


    Eu sempre pensei que a felicidade seria fácil

    BARROCA

    Eu sempre pensei que a felicidade fácil seria

    Que pelos esforços meus

                                                                              m, eu iria . . .

                                                                    m

                                                         m 

                                              é

                                   é

                         é

    Muito al

    Mas, engano meu.

    A vida me ensinou: Sem Amor Eu Nada Seria!


    AUTOPOETIZAÇÃO AMOROSA

    RADYR GONÇALVES

    Há um milagre em deitar contigo aos pés da Lua…

    Saber-te nua feito um livro bom aberto,

    E ler-te cada seio, mãos e braços e baço e pernas e rins…

    E poetizar mesmo os vãos impoetizáveis,

    Voar com as aves, tocar os balões, cruzar os céus…

    Gozar os gozos mais profundos e impublicáveis,

    Romper os mares, rasgar os véus…

    Há um fruto real de singular sabor, portanto, sacro,

    Que revela-se ao suave toque da língua ávida,

    Há em ti divina dádiva, que aflora, quando ouço-te,

    E calo-me, e debruço-me e canto, e leio-te…

    Poema de carne e osso em terreno etéreo…

    Desejo lírico, beijo em flor, olor e mistério,

    Amor que abre portas, fendas e janelas,

    Que se autopoetiza e desbrava novos mundos.

  • Ministério da Cultura lança Edital Carolina Maria de Jesus que premiará 40 escritoras de obras inéditas

    Nas palavras da própria Carolina Maria de Jesus, “o sonho salta do papel e dança conosco”. A iniciativa proporcionará R$ 2 milhões em recursos públicos para reconhecer trabalhos inéditos escritos por mulheres, o que torna o edital o maior desse tipo na história do Brasil. Das 40 obras selecionadas, ao menos 20% serão de mulheres negras, 10% de mulheres indígenas, 10% de mulheres com deficiência, 5% de mulheres ciganas e 5% de mulheres quilombolas. A comissão julgadora também será totalmente feminina.  

    Em sua fala, o secretário de Formação, Livro e Literatura do MinC, Fabiano Piúba, colocou a iniciativa como mais do que uma ação literária: trata-se de uma política de equidade. “Estamos executando políticas públicas de cultura, de artes, de educação, mas também de cidadania, diversidade e acessibilidade cultural com ênfase nas políticas afirmativas. Este é um edital de fomento à literatura brasileira. Voltado para premiar textos inéditos de mulheres escritoras. Um prêmio para reconhecer os processos de escritas e o ofício das escritoras na arte com as palavras”, ressaltou. 

    Já a ministra Anielle Franco celebrou o lançamento do edital e relembrou como o ato de ler e escrever foram fundamentais na sua vida. “Eu lia Carolina e eu me reconhecia em muitas situações, nas resistências das favelas. O racismo que assola a gente fez com que Carolina não fosse reconhecida. Trago aqui a importância de termos um Governo que faz um edital como esse”, pontuou. 

    Além da diversidade, a iniciativa é também um marco nas políticas públicas de acessibilidade: trata-se do primeiro edital da história a usar técnicas de linguagem simples, direito visual e design editorial. A facilitação é fruto de uma parceria entre o MinC e o Laboratório de Inovação e Dados do Governo do Ceará (IRIS). “O Prêmio Carolina Maria de Jesus já nasce muito lindo e muito diferente, mais leve, mais fácil, mais inclusivo. Pela primeira vez, fazemos a publicação de um edital da Cultura não apenas no modelo tradicional, mas também em um formato totalmente acessível”, celebrou a ministra da Cultura, Margareth Menezes. 

    O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, ressaltou a importância simbólica da premiação. “Convivemos em uma sociedade constituída pelo racismo e machismo, é preciso pensar a literatura como ferramenta para equidade. Uma premiação como essa vai ao encontro do compromisso assumido pelo governo do presidente Lula”, afirmou. 

    Inscrições 

    edital foi publicado no Diário Oficial da União dessa quarta-feira, 5 de abril. As inscrições, gratuitas, estarão abertas entre 12 de abril a 10 de junho de 2023, e deverão ser feitas exclusivamente por meio do sistema Mapas Culturais

    São elegíveis obras nas categorias conto, crônica, poesia, quadrinhos, romance e roteiro de teatro, redigidos em português do Brasil e inéditos. A candidata deverá inscrever apenas uma obra inédita em apenas uma categoria. Não poderá haver, em nenhuma parte do texto, a indicação da autora, o que será motivo de desclassificação. 

    Carolina Maria de Jesus 

    Além de impulsionar trabalhos literários produzidos por mulheres, o prêmio lançado pelo MinC homenageia uma escritora brasileira de renome internacional: Carolina Maria de Jesus. Nascida em 1914, escrevia sobre o seu dia a dia na favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo, até que, em 1958, conheceu o jornalista Audálio Dantas, que a auxiliou na publicação de seus diários. 

    Na solenidade de lançamento do edital, Carolina foi representada por sua filha, Vera Eunice, que relembrou a trajetória de resistência da mãe. “Ela sempre tinha um lápis, a roupa sempre tinha um bolso. Fomos criados, assim, com a minha mãe sempre escrevendo. Era uma mulher à frente do seu tempo”, relembra. 

    Emocionada, a educadora estimula a participação de mulheres negras no prêmio. “Quando a gente está escrevendo, a gente se atenta aos sentimentos, não às regras gramaticais. Coloquem os seus sentimentos”, conclamou. 

    Para mais informações, consulte o edital. 

  • No Pescoço do Infinito: Novo livro de poemas de Thiago Medeiros está em pré-venda até o dia 30 de abril pelo site do Insurgências Poéticas

    Após dois anos sem publicar uma obra inédita, o poeta, ator e produtor cultural Thiago Medeiros apresenta No Pescoço do Infinito, uma realização dos selos independentes Insurgências Poéticas, Giro e editora Offset.

    A obra, construída entre os meses de novembro de 2022 e março de 2023, tem direção de arte de Rita Machado, parceira de longa data do artista. A narrativa de “No Pescoço do Infinito” composta por quase 200 poemas e prosas, aborda os temas do adoecimento psíquico e da dependência química em tempos pós-pandemicos. Os temas que fazem parte da pesquisa acadêmica do autor que se valeu da ciência (antropologia, pesquisas científicas, dados comparativos), atreladas a  experiências individuais e coletivas, realizadas em uma unidade do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), na Cidade do Natal/RN. Esses eventos só reforçaram a importância de trazer ao público, através da arte, o debate junto com a sociedade de ambos os temas. A realização do trabalho é, também, uma celebração aos 34 anos de vida do autor (abril 2023), e dos seus 16 anos ininterruptos de trabalho artístico na arte.

    O livro traz textos de Anchella Monte, Canniggia Carvalho, Carlos Fialho, Eveline Sin, Felipe Nunes, Henrique Fontes, Iara Maria Carvalho, Priscilla Rosa e Regina Azevedo, artistas importantes na construção profissional do autor.

    A pré-venda de “No Pescoço do Infinito” segue até o dia 30 de abril de 2023, através do site: www.insurgenciaspoeticas.com.br com investimentos a partir de 20,00 você se torna parceiro do projeto, da Clínica Maria Pureza Ferreira e garante que uma obra independente chegue à bibliotecas da rede pública de ensino.

    O lançamento da obra está previsto para o mês de maio de 2023, no Mahalila Café e Livros.

    Parceria com Clínica e com Escolas públicas

    Parte do valor arrecadado com a pré-venda do livro será destinada às ações da Clínica Maria Pureza Ferreira, localizada na cidade de Itajá/RN, que dentre os serviços oferecidos, estão atendimentos psicológicos a crianças e adolescentes.

    A cada 5 exemplares adquiridos, 2 serão destinados à bibliotecas de escolas da rede estadual de ensino que atendem turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Natal, a entrega será realizada pelo autor, junto com a poeta Michelle Ferret, em uma conversa sobre arte e educação na construção de mundos possíveis.

    Professora e Professor podem sinalizar interesse em receber a ação, através do e-mail insurgenciaspoeticas@gmail.com ou com o autor, através de suas redes sociais.

    Sobre o autor:

    Thiago Medeiros nasceu no final dos anos 80, cresceu entre os bairros do Alecrim e Passo da Pátria. É fruto da educação pública de ensino, passando por ensino regular e turmas de EJA. É graduando do curso de ciências sociais na UFRN. Iniciou o seu trabalho com a arte através do projeto social Arte Ação, desenvolvido pela Casa da Ribeira, em 2007, na escola em que estudava à época, o Atheneu Norte-Riograndense. Participou de mais de 15 produções teatrais; dos principais festivais de arte e literatura do RN e da 29a Bienal de Arte de São Paulo, em 2011, junto com Henrique Fontes. Criou e mantém com outros artistas o Insurgências Poéticas (sarau, selo independente e coletivo artístico), desde 2016. Autor dos títulos Para Eu Parar de Me Doer (2016), Meio-Dia (2018), Ardência (2020), Quanto mar cabe no sal da lágrima (2021), além de zines e participação em antologias regionais e nacionais.

    Serviço:

    Pré-venda de livro “No Pescoço do Infinito”

    Autor: Thiago Medeiros

    Quando: até o dia 30 de abril de 2023

    Onde comprar? www.insurgenciaspoeticas.com.br

    Contato: (84) 99850-0524

  • Insurgências Poéticas celebra 07 anos com sarau especial neste sábado (10) no Mahalila

    Sete anos de resistência, muito a celebrar e a agradecer. É dentro desse clima que o Insurgências Poéticas celebra mais um aniversário no Mahalila Café, neste sábado, 10 de dezembro,  a partir das 19h30.

    A edição vai contar com poesia com os anfitriões da noite Marina Rabelo, Michelle Ferret e Thiago Medeiros e os convidados  Ada Lima, Gessyka Santos, Lucas Der Leyweer e Renata Mar;  lançamento coletivo de livros,  além do duo jazz e blues com Bruno de Lira e Renato Carvalho.

    SOBRE AS INSURGÊNCIAS POÉTICAS

    Criado em 2016 pelos artistas Amanda Duarte, Letícia Torres, Marina Rabelo, Michelle Ferret e Thiago Medeiros, o Insurgências Poéticas já realizou mais de 200 edições em teatros, bares, espaços alternativos, feiras literárias e festivais de arte no estado e fora dele, se tornou também coletivo artístico com o espetáculo mar íntimo em homenagem a Zila Mamede e selo editorial com 10 títulos publicados em livros e zines. Compõem a formação atual do Insurgências Poéticas os artistas Felipe Nunes, Marina Rabelo, Michelle Ferret, Raquel Lucena, Rozeane Oliveira e Thiago Medeiros.

    SERVIÇO

    O que? Sarau Insurgências Poéticas Celebração
    Quando? Sábado,  10 de dezembro  de 2022
    Onde? Mahalila Café (R. Dra. Nívea Madruga, 19 – Potilândia)
    Quanto? Couvert R$ 10,00
    Contato: (84) 998500524

  • Podcast apresenta poetas potiguares

    Com o objetivo de divulgar e registrar a poesia norte-rio-grandense atual, o podcast Um poeta em cada esquina começa na próxima semana sua quarta temporada. O lançamento oficial será realizado na quarta-feira (14/09) a partir das 18h30 na Cervejaria Resistência e contará com a exibição do documentário sobre o podcast, além de sarau, lançamentos literários e apresentação da Banda Luaz.

    Idealizado pela produtora cultural Gessyka Santos e pelo poeta Gonzaga Neto, o projeto iniciou em 2021 e já contou com a participação de 18 poetas.

    “O Rio Grande do Norte é um celeiro de grandes poetas e desde o começo do nosso projeto, nosso objetivo foi mostrar que a poesia potiguar vai além dos homens brancos héteros e cisgêneros. Nossa poesia é preta também, é indígena, é não-binária, é feminina, enfim, é extremamente diversa e a cada temporada a gente quer mostrar isso”, aponta o poeta e publicitário Gonzaga Neto.

    “Fazer essa quarta temporada é dar prosseguimento a um projeto que dá sentido à vida. Falar sobre poesia potiguar, estar junto com os poetas potiguares e buscar de alguma forma meios para que outras pessoas conheçam e reconheçam esses poetas, é o que faz a gente continuar trabalhando cada dia em busca de sempre melhorar o que a gente faz”, complementa a produtora cultural e idealizadora do projeto Gessyka Santos.

    O episódio de estreia conta com a participação de João Andrade, poeta, contista e artista plástico. Como poeta, ganhou alguns prêmios literários e já participou de dezenas de antologias em diversos estados do país, colabora com diversos jornais alternativos e sites literários em diversos estados brasileiros e em Portugal.

    A temporada conta ainda com a  participação de Alexis Protásio,  Jane Gomes, Ayrton Alves, Ana Souza e Renata Marques. Serão seis episódios, lançados quinzenalmente, sempre nas quintas-feiras, divulgados nas plataformas de streaming Youtube, Deezer e Spotify.

    Um poeta em cada esquina  é uma realização da Anzóis Produtora, com apoio do Sebrae, através do edital economia criativa 2022, assessoria de Imprensa de Comunica Ceci, captação e edição do áudio e do vídeo pela Nobir Produtora, identidade visual por Filipe Anjo e Gonzaga Neto. São parceiros do projeto: o Estúdio Carlota, Livraria Cooperativa Cultural, da Vereadora Brisa, Human Moda Humanizada, Cervejaria Resistência, Nara Buffet e Hidro Nordeste.


    Um poeta em cada esquina

    Iniciado em 2021, o podcast já contou com a participação de Regina Azevedo, Thiago Medeiros, Ana Mendes, Rosy Nascimento, Cannigia Carvalho, Amém Ore, Michelle Ferret, Abaeté do Cordel, Beatriz, Karollen Potyguara, Carmen Vasconcelos, Stéphanie Moreira. Anna Zêpa, Leonam Cunha, Manoel da Passarela, Assum Preto, Daniel Minchoni e Eveline Sin.


    SERVIÇO:

    Lançamento da 4° temporada do podcast Um poeta em cada Esquina
    Dia 14.09 (quarta-feira)  a partir das 18h30
    Local: Cervejaria Resistência (Rua Leonora Armstrong 35 Ponta Negra)
    Programação: exibição do documentário sobre o podcast, sarau, lançamentos literários e apresentação da Banda Luaz Entrada GRATUITA

    Foto: Nobir Produtora

  • Governo de Pernambuco anuncia edital de convocação artística para o 30º Festival de Inverno de Garanhuns

    O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) divulgou, nesta terça-feira (29), o edital de convocação de propostas artístico-culturais para compor a grade de programação da 30ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG 2022). Assim, está dada a largada para a realização de um dos festivais de cultura e arte mais importantes do Brasil.

    O FIG 2022 reunirá uma diversidade de shows, cortejos, intervenções, recitais, concertos, vivências criativas, espetáculos, desfiles, exposições, mostras, ações de patrimônio cultural, formação e outras atividades culturais num dos municípios mais charmosos do Agreste de Pernambuco.

    Clique aqui e confira o edital.

    As inscrições das propostas artísticas deverão ser feitas a partir do dia 7 de abril (quinta-feira), indo até 17h59 do dia 30 de abril de 2022 (sábado), exclusivamente por meio da plataforma Prosas (www.prosas.com.br/editais). A publicação do resultado final das propostas classificadas deverá ser divulgada até o próximo dia 3 de junho (sexta-feira). A realização do 30º FIG está prevista para a segunda quinzena de julho de 2022.

    Poderão apresentar propostas pessoas físicas ou jurídicas, de todo território nacional, que comprovem sua atuação na atividade artístico-cultural. Serão aceitas inscrições em atividades nos seguintes segmentos culturais: Artes Visuais, Audiovisual, Circo, Cultura Popular, Dança, Design e Moda, Fotografia, Gastronomia, Literatura, Música, Patrimônio Cultural e Teatro.

    “A Fundarpe precisou se antecipar para que tudo estivesse pronto para a realização do FIG. Já em fevereiro deste ano, abrimos licitações para contratação de empresa especializada em locação, montagem, manutenção e desmontagem dos palcos, sonorização e iluminação do festival. Esse edital de convocação de propostas é outro passo importante, fundamental para a construção da grade artística do FIG, um evento que completa 30 edições e sempre foi marcado pela alta qualidade das atrações”, destaca Marcelo Canuto, presidente da Fundarpe.

    A expectativa da Secult-PE e Fundarpe é de, mais uma vez, realizar um festival de grande impacto dentro do cenário da produção artística do Estado e que marque o reencontro da população com este importante evento nacional.

    “O FIG é um dos maiores festivais multilinguagens do Brasil e também uma plataforma que conecta artistas e grupos, entre si, e com seu público, promovendo uma circulação que é vital para a cadeia produtiva da cultura em Pernambuco”, comenta Gilberto Freyre Neto, secretário de Cultura de Pernambuco.

    “O Festival de Inverno de Garanhuns tem uma história grandiosa e inspiradora para os que produzem arte e para os que a desfrutam. Desse edital de convocação artística sai mais de 80% do que o público vai poder conferir. Temos certeza que vamos fazer mais um evento de muito sucesso de crítica e de público”, opina André Brasileiro, coordenador-geral do FIG 2022.

    Entre as cláusulas do edital de convocação artística, lançado nesta sexta-feira, destaca-se o item que condiciona a realização do evento e consequente contratação de artistas e grupos selecionados aos protocolos que controlam a realização de atividades em espaços públicos, conforme definição das autoridades sanitárias.

    HABILITAÇÃO – As propostas inscritas serão avaliadas em duas etapas. Na primeira, que é a análise preliminar, é verificado o cumprimento de todas as formalidades do edital. Essa etapa consiste na apreciação da documentação anexada ao Formulário de Inscrição de cada segmento artístico-cultural e na verificação do cumprimento de todas as formalidades descritas neste edital e será realizada por equipe técnica composta por servidores e colaboradores vinculados à Fundarpe. O resultado gera propostas habilitadas e inabilitadas (que ainda poderão recorrer da decisão).

    Num segundo momento, será feita análise artístico-cultural, que consiste na avaliação de mérito do conteúdo das propostas habilitadas na análise preliminar. As análises serão feitas por comissões constituídas de profissionais com experiência comprovada em suas áreas de atuação. As propostas serão avaliadas de acordo com critérios e aspectos norteadores previstos no edital, sendo atribuídas notas para cada proposta habilitada.

    A listagem com as propostas classificadas na análise artístico-cultural será disponibilizada no Prosas e no Portal Cultura.PE (www.cultura.pe.gov.br), bem como no Diário Oficial do Estado.

    Clique aqui e confira o edital do 30º Festival de Inverno de Garanhuns.

  • 8 de Março: Coletânea de cordéis homenageia mulheres que fizeram história no RN 

    A Coletânea Dez Mulheres Potiguares chega a sua 5ª edição com o lançamento de mais dez cordéis, escritos e ilustrados por mulheres, que narram em versos o perfil biográfico de mulheres que se destacaram na história do Rio Grande do Norte. A coleção, que é destaque no cordel potiguar e é editada pela Casa do Cordel, será lançada amanhã, 08 de março, Dia Internacional da Mulher, na Pinacoteca do Estado, às 16h.

    Nesta edição as homenageadas são: a ativista negra Ana Paula Campos, consagrada nos versos de Célia Melo (Bombom); a poetisa Áurea de Góis agraciada por Jussiara Soares; a contadora de estórias Daluzinha Avlis, na poética de Rita Cruz; a ceramista e “mãe” do galo de São Gonçalo, Dona Neném, pelas estrofes de Rosa Regis; Eliane Amorim das Virgens, primeira mulher desembargadora do TJRN, na poesia de Geralda Efigênia; Fátima Bezerra, única mulher a governar um estado brasileiro na atualidade, nos versos de Vani Fragosa; Lindalva Torquato Fernandes, primeira mulher a presidir o TCE/RN, por Járdia Maia; Maria de Lourdes Alves Leite, pioneira feminina na Justiça do Trabalho do RN, na métrica de Gorete Macêdo; Titina Medeiros, atriz de destaque nacional, nos versos de Fátima Régis e Wilma de Faria, primeira mulher a governar o RN, na p oesia de Sírlia Lima.

    A coleção também traz nas capas as xilogravuras das artistas plásticas Cecília Guimarães, Célia Albuquerque, Kimberly e Letícia Paregas. 

    Serviço:

    Lançamento da 5ª edição da coleção de cordéis Dez Mulheres Potiguares
    Quando? 08 de março – às 16h
    Onde? Pinacoteca do Estado
    Mais informações: Instagram – @casa.docordel

  • Luiz Campos, um encantador de palavras

    Por Ana Cadengue

    Impossível conter as lágrimas ao ouvir pela primeira vez os versos de “Carta a papai Noel”, do poeta Luiz Campos. Se o poema doeu em mim, a situação do poeta era de cortar o coração. Sozinho, quase cego, numa casinha humilde e passando necessidades. Ajudávamos como podíamos, Túlio Ratto, eu, alguns amigos e poetas. De minigravador, para que registrasse seus versos, a faxina, telefone celular, comida ou algum trocado, convite para cantoria.

    Era triste ver um homem daquele talento naquela situação. Mas, o que poderia ser motivo de amargor, se transformava em versos, alguns cáusticos e irônicos, outros divertidos e surpreendentes. Não se furtando à responsabilidade que por ventura lhe coubesse, ele, que se orgulhava de ser filho de Mossoró, reclamava de ter sido esquecido pelo Poder Público municipal. Reclamação, diga-se, bem comum entre os que fazem cultura e não tem apoio financeiro e institucional. Principalmente, entre os verdadeiros mestres.

    Nascido aos 11 de outubro de 1939, o mossoroense Luiz Campos foi poeta, repentista e cordelista. Brincava com as palavras, mesmo estas não indo para um livro. Ria da sorte e cativava plateias pela simplicidade e o fino linguajar nordestino no trato com o vocabulário e uma velocidade invejável em anexar “causos” em tudo que fluía à sua volta.

    E é para contar essas histórias de Luiz, falecido em 2013, e para que ninguém esqueça de sua grandeza poética, que o chargista, caricaturista, artista plástico e editor da Papangu na Rede está lançando nesta sexta-feira, 24, o documentário “Luiz Campos, um encantador de palavras” em seu canal do YOUTUBE. https://www.youtube.com/watch?v=qerdMk1Bu70/

    O que começou numa entrevista para a revista Papangu em 2011, se tornou um documento importante para a memória da cultura no Rio Grande do Norte. “Tenho essa gravação há anos, sempre quis lançar, mas faltavam recursos. Com a Lei Aldir Blanc, vi a oportunidade de fazer esse resgate e contar um pouco sobre a falta que Luiz Campos faz à cultura de Mossoró e do Estado”, diz Túlio Ratto.

    No documentário, de 41 minutos, os poetas Antônio Francisco, Nildo da Pedra Branca, José Di Rosa Maria, Crispiniano Neto e Genildo Costa e o pesquisador e escritor Kydelmir Dantas falam sobre Luiz Campos e sua importância para a poesia de cordel.

    As gravações misturam diversos momentos, com Luiz Campos em 2011, cenas de seu enterro em 2013 e depoimentos colhidos agora em 2021. Poesias e causos se sucedem numa justa homenagem. “Queria ter feito mais, ter mais gente participando, mas a pandemia isolou algumas pessoas e, também, se a gente fosse contar tudo virava um seriado”, explica Túlio rindo.

    Compadre e vizinho de Luiz Campos desde menino, Antônio Francisco “conversa” com o amigo em versos e nos leva com eles para um paraíso onde a poesia e a cultura são elementos mais que valorizados, divinos.

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    “Luiz campos, um encantador de palavras”

    41 minutos

    Estreia: 24 de dezembro no canal do Youtube

    Direção: Túlio Ratto

    Produção e Entrevistas: Ana Cadengue

    Assistente de Produção: Tuca Viegas

    Diretor de Imagens: João Batista Freitas

    Edição: Ramatis Pessoa

    Ilustração em xilogravura: Rodrigo Brum

    Interpretação do poema “Meu caso é um descaso”: Carlos José

    Patrocínio: Lei Aldir Blanc, Governo do Estado do Rio Grande do Norte/Fundação José Augusto

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    CARTA A PAPAI NOEL

    Seu moço eu fui um garoto
    Infeliz na minha infância
    Que soube que fui criança
    Mas pela boca dos ôto…
    Só brinquei com gafanhoto
    Que achava nos tabuleiro
    Debaixo dos juazeiro
    Com minhas vaca de osso
    Essas catrevage, moço,
    Que se arranja sem dinheiro.

    Quando eu via um gurizim
    Brincando de velocipe,
    De caminhão e de jipe,
    Bola, revólve ou carrim
    Sentia dentro de mim
    Desgosto que dava medo,
    Ficava chupando o dedo
    Chorando o resto do dia
    Só pruque eu num pudia
    Pegá naqueles brinquedo.

    Mas preguntei certa vez
    A uns fio dum dotô
    Diga, fazendo um favô
    Quem dá isso prá vocês?
    Mim respondeu logo uns três
    Isso aqui é os presente
    Que a gente é inocente
    Vai drumí às vezes nem nota
    Aí Papai Noé bota
    Perto do berço da gente.

    Fiquei naquilo pensando
    Inté o Natá chegá
    E na Noite de Natá
    Eu fui drumi me lembrando
    Acordei, fiquei caçando,
    Por onde eu tava deitado
    Seu moço eu fui enganado
    Que de presente o que tinha
    Era de mijo uma pocinha
    Que eu mesmo tinha botado.

    Saí c’a bixiga preta
    Caçando os amigo meu
    Quando eles mostraram a eu
    Caminhão, carro e carreta
    Bola, revólver, corneta,
    E trem elétrico, até
    Boneca, máquina de pé,
    Mas num brinquei, só fiz ver
    E resolví escrever
    Uma carta a Papai Noé.

    “Papai Noé é pecado
    Aos outros se matratá
    Mas eu vou lê recramá
    Um troço qui tá errado
    Que aos fio do deputado
    Você dá tanto carrin
    Mas você é muito ruim
    Que lá em casa num vai
    Por certo num é meu pai
    Qui num se lembra d e mim.

    Já tô certo que você
    Só balança o povo seu
    E um pobre que nem eu
    Você vê, faz qui num vê
    E se você vê, por que
    Na minha casa num vem?
    O rancho que a gente tem
    É pequeno mas lhe cabe
    Será que você num sabe
    Qui pobre é gente também?

    Você de roupa encarnada,
    Colorida, bonitinha,
    Nunca reparou qui a minha
    Já tá toda remendada
    Seja mais meu camarada
    Pr’eu num chamá-lo de ruim
    Para o ano faça assim:
    Dê menos aos fio dos rico
    De cada um tire um tico
    Traga um presente pra mim.

    Meu endereço eu vou dá
    Da casa que eu moro nela
    Moro naquela favela
    Que você nunca foi lá
    Mas quando você chegá
    Qui avistá uma paioça
    Cuberta cum lona grossa
    E dois buracão bem grande
    Uma porta veia de frande
    Pode batê que é a nossa.

  • O orgânico intercala o concreto

    Anotações sobre Cravo, de Letícia Torres

    Por Eduardo Ezus

    O orgânico intercala o concreto, despedaçado. Talvez o pulso dos crucificados estenda o sangue sobre o geométrico da cruz, mas em Cravo deslizam sombras de criaturas mortas sobre a dureza rebocada. Domingo cinzento… No abandono da casa, um ser poético apaga a luz para fugir de maquiagens e memórias. Os cômodos, não. Os cômodos ficam. Resguardados na prisão domiciliar, que incorpora as mais diversas sensações. Os cômodos ficam. Deixando perfumes de naturezas passadas, por entre as vigas, olhares perdidos entre o tempo e o porta-retratos.

    Os poemas de Cravo guardam a angústia do não convencimento. A vida e a memória são passíveis de destruição em meio a quartos, camas, travesseiros. Intercalando imagens e poemas curtos com construções líricas mais extensas, Letícia Torres finca algumas dores através dos olhos do leitor, alcançando, com imagens fortes (“todo filho, uma vingança”, “o que desosso marca a página”, “não me adotei”), uma solidão da qual esquecemos, mas que, uma vez em contato, a reconhecemos de imediato, como a um velho hóspede que há muito não aparece e, subitamente surgindo, traz à tona algo adormecido.

    Como uma “mulher deixada na estremecida porta dos minutos em vão”, essa solidão ganha a forma que habita a casa e seus objetos, uma “cartilagem fazendo barulho / por um lugar no osso”. As imagens evocadas por Letícia são de um corpo feminino coberto de subjetividade, por onde podemos ter contato com os sofrimentos infringidos à mulher, sem a linguagem direta dos textos politicamente engajados, mas profundamente individual.

    Não se pode dizer que não há política no livro, pois, uma vez que nos deparamos com versos como “fico fora do lugar para não esquecer onde estou”, podemos associar e estender os significados dessa construção para refletir sobre o lugar da mulher na sociedade (uma vez que é uma poeta quem escreve), e, portanto, uma questão social e política. Mas Letícia guarda, além da consciência do lugar imposto no mundo, algo de transcendental, que a faz chegar a afirmar: “não acreditar na vida é a maior entrega que posso experimentar”. Isso nos lembra o ensaio de Agamben, intitulado “O autor como gesto”, em que diz: “O autor marca o ponto em que a vida foi jogada na obra. Jogada, não expressa; jogada, não realizada. Por isso, o autor nada pode fazer além de continuar, na obra, não realizado e não dito.”

    Continuar na obra, se perder nela. É muito possível que não encontremos a Letícia-autora em Cravo, mas a nós mesmos, vidas jogadas numa casa com “sonhos presos aos pedaços” de um “nome”, “circulando o equívoco”. Ao contrário do poeta que não pôde escrever a obra-prima que esperavam de seu talento, pois que o tinteiro havia caído, sujando suas mãos, Letícia, de dentro do seu Cravo, continuará “escrevendo mesmo quando a tintar secar”, chamando poesia “aquilo que vem dando errado”, pensando na “vida presa entre as paredes da casa”, “perdas declaradas/ em futuros duplicados”

    Em Cravo, “estados de espera”, “figurino do espetáculo que não houve”, “os segundos que reúnem os anos onde esquecidas estamos”.