Na sexta-feira, 23 de janeiro, me deparei com um post do amigo jornalista Cid Augusto, que, de imediato, salvou meu dia com uma lembrança preciosa — daquelas que fazem um bem danado, que tocam fundo e que palavras, por si só, não conseguiriam expressar sem diminuir sua grandeza. A imagem em preto e branco revelava meu amigo Caby da Costa Lima ilustrando o livro Azougue 8 – Caby da Costa Lima. Sim, um livro que ele não teve tempo de concluir, mas que, graças ao trabalho dos amigos o webmaster Argolante Lopes, o jornalista Cid Augusto e a jornalista Alice Maria, filha do “Camaradinha”, nos trouxe à luz.
Deixei-me levar pelas memórias, e uma delas, em especial, surgiu por conta do título da série Azougue. Por anos, todas as vezes que nos encontrávamos — e isso acontecia quase diariamente nos anos 80 —, Caby insistia que precisávamos criar uma agência de publicidade com esse nome.
Os anos 80 passaram voando e, de repente, chegou 1989. Juntei meus “picoaios” e, junto com Maria, fui dirigir o departamento de arte da TV e do jornal Rio Branco, o que adiou a tão sonhada agência. Na volta para Mossoró, em 1992, montei um bureau de arte, o Camaradinha, sempre que podia, aparecia por lá, reavivando aquela ideia. Já eram mais de dez anos de amizade, mas o tempo deixava cada vez mais claro que a agência não sairia do papel e se saísse não demoraria viva – não por incompetência dele, mas provavelmente por minha. Quem o conhecia sabia de seu completo desapego aos bens materiais e sua desorganização lendária, cultivada, regada com esmero de um jardineiro.
O curioso é que, apesar desse estilo caótico, Caby era extremamente disciplinado quando se tratava do Som do Caby, programa que, por anos, alegrou as manhãs de domingo de boa parte da população mossoroense com música de qualidade. Não me lembro de um único domingo em que ele tenha falhado.
Para quem não o conhecia, sua presença poderia parecer, à primeira vista, um tanto excêntrica: cabelo black power, calça boca de sino, camisetas – quase sempre cacharrel – e tamancos. Essa imagem, presa aos anos 60/70, talvez transmitisse a ideia errada sobre quem ele realmente era. Para entender Caby, era preciso conviver com ele, conhecê-lo de perto.
Ah! Mas voltando ao Azougue… Nossa possível agência.
Em 1999, mudei para Natal, e um dia Caby bateu à minha porta com uma novidade: Nando Cordel havia liberado o nome Azougue — título de uma de suas músicas. Como eu já tinha minha própria agência em Natal, sugeri que fizéssemos um site. Passei uma semana enfurnado, ao lado do amigo webmaster João Paulo — hoje professor de geografia da UERN —, e colocamos www.azougue.com no ar. Todos os dias brigávamos, e todos os dias fazíamos as pazes. A demanda cresceu tanto que nossa “agência” sobreviveu gloriosos 60 dias.
Se me pedissem para definir o Camaradinha em poucas palavras, eu diria: “Caby foi uma alma boa, cuja presença enchia de orgulho aqueles que tiveram a sorte de conhecê-lo.”
Trump
É claro que o tratamento dispensado pelo presidente americano aos primeiros brasileiros deportados foi desumano. Mas, atenção nas redes foi uma foto de um brasileiro algemado sendo levando por policiais vestindo uma camiseta de campanha apoiando o Donaldo Trump.
Exposição
O amigo cartunista Joe Bonfim, potiguar de quatro costados, erradicado na França, pousou na capital do sol e juntos eu, ele e Brum estamos finalizando os preparativos para a exposição BBB25 – Brito, Brum e Bonfim – Big Brothers bons de Traços, que ficará 60 dias na Biblioteca Câmara Cascudo.
Filme
O Filme “Ainda Estou Aqui”, do Walter Sales com a atriz Fernanda Torres tem um papel importante para essa juventude que não viveu os tempos negros da ditadura militar, mas também fez aquela turma que reza para pneus, Ets e outras esquesitices, essa gente escrota, sair do esgoto e tentar ofusca-lo. Ora, ora, ô gente sem noção.
Frase
“Agora só existem dois gêneros: masculino e feminino” Donald Trump, presidente do Estados Unidos.
Caricatura
Caricatura do ex-governador Aluízio Alves, para exposição BBB25, que faremos na Biblioteca Câmara Cascudo, na segunda quinzena de fevereiro.
