Últimas histórias

  • Prefeitura entrega Praça Armando Nobre Viana em Candelária

    O prefeito Álvaro Dias entregou à comunidade de Candelária, na sexta-feira passada (2), a revitalização da praça Armando Nobre Viana. O destaque fica por conta das três novas quadras esportivas instaladas no local, duas quadras de areia proporcionando um espaço ideal para esportes como vôlei de praia e beach tennis e uma quadra de futsal e basquete.


    “Nossa cidade está transformada, e segue mudando ainda mais, temos mais de 100 obras em andamento na cidade de Natal. Nosso intuito é construir uma cidade para as pessoas, por isso estamos entregando espaços agradáveis para a comunidade”, disse o prefeito Álvaro Dias, que também citou demais espaços que foram revitalizados pela sua gestão, como Bosque das Mangueiras, Praça das Flores, Praça Pedro Velho e Praça Gentil Ferreira.


    Uma novidade na Praça Armando Nobre Viana e aguardada pela comunidade foi a pista de skate e BMX, proporcionando um ambiente propício para a prática desses esportes. A iniciativa visa não apenas fomentar o desenvolvimento esportivo, mas também incentivar a criação de uma comunidade engajada nessas modalidades.


    Além das áreas esportivas, a revitalização contempla espaços para lazer, com novas vias para caminhada e bancos estrategicamente distribuídos.


    “Estamos entregando esta praça no dia de Nossa Senhora da Candelária, é uma alegria imensa fazer parte desse projeto, pedimos zelo e cuidado por ela”, afirmou o secretário municipal de Serviços Urbanos (Semsur), Irapoã Nóbrega.


    O investimento na praça Armando Nobre Viana é mais um passo significativo da administração municipal em direção à valorização dos espaços públicos. A comunidade de Candelária agora conta com uma área renovada, pronta para ser desfrutada por todos, contribuindo para a qualidade de vida e fortalecimento do senso de pertencimento local.

  • Projeto Aldo Parisot leva música clássica e cidadania à meninas seridoenses

    Violoncelista potiguar que por mais de 60 anos foi catedrático da Yale University, dos Estados Unidos, e solista de grandes orquestras internacionais, o maestro Aldo Parisot (1918 – 2018) era considerado um dos gênios da música instrumental mundial e tinha o sonho de desenvolver a cena musical nordestina. O que ele não conseguiu em vida, agora é legado levado à prática através de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Fundação Nacional das Artes (Funarte) e os Institutos Federal de Caicó e Jucurutu.

    O projeto cultural Aldo Parisot com a finalidade de levar a música clássica para o interior do Rio Grande do Norte, sendo inicialmente na região do Seridó, tem promovido cursos de habilidades instrumentais de corda, compreendidas em violino, viola, violoncelo e contrabaixo a crianças e adolescentes do sexo feminino, na faixa etária entre 10 e 15 anos, em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa investe ainda na transformação da realidade social das participantes, possibilitando a elas o acesso à cultura. 

    Coordenado pelo professor da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), Fabio Soren Presgrave, o projeto tem meninas como alvo “porque o 5º Objetivo de Desenvolvimento da ONU é estabelecer o fim da discriminação por gênero em todos os lugares até 2030”.

    Após dois anos de atuação na cidade de Caicó, onde promoveu a formação da primeira orquestra de cordas da história do Seridó, o projeto de extensão da Escola de Música da UFRN (EMUFRN) Aldo Parisot realiza o lançamento, em 2024, de seu segundo polo de atividade na cidade de Currais Novos. Os violinos a serem utilizados no polo Currais Novos foram adquiridos com o apoio do Programa Caravana Cultural, da Pró-Reitoria de Extensão da UFRN (Proex). 

    Aldo Parisot

    Aldo Simoes Parisot (Natal, 30 de setembro de 1918 – Guilford Center, 29 de dezembro de 2018) foi um violoncelista brasileiro naturalizado estadunidense. É um ex-membro do corpo docente da escola de música nova-iorquina Juilliard School, e foi, durante 60 anos, professor da Yale School of Music, localizada em New Haven, no estado de Connecticut.

    Segundo o violoncelista húngaro Janos Starker, Parisot foi o maior violoncelista que ele viu tocar.  Era considerado o mais famoso potiguar no mundo. Ele foi o último colaborador vivo próximo de Villa-Lobos, que lhe dedicou duas peças para violoncelo e orquestra.

    Prêmios e Honrarias

    • 1980 – “Chevalier du Violoncelle” pela Indiana University[3]
    • 1982 – Agraciado com a “United Nations Peace Medal”
    • 1983 – “Artist/Teacher Award” da “American String Teachers Association”
    • 1994 – “Samuel Sanford Professor of Music” Yale University
    • 1997 – “Governor’s Arts Award” do Estado de Connecticut
    • 1999 – Doutorado honorário em Musica pela Shenandoah University
    • 2001 – “Award of Distinction” da “Royal Northern College of Music” de Manchester, England
    • 2002 – “Gustave Stoeckel Award”
    • 2002 – Doutorado honorário em Fine Arts pela Penn State University
  • Doce fel

    Por Natália Chagas

    Desde quando me mudei para Távora, minha esposa, Eduarda, se tornou muito amiga de Ivana, a vizinha do lado. Ela sempre solícita e disposta nos trazia bolos, biscoitos que ela mesma fazia com um acolhimento e sorrisos inigualáveis. Apesar de ser uma mulher grande, mais alta do que eu e com ossos largos, apresentava uma doçura que quase parecia de uma criança. Participávamos, eu e minha esposa, dos churrascos de domingo em família com eles em que uniam Ivana, João Carlos, o marido, os cinco filhos, mais irmãos, sobrinhos em uma confraternização alegre com muita risada e comida. Eu notava, sendo apaixonado por uma cervejinha, a ausência nesses encontros de qualquer bebida alcóolica. Mas como era um momento familiar, isto não tinha tanta relevância.

    Com o passar do tempo, descobri a importância desse detalhe. Sempre que eu saía do escritório, passava pelo bar mais frequentado do bairro, o bar do Bigode. Nem todos os dias havia a presença de João Carlos, mas quando ele se fazia presente, não tinha para mais ninguém. Ele bebia todas e mais algumas. Não havia ser vivente no planeta que o fazia parar para ir para casa. Além de cair de bêbado no meio da madrugada, gerava inconveniências de todo tipo. Queria arrumar brigas, bulia com mulheres, prometia dinheiro, distribuía ódio e amores em inúmeras formas.

    Eduarda tomou as dores de Ivana e ficava revoltada. Eu queria entender o camarada, mas era difícil quando se convive com alguém tão doce quanto a esposa que sofria o sumiço do marido e as satisfações que tinha que responder pelo cidadão enquanto bêbado. As pessoas batiam na sua porta requerendo as promessas feitas na noite anterior que ela desconhecia, e ele apagado de ressaca não conseguia se explicar. Talvez nem se lembrasse. No bar, o Bigode já havia tentado não dar bebida para ele. Mas era pior. Ele ia em bares de desconhecidos e as confusões aumentavam. Alí, no final da noite, o próprio Bigode ligava para Ivana para rebocar o pobre diabo. Ela, muito mais forte que ele, o carregava para casa de forma discreta e conformada. Era uma situação realmente constrangedora.

    Até que um dia algo inusitado aconteceu. João Carlos foi beber as mágoas do mundo no dia no aniversário do filho mais velho. Inclusive dando isto como desculpa. Bebeu da tarde até a noite, e escornou em um canto. Bigode, imediatamente sabendo da importância do dia, ligou para Ivana porque de outra forma o caboclo perderia o aniversário do primogênito. Eduarda estava ajudando nos preparativos da festa, e ficou durante todo processo junto de Ivana. Ajudou, até mesmo, a dar banho em João Carlos para passar o porre. Elas colocaram o caboclo de pé e respeitável para os parabéns do pequeno.

    Tudo durante a festa correu integramente bem. Ninguém percebeu um possível desvio da conduta do pai do aniversariante. Eu mesmo me surpreendi com a força e resistência para superar o porre que ele se impunha.

    Eis que no dia seguinte, Eduarda amanheceu na casa vizinha para ajudar na faxina. Ivana chegou muito próxima de Eduarda e disse baixinho:

    –  Confio em você. Gostaria que nada ultrapassasse essas paredes.

    Eduarda, prontamente, respondeu:

    – Sem o menor problema.

    No meio da labuta, Eduarda ouviu barulhos de chicotes e gritos de dor. O susto só acalmou quando ela percebeu que os gritos de dor eram de um homem, e que, na verdade, havia gritos de mulher berrando: “canalha”, “aprenda a viver direito”, “seu filho não merece isso”, entre outros.  Eduarda achou melhor levar as crianças para praça ao perceber a surra que Ivana aplicava em João Carlos.  No caminho do parque, uma das filhas disse:

    – Xi! Papai se encrencou de novo!

  • Pré-venda tripla de poesia: Candice Azevedo, Carito e Nei Leandro de Castro

    O ano de 2023 foi decisivo na retomada da Escribas ao mercado de publicações. Nosso bom desempenho permitiu que seguíssemos pagando pendências, mas também realizando novos projetos, chegando a 2024 em plena atividade e cheia de novidades, podendo comemorar as primeiras duas décadas de atuação com bastante entusiasmo.

    A primeira novidade já foi anunciada antes da virada do ano, a abertura da livraria PALAVRARIA, uma sociedade da Escribas com outra editora local, a CJA, dotando a cidade de Natal de mais uma loja física de livros.

    Agora, nestes meses de janeiro e fevereiro, é o momento de divulgar os três primeiros livros a serem publicados pela editora neste 2024 festivo. As vendas já começaram na loja virtual da Escribas (http://loja.escribaseditora.com.br) e os livros em pré-venda (todos de poesia) são: “Poemas para o absurdo” de Candice Azevedo, “Diário íntimo da palavra” de Nei Leandro de Castro e “Minha amásia paranormal” de Carito Cavalcanti e Paula Vanina.

    “POEMAS PARA O ABSURDO” DE CANDICE AZEVEDO

    Poemas para o absurdo é um livro para carregar consigo da mesma forma que temos levado as dores pandêmicas dentro do peito. Dilaceradas pelo não-direito às despedidas, nossas carnes ainda sangram e deixam escorrer a tinta necessária para que a palavra possa fazer-se poesia capaz de salvar nossa humanidade. Essa é a escrita de uma dor que grita. É a escrita de uma palavra que ocupa os espaços vazios deixados pela morte enumerada e sem rosto, sem ritos e sem abraços. É a escrita do encontro com o que há de humano na solidão.

    A professora e poeta Candice Azevedo é doutora em Teoria da Literatura /UFPE e Mestre em Literatura e Interculturalidade /UEPB. Pesquisadora nas áreas de Filosofia da linguagem, Estudos decoloniais e feministas, Culturas dissidentes e Narratologia, com ênfase no Romance Contemporâneo. Publicou o livro de contos “Cor do tempo” (2015) e vários poemas e contos em periódicos e coletâneas, além de artigos acadêmicos e textos de crítica literária.

    “DIÁRIO ÍNTIMO DA PALAVRA” DE NEI LEANDRO DE CASTRO

    Seguindo o trabalho da editora de republicar a obra completa do autor Nei Leandro de Castro, desta vez o escolhido é o livro de poemas “Diário íntimo da palavra”, lançado em 2001 e que nunca ganhou uma nova edição. Até agora. A obra traz alguns dos mais cultuados versos de Nei e era solicitado há tempos por seus leitores.

    “MINHA AMÁSIA PARANORMAL” – CARITO CAVALCANTI E PAULA VANINA

    Carito Cavalcanti está de volta às publicações. O multifacetado artista tem se mantido em atividade incessante e incansável, dirigindo curtas de ficção, documentários diversos, produzindo eventos culturais e participando da curadoria de festivais. Porém, desde 2017, não lança nenhum livro novo. Seu novo trabalho de poemas sai pela Escribas, mas não é uma obra solo. Assim como em 2017, quando publicou “Entendeu ou quer que desenhe?” em parceria com Flávio Freitas, desta vez, a designer Paula Vanina é co-autora da obra que é mistura toda a criatividade e irreverência linguística de Carito com as intervenções estéticas de Paula.

    COMO FUNCIONAM AS PRÉ-VENDAS:

    Os 3 títulos já podem ser adquiridos no endereço https://loja.escribaseditora.com.br/ , mas ainda não estão prontos. Até o fim de março, estarão produzidos e os envios para os compradores serão realizados na primeira quinzena de março de 2024. Cada livro custará R$ 40 e um pacote com os 3 juntos sai por R$ 100. Não haverá custos de envio.

    PRÉ-LANÇAMENTOS DAS EDIÇÕES LIMITADAS DOS LIVROS:

    – POEMAS PARA O ABSURDO – CANDICE AZEVEDO – R$ 40

    – DIÁRIO ÍNTIMO DA PALAVRA – NEI LEANDRO DE CASTRO – R$ 40

    – MINHA AMÁSIA PARANORMAL – CARITO CAVALCANTI E PAULA VANINA – R$ 40

    PACOTE COM OS TRÊS POR: R$ 100

    Período: de 11 de janeiro a 29 de fevereiro de 2024

    Loja on-line da Escribas Editora: https://loja.escribaseditora.com.br/

  • Fogo no parquinho

    As conversas dos alpendres entre veranistas abastados, serviçais e plebe começaram a render nos noticiários nestes dias que antecedem o carnaval e, claro, fim das férias para quem é de férias. O lançamento da pré-candidatura de Paulinho Freire, em Natal, consolidou as articulações e acordos dessas horas incansáveis e “infindáveis”, sempre regadas a bons vinhos e frutos do mar. Na semana passada, Paulinho conseguiu reunir mais de 30 prefeitos, lideranças do alto e baixo escalões, simpatizantes, puxa-sacos e múmias já esquecidas da política pelo povo potiguar. O partido União Brasil, sucedâneo dos extintos Arena, PFL e Democratas, voltou a ser protagonista nas eleições majoritárias da capital apoiado por cerca de cinco partidos, incluindo PP, PSDB,  PL e Podemos. Freire disse que estava muito a fim da cadeira de chefe do Executivo natalense. “Não tenham dúvidas que o otimismo é grande. A gente pensa muito para tomar uma decisão, mas eu não poderia faltar à minha cidade, que me deu tanto, várias eleições para vereador, fui deputado estadual, federal, sempre ajudando a Natal, e agora chegou a hora de ajudar ainda mais, e com esse leque de alianças, de partidos, nós temos condições de fazer muito por Natal”, disse. E completou: “estou muito feliz. Conseguimos, depois de muitas conversas, com o senador Rogério Marinho, com José Agripino, chegar a um consenso, e fui o escolhido por esses partidos para ser o instrumento. Agora, só ninguém vai para canto nenhum, e eu acho que temos um time de partidos muito forte que pode nos ajudar a administrar bem a cidade de Natal”.

    Porém, entretanto, contudo, todavia, a decisão não agradou a todos. O senador Rogério Marinho e o deputado general Girão, ambos legítimos representantes da extrema direita da direita ou da vanguarda do atraso, por exemplo, ensaiaram um embate para ver quem é o “melhor” para a capital, se Paulinho ou o próprio Girão. Enquanto Marinho jura de pés juntos que Paulinho é a melhor escolha, Girão afirma que o deputado federal não tem experiência suficiente para administrar uma cidade. “Paulinho Freire é um bom político, mas não tem a experiência necessária para ser prefeito de Natal. Ele precisa de mais tempo para se preparar”, disse Girão em entrevista, que se coloca como candidato. Custe o que custar.

    O senador Marinho, que anda sem saco (preto), por sua vez, rebateu as críticas de Girão e asseverou que o deputado federal é a melhor opção para a cidade. “Paulinho Freire é um político experiente e competente. Ele tem todas as qualidades necessárias para ser prefeito de Natal”, disse o presidente do PL estadual.

    Lembrando que Girão está muito melhor avaliado em pesquisas divulgadas pela imprensa potiguar nos últimos meses.

    Lá na ponta, o inexpressivo deputado Gonçalves, também do PL e pré-candidato do Bolsonarismo em Natal, coloca fogo no parquinho. O deputado, também conhecido como Lagartão (piada pronta, né?), emitiu nota se posicionando sobre a candidatura de Freire. Faltou pouco para o Lagartão taxar Freire de “comunista”:

    “Não tenho nenhum problema de ordem pessoal com o Dep. Paulinho Freire, mas constatamos de acordo com o site Placar Congresso, que o mesmo votou 66% com o governo Lula, então não há como sustentar um argumento que este político é oposição ao câncer que destrói o nosso estado e nação e que tanto combatemos…” — diz a nota.

    Enquanto Paulinho Freire segue tentando unir as alas bolsonaristas – em declínio no Rio Grande do Norte — de Girão, Gonçalves, Azevedo e cia, os outros pré-candidatos já definidos por suas bases vão engrossando os discursos e construindo alianças e estratégias. O atual prefeito Álvaro Dias (Republicanos) não pode se candidatar novamente, então o cenário ainda é de indefinição de quais serão os concorrentes que vão aparecer nas urnas em outubro com seu apoio. Há quem diga que Álvaro vive seu pior momento político, que perdeu o bonde devido a demora em anunciar uma candidatura sólida para sua sucessão. Os nomes postos até agora pelo prefeito não conseguiram sequer coçar a imaginação do eleitor da capital. Mas, aguardemos definições muito sussurradas nesses dias de calor.

    Carlos Eduardo Alves (PSD) ainda não anunciou oficialmente sua candidatura, mas já se diz pré-candidato e aparece disparado na primeira colocação das pesquisas, que trazem o nome de Natália Bonavides (PT), lançada como pré-candidata pelo PT, na segunda colocação em todas as consultas eleitorais para 2024.

    Apertem os cintos. Ainda tem muita lenha pra queimar até outubro. E um carnaval já começando para animar os dias, quiçá os ânimos. Evoé!

  • Projeto Ecopraça celebra 10 anos

    Edição celebrativa traz a ideia da construção de uma “cidade sonho”, em que a resposta para um futuro melhor e mais sustentável está no olhar das crianças

    O Ecopraça é um projeto pioneiro no Rio Grande do Norte em incentivar a participação das pessoas nos espaços públicos com atividades socioambientais e culturais. Desde 2013, o projeto vem plantando sementes em um movimento de reativação e ressignificação de praças de forma colaborativa, lúdica e sustentável, unindo o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil para repensar e ocupar a cidade de forma criativa.

    Celebrando os seus 10 anos, o Ecopraça realiza sua próxima edição nos dias 13 e 14 de janeiro, acreditando que a resposta para um futuro melhor e mais sustentável está no olhar das crianças.  Tudo que estamos plantando hoje será para elas e será delas a continuidade da construção de uma nova ideia de cidade, voltada para a coletividade e para o cuidado com as nossas maiores riquezas, que estão na simplicidade e na beleza da natureza.

    E esse olhar de pureza não é limitado só das crianças, o projeto convida a todos a exercitar a sua criatividade na construção dessa cidade sonho. Todos podem se engajar na possibilidade de formação de algo especial e significativo para as próximas gerações.

    “É incrível ver essa semente que plantamos há 10 anos crescer, florescer e frutificar. Continuamos sonhando o mesmo sonho, continuamos com a mesma essência e estamos com o mesmo entusiasmo de quando começamos. Nosso movimento é construído por muitos corações que vibram pela evolução da nossa consciência coletiva”, destaca Geraldo Gondim – idealizador e diretor do Ecopraça.

    Os impactos das ações de hoje afetam não só o nosso presente, mas , principalmente, o futuro. Precisamos escolher bem as sementes que estamos plantando, para que nos próximos 10 anos elas possam render colheitas de amor, prosperidade e sustentabilidade.

    Para ficar por dentro de todas as novidades, siga o perfil @ecopraca no Instagram.

    O projeto Ecopraça tem realização do Instituto Ancestral com o patrocínio da Prefeitura do Natal e UnP, via Lei Djalma Maranhão e apoio do Governo do estado do Rio Grande do Norte e Pinacoteca Potiguar.

  • Herança

    Por Natália Chagas

    Toda vez que chove, sinto a lama correr entre minhas pernas e lembro de tia Alicinha. Jamais esquecerei o mal dos corações dos homens perversos. Sendo mulheres ainda mais cruéis.

    Naquela tarde, quando a vizinha me ligou, eu sabia que ela havia partido. Na última visita ao médico, nem mesmo uma fresta de esperança ele deixou. O câncer havia comido todo corpo. Não havia ciência capaz de compreender sua sobrevivência. Fomos ao cinema depois disso ver os lindos homens e as corajosas mulheres que sempre rodearam sua mente alegre e positiva. Desta vez, tia Alicinha dispensou o café da fofoca pós cinema. “Estava cansada”, dizia em um confuso olhar entre ‘preciso dormir’ e ‘já posso morrer’.

    Fui pra casa com coração apertado sem ter o que fazer além de ligar para ela todas as manhãs e esperar a finalização daquela espera.

    A vizinha ouviu um barulho, achou estranho e resolveu usar de sua chave extra para ver se estava tudo bem. Tia Alicinha deitada no chão com os olhos vidrados e sem dor.

    Desliguei com a vizinha, e comecei a saga inglória de avisar quem devia, mas não merecia, ser notificado: as maldosas tias Marina, Carolina e Viviane. Minha mãe, Luciana, havia morrido há alguns anos e deixou um pedido para eu cuidar de tia Alice.

    Minha mãe era a mais velha, tia Alice a mais nova. Cresci com essa doce criatura festejando a vida entre namorados muitas amigas em cafés, viagens e festas. Tia Alicinha era desses seres encantadores que todos queriam estar por perto. Ela havia passado em um concurso federal e vivia bem em seu emprego estável sem dever nada a ninguém. A única da família que nunca quis casar. Sempre foi a mais feliz.

    Minhas outras tias eram sempre aborrecidas e invejosas. Mesmo comigo e meus primos, elas sempre tinham algo de negativo para comentar, e com tia Alicinha elas eram cruéis e impiedosas.

    Ao ligar para tia Marina ouvi o que as outras depois repetiram: “Ela sempre foi uma desavergonhada. Usava batom e unhas vermelhas. Vê se pode? Por isso Deus deu câncer a ela. Não sai impune nessa vida quem não cria filhos para o Senhor. Está na bíblia. E você está seguindo os mesmos passos. Cuidado, viu?”

    Aquilo me revoltou. Resolvi enterrar tia Alicinha sozinha. Cuidei dos trâmites legais, tratei todas as burocracias devidamente, colocamos tia Alicinha em um caixão e subimos o morro do cemitério para cova indicada por ela onde queria ser enterrada. Chovia muito, a lama corria alta morro abaixo e, no meio do caminho, o carro fúnebre quebrou. Nada fazia ele pegar novamente. O jeito era levar na chuva e no braço. Desci até o pé do morro e consegui mais três rapazes que trabalhavam em um terreno para ajudar a levar o caixão. Subíamos eu, o motorista e os rapazes carregando o caixão. De repente o fundo do caixão se abre e tia Alicinha quase é levada pela correnteza. Ela foi salva pelo motorista que ia no final, e conseguiu pegá-la pelo braço. Ajeitamos o corpo dela acima de nossas cabeças e seguimos até chegar no alto do morro. Eu já não sabia se eu chorava de tristeza da perda, do desespero da situação ou de medo da praga das tias.

    Quando chegamos no topo do morro onde era indicado sua vaga de descanso, o sol se abriu e a chuva parou. Percebi que sua sepultura era em forma de círculo com outras sepulturas. Ao ler os nomes em volta, minha memória de infância retornou a alguns momentos de alegria vendo que ali estavam Dorinha, Fátima, Carmem e Ana. Na lápide de todas elas, estava escrito: “Amigas até o fim!”

    Olhei para o corpo de tia Alicinha, tive a sensação de tranquilidade, e agradeci às minhas tias a praga que me rogaram. Quando for pra ir embora, que seja em boa companhia.

  • “Minhas raízes têm história: identidade e ancestralidade nos sertões” trabalha a memória afetiva de estudantes da UFRN no Seridó

    Construir fontes históricas unindo a oralidade, os saberes ancestrais, a memória afetiva e a origem dos estudantes. É com esse objetivo principal que o projeto de extensão Minhas raízes têm história: identidade e ancestralidade nos sertões atua no Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres/UFRN). Como forma de finalizar as atividades do projeto neste ano de 2023, os participantes visitaram, no dia 14 de dezembro, os municípios de Jucurutu, no Rio Grande do Norte, e Catolé do Rocha, na Paraíba.

    Com o apoio do Laboratório de Estudos de Populações Sertanejas (Lapops), vinculado ao Ceres, o projeto busca oportunizar aos alunos a produção do conhecimento histórico a fim de fortalecer a identidade e a família como agentes históricos, possibilitando o contato de dizeres, fazeres e saberes de várias gerações. De acordo com o professor Helder Macedo, do curso de História da unidade acadêmica, a iniciativa contribui para a interiorização das ações da Universidade, visto que a maior parte dos alunos são residentes no sertão do estado.

    Após os encontros presenciais, de discussão de textos-base tratando da ancestralidade sertaneja, os discentes levaram até seus familiares a discussão sobre a importância de se estudar essa temática, realizando exercícios de aplicação da metodologia da História Oral. Nessa primeira etapa extensionista, os alunos deslocaram-se até suas famílias nas cidades de Acari, Caicó, Campo Grande, Cruzeta, Currais Novos, Florânia, Jucurutu, Parelhas, Rafael Godeiro, Santa Cruz, São Vicente e Severiano Melo, no RN. Os estudantes visitaram, ainda, as cidades de Belém do Brejo do Cruz e Catolé do Rocha, na Paraíba.

    Após a realização das entrevistas, de volta ao trabalho prático desenvolvido na UFRN, os discentes prepararam uma cartilha destinada à comunidade em geral, como os familiares, na qual são propostas várias estratégias para acessar e discutir o tema de família e ancestralidade. “Os documentos foram customizados com desenhos, colagens, fotografias, além de frases das entrevistas com seus parentes”, comenta Helder Macedo.

    Para a execução do projeto, houve também o apoio de Gracineide Pereira e Rosélia Oliveira, pós-doutorandas na Licenciatura em História do Ceres. Juntamente ao docente Helder Macedo, as professoras atuaram como coordenadoras e trabalharam, com os alunos, conteúdo ligado a fontes históricas e potencializaram o tema da identidade e da ancestralidade nos sertões. Para Gracineide, o Minhas raízes têm história: identidades e ancestralidades nos sertões oferece a oportunidade de ver, olhar, ouvir e conhecer o eu e os outros, deixando rastros históricos e vozes eternizadas no tempo.

    Rosélia Oliveira acredita que os objetivos do projeto de extensão foram alcançados, já que cada aluno, ao entrevistar seus familiares, produziu fontes históricas que ajudarão em larga medida na compreensão da identidade e da ancestralidade seridoense. “Ao eternizarmos as falas dos nossos entes queridos, preservamos as memórias afetivas e a história das famílias, que servirão de pistas para trabalhos futuros”, aponta a docente.

  • Fim da reeleição no Brasil

    Eis um grande projeto para o Brasil defendido pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele sinalizou nesta semana que priorizará em 2024 a discussão sobre o fim da reeleição no Brasil.

    Pacheco diz que a medida passaria a valer em 2030, que seria um “grande bem” e levaria ao fim do “estado eleitoral permanente”.

    “O fim da reeleição é um desejo muito forte dos senadores. Nós vamos fazer audiências públicas, debater isso”, afirmou. “Pode ser que tenha alguma resistência do governo, mas eu acho que, mesmo com a resistência, a vontade é muito grande dos senadores. É impressionante, com todo mundo que eu falo. Tem que acabar com isso.”

    Segundo Pacheco, “um mandato um pouco mais longo, de cinco anos, sem perspectiva de reeleição” é o ideal.

    Nas últimas décadas, diversas PECs pelo fim da reeleição tramitaram no Senado, mas nenhuma prosperou. Uma delas, de autoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), aguarda a designação de um relator na Comissão de Constituição e Justiça, presidida por Davi Alcolumbre (União-AP), um aliado de Pacheco.

    O texto proíbe a reeleição de presidente da República, governadores e prefeitos e altera a duração dos mandatos de quatro para cinco anos. Na justificativa, Kajuru escreveu que “a renovação da representação política é sempre desejável”, mas que um mandato de quatro anos seria “manifestamente insuficiente para a implementação satisfatória de um programa de governo”.

    Bem, para o projeto ser de primeira qualidade é bom que seja sirva para todos, todos mesmo: presidente da República, governadores, prefeitos, senadores, deputados federais e estaduais.

    O que acha?