O Projeto AFETO CULTURAL “UMA REVERÊNCIA AOS MESTRES DA VILA DE PONTA NEGRA” tem como principal objetivo reconhecer e valorizar os mestres vivos e in memoriam que fazem parte da história local do bairro Vila De Ponta Negra. A Vila é um reduto de rendeiras e pescadores que trazem em suas memórias ensinamentos populares e tradicionais, mas que estão sendo apagados pelo contexto social e pela massificação das mídias digitais. Sendo assim, o objetivo do projeto é apresentar a tradição local às novas gerações, se unindo à tecnologia através de oficinas e exposições de registros fotográficos dos reconhecidos fotógrafos do Rio Grande do Norte: Canindé Soares, João Maria Alves, Flávio Rezende e Maria Maré, fotógrafa da própria comunidade. Além da entrega de placas de cerâmica, elaboradas pelas artistas Vivi Fujwara e Clarissa Torres, que serão fixadas na Praça do Cruzeiro em uma exposição a ser realizada no mês de outubro, na segunda fase do projeto. As fotos do Mestre Sebastião Matias – Rei dos Congos, palhaço e brincante do pastoril e Mestre do Maçariquinho da Beira da Praia – serão cedidas pelo filho e fotógrafo Caubi Matias; e as fotos do Mestre Severino do Coco de Roda, falecido no dia 6 de agosto, foram afetuosamente cedidas pelo acervo do Grupo Coco de Roda de Mestre Severino, de autoria de Diogo Ferreira
O projeto Afeto Cultural foi contemplado pelo edital de Economia Criativa do SEBRAE 2022. O mês de agosto foi dedicado para os registros fotográficos dos mestres, durante esse processo o projeto contou também com novas ações que somaram para dar visibilidade aos mestres: Uma pintura realista de todos eles executada pela artista Bia Rocha no muro do terminal de ônibus da Vila e a pintura de 3 jangadas e duas Velas com a arte do Coletivo Aboio, com a imagens de dois mestres falecidos recentemente. Essas atividades, que vieram para somar e dignificar nossos Mestres, contaram com o apoio das Tintas Iquine, Tintas Suvenil e a Ferreira Costa, que junto com o projeto AS CORES DA VILA reforçaram a importância da cultura popular através dessas homenagens.
“É urgente a valorização desses mestres, queremos para além de homenagear, fazer um alerta a toda a sociedade para que enxergue e valorize essas pessoas. Nossos mestres são um patrimônio que não tem como ser guardado, ele está na pessoa, na sua grandiosidade de fazer de uma brincadeira um momento cheio de uma energia sagrada. Queremos reverenciar essa representatividade para a comunidade onde eles estão inseridos, para que esse reconhecimento transcenda ao tempo e ao espaço”, destaca Nathy Passos – coordenadora do projeto as Cores da Vila.
Sem a presença dos mestres populares não existe manifestação cultural e sem manifestação cultural não existe identidade de território. Sendo assim, é de suma importância valorizar e dar visibilidade aos Mestres da Vila de Ponta Negra pelo que eles representam: seus saberes ancestrais.