Últimas histórias

  • Livro explora questões sobre território e musicalidade

    Como podemos refletir acerca das relações entre lugares e música? De que maneiras, inseridos em tradições compartilhadas, criamos identidade a partir do ser individual e da experiência da alteridade? Questões como essas são debatidas no livro Geografias Sonoras, do professor Alessandro Dozena, do Departamento de Geografia (DGE/UFRN), que será lançado em maio na UFRN.

    A obra busca expor a importância da abordagem de temas interdisciplinares, como território e musicalidade, tanto no ambiente acadêmico quanto fora dele. Nesse contexto, a música é considerada um fato espacial, dotada de significados corporais, sensoriais, políticos, identitários, espirituais, e está em relação contínua com a territorialidade.

    A partir dessa proposta conceitual, foram escolhidas seis aproximações: Os sons como linguagens espaciais; o papel da corporeidade na mediação entre a música e o território; o ser(tão) musical nordestino; expressões identitárias nas comunidades do tambor; e a difusão mundial da musicalidade brasileira e o samba como discurso e prática de contrafinalidade. Para o professor, essas abordagens potencializam a abertura e a expansão de horizontes teóricos, metodológicos, conceituais e disciplinares, além de buscar ações criativas e originais.

    Alessandro Dozena também menciona que a musicalidade possui influência significativa no modo como espaços geográficos são percebidos, de maneira que os fenômenos musicais contribuem diretamente para a construção identitária desses territórios. “A valorização e compreensão da herança cultural brasileira, das identidades construídas diasporicamente, potencializa a relevância não somente do pesquisar sobre, mas do pesquisar com as comunidades”, declara.

    Lançamento

    O livro  Geografias Sonoras será lançado no dia 2 de maio, quinta-feira, às 15h, na livraria Cooperativa Cultural, localizada no Centro de Convivência do Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O livro também pode ser adquirido on-line por meio do site da Mórula Editorial.

  • Lá em riba

    O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), continua na liderança nas pesquisas de intenção de voto para sua reeleição. Na primeira de 2024, realizada pela Datavero, encomendada e divulgada pela 93 FM, Allyson tem uma margem considerável de 68,71%. A gestão do prefeito também se destaca pela alta avaliação, o governo é aprovado por 79,14% da população do município.

    Na outra ponta, lá embaixo da consulta popular, temos uma oposição que ensaiou unir opositores na política mossoroense (durante desfile Verão/2024 nos alpendres de Tibau), como é o caso da deputada estadual Isolda (PT) e Rosalba Ciarlini (PP), com a criação de uma candidatura robusta — sob as benção da governadora Fátima Bezerra — para enfrentar o líder das pesquisas. Porém, a união se perdeu no desentendimento, vaidade e desorganização, além, claro, dos números nas alturas do prefeito. Um pacto nascido morto pela desorganização e ineficiência, sem contribuição para um bom debate político, com uma Isolda vociferando de um lado, Carlos Augusto orientando Rosalba a “ficar na dela” do outro e Rosalba no meio dizendo que “quem manda aqui sou ele”.

    Alguns analistas políticos de Mossoró, já sinalizam com convicção que a desistência da metade dos nomes dessa lista de candidatos que aparecem na pesquisa é certa, pois de vera mesmo, até o momento, apenas o empresário Genivan Vale e o vereador Zé Peixeiro anunciaram suas pré-candidaturas oficialmente.

    A saída para Isolda Dantas, dizem os experts da política mossoroense, seria o PT trazer o nome do ex-reitor Josivan Barbosa para a lista dos que podem perder a eleição com dignidade sem machucar o ego de quem poderia ter voto e não tem.

    Já para Rosalba Ciarlini, a fase de negociação não parou e a novidade do encerramento deste mês é que a ex-senadora, ex-governadora e ex-prefeita de Mossoró estaria tentando amarrar seu apoio a Genivan Vale. O problema é que as exigências do seu grupo superam os da cantona Madonna para se apresentar no Rio de Janeiro. Caso esse apoio dê certo, ela deixaria a pré-candidatura à prefeita e sairia candidata à vereança. É a Rosa!

    — Que queda, hein?, lamenta a claque da ex-quase-tudo Rosalba.

    Já o grupo do pré-candidato e o próprio Genivan Vale acreditam na polarização do eleitorado mossoroense, o que a pesquisa Datavero apresenta exatamente o contrário. Não haveria polarização política nacional entre Lula e Bolsonaro para impacto nas eleições municipais deste ano em Mossoró.

    Bem, com tudo caminhando para os encaixes das peças desse  tabuleiro, outro ponto que assusta a oposição e chama bastante atenção é a rejeição ao prefeito Allyson Bezerra ser extremamente baixa para um candidato à reeleição, enquanto Isolda e Rosalba lideram com números lá em riba.

    Mas, tudo pode mudar até outubro. Inclusive nada.

  • Ministério da Cultura lança Programa Patrimônio Cidadão

    O Ministério da Cultura (MinC), por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), lançou o Programa Patrimônio Cidadão. Trata-se de um conjunto de iniciativas e projetos em todo o país que visam proteger locais, bem como comunidades e territórios historicamente marginalizados em áreas tombadas como patrimônio cultural. O investimento previsto ultrapassa R$ 70 milhões. A cerimônia foi realizada no último dia 22 na Casa dos Sete Candeeiros, em Salvador.

    As ações vão desde a conservação, restauro, educação patrimonial, preservação do patrimônio arqueológico até a promoção do patrimônio imaterial. Segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, o Programa Patrimônio Cidadão traz uma reflexão sensível acerca das comunidades mais marginalizadas e atende às necessidades reais da população. 

    “Esse plano é uma forma de acolher as pessoas vulnerabilizadas e valorizar o patrimônio histórico do país. A gente fica triste de ver nos centros históricos uma casa corroída pelo tempo, às vezes, por descaso; mas, em outras, pela falta de condição do proprietário daquele patrimônio de fazer uma reforma, a partir do momento em que o imóvel está tombado. Existem inúmeras questões para mexer no patrimônio tombado e esse plano traz uma sensibilidade que vai, de fato, impactar positivamente a vida das pessoas”, explicou.

    Para Leandro Grass, presidente do Iphan, ao longo dos últimos anos, a falta de investimentos em cultura ampliou as desigualdades sociais, mas o Programa Patrimônio Cidadão, com a priorização dos grupos e lugares vulnerabilizados, vai mudar esse cenário. 

    “A gente tem buscado, através desse conjunto de ações, reduzir as desigualdades e, nesse momento da história, se perpetuar nos próximos anos como uma marca das políticas de patrimônio cultural; priorizando, assim, grupos, povos, comunidades, territórios, historicamente marginalizados e perseguidos pelo estado brasileiro”, comentou. 

    Jecilda Mello é líder comunitária, moradora no Centro Histórico do Pelourinho, em Salvador (BA), e representante da Associação de Moradores e Amigos do Centro Histórico (AMACH). Aos 69 anos, ela explica que a falta de conservação ou melhoria numa moradia localizada num centro histórico, por exemplo, afeta também a identidade e a dignidade cultural e social dos moradores. “Os casarões abandonados, sem conservação, estão sendo desvalorizados e isso prejudica a nossa identidade cultural como cidadão. Ou seja, eu deixo de ser visível para ser invisível para sociedade. O nosso lema é resistir para continuar a existir e quero acreditar nesse projeto”, afirmou. 

    Canteiro-Modelo 

    No conjunto de ações enquadradas no Programa Patrimônio Cidadão, destaca-se o Canteiro-Modelo de Conservação. A iniciativa que o Iphan vem implementando em cidades históricas consiste na oferta de assistência técnica pública e gratuita para o desenvolvimento e a qualificação de intervenções de conservação de bens tombados que sejam de proprietários hipossuficientes e famílias de baixa renda.

    Em parceria com universidades e institutos federais, a iniciativa também forma estudantes para uma atuação socialmente mais responsável e contribui para o fortalecimento das cadeias produtivas locais. 

    Natal

    O conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico da cidade de Natal tombado pelo Iphan em 2010 engloba a Cidade Alta e parte do Bairro da Ribeira. Destaca-se, no conjunto, a importância histórica e paisagística do rio Potengi, para a cidade, e o fato de que ele ainda representa importante papel no transporte de mercadorias e pessoas. O conjunto, emoldurado pelo rio, compõe uma paisagem muito importante para a memória potiguar, onde estão instalados a maioria dos espaços culturais. O patrimônio tombado é formado por cerca de 30 bens materiais, incluindo edificações de destaque do período colonial (em sua maioria) e um acervo de obras de arte sacra.

    UFRN institui Política de Cultura, Memória e Museus

    O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aprovou por unanimidade, nessa terça-feira, 26, a Política de Cultura, Memória e Museus da instituição. O documento apresenta os princípios e as diretrizes para reconhecer e valorizar a diversidade cultural produzida na UFRN; proteger e promover a produção e o patrimônio histórico e artístico, a memória material e imaterial da UFRN e a produção museal, entre outros objetivos.

    De acordo com relator do processo no Consepe e pró-reitor adjunto de Extensão da UFRN, Edvaldo Vasconcelos, a política unifica as três temáticas antes divididas em diferentes resoluções, mas que eram semelhantes entre si. Além disso, o novo documento cria um único comitê gestor, por meio do qual será possível discutir as três dimensões de forma mais plural.

    A resolução institui o Comitê Gestor da Política de Cultura, Memória e Museus da UFRN, de caráter permanente, que possui natureza deliberativa e consultiva, de articulação estratégica e avaliativa das ações que contribuam para o fortalecimento e consolidação da política. O Conselho se reunirá ordinariamente uma vez por semestre letivo, ou extraordinariamente, sempre que necessário. 

  • Caldo de Bila

    O deputado federal Robinson Faria (PL) é o novo coordenador da bancada do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional e, com isso, tem a atribuição de sistematizar as sugestões das emendas parlamentares durante elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) da União, além de ter acentuada a responsabilidade de defender e lutar pelos interesses do estado.

    “Agradeço a confiança dos parlamentares que me elegeram coordenador da bancada federal do Rio Grande do Norte. Pretendo agregar minha experiência na vida pública nesta importante missão, em que junto a meus pares, faremos um trabalho compartilhado de articulação em defesa do (sic) interesses do RN”, disse o new coordenador em suas redes sociais.

    Eleito deputado federal em 2018 com 97.319 votos, Robinson Faria (PL) já foi deputado estadual por seis mandatos, quando presidiu a Assembleia Legislativa do RN durante 8 anos — quem não lembra da Dama de Espadas Ritinha Mercês Reinaldo, a quem o presida “compartilhava” experiência? —, vice-governador de Rosalba Ciarlini, de 2010 a 2014 e governador do estado de 2014 a 2018.  À época, a experiência partilhada era o de “governador da segurança”. Ainda tentou a reeleição, mas ficou em terceiro lugar, com cerca de 11% dos votos válidos no primeiro turno.

    Robinson teve um desempenho pífio como governador, atrasou salários dos servidores, enfrentou uma séria crise no sistema penitenciário e viu o número de homicídios crescer vertiginosamente.

    Apesar de tudo isso, conseguiu ser alçado à Câmara dos Deputados, ocupando a cadeira que foi de seu filho genro de Sílvio Santos que esteve deputado federal por 4 mandatos e se tornou ministro de Bolsonaro.

    Mesmo com a sua propagada “experiência na vida pública”, Robinson Faria tem tido um desempenho “apático” na Câmara Federal, como tacham algumas línguas potiguares. E parece que não é exagero.

    E chama a atenção a religiosidade do nosso representante, que está a mil pelo Brasil, que nesses praticamente 14 meses de exercício apresentou 06 projetos de lei, segundo o portal da Câmara dos Deputados. Quatro deles incluem no Calendário Turístico Nacional as festas de Nossa Senhora da Conceição, em Ceará-Mirim e de santa Rita de Cássia, em Nova Cruz; o Festival de Inverno de Serra de São Bento e a procissão em homenagem a Nossa Senhora da Piedade, no Município de Espírito Santo. Além desses, um que disciplina a transmissão obrigatória de mensagens de alerta pelas prestadoras de serviços de telecomunicações e de radiodifusão sonora em caso de risco de desastre ou situação de emergência e outro que dispõe sobre a cobertura integral e multidisciplinar, por parte das operadoras de planos privados de assistência à saúde, dos procedimentos necessários ao cuidado das condições relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista.

    Robinson ainda subscreveu algumas propostas de seus colegas deputados e se pronunciou em plenário por oito vezes.

    Para se ter uma ideia, o neófito Sargento Gonçalves, vulgo “lagartão”, também do PL, já fez uso da palavra em plenário 106 vezes. Ninguém pergunte o que ele falou porque já é demais, né? Os números são só para comparação.

    Bom, mas é exatamente por seu desempenho acanhado no Congresso e ausência nos espaços de poder locais que se questiona a capacidade do deputado ex-governador em coordenar a bancada federal do estado – os seus sete colegas deputados e os três senadores –  e, o mais importante, articular a união dos políticos e por que não da sociedade civil organizada em defesa dos interesses do Rio Grande do Norte. Diz-se por aí que essa nova função é areia demais pro caminhãozinho dele. Outros vão além e vaticinam num bom nordestinês: “Esse daí é mais fraco que caldo de bila!”. (ch)Oremos.

  • Livro “Das mãos de seu Fausto para as mesas do Brasil” tem lançamento neste sábado no Sebo Vermelho

    O mais novo livro de Osair Vasconcelos registra a forma secular e desaparecida de fazer carne de sol    

    Em janeiro de 1986, o repórter Osair Vasconcelos e o fotógrafo Giovanni Sérgio passaram quatro dias em Caicó, entre fins de madrugadas e começos de noites, acompanhando seu Fausto na preparação da carne de sol conforme o modo secular, desde o tiro certeiro que derrubou a rês até a exposição para venda nas bancas de feira. Seu Fausto foi o último marchante a preparar a carne de sol da forma como os portugueses a trouxeram para os sertões do Seridó nos tempos da colonização.

    A reportagem foi publicada na edição n° 5 da revista Globo Rural, por quem foi encomendada. Quase quatro décadas depois, o editor Abimael Silva descobriu que esse é o único registro escrito que narra o processo original de feitura da carne de sol. Disso, nasceu este livro: Das mãos de seu Fausto para as mesas do Brasil – A reportagem que registrou o modo secular de fazer a carne de sol do Seridó.

    O livro traz, além da reportagem, depoimentos de Abimael Silva, Humberto Pereira (o criador do Globo Rural – revista e programa de tevê), Albimar Furtado e o posfácio de Vicente Serejo, e foto produzida por Giovanni Sérgio, que dá um toque artístico ao livro. Além disso, Osair Vasconcelos relata como foi feita a reportagem, da saída de Natal até a carne ser levada para as bancas da feira de Caicó.

                                                              

    • Das mãos de seu Fausto para as mesas do Brasil – A reportagem que registrou o modo secular de fazer a carne de sol do Seridó – Osair Vasconcelos

    • Projeto gráfico – Vitor Marinho

    • Arte da capa e xilogravuras – Aureliano Medeiros

    • Foto – Giovanni Sérgio

    • Edição -Sebo Vermelho e Z Editora

    LANÇAMENTO: sábado, 02 de março, a partir das 10 hs.

    Local: Sebo Vermelho – Av. Rio Branco, 705.

  • 20 anos de peleja

    Nos últimos vinte anos houve uma série de avanços tecnológicos que transformaram nossa sociedade e a maneira como vivemos. A expansão da internet permitiu a disseminação global de informações, comunicação instantânea e acesso a serviços online; O surgimento dos smartphones revolucionou a forma como nos comunicamos, trabalhamos e nos entretemos; Redes sociais, computação em nuvem, energias renováveis, carros elétricos, os avanços na Medicina — da genômica à telemedicina, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na melhoria da saúde e no diagnóstico de doenças. Realidade virtual e aumentada, Blockchain e Criptomoedas, com potencial para transformar setores como finanças e logística; Inteligência Artificial (IA): avanços em algoritmos de aprendizado de máquina e redes neurais, que permitiram a criação de assistentes virtuais, sistemas de recomendação e reconhecimento de padrões. Esses avanços tecnológicos moldaram nosso mundo e continuam a evoluir rapidamente. E também tivemos a Papangu, que passou de impressa para a rede mundial de computadores. Brincadeira à parte, todavia, assim como no início, lá no longínquo dois mil e quatro — naquela época com alguns parafusos a menos na caixola —, continuamos com a mesma ideia de fazer o leitor pensar.

    A Papangu chega aos 20 anos. Claro, é preciso levar em consideração que entre a edição impressa e a digital caímos no  abismo, um período em que estivemos mortos por inanição pela  perseguição sofrida na “Capital Cultural do Brasil” Mossoró. E foi durante a pandemia que “voltamos à vida”, com o apoio da Lei Aldir Blanc.

    Com tantos avanços e novidades nesses vinte anos perguntamos ao ChatGPT (grande aliado nesta nova era) o que é a revista  Papangu. O “Além” respondeu:

    “A Papangu é uma voz coletiva que ecoa através das suas páginas, trazendo à tona histórias, poesias, ensaios e reflexões. Ela é moldada por muitas mãos talentosas e corações comprometidos, todos unidos pela paixão pela expressão artística e pela valorização da identidade potiguar. Sua contribuição é inegável. Eles são os guardiões da memória cultural, os curadores das palavras e imagens que preenchem as edições da revista Papangu. Seus esforços conjuntos ao longo desses 20 anos têm enriquecido a vida cultural do estado e inspirado gerações”.

    É, a Papangu testemunhou mudanças, desafios e conquistas, viu o mundo se transformar, mas permaneceu firme em sua missão de promover a cultura e arte potiguar. Seus editores, escritores, artistas e leitores são apaixonados e comprometidos à criatividade e à expressão. Daí, comemorarmos os vinte anos de algo que entrou na história do Rio Grande do Norte, de um periódico de qualidade, que deu uma pausa por não se submeter ao atalho da subserviência como tantos buscam. Em fevereiro de 2004, não imaginávamos chegar “vivos” ao final daquele mesmo ano, imagina chegarmos em 2024 dando pitacos e trazendo humor, sátiras e bons textos produzidos por tanta gente boa. Compreensível, se levarmos em consideração que muitas publicações naquela época, não só do nosso Estado, mas do Brasil, já naufragavam subitamente antes mesmo de engatinhar. 

    Nesta edição trazemos alguns depoimentos de pessoas que viram e prestigiaram a Papangu. Aos leitores de ontem e de hoje, sintam-se em uma grande festa com alegria e admiração de nós Papangunistas. Que a Papangu na Rede continue a inspirar, informar e encantar por muito tempo e que suas páginas em versão ‘flip’ continuem a ter um espaço para a celebração da cultura, da história e das vozes do Rio Grande do Norte.

    Aproveitamos para agradecer aos nossos colabores – foram mais de 100 nesse período. Vinte anos que são sinônimo de orgulho para cada um que passou pelas páginas impressas, e que agora se reúnem na  internet. E você, leitor, pode ter certeza, por ser “apenas” links não nos tira a vontade de continuar realizando um trabalho decente, ético e de respeito a todos.

    Muito obrigado!

  • Projeto Aldo Parisot leva música clássica e cidadania à meninas seridoenses

    Violoncelista potiguar que por mais de 60 anos foi catedrático da Yale University, dos Estados Unidos, e solista de grandes orquestras internacionais, o maestro Aldo Parisot (1918 – 2018) era considerado um dos gênios da música instrumental mundial e tinha o sonho de desenvolver a cena musical nordestina. O que ele não conseguiu em vida, agora é legado levado à prática através de uma parceria entre a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a Fundação Nacional das Artes (Funarte) e os Institutos Federal de Caicó e Jucurutu.

    O projeto cultural Aldo Parisot com a finalidade de levar a música clássica para o interior do Rio Grande do Norte, sendo inicialmente na região do Seridó, tem promovido cursos de habilidades instrumentais de corda, compreendidas em violino, viola, violoncelo e contrabaixo a crianças e adolescentes do sexo feminino, na faixa etária entre 10 e 15 anos, em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa investe ainda na transformação da realidade social das participantes, possibilitando a elas o acesso à cultura. 

    Coordenado pelo professor da Escola de Música da UFRN (EMUFRN), Fabio Soren Presgrave, o projeto tem meninas como alvo “porque o 5º Objetivo de Desenvolvimento da ONU é estabelecer o fim da discriminação por gênero em todos os lugares até 2030”.

    Após dois anos de atuação na cidade de Caicó, onde promoveu a formação da primeira orquestra de cordas da história do Seridó, o projeto de extensão da Escola de Música da UFRN (EMUFRN) Aldo Parisot realiza o lançamento, em 2024, de seu segundo polo de atividade na cidade de Currais Novos. Os violinos a serem utilizados no polo Currais Novos foram adquiridos com o apoio do Programa Caravana Cultural, da Pró-Reitoria de Extensão da UFRN (Proex). 

    Aldo Parisot

    Aldo Simoes Parisot (Natal, 30 de setembro de 1918 – Guilford Center, 29 de dezembro de 2018) foi um violoncelista brasileiro naturalizado estadunidense. É um ex-membro do corpo docente da escola de música nova-iorquina Juilliard School, e foi, durante 60 anos, professor da Yale School of Music, localizada em New Haven, no estado de Connecticut.

    Segundo o violoncelista húngaro Janos Starker, Parisot foi o maior violoncelista que ele viu tocar.  Era considerado o mais famoso potiguar no mundo. Ele foi o último colaborador vivo próximo de Villa-Lobos, que lhe dedicou duas peças para violoncelo e orquestra.

    Prêmios e Honrarias

    • 1980 – “Chevalier du Violoncelle” pela Indiana University[3]
    • 1982 – Agraciado com a “United Nations Peace Medal”
    • 1983 – “Artist/Teacher Award” da “American String Teachers Association”
    • 1994 – “Samuel Sanford Professor of Music” Yale University
    • 1997 – “Governor’s Arts Award” do Estado de Connecticut
    • 1999 – Doutorado honorário em Musica pela Shenandoah University
    • 2001 – “Award of Distinction” da “Royal Northern College of Music” de Manchester, England
    • 2002 – “Gustave Stoeckel Award”
    • 2002 – Doutorado honorário em Fine Arts pela Penn State University
  • Pré-venda tripla de poesia: Candice Azevedo, Carito e Nei Leandro de Castro

    O ano de 2023 foi decisivo na retomada da Escribas ao mercado de publicações. Nosso bom desempenho permitiu que seguíssemos pagando pendências, mas também realizando novos projetos, chegando a 2024 em plena atividade e cheia de novidades, podendo comemorar as primeiras duas décadas de atuação com bastante entusiasmo.

    A primeira novidade já foi anunciada antes da virada do ano, a abertura da livraria PALAVRARIA, uma sociedade da Escribas com outra editora local, a CJA, dotando a cidade de Natal de mais uma loja física de livros.

    Agora, nestes meses de janeiro e fevereiro, é o momento de divulgar os três primeiros livros a serem publicados pela editora neste 2024 festivo. As vendas já começaram na loja virtual da Escribas (http://loja.escribaseditora.com.br) e os livros em pré-venda (todos de poesia) são: “Poemas para o absurdo” de Candice Azevedo, “Diário íntimo da palavra” de Nei Leandro de Castro e “Minha amásia paranormal” de Carito Cavalcanti e Paula Vanina.

    “POEMAS PARA O ABSURDO” DE CANDICE AZEVEDO

    Poemas para o absurdo é um livro para carregar consigo da mesma forma que temos levado as dores pandêmicas dentro do peito. Dilaceradas pelo não-direito às despedidas, nossas carnes ainda sangram e deixam escorrer a tinta necessária para que a palavra possa fazer-se poesia capaz de salvar nossa humanidade. Essa é a escrita de uma dor que grita. É a escrita de uma palavra que ocupa os espaços vazios deixados pela morte enumerada e sem rosto, sem ritos e sem abraços. É a escrita do encontro com o que há de humano na solidão.

    A professora e poeta Candice Azevedo é doutora em Teoria da Literatura /UFPE e Mestre em Literatura e Interculturalidade /UEPB. Pesquisadora nas áreas de Filosofia da linguagem, Estudos decoloniais e feministas, Culturas dissidentes e Narratologia, com ênfase no Romance Contemporâneo. Publicou o livro de contos “Cor do tempo” (2015) e vários poemas e contos em periódicos e coletâneas, além de artigos acadêmicos e textos de crítica literária.

    “DIÁRIO ÍNTIMO DA PALAVRA” DE NEI LEANDRO DE CASTRO

    Seguindo o trabalho da editora de republicar a obra completa do autor Nei Leandro de Castro, desta vez o escolhido é o livro de poemas “Diário íntimo da palavra”, lançado em 2001 e que nunca ganhou uma nova edição. Até agora. A obra traz alguns dos mais cultuados versos de Nei e era solicitado há tempos por seus leitores.

    “MINHA AMÁSIA PARANORMAL” – CARITO CAVALCANTI E PAULA VANINA

    Carito Cavalcanti está de volta às publicações. O multifacetado artista tem se mantido em atividade incessante e incansável, dirigindo curtas de ficção, documentários diversos, produzindo eventos culturais e participando da curadoria de festivais. Porém, desde 2017, não lança nenhum livro novo. Seu novo trabalho de poemas sai pela Escribas, mas não é uma obra solo. Assim como em 2017, quando publicou “Entendeu ou quer que desenhe?” em parceria com Flávio Freitas, desta vez, a designer Paula Vanina é co-autora da obra que é mistura toda a criatividade e irreverência linguística de Carito com as intervenções estéticas de Paula.

    COMO FUNCIONAM AS PRÉ-VENDAS:

    Os 3 títulos já podem ser adquiridos no endereço https://loja.escribaseditora.com.br/ , mas ainda não estão prontos. Até o fim de março, estarão produzidos e os envios para os compradores serão realizados na primeira quinzena de março de 2024. Cada livro custará R$ 40 e um pacote com os 3 juntos sai por R$ 100. Não haverá custos de envio.

    PRÉ-LANÇAMENTOS DAS EDIÇÕES LIMITADAS DOS LIVROS:

    – POEMAS PARA O ABSURDO – CANDICE AZEVEDO – R$ 40

    – DIÁRIO ÍNTIMO DA PALAVRA – NEI LEANDRO DE CASTRO – R$ 40

    – MINHA AMÁSIA PARANORMAL – CARITO CAVALCANTI E PAULA VANINA – R$ 40

    PACOTE COM OS TRÊS POR: R$ 100

    Período: de 11 de janeiro a 29 de fevereiro de 2024

    Loja on-line da Escribas Editora: https://loja.escribaseditora.com.br/

  • Fogo no parquinho

    As conversas dos alpendres entre veranistas abastados, serviçais e plebe começaram a render nos noticiários nestes dias que antecedem o carnaval e, claro, fim das férias para quem é de férias. O lançamento da pré-candidatura de Paulinho Freire, em Natal, consolidou as articulações e acordos dessas horas incansáveis e “infindáveis”, sempre regadas a bons vinhos e frutos do mar. Na semana passada, Paulinho conseguiu reunir mais de 30 prefeitos, lideranças do alto e baixo escalões, simpatizantes, puxa-sacos e múmias já esquecidas da política pelo povo potiguar. O partido União Brasil, sucedâneo dos extintos Arena, PFL e Democratas, voltou a ser protagonista nas eleições majoritárias da capital apoiado por cerca de cinco partidos, incluindo PP, PSDB,  PL e Podemos. Freire disse que estava muito a fim da cadeira de chefe do Executivo natalense. “Não tenham dúvidas que o otimismo é grande. A gente pensa muito para tomar uma decisão, mas eu não poderia faltar à minha cidade, que me deu tanto, várias eleições para vereador, fui deputado estadual, federal, sempre ajudando a Natal, e agora chegou a hora de ajudar ainda mais, e com esse leque de alianças, de partidos, nós temos condições de fazer muito por Natal”, disse. E completou: “estou muito feliz. Conseguimos, depois de muitas conversas, com o senador Rogério Marinho, com José Agripino, chegar a um consenso, e fui o escolhido por esses partidos para ser o instrumento. Agora, só ninguém vai para canto nenhum, e eu acho que temos um time de partidos muito forte que pode nos ajudar a administrar bem a cidade de Natal”.

    Porém, entretanto, contudo, todavia, a decisão não agradou a todos. O senador Rogério Marinho e o deputado general Girão, ambos legítimos representantes da extrema direita da direita ou da vanguarda do atraso, por exemplo, ensaiaram um embate para ver quem é o “melhor” para a capital, se Paulinho ou o próprio Girão. Enquanto Marinho jura de pés juntos que Paulinho é a melhor escolha, Girão afirma que o deputado federal não tem experiência suficiente para administrar uma cidade. “Paulinho Freire é um bom político, mas não tem a experiência necessária para ser prefeito de Natal. Ele precisa de mais tempo para se preparar”, disse Girão em entrevista, que se coloca como candidato. Custe o que custar.

    O senador Marinho, que anda sem saco (preto), por sua vez, rebateu as críticas de Girão e asseverou que o deputado federal é a melhor opção para a cidade. “Paulinho Freire é um político experiente e competente. Ele tem todas as qualidades necessárias para ser prefeito de Natal”, disse o presidente do PL estadual.

    Lembrando que Girão está muito melhor avaliado em pesquisas divulgadas pela imprensa potiguar nos últimos meses.

    Lá na ponta, o inexpressivo deputado Gonçalves, também do PL e pré-candidato do Bolsonarismo em Natal, coloca fogo no parquinho. O deputado, também conhecido como Lagartão (piada pronta, né?), emitiu nota se posicionando sobre a candidatura de Freire. Faltou pouco para o Lagartão taxar Freire de “comunista”:

    “Não tenho nenhum problema de ordem pessoal com o Dep. Paulinho Freire, mas constatamos de acordo com o site Placar Congresso, que o mesmo votou 66% com o governo Lula, então não há como sustentar um argumento que este político é oposição ao câncer que destrói o nosso estado e nação e que tanto combatemos…” — diz a nota.

    Enquanto Paulinho Freire segue tentando unir as alas bolsonaristas – em declínio no Rio Grande do Norte — de Girão, Gonçalves, Azevedo e cia, os outros pré-candidatos já definidos por suas bases vão engrossando os discursos e construindo alianças e estratégias. O atual prefeito Álvaro Dias (Republicanos) não pode se candidatar novamente, então o cenário ainda é de indefinição de quais serão os concorrentes que vão aparecer nas urnas em outubro com seu apoio. Há quem diga que Álvaro vive seu pior momento político, que perdeu o bonde devido a demora em anunciar uma candidatura sólida para sua sucessão. Os nomes postos até agora pelo prefeito não conseguiram sequer coçar a imaginação do eleitor da capital. Mas, aguardemos definições muito sussurradas nesses dias de calor.

    Carlos Eduardo Alves (PSD) ainda não anunciou oficialmente sua candidatura, mas já se diz pré-candidato e aparece disparado na primeira colocação das pesquisas, que trazem o nome de Natália Bonavides (PT), lançada como pré-candidata pelo PT, na segunda colocação em todas as consultas eleitorais para 2024.

    Apertem os cintos. Ainda tem muita lenha pra queimar até outubro. E um carnaval já começando para animar os dias, quiçá os ânimos. Evoé!

  • “Minhas raízes têm história: identidade e ancestralidade nos sertões” trabalha a memória afetiva de estudantes da UFRN no Seridó

    Construir fontes históricas unindo a oralidade, os saberes ancestrais, a memória afetiva e a origem dos estudantes. É com esse objetivo principal que o projeto de extensão Minhas raízes têm história: identidade e ancestralidade nos sertões atua no Centro de Ensino Superior do Seridó (Ceres/UFRN). Como forma de finalizar as atividades do projeto neste ano de 2023, os participantes visitaram, no dia 14 de dezembro, os municípios de Jucurutu, no Rio Grande do Norte, e Catolé do Rocha, na Paraíba.

    Com o apoio do Laboratório de Estudos de Populações Sertanejas (Lapops), vinculado ao Ceres, o projeto busca oportunizar aos alunos a produção do conhecimento histórico a fim de fortalecer a identidade e a família como agentes históricos, possibilitando o contato de dizeres, fazeres e saberes de várias gerações. De acordo com o professor Helder Macedo, do curso de História da unidade acadêmica, a iniciativa contribui para a interiorização das ações da Universidade, visto que a maior parte dos alunos são residentes no sertão do estado.

    Após os encontros presenciais, de discussão de textos-base tratando da ancestralidade sertaneja, os discentes levaram até seus familiares a discussão sobre a importância de se estudar essa temática, realizando exercícios de aplicação da metodologia da História Oral. Nessa primeira etapa extensionista, os alunos deslocaram-se até suas famílias nas cidades de Acari, Caicó, Campo Grande, Cruzeta, Currais Novos, Florânia, Jucurutu, Parelhas, Rafael Godeiro, Santa Cruz, São Vicente e Severiano Melo, no RN. Os estudantes visitaram, ainda, as cidades de Belém do Brejo do Cruz e Catolé do Rocha, na Paraíba.

    Após a realização das entrevistas, de volta ao trabalho prático desenvolvido na UFRN, os discentes prepararam uma cartilha destinada à comunidade em geral, como os familiares, na qual são propostas várias estratégias para acessar e discutir o tema de família e ancestralidade. “Os documentos foram customizados com desenhos, colagens, fotografias, além de frases das entrevistas com seus parentes”, comenta Helder Macedo.

    Para a execução do projeto, houve também o apoio de Gracineide Pereira e Rosélia Oliveira, pós-doutorandas na Licenciatura em História do Ceres. Juntamente ao docente Helder Macedo, as professoras atuaram como coordenadoras e trabalharam, com os alunos, conteúdo ligado a fontes históricas e potencializaram o tema da identidade e da ancestralidade nos sertões. Para Gracineide, o Minhas raízes têm história: identidades e ancestralidades nos sertões oferece a oportunidade de ver, olhar, ouvir e conhecer o eu e os outros, deixando rastros históricos e vozes eternizadas no tempo.

    Rosélia Oliveira acredita que os objetivos do projeto de extensão foram alcançados, já que cada aluno, ao entrevistar seus familiares, produziu fontes históricas que ajudarão em larga medida na compreensão da identidade e da ancestralidade seridoense. “Ao eternizarmos as falas dos nossos entes queridos, preservamos as memórias afetivas e a história das famílias, que servirão de pistas para trabalhos futuros”, aponta a docente.