Por Ana Paula Cadengue
Eleições, Copa do Mundo em novembro, Natal, Réveillon, veraneio, recesso, férias escolares, Carnaval. É, não à toa dizem que que o ano no Brasil só começa depois da folia de Momo. Bom, pelo menos para a maioria dos reles mortais. Para o governo Lula, o ano e sua terceira gestão à frente da República, começou ainda em 2022, quando a escumalha que estava no poder se enfiou no buraco de onde nunca devia ter saído e tentou golpes e passadas de boiadas diversas.
Para se ter ideia, os 100 dias do novo governo que se completam em 10 de abril já foram contabilizados em 7 de fevereiro. Sem querer dar nó na cabeça de ninguém, a nova equipe teve que entrar em campo antes do horário regulamentar para refazer ou restabelecer o que Bolsonaro e seus Ministros se incumbiram de destruir avassaladoramente nos últimos quatro anos.
Nesse clima de terra arrasada em que estávamos vivendo é muito bom perceber que existe governo e que as leis voltaram a ser respeitadas. Pelo menos, a maioria. Dá um alento no coração quando a gente sente que as autoridades estão atentas ao seu povo e suas demandas. Tá, a gente sabe que o Brasil não é nenhum paraíso, mas voltamos a ser uma nação. E a ter esperança de dias melhores.
A implantação de um Ministério que parece fazer frente aos graves problemas que enfrentamos, revogação dos decretos sobre porte e posse de armas e munições, que causaram um clima de tensão e aflição na sociedade e centenas de ocorrências vis que poderiam ter sido evitadas já nos devolveu à ideia de civilização que parecia perdida.
Decretos para combater o desmatamento na Amazônia e nos biomas brasileiros, a devolução do protagonismo ao IBAMA, o socorro e respeito aos Yanomamis e a luta contra ao garimpo ilegal e a atenção às vítimas da tragédia de São Sebastião mostram uma humanidade a que já estávamos quase desacostumados.
Isso, sem falar em tantas outras medidas tomadas por esse governo, como o aumento do bolsa família para R$ 600,00 e do salário mínimo para 1.320,00; mais verbas para a Farmácia Popular; a volta do Minha Casa, Minha Vida; correção – ainda que parcial da tabela do Imposto de Renda; revogação de privatizações de empresas em áreas essenciais, como Petrobras e Correios; fortalecimento de um calendário nacional de vacinação; reestabelecimento de relações diplomáticas e econômicas com o mundo e a valorização da Educação, Ciência e Tecnologia mostram que, finalmente, voltamos para o caminho certo.
Há muito a se fazer, sabemos. Já havia antes dos nefastos últimos quatro anos e até de antes. Ninguém também está achando que vai ser fácil, vide os acontecimentos de 8 de janeiro. É preciso estar atento e forte, canta Caetano há anos e isso nunca foi tão atual.
E, como falamos em música, no hit parade papangunístico a zona de perigo é voltar a um passado bem recente, aprofundando desigualdades, aumentando a miséria e desmontando o Estado. Sem querer ser cria de ninguém, mas voltando para um sonho sonhado e vivido por um bom período, a gente ataca de Titãs e não quer só comida. “A gente quer comida, diversão e arte” e muitas coisas mais. Para todos nós.
Feliz 2023!