Por Ana Cadengue
Sabe aqueles desenhos legais nos muros e paredes de sua cidade? Aqueles cartazes com poesia? Esculturas que lhe tiram o fôlego? Tudo isso é arte urbana. E é exatamente para trazer à tona a discussão sobre essas manifestações artísticas no estado, que vem aí o Festival Riscado, o 1º festival de arte urbana do Oeste potiguar.
Idealizado pelo artista visual Marcelo Amarelo, o Festival propõe a integração entre artistas do interior do Rio Grande do Norte, além de promover a revitalização e embelezamento dos espaços públicos que receberão os trabalhos, transformando-os numa grande galeria a céu aberto, incentivando e valorizando a arte urbana e trazendo cores e arte de qualidade para as ruas da cidade de Mossoró, local onde o evento será realizado, de 23 a 28 de fevereiro.“Eu sempre fiz uns movimentos de arte urbana em Mossoró, como “O Rio não tá pra peixe” e o “A céu aberto”, na década de 1990, e desejava muito produzir um festival, mas sempre faltavam condições e a ideia era ‘riscada’, até que surgiu a oportunidade através do edital da Lei Aldir Blanc e nós conseguimos aprovar o projeto do Festival que ganhou o nome de Riscado”, conta Marcelo.
Podem ser inscritos trabalhos em diversas linguagens, como ilustração, desenho, pintura digital, fotografia, colagem, quadrinhos, entre outras manifestações visuais. As obras selecionadas serão impressas em Outdoors e afixadas nas ruas de Mossoró pela equipe do festival.
As inscrições para o evento seguem abertas até o dia 28 de janeiro e podem ser feitas através do link da bio do Festival no Instagram. Serão selecionados 05 trabalhos, com premiação de R$ 250,00 cada um. Os artistas escolhidos serão anunciados até o dia 06 de fevereiro no perfil oficial do evento @estivalriscado.
O Festival Riscado contará também com oficinas de stencil, lambe, grafite, pintura em latinhas de spray, intervenções artísticas e show online de Rap e foi contemplado na Lei Aldir Blanc/RN, através de edital da Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.
Marcelo Amarelo
Nascido no bairro da Boa Vista, em Mossoró, Marcelo Amarelo, 41 anos, começou sua vida artística ainda na adolescência ao fazer uma escultura de Jesus Cristo. Ao mostrar o trabalho ao pai, comerciante endurecido pelo trabalho no campo e as pelejas da vida, o jovem artista teve seu trabalho jogado pela janela e recebeu o conselho de largar aquela coisa de vagabundo e virar um advogado ou médico. Percebendo que a arte provocava uma resposta, mesmo que não fosse a pretendida, Marcelo fez a mochila e caiu na rua. “Pensei, se incomodou meu pai que não tem conhecimento, nem entendimento sobre isso, deve incomodar mais alguém. É uma arte provocativa. Vai dar certo”. De lá para cá, muita ralação e trabalhos, entre esculturas, grafites, murais, camisetas e telas, além de incursões no audiovisual e participações em instalações, festivais e bienais de arte.
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