Clauder Arcanjo
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Culpa – Capítulo XXV
Por Clauder Arcanjo Ninguém saía, nem entrava. O silêncio era tudo o que vazava daquele quarto em que se encontravam Seu Zequinha e Creuza. Tempos depois, Creuza saiu. Silente, mas decidida. Dona Maria Djanira, que rezava seu terço na cadeira de balanço na sala, abençoou-a: — Vá com Deus, minha filha. Me dê um abraço. […] Mais
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Culpa: Capítulo XXIV
Por Clauder Arcanjo — Seu Zequinha, a casa estava muito triste sem o senhor! — Grato, querida Lídia. De coração. — Agora, Lídia, o meu marido precisa descansar. Os médicos pediram repouso absoluto nos próximos cinco dias — completou Maria Djanira. Em seguida solicitou ao motorista Marquinhos que conduzisse o seu esposo na cadeira de […] Mais
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Culpa | Capítulo XXIII
Por Clauder Arcanjo Os sinos da Matriz badalaram, e Licânia amanheceu invadida pelo revoar festivo do passaredo. — Seu Zequinha saiu do coma! Seu Zequinha saiu do coma! A notícia, a ecoar entre o bulício das ruas, rivalizava com o trinado dos pássaros. — Glória a Vós, Senhor! — Jesus é grande. — E maior […] Mais
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Culpa | Capítulo XXII
Por todos os cantos, poeira e silêncio. Licânia, coberta com véu cinza, parecia uma cidade estranha. A pasmaceira imperando, movimento apenas dentro do hospital, em socorro do paciente que ali dera entrada. Além dos plantonistas, acorreram os parentes médicos do cidadão vítima de mais um caso de violência policial. Momentos depois, como se lentamente a […] Mais
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CULPA: Capítulo XX
O movimento diante da delegacia aumentava, chegando gente de todos os lugares: Sapó, Mutambeiras, Baixa Fria, Serrota, Estreito, Santa Rita. Sem esquecer que até as damas do Caneco Amassado, único cabaré de Licânia, juntaram-se ao protesto contra a prisão do cabo Maguinho. Creuza, com franca aprovação do dono da casa, ia e voltava levando café, […] Mais
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Culpa: Capítulo XIX
Por Clauder Arcanjo Creuza entrou com passo lento. Sentou-se perto do fogão frio, pois a casa estivera fechada por muito tempo. Antes de acender o fogo, resolveu orar. A cabeça confusa, as lembranças a se meterem por entre as orações. Como não conseguia avançar sequer no pai-nosso, abriu os olhos e decidiu interromper as preces. […] Mais
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CULPA | Capítulo XVIII
— O preso fugiu! O preso fugiu!… Licânia acordou com aquele tumulto que brotou da cadeia e, em pouco tempo, tomou as ruas da cidade. Quando chegou ao Mercado, virou domínio público. Durante o dia só se falava daquela fuga. — Com certeza, minha gente, teve ajuda de alguém lá de dentro da… — Feche […] Mais
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CULPA | Capítulo XVII
— Bom dia, dona — o soldado Maguinho saudou-a. — Bom dia. O senhor quer falar com o seu Zequinha? — Na realidade, minha senhora, queria dar uma palavrinha com a Creuza, hóspede do casal. Lídia, sempre receosa com as coisas da lei, ficou nervosa e logo indagou: — Algum problema? Maguinho, amassando a boina, […] Mais
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CULPA | Capítulo XVI
Por Clauder Arcanjo A manhã se apresenta em passos lentos. Sol tímido e passaredo em pios baixos, coisa incomum. Na cadeia, os dois homens (um preso e outro na parte externa da cela) se olham, mas parece que não se veem. A vista perdida em lonjuras, em coisas que só o pensamento capta. Com pouco […] Mais
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CULPA | Capítulo XV
Noite fria. Longa e inquieta. Cabeça em tumulto, entre o sono e a vigília: — Não, Creuza. Melhor não. A cidade dorme. Acordados, somente os bêbados. Mas esses, em Licânia, parece que nunca dormem. — Creuza, sou… É perigoso, Creuza. Perigoso, ouviu? O soldado de plantão, incomodado com o vozerio, resolve conferir de qual preso […] Mais
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Culpa: Capítulo XIV
— Cabo, há quanto tempo que ela entrou para falar com o preso? — Delegado, faz meia hora. O delegado arrumou o revólver na cartucheira e deu uma volta em torno da mesa. — Vá e veja se colhe alguma pista para… Seja discreto, não vá se aproximando com aquelas suas botinadas de acordar quarteirão! […] Mais
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CULPA | Capítulo XIII
— Estou recuperada e pronta para seguir em frente — disparei mal entrei na copa. À mesa, seu Zequinha e dona Maria, ladeados por Lídia, serviam-se do café da manhã. — Bom dia! — saudou-me o dono da casa, apontando-me uma cadeira. — Minhas desculpas pelos maus modos, mas é que… — tentei me justificar. […] Mais