Um olhar aguçado, que consegue captar em artefatos sua riqueza de detalhes e valor histórico, muitas vezes obras que não são notadas por grande parte da população. É como se elas se comunicassem apenas com quem tem sensibilidade aguçada, mas que todos podem ver, pois estão em todos os lugares, com grandeza e imponência. “A cidade de Mossoró como um museu a céu aberto – um século de obras de arte nos espaços públicos da capital do oeste potiguar” é um trabalho grandioso, que mostra detalhes geográficos e artísticos de Mossoró, esmiuçados e publicados de uma maneira singular pelo professor Thalles Chaves Costa.
No livro, uma obra de suma importância para pesquisadores, com densa discussão teórica, conceitual e de sólida sustentação empírica, Thalles discorre sobre a questão do espaço e obras de arte como produtos, resultantes da ação humana ou social. Monumentos, bustos, esculturas, talhas, mosaicos, painéis, grafites, obras mistas “são quase habitantes. As pessoas interagem com elas e vice-versa, E tem o incrível poder de mobilizar a comunidade” — explica.
Sua pesquisa faz uma linha do tempo das obras de arte pública de Mossoró desde1960. Uma releitura da Estátua da Liberdade, na Praça da Biblioteca Municipal, antiga União Cacheiral, foi a primeira obra catalogada.
A paixão de Thales pelo assunto o fez se especializar no assunto, o que rendeu-lhe vaga na universidade para lecionar História da Arte, em um curso de Arquitetura. Antes, enveredou pelo audiovisual, com a mossoroense Toinha Lopes e Gustavo Luiz, com o documentário “O poeta e a bicicleta”, sobre o poeta Antônio Francisco. O vídeo, que está disponível no YouTube, chegou a integrar mostras de cinema na Europa.
O resultado de sua pesquisa de dissertação de mestrado se transformou nesse livro, que salienta a importância a lei municipal 427/89, de autoria de Carlinhos Silveira, que determina a estabelecimentos com mais de mil metros quadrados, tipo supermercados, hospital-universidade, condomínio residencial, shopping center, posto de gasolina, motel, hotel abrigarem artes.
Em nossa conversa, o professor Thales ainda lembrou do saudoso Jota Patrício, um dos maiores benfeitores da terra de Santa Luzia — patrocinador de grandes monumentos no estado —, e dos artistas independentes, como Nôra Aires, Careca e Marcelo Amarelo, um dos grandes expoentes da escultura e grafite em Mossoró: “O Marcelo é um dos nossos artistas mais contemporâneos, sua obra é maravilhosa e está em todos os cantos do estado. Marcelo aparece como um dos protagonistas, um desses artistas mais atuantes, com maior número de obras instaladas na cidade”.
Para adquirir o livro e conhecer mais sobre o assunto, basta entrar em contato com a editora Queima-Bucha (AQUI) ou pelo WhatsApp do autor: (84) 98819-5109.
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