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Um (ano) novo na gestão pública mossoroense

Em pouco menos de uma semana Mossoró terá um ano novo e uma política, aparentemente, nova, já que o prefeito eleito se posiciona como o novo e alguém que que recebeu uma missão divina para libertar essa terra abençoada dos grilhões da família numerada.

Depois de algumas décadas com hegemonia do clã Rosado dominando a cena política local, um nome sem sobrenome Rosado e sem ter o apoio velado ou nos bastidores da família conseguiu chegar ao poder numa eleição ordinária. Não resta dúvida que é um feito e tanto, mas que a conjuntura política nacional e estadual já fazia o prenúncio de grandes mudanças que poderiam repercutir em nossa urbe.

O novo prefeito terá grandes desafios para superar. Primeiro está na sua inexperiência a frente de gestões públicas ou mesmo privada. Somente boa vontade e um desejo no coração não é suficiente para fazer rodar a engrenagem que faz Mossoró se mover. Mas, se tiver a destreza de liderar bem e sua equipe de auxiliares der as respostas que ele precisa, certamente seu caminho será menos tortuoso.

Um segundo ponto que merece atenção é a questão estrutural das contas municipais. Acredito que ele deve ter em mente que nem todo o dinheiro que entra nos cofres públicos pode ser gasto de qualquer forma, ou seja, a disponibilidade de recursos em caixa não quer dizer que está disponível para se gastar ou investir a bel prazer da vontade do prefeito de ocasião. Muitos gestores públicos respondem por improbidade administrativa, pois se esquecem desse pequeno detalhe e por inabilidade ou necessidade trata os recursos como se fossem de uma conta única.

Ainda sobre as finanças é possível enxergar, mesmo de fora, que a atual gestão está fazendo malabares com os recursos da Fonte 100 (fonte própria de arrecadação). Essa receita é responsável pelo equilíbrio da gestão, se ela está mal a gestão está mal, se ela está bem a gestão está bem. Nesse processo todo de transição a equipe do prefeito deveria ter se ligado nela, se não o fez, certamente terá problemas nos primeiros meses de administração da máquina pública.

Um terceiro ponto se assenta sobre a questão política. Como será que o prefeito lidará com os futuros vereadores? Uma coisa positiva é que muitos dos macacos velhos ficaram pelo meio do caminho e ele negociará com uma Câmara renovada e, a priori, sem ou com poucos vícios. Mas, não resta dúvida que será um desafio enorme para ele e para sua gestão, já que manter a base quase sempre quer dizer abrir espaços para os caros vereadores, parafraseando o alcaide Dix-Huit Rosado.

Já dizia um amigo que todo gestor, por mais medíocre que seja, é bom quando tem dinheiro sobrando.  A destreza de um bom administrador está em fazer as coisas acontecerem com parcos recursos. Tenho a convicção que isso será também um grande desafio para o novo alcaide.

A sorte foi lançada em 15 de novembro de 2020. E a partir de 2021 se espera da nova gestão uma nova política onde a coletividade seja o foco das ações. Mossoró não aguenta mais bravatas e gestores egocêntricos.

Daqui continuarei torcendo para que Mossoró dê certo. Mas, estarei vigilante e cobrando aquilo que foi apresentado no plano de governo do prefeito. Nossa luta é pelo bem de Mossoró e isso não abro mão. Gutemberg Dias é professor e empresário.  

Escrito por Gutemberg Dias

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Chegamos ao fim do ano e aí seu Jair?