Sobre

Os rejeitados

Creio que você — ou todos nós — em pouca ou larga medida nalguma parte do caminho foi tentado a chegar mais rápido ao pódio, e para isto flertou com atalhos e com um deles foi além, enveredando por nebulosos caminhos, somente se dando conta do erro voluntário quando não mais lhe era permitido a volta.

Vendo a nova versão da novela Pantanal — a primeira assisti no Acre quando trabalhava na TV e Jornal Rio Branco — e observando Xeréu Trindade com sua negociata com o Cramunhão, na qual deu sua alma em troca de se tornar um grande violeiro, mas em dados momentos desfazem o trato para logo no capítulo seguinte voltarem a ficar de boa.

Fiquei imaginado que para tanto, isto é, para uma boa negociação com as coisas do além, também é preciso uma certa competência para que ambos saiam ganhando. Todo bom trato, contrato, pressupõe que os lados em questão tenham ganhos, pois, os dois detêm o que o outro quer. Assim sendo, não basta um querer e o outro não ver vantagem alguma no acordo e se postando dessa maneira, certamente, nem de palavra ou mesmo grafado com sangue haverá combinado.

Sempre existirão os rejeitados, vetados, os barrados no baile, aqueles que não conseguem um tratado nem do “lado de lá” e menos ainda do “lado de cá”, são os incompetentes, aqueles que não descobriram sua verdadeira competência para se postarem ante a vida, passando a viver na periferia, a margem, nas cercanias da felicidade alheia, cheios de frustrações, medos, temores e rancores, talvez até por pura preguiça não vislumbraram sua vocação e buscam o atalho e dão com os burros n’água. Estes são os mornos, aqueles que Deus os vomitará, pobres almas não deram certos nem com Deus e nem com o diabo.

Claro, que a ética deve ser praticada a exaustão até se tornar espontânea, porém num país onde se anuncia aos quatro ventos que todos devem levar vantagem em tudo, todos somos tentados às negociatas. Penso se propusessem um acordo de cavalheiros com o “Sete peles” oferecendo minha velha e surrada alma, em troca d’eu aprender a tocar violão, certamente, o “canhoto” riria cavernosamente nas minhas fuças mandando-me procurar outra freguesia e, ainda, talvez, fosse debochado “Ora, meu amigo, se Deus não lhe conseguiu esse milagre, imagine eu”.

Me reavivou a memória um caso verdadeiramente verdadeiro acontecido com uma amiga nossa de longas datas, que há anos vinha tentando tirar a carteira de habilitação, nas provas escritas passava com louvor, mas nos testes práticos era um desastre completo, atropelava todos os cones, sem falar dos outros alunos que se escondiam, e não tinha jeito: era reprovada sempre. Não mais resistindo aos conselhos de amigos para “molhar” a mão do instrutor, decidiu levar para prova de volante três notinhas de R$ 100,00 as quais, quando a sóis com o professor, as pôs no bolso do colete dele. Às 23h, daquele mesmo dia, quase já roncando, recebe uma ligação telefônica, do outro lado uma voz perguntava como faria para devolver os R$ 300,00 pois, não queria ser cumplice de alguma catástrofe de trânsito.

“Tamujuntu”, não no “atalho”, mas na incompetência. Ela lá no volante e eu cá nas cordas do violão.

Frase:
Fome: Bolsonaro: “não se veem” pessoas “pedindo pão na porta da padaria”.

Água
Estamos em plena campanha política, o horário eleitoral já foi estabelecido nas rádios, tvs e redes sociais e claro, não poderíamos ficar privados das figuras caricatas que tornam, por vezes, seus vídeos verdadeiros peças humorísticas.

O candidato ao Governo do RN, Fábio Dantas falando de servidores públicos e candidato ao senador que destruiu a CLT, Rogério Marinho, querendo assumir paternidade da “criança” quando tenta induzir o povo potiguar a crer que foi ele quem fez a transposição das águas do São Francisco. Os dois são humoristas de talento duvidoso e fadados ao insucesso das urnas.

Negacionista
O Brasil estampado no mapa da fome na ONU, milhões de pedintes nos sinais de trânsitos das grandes cidades, pessoas se digladiando para pegar por ossos, outras “atacando” caminhão de lixo por restos de comidas e o negacionista continua afirmando que não há fome no Brasil.

O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar aponta que são 33,1 milhões de pessoas com fome no país, o mesmo nível de 30 anos atrás.

V Futebol e Arte 2022
Como já se tornou marca registrada a exposição promovida pelo Bardallos durante as “Copa do Mundo de Futebol” desde 2006. Para Copa do Catar foram convidados para coletiva V Futebol e Arte 2022 11 artistas que irão explorar o tema “Futebol”, com abertura marcada para dia 17 de novembro pontapé inicial às 17h, já se pode dizer que vai ser uma goleada. O Vinícius Júnior estará nos representando.

Escrito por Brito Silva

Conto: Tórrido

Cancelamento de Voo