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Caldo de Bila

O deputado federal Robinson Faria (PL) é o novo coordenador da bancada do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional e, com isso, tem a atribuição de sistematizar as sugestões das emendas parlamentares durante elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) da União, além de ter acentuada a responsabilidade de defender e lutar pelos interesses do estado.

“Agradeço a confiança dos parlamentares que me elegeram coordenador da bancada federal do Rio Grande do Norte. Pretendo agregar minha experiência na vida pública nesta importante missão, em que junto a meus pares, faremos um trabalho compartilhado de articulação em defesa do (sic) interesses do RN”, disse o new coordenador em suas redes sociais.

Eleito deputado federal em 2018 com 97.319 votos, Robinson Faria (PL) já foi deputado estadual por seis mandatos, quando presidiu a Assembleia Legislativa do RN durante 8 anos — quem não lembra da Dama de Espadas Ritinha Mercês Reinaldo, a quem o presida “compartilhava” experiência? —, vice-governador de Rosalba Ciarlini, de 2010 a 2014 e governador do estado de 2014 a 2018.  À época, a experiência partilhada era o de “governador da segurança”. Ainda tentou a reeleição, mas ficou em terceiro lugar, com cerca de 11% dos votos válidos no primeiro turno.

Robinson teve um desempenho pífio como governador, atrasou salários dos servidores, enfrentou uma séria crise no sistema penitenciário e viu o número de homicídios crescer vertiginosamente.

Apesar de tudo isso, conseguiu ser alçado à Câmara dos Deputados, ocupando a cadeira que foi de seu filho genro de Sílvio Santos que esteve deputado federal por 4 mandatos e se tornou ministro de Bolsonaro.

Mesmo com a sua propagada “experiência na vida pública”, Robinson Faria tem tido um desempenho “apático” na Câmara Federal, como tacham algumas línguas potiguares. E parece que não é exagero.

E chama a atenção a religiosidade do nosso representante, que está a mil pelo Brasil, que nesses praticamente 14 meses de exercício apresentou 06 projetos de lei, segundo o portal da Câmara dos Deputados. Quatro deles incluem no Calendário Turístico Nacional as festas de Nossa Senhora da Conceição, em Ceará-Mirim e de santa Rita de Cássia, em Nova Cruz; o Festival de Inverno de Serra de São Bento e a procissão em homenagem a Nossa Senhora da Piedade, no Município de Espírito Santo. Além desses, um que disciplina a transmissão obrigatória de mensagens de alerta pelas prestadoras de serviços de telecomunicações e de radiodifusão sonora em caso de risco de desastre ou situação de emergência e outro que dispõe sobre a cobertura integral e multidisciplinar, por parte das operadoras de planos privados de assistência à saúde, dos procedimentos necessários ao cuidado das condições relacionadas ao Transtorno do Espectro Autista.

Robinson ainda subscreveu algumas propostas de seus colegas deputados e se pronunciou em plenário por oito vezes.

Para se ter uma ideia, o neófito Sargento Gonçalves, vulgo “lagartão”, também do PL, já fez uso da palavra em plenário 106 vezes. Ninguém pergunte o que ele falou porque já é demais, né? Os números são só para comparação.

Bom, mas é exatamente por seu desempenho acanhado no Congresso e ausência nos espaços de poder locais que se questiona a capacidade do deputado ex-governador em coordenar a bancada federal do estado – os seus sete colegas deputados e os três senadores –  e, o mais importante, articular a união dos políticos e por que não da sociedade civil organizada em defesa dos interesses do Rio Grande do Norte. Diz-se por aí que essa nova função é areia demais pro caminhãozinho dele. Outros vão além e vaticinam num bom nordestinês: “Esse daí é mais fraco que caldo de bila!”. (ch)Oremos.

Papangu na Rede – Edição 40 – Março de 2024

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