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É golpe!

O sociólogo Celso Rocha de Barros fez uma análise muito lúcida e interessante no início deste mês sobre o Brasil atual e o caminho conturbado e de incertezas que seguimos. Para Rocha, o certo mesmo é que “se houver golpe, vai ser para roubar”.

Ele discorre em texto publicado na Folha sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro dizer que “ou a eleição de 2022 terá voto impresso ou ela não vai acontecer” e de como as Forças Armadas e todas as outras instituições da República deveriam ter publicado uma nota conjunta dizendo: “Jair, se der golpe, vai morrer. Abs.”

Mas nada foi publicado, muito pelo contrário, os comandantes militares ameaçaram dar um golpe de Estado caso a CPI da Covid continue investigando oficiais bolsonaristas que roubaram (ou quase deu certo) dinheiro de vacina. A nota do Ministério da Defesa sobre a CPI e seu silêncio sobre o golpismo do presidente da República, a entrevista golpista do chefe da Aeronáutica, tudo isso é sintoma da degeneração moral que Jair Bolsonaro causou na República brasileira.

Não à toa, pelos últimos acontecimentos na CPI, não será difícil encontrar marcas de batom nas cuecas do coronel da reserva Élcio Franco, homem de confiança de Pazuello — que há poucos dias apareceu uma grande “mancha” de corrupção em vídeo gravado quando tentava comprar vacinas pelo triplo do preço. Voltando ao coronel da reserva Élcio Franco, ele tem no currículo da CPI uma negociação em que uma mutreta de imunizantes teria acontecido.

O sociólogo chama a atenção para a turma de 64 que tinha a decência de mentir que o golpe deles era para combater a corrupção. Era uma época em que o vício ainda prestava homenagem à virtude. Ao atacar o presidente da CPI do Senado, as Forças Armadas estão sinalizando, voluntária ou involuntariamente, que protegerão seus corruptos. E se houver golpe, vai ser para roubar.

Para finalizar um mês de mutretas golpistas, chega o Braga Netto para infernizar nossa democracia. E não temos mais um dia de paz!

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