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Freud que explique

Não há dúvidas quando falamos de alguém bem ou mal, por mais que minúsculo seja um comentário, uma simples opinião ou mesmo uma robusta tese feita sob os melhores e mais rigorosos métodos tecnológicos disponíveis, ainda assim não seremos justo o suficiente para, de fato, sem ter medo de errar e mostrar uma descrição capaz de vestir a figura da qual falamos, e se o fizer, na verdade, esta será apenas uma embalagem e talvez, uma fina e frágil camada que a qualquer momento pode se romper e vir à tona, emergir o real sudário, a verdadeira essência nua e crua.

Na noite do dia 4 de setembro, lá por voltas das 20h, recebi uma ligação no WhatsApp: “aqui é fulano, posso fazer uma ligação de vídeo, quero ver você, Socorro e mostrar para vocês meus netos e minha bela Sônia — nome fictício —” de pronto, respondi afirmativamente.

O reconheci pela voz, apesar de anos sem nos vermos. Ele é um amigo de mais de trinta anos que tinha trocado Mossoró/RN pelo Rio de Janeiro, agora, aposentado veio residir em Natal, me encontrou através do meu site e redes sociais:

— Boa noite, amigo. Quanto tempo?

— Isso mesmo, amigo faz um bom tempo.

— Como vai você? Parece que o tempo não passa para você.

— Amigo, sua generosidade continua a mesma, mas o tempo é cruel com todos nós.

Falamos de nossas jornadas profissionais, dos tempos de Luzia do Ponto Frio, do Bar de Djalma, quando ali perto do Colégio Estadual – hoje Jerônimo Rosado – onde por milhares de vezes com algumas “meiotas de Pitú”, devidamente acompanhadas de coração assado, víamos o sol nascer. Ah! Também trocamos “figurinhas” sobre doenças como faz qualquer sexagenário que encontra outro, falamos dos níveis de açúcar no sangue, pressão alta e por coincidência ele também foi acometido de um AVC. Enfim, passamos reciprocamente todos os nomes de remédios que hoje tomamos no lugar dos longínquos “burrinhos”.

Maria e Sônia já impacientes, entraram na conversa falaram, falaram, também não muito distantes de nossos assuntos. Fotos de netos pra cá, fotos de netos pra lá, foram mais de léguas de papo e boas lembranças e muitas risadas. Já marcamos uma sentada, agora, com um copo de vinho para cada, sob a supervisão da “tropa de choque”: os netos.

Em nosso bom papo, além de se dizer fã dos meus trabalhos e de como meus desenhos são pertinentes, mostrou-me várias caricaturas como Wallpaper do seu celular, dos meus textos, falou que morria de rir e ficava sempre esperando o próximo, entretanto, lá para tantas, veio o “mas” — quando se diz “mas”… Sei não… — “em seus artigos você fala sempre na primeira pessoa, você fala sempre de você”:

— Ora, quem me conhece melhor que eu mesmo? Indaguei.

Riamos e morreu por aí o assunto, pulamos para nosso Botafogo. Tenho gosto por uma frase que muitos põem na conta de Sócrates “conhece-te a ti mesmo”. Por certo, quando esta foi posta seria e, é muito mais elástica do que parece ou quer dizer nossa vã filosofia. Entretanto, ainda na superfície, para escrever com verdade escrevo sobre minhas experiências e vivências, assim não corro o risco de me desviar da verdade. Ainda assim, alguns podem não me reconhecer, afinal, não sou apenas um, mas um universo e, certamente, sou um cada escrito, a cada rabisco, a cada desenho, a cada pensamento agregado, isto é, sou mutante. Vivas aos “eus” em todos nós. Freud que explique!

Milho aos pombos

As pessoas andam inertes, anestesiadas, olhando para o mesmo lado feitas estátuas de sal – como diz a música – parecem zumbis aceitando todas atrocidades destes tempos escuros. Gasolina a R$ 7,00; gás de cozinha R$ 120,00; gente comendo lixo, brigando para pegar um osso, pé de galinha e carcaças de frango à venda nas mercearias…E nós na praça dando milho aos pombos.

Micro Ciro

O paulista Ciro Gomes, que é fake de cearense – terra que produziu José de Alencar não paria um Ciro tão micro – se afoga em sua própria lama. Em seus criativos delírios anda vomitando que Lula conspirou contra Dilma, isto é, Lula teria fomentado o impeachment.

Na ânsia de viabilizar sua posição para dois dígitos nas pesquisas de intensões de votos à Presidência da República mente com tanta convicção que certamente, acredita no que diz.

Caricatura

Caricatura de George Enescu para o Salonul Internaţional de Caricatură Botoșani – România – 2021

Frase

“Não tomo vacino e sou super normal” – Apoiadora de Bolsonaro que invadiu a Câmara Municipal de Porto Alegre/RS contra o passaporte da vacina.

Escrito por Brito Silva

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