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HISTÓRIAS PRÉ-PANDÊMICAS

As histórias a seguir, são do período pré-pandêmico. Até porque nesses quase dois anos de reclusão, não me aconteceu nada digno de registro.

As moedas e os pães

Minha neta Maria Beatriz, bebê mais lindo do mundo, à época com 7 anos, juntou durante um bom tempo, moedas para comprar o seu presente do Dias das Crianças.

Com ela não tem essa história de guardar apenas moedas de 1 real e de 50 centavos. Qualquer moeda, de qualquer tamanho ou valor que ela encontrasse dando sopa pela casa, ia pra dentro de sua “casinha” (o minhaeiro tem o formato de uma casa).

A “casinha” já estava bem pesadinha e com a proximidade do Dia das Crianças, resolvemos abrir. Havia moedas de 5 centavos a 1 real. Contamos 190 reais e aí cata uma moeda daqui outra dali, uma doação daqui outra dali, fechamos os 200.

Eu, com minha mania de organização fiz os pacotinhos com durex, todos separados por valor e fui em uma das lojas do Nordestão trocar por cédulas. Cheguei todo contando vantagem: “Tem 200 reais. Os pacotinhos todos feitos”. A moça que me atendeu falou muito simpática: “Ah! Vamos ter que desmanchar tudo. A tesouraria não aceita assim não”.

E lá ficamos nós dois desmanchado mais de 30 pacotinhos de moedas. Depois de um bom tempo contando moedas, a conta bateu e ela falou: “Beleza. 200 reais. Vou ali pegar o dinheiro. O senhor vai querer os pães?”.

Eu achei que tinha entendido errado: “Os pães?!”. E ela respondeu rindo: “Éééé! O senhor tem direito a 20 pães. A cada 10 reais de moedas, ganha um pão”. E eu ainda estupefato: “Claro que quero”!

Aí estão os 20 pães que não me deixam mentir.

É muita falta de absurdo!

Tem coisa que só acontece com esses esquerdopatas, comunistas comedores de criancinhas, vermelhos degenerados, petralhas despudorados, assim que nem que eu.

            Eu ganhei na Lotofácil! Pois é, meus caros. Quase virei um milionário.

Então fui receber o meu prêmio no valor exorbitante de R$ 4,00 tendo em mãos um código fornecido pelo site da Caixa. Eu sempre faço minhas apostas pela internet. A instrução era de comparecer em qualquer lotérica portando o tal código e retirar o prêmio.

Peguei a fila e quando cheguei no guichê falei pra moça: “Vim pegar o meu prêmio”, e entreguei um post-it com o código escrito. A jovem olhou pra mim com cara de espanto e perguntou: “O que é isso!?”. Respondi: “É o código que a Caixa me forneceu para receber o meu prêmio da Lotofácil em qualquer lotérica”. Ela disse: “Nããããooooo! A gente só paga com o comprovante da aposta”. E eu disse: “Eu fiz a aposta pela internet”. E ela meio que aliviada: “Ah! Tá! É que essa lotérica ainda não está preparada para pagar jogo pela internet”.

Donde já se viu um negócio desses? E eu “certim” que ia sair de lá e gastar aqueles R$ 4,00 “todim” com cerveja! Pense numa fuleragem!

Como não encontrei nas proximidades do trabalho ou residência, qualquer lotérica “preparada” para pagar prêmio de aposta feita pela internet, acabei não recebendo a minha fortuna e deixei de virar um milionário.

Escrito por Marco Túlio

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