Enfim, o “TrumLulá”!
E mais: Deus anda mal de “parças”, NBA manipulada, o vai e vem do “Casal Bet”, o diabo que desistiu do golpe e “Zambelleta, La Pistolera” agora “la bi-condannata”
O tête-à-tête do século (ou quase isso)
Então ficamos assim: o colóquio, o tão esperado tête-à-tête presidencial, finalmente aconteceu. Em 45 minutos de conversa (muito lenga-lenga, convenhamos!), ficou combinado que as equipes econômicas e diplomáticas de Brasil e Estados Unidos se reunirão para discutir reduções de tarifas e a revogação de restrições impostas a autoridades brasileiras pela Lei Magnitsky. Ou seja: mais um caso clássico de uma reunião para marcar outra reunião.
E não me perguntem se, quando ou o que pode sair dessa nova rodada de “confabulâncias”. Não faço a mínima ideia. Até porque, como poetiza Accioly Neto na bela A Natureza das Coisas, “amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada”.
Por enquanto, vida que segue — e o conselho é um só: sem grandes expectativas. Afinal, o que contava mesmo era o encontro, o clique e a foto promocional… ou não?
Atualizando a treta diplomática
O Senado americano aprovou uma medida para derrubar tarifas dos EUA contra o Brasil, mas a votação ainda precisa passar pela Câmara — de maioria republicana — e pode ser vetada por Trump.
Não é nada, não é nada… não é nada mesmo!
Deus e seus “parças”
Enquanto Trump e Lula trocavam palavras de carinho explícito, o “parça” Daniel Alves reaparecia no noticiário — desta vez, não por causa de um novo escândalo, mas pregando num culto evangélico em Girona, a cerca de 100 quilômetros de Barcelona. Mas eu tenho uma dúvida: Daniel Alves pregando em um culto evangélico, não pode ser considerado um escândalo?
Desde que deixou a prisão por acusação de estupro, o ex-jogador adotou um discurso messiânico: publica mensagens de fé nas redes, apresenta-se como “Discípulo de Cristo Jesus” e diz ter feito “um pacto com Deus”. Segundo ele, vive agora uma nova fase — de fé, arrependimento e afastamento dos holofotes.
Deixe o “parça” Neymar saber dessa presepada… Só sei de uma coisa: se Deus anda fazendo pacto com gente da espécie de Daniel Alves, está ficando muito mal de “parças”.
E a “pregação” não para por aí. O recém-ungido “New Pastorador” resolveu acionar a Justiça contra a ex-esposa, Dinorah Santa’Ana — que também era sua procuradora e sócia entre 2012 e 2023 — acusando-a de ter esvaziado sua conta bancária enquanto ele estava preso.
Eu só acho que, como bom “Discípulo de Cristo Jesus”, talvez se ele deixasse essa pendenga jurídico-financeira nas mãos do Senhor, Ele resolvesse. Afinal, agora eles têm um pacto, né não? E “parça”, afinal, é pra essas coisas.
Manipulação na elite do basquete mundial
O início da nova temporada da NBA foi abalado por um escândalo que vai muito além das quadras. A liga norte-americana de basquete tornou-se o centro de uma investigação do FBI, que revelou um esquema milionário de apostas e manipulação de resultados envolvendo jogadores, técnicos e integrantes da máfia Cosa Nostra.
Três das chamadas “Cinco Famílias” — os Gambino, Bonanno e Genovese — estariam envolvidas. O diretor do FBI, Kash Patel, anunciou a prisão de 31 pessoas. Entre os detidos, o técnico do Portland Trail Blazers, Chauncey Billups, e o armador do Miami Heat, Terry Rozier.
Se até a NBA — a liga esportiva mais importante e badalada do planeta — está contaminada por esquemas de apostas, imagine a podridão que deve rolar nos demais esportes do cardápio global de bets.
O vai e vem do “Casal Bet”
E por falar em apostas… agora é oficial: o Casal Bet — Vini Jr. e Virgínia “Tigrinho” Fonseca — assumiu oficialmente o namoro. As shippações “Vinivirgi”, “Virgivini” e até “Vinividevirgi” (vim, vi e venci, em tradução livre) voltaram a bombar nas redes.
Pois é, gente. Virgínia “Tigrinho” decidiu dar uma nova chance ao romance após descobrir prints comprometedores de Vini com uma modelo — o que pode voltar a acontecer a qualquer instante, inclusive enquanto escrevo estas mal traçadas linhas — e receber um pedido público de desculpas do craque.
O amor, como as bets, parece ser mesmo um jogo de alto risco.
O diabo desistiu do golpe
Na segunda-feira, 27/10, terminou o prazo para as defesas dos condenados da “Trama Golpista” apresentarem recursos. Nesse último suspiro, a defesa do “Capiroto das Profundas” pediu que o STF reconheça que ele “desistiu” do golpe.
Que gesto lindo, né não? O golpista desistiu de dar um golpe!
Devemos agradecer ao “Capiroto” por tamanha demonstração de altruísmo?
Sobre essa peça jurídica de ficção realista, recomendo o excelente texto de Leonardo Sakamoto, no UOL:
Bolsonaro alega que ‘fumou, mas não tragou’ o golpe, cavalgando voto de Fux
A saideira com “Zambelleta, La Pistolera”
E, claro, não podia faltar ela — a musa trágico-cômica da república dos perturbados adoradores de pneu, a estrela incontestável da “camarilha bolsonariana”: Carla Zambelli, ou, para os íntimos da coluna, “Zambelleta, La Pistolera”.
O STF declarou o trânsito em julgado da condenação de “Zambelleta”, que havia perseguido um homem negro com uma arma de fogo em São Paulo. A decisão tornou a pena definitiva: 5 anos e 3 meses de prisão pelo crime ocorrido em 2022. Agora, Carla Zambelli já pode começar a cumprir a sentença, sem mais possibilidade de recurso.
Essa é a sua segunda condenação pelo Supremo. Antes disso, ela já havia sido sentenciada — por 5 votos a 0 — a 10 anos de prisão pela Primeira Turma da Corte, por invadir os sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e alterar documentos oficiais.
Após essa condenação, a ex-deputada (ou ainda é?) fugiu para “la tua amata Italia”, onde acabou presa e agora aguarda a decisão da Justiça e do governo italianos sobre o pedido de extradição feito pelo Brasil.
E assim termina o episódio da semana: “Zambelleta – La Fuga di Roma”.
“Bentornata, mia cara”.
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FRASE DA SEMANA
“Se uma parcela significativa da população conseguisse distinguir as atribuições dos governos municipal, estadual e federal, já seria um grande avanço na política brasileira.”
Marco Túlio Cícero, ou seja, eu.
E eis que…
Entre desencontros e encontros, “parcerias inusitadas” e discursos de ocasião, tivemos o tête-à-tête presidencial, ex-atleta virando pregador, a Cosa Nostra invadindo as quadras americanas e até o diabo, cansado da má fama, alegando inocência porque tramou, mas desistiu de dar um golpe de Estado.
Mas há cenas que nem a ironia redime. No Rio, a tragédia tem farda, microfone e porta-voz. O governador Cláudio Castro, em sua epifania fascista, chamou de “planejada e impecável” a chacina que tingiu de sangue o chão dos invisíveis. A barbárie, por aqui, continua bem coordenada — e ainda comemorada pelos governantes da extrema direita.
Ainda assim, inexoravelmente, ela chega…
Chega como quem pede licença, soprando brisa entre os escombros, lembrando que há vida, há gente e, por incrível que pareça, ainda há sonho.
Porque, no fim das contas, sempre haverá uma sexta-feira em nossos caminhos.
Tim-tim, e “inté”.
E “prestenção”: “Nunca deixe pra amanhã, o que você pode deixar pra lá”.

