Marco Túlio
De Fux a Musk, scooters e TrumLulá, passando por Zambelli: o mundo em modo “Lupin”
Depois de uma semana de encontros e desencontros, Lula sendo Lula, uniões e desuniões, conchavos diplomáticos e “bolsominions” em estado avançado de putrefação e delírio, eu pretendia, nesta sexta-feira, escrever uma coluna repleta de amenidades.
Daquelas bem leves… tipo fofocas de celebridades, de jogador — ou ex-jogador — aprontando dentro e fora dos gramados, uma ou outra shippação ou des-shippação (confesso que gostei dessa bobagem).
E ainda: o final estapafúrdio da estrambólica Vale Tudo, que, depois de alguns anos de recesso, conseguiu reunir quase a família inteira — e alguns agregados — lá em casa para assistir. E não faltaram, nesse animado trelelê, cervejas e petiscos variados, além de muitos e insistentes pedidos — não atendidos, evidentemente — de silêncio.
Em dezembro de 2024, escrevi na Papangu na Rede sobre essa tradição televisiva familiar. Eis aqui: O Último Capítulo.
E já que estamos falando de novelas, poderíamos também mencionar a não menos estapafúrdia estreia do pagodeiro Belo na próxima novela das 21h30, Três Graças. Que ideia! Aguardemos, pois.
Mas acontece que o Brasil, esse mundo redondo e desengonçado, e agora até o espaço sideral, não me dão trégua.
Logo na segunda-feira, o noticiário já amanhece com mais uma presepada do ministro do STF e bolsonarista de última hora, “Topete” Fux.
“Prestenção!” Vem mais coisa por aí.
1 – Fux e a gramática da enrolação
Fux pede devolução de voto em julgamento que condenou Bolsonaro para ajustes gramaticais – O voto do ministro é o último que falta para a Secretaria Judiciária publicar o acórdão com as sentenças. A demora pode atrasar a prisão do ex-presidente, prevista para o fim deste ano. (UOL – 20/10)
Mas onde já se viu uma coisa dessas?! O que mais esse trambolho do “Topete” Fux vai inventar para tentar protelar a confirmação da condenação e o encarceramento definitivo — e “de vera” — do “inominável”?
Ajustes gramaticais em um voto que durou 13 horas?! Que “diabo” de fuleiragem é essa?
E, seguindo com seus atos “fuxcionistas”, o “Topete” agora pediu transferência – já confirmada – da 1ª Turma do STF (que julga a trama golpista) para a 2ª, como forma de se livrar de vez de qualquer responsabilidade na condenação do “inominável” a 27 anos de prisão.
O que um sujeito não faz para garantir as férias de fim de ano com a família na Disney!
Como a gente diz lá em Mossoró: “Vai arranjar uma lavagem de roupa, seu ‘prejura’!”
2 – Parece coisa de cinema
O que se sabe sobre o roubo de joias no Museu do Louvre – Entre as peças levadas estão três diamantes históricos — Regent, Sancy e Hortensia —, além de um colar de esmeraldas e diamantes que Napoleão deu de presente à esposa. (Carta Capital – 19/10)
Filmes e séries sobre assaltos mirabolantes a museus e obras de arte existem aos montes. Mas, dessa vez, a ficção parece ter inspirado a realidade: o museu mais famoso do mundo, o Louvre, foi alvo de um roubo de verdade — embora, convenhamos, bem menos glamouroso que nas telas.
Tudo aconteceu em plena luz do dia, em uma manhã de domingo em Paris. Enquanto os visitantes começavam a se espalhar pelos corredores, quatro assaltantes invadiram o museu. Segundo as primeiras informações, o grupo entrou por volta das 9h30 (horário local), quebrando uma janela para acessar a Galeria Apolo.
Em apenas oito minutos, os criminosos fugiram em alta velocidade pelas ruas de Paris, pilotando scooters — as boas e velhas “vespas” de antigamente — e levando consigo alguns dos tesouros mais valiosos da França. Assim se consumou um dos roubos mais chocantes da história recente do país. Glamour zero.
Bem diferente da série Lupin (2021), disponível na Netflix, em que Omar Sy interpreta Assane Diop, um ladrão elegante inspirado em Arsène Lupin, o “Ladrão de Casaca” de Maurice Leblanc. No enredo, Diop rouba um colar de Maria Antonieta no Louvre em busca de vingança contra uma poderosa família — tudo com muito charme e engenhosidade.
Para quem gosta do gênero, há boas opções de filmes nas plataformas de streaming:
- Um Crime Nada Perfeito (2009)
- Caçadores de Obras-Primas (2014)
- Oito Mulheres e um Segredo (2018)
- O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos (2021)
- Thomas Crown – A Arte do Crime (1999)
- Picasso e o Roubo da Monalisa (2012)
Um cardápio de tramas e reviravoltas perfeito para o fim de semana — e, quem sabe, para entender por que o crime, quando envolve arte, parece sempre coisa de cinema.
3 – “Plunct, plact, zum! Não vai a lugar nenhum” – Raul Seixas
Musk ataca Nasa por risco de perder espaço na próxima missão à Lua – O diretor-executivo da SpaceX, Elon Musk, atacou nesta terça-feira (21) o chefe interino da Nasa, após ele mencionar a possibilidade de dispensar a empresa na próxima missão lunar. (UOL – 21/10)
Musk, o musgo almíscar, pode perder espaço em missão ao espaço. Isso é o que eu chamo de rolé aleatório espacial.
Depois de uma notícia dessas — de tamanha relevância para o destino da humanidade — … Sem comentários. Os lunáticos que se entendam.
Mas, se vocês têm interesse em se aprofundar nessa história das galácticas, dessa Guerra nas Estrelas (e adianto que a China tá no meio), eis o link.
4 – Olha ela aí de novo, geeeeente!
Zambelli: Ministério Público da Itália dá parecer favorável à extradição da deputada – Bolsonarista foi duas vezes condenada pelo STF, fugiu do país e está presa no país europeu desde julho. (IstoÉ – 22/10)
O Ministério Público da Itália emitiu nesta quarta-feira, 22, parecer favorável à extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), foragida no país desde a condenação pelo STF.
Bem-vinda de volta, Zambelleta, La Pistolera! Como o que não faltam à justiça italiana ou brasileira são os tais dos trâmites legais, é provável que ela ainda passe o Natal “nella sua amata Italia”, naquela prisão maravilhosa e acolhedora.
Sim! E como é que vai a greve de fome?
5 – O amor é lindo! Ou não.
Lula diz que não há assunto proibido com Trump e lista pontos para negociação – Em coletiva de imprensa na Indonésia, o presidente falou que deve tratar sobre o tarifaço e a ofensiva dos EUA na costa da Venezuela em encontro no fim de semana, apesar de a reunião ainda não ter sido confirmada oficialmente. (G1 – 24/10)
Não há assunto proibido?! Pois diga! Choquei!
Por favor, não me peçam mais para comentar sobre esse assunto. Esse “quase” colóquio presidencial já deu o que tinha que dar. É um vai-não-vai desgraçado.
Me lembra um repórter de campo do século passado comentando uma jogada de ataque durante certa partida de futebol: “O ponta esquerda fez que foi, num foi e acabou ‘fondo’”.
Como dizia Bertoldo Brecha, personagem do grande Mário Tupinambá na Escolinha do Professor Raimundo: “E ‘zé fini’ tá na boca do Brasí!”
E assim seguimos…
Sempre entre idas e vindas, encontros e desencontros, corrida espacial e o Brasil orbitando entre o absurdo e a piada pronta.
E eu, cá do meu canto, sigo na toada do Mestre Cartola na obra-prima O Sol Nascerá: “A sorrir, eu pretendo levar a vida”.
E, de preferência, com um bom enredo, uma cerveja estupidamente gelada e muita música boa na radiola.
