Outro dia na fila do pão, dois homens de classe média balançavam as chaves dos seus carrões enquanto papeavam sobre a guerra da Rússia e Ucrânia:
— Não é admissível um país invadir outro dessa maneira, somente por interesse próprio — falou altivamente cheio de razão um deles, de farta pança, minguados fios de cabelos grisalhos e boca larga cheia de dentes amarelados.
— Sim. A Rússia é uma maldição. Está sempre querendo impor seu regime comunista ao mundo. Os Estados Unidos juntos com a União Europeia deviam varre-la do planeta, como fizeram com Hiroshima e Nagasaki, só assim o mundo ficaria em paz — sugeriu o outro sujeito esguio como um varapau, vestindo uma camiseta com estampa nas cores dos “Esteitis” e do Brasil, numa poluição de embaralhar a visão do Cego Aderaldo.
— Devia mesmo! — fez a tréplica o “entendido” do borogodó da geopolítica internacional.
Sem pedir licença uma dessas pessoas que a língua não cabe na boca disparou:
“Mas é preciso combinar com os russos”. Não me contive, não só eu, mas toda padaria tremeu em risos e gargalhadas.
A guerra da Rússia e Ucrânia é a “cantiga” que embala nenenzinho para dormir em todos os quadrantes do mundo. Com tanta visibilidade imposta pelos Estados Unidos e, claro, por se tratar de ser em território europeu, a mídia ocidental faz um estardalhaço dos diabos, além do que já é cruel a própria guerra em qualquer parte do planeta. Entretanto, para comover e ganhar a opinião pública traz às telinhas de bilhões de pessoas, pondo no “funcin” e no cocuruto que o “homem mau” é o Putin e o “homem bom” é o comediante Zelensky, presidente da Ucrânia, o qual podemos até imaginar que está apenas servindo de bucha de canhão para OTAN.
Há guerras na Etiópia, Afeganistão, Iêmen, Mianmar, Haiti, Síria, Militantes islâmicos na África… Segundo a Folha de São Paulo, são 28 conflitos armados mundo afora neste 2022 — e seguramente, fazem parte ativamente, em lados opostos Estados Unidos e Rússia — com pouca ou quase nenhuma luz sobre eles. Quando os americanos invadiram o Iraque à procura de armas nucleares — leia-se petróleo — e prenderam Saddam Hussein dentro de um buraco, ninguém quis saber quantos mortos, estupros, assassinatos foram cometidos pelos soldados americanos. Na verdade, Bush foi ungido a herói, Saddam e sua “garrucha” por sua vez seriam os vilões da hora. Sem entrar no campo minado do “certo e errado”, herói e vilão é determinado de que lado da mídia que você dá ouvidos.
Naquele momento em que os americanos impuseram sanções econômicas à Venezuela, foram aplaudidos por seus aliados – ninguém queria um país “comunista” na América do Sul —, agora, por causa do conflito Rússia e Ucrânia, o Biden mudou de ideia, isto é, fez as pazes com o presidente Maduro e nem por isso foi defenestrado.
Na guerra de informações o ocidente “arrasa”. Claro, nós só sabemos um lado.
Como diz meu amigo Delegado (porteiro, filósofo, monge e sociólogo): “vende mais peixe, aquele que grita mais alto”.
Sujeira
O candidato do PL — Partido Liberal — ao senado federal, o ex-ministro do Governo do Capitão Bufão, o Rogério Marinho andou abocanhando uma boa parcela do chamado “Orçamento Secreto” para comprar caminhões de lixo e distribuir aos aliados em terras potiguares, tentativa de “passar o rodo” na vaga de senador.
O bueiro estourou. A sujeira subiu à superfície, agora além de ostentar alcunha de “O homem do saco preto”, agregou “O homem do carro do lixo”.
Terceira Via
A candidatura idealizada pela elite do “sul maravilha” apelidada de terceira via é uma colcha de retalhos ou também poderia ser denominada de Frankenstein por causas das tentativas de arrumar-lhe uma “cabeça”: Luciano Huck, Sérgio Moro, Datena, João Dória, Ciro Gomes todas houveram rejeição, agora a senadora Simone Tebet (MDB/MS), será transplantada.
Entretanto, já há sinais de necrose e certamente, não será uma “operação” bem sucedida.
Exposição
Acertando os ponteiros com o amigo Ramos, lá do Sebo Balalaika, para muito em breve realizamos nossa exposição virtual de caricaturas com 100 desenhos de artistas da música brasileira e internacional.
Frase
“Que ele tenha o direito de defesa e a presunção de inocência que eu não tive com ele”, Lula sobre Moro réu.
Caricatura
Caricatura da cantora potiguar, de São Gonçalo do Amarante, Ademilde Fonseca Delfino, denominada a Rainha do Choro, que será companhia de outras 99 as quais comporão nosso livro sobre músicos norte-rio-grandense.
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