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Quem tem medo do ChatGPT?

Como já era esperado, as pessoas estão em pânico. O que já era natural do ser humano, parece estar muito mais endossado nesta geração que tem medo de tudo que se move, ainda que conviva com isso a todo o tempo, como é o caso da tecnologia. É engraçado que, mesmo exibindo temor, o próprio jovem de hoje é defensor árduo e fervoroso dessas mudanças que nada mais são do que o curso comum dos acontecimentos. O grande malvado favorito dessa gente agora é o ChatGPT. Já ouviu falar?

O ChatGPT é um grande modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI que usa algoritmos de aprendizado profundo para gerar respostas semelhantes às humanas quando induzido. A ferramenta foi treinada em um enorme conjunto de dados de texto da Internet, incluindo livros, artigos e sites. Quando você insere uma pergunta ou afirmação no ChatGPT, ele usa técnicas de processamento de linguagem natural (NLP) para analisar o texto e identificar as informações mais relevantes. Em seguida, gera uma resposta com base em sua compreensão da entrada e nos padrões que aprendeu com os dados de treinamento.

O instrumento digital usa uma arquitetura transformadora, que é um tipo de rede neural particularmente eficaz para o processamento de linguagem natural. O modelo consiste em várias camadas de neurônios que trabalham juntas para processar a entrada e gerar uma resposta. O processo de treinamento envolve ajustar os pesos desses neurônios para minimizar a diferença entre as previsões do modelo e a saída real. No geral, o ChatGPT é uma ferramenta poderosa para gerar respostas semelhantes às humanas para uma ampla gama de perguntas e declarações e está melhorando constantemente à medida que aprende com novos dados.

A tecnologia em si é um achado e tem enorme valia, o grande problema é, como sempre, as mãos que a manipulam. Posso apontar ao menos quatro pontos que podem trazer problemas a partir do mau uso do ChatGPT ou de sua utilização em substituição ao trabalho duro de ler e pesquisar. 

O primeiro deles é o “viés ideológico”. A ferramenta é tão boa quanto os dados nos quais é treinado e, se os dados de treinamento forem tendenciosos, o modelo pode herdar esses vieses. Por exemplo, se os dados de treinamento forem direcionados a um grupo demográfico específico, o modelo poderá gerar respostas mais favoráveis a esse grupo demográfico. Isso gera o segundo ponto: “desinformação”. O ChatGPT é treinado em dados da internet que podem incluir muita desinformação e informações falsas. Se o modelo gerar respostas com base nessas informações, ele pode perpetuar falsidades e gerar confusão.

Outros dois apontamentos são as prováveis “respostas inapropriadas”, ou seja escrever termos, expressões e palavras inadequadas para tratar de um assunto, e isso depende da forma como a inteligência artificial é treinada, e, por fim, a “falta de empatia”, afinal de contas é uma máquina, não tem sentimentos e, portanto, não é capaz de compreender e responder verdadeiramente às emoções da mesma forma que os humanos.

Caso seja possível compreender essas e muitas outras limitações que uma máquina ou mesmo uma inteligência artificial carregam, o ChatGPT será uma mão da roda, um grande auxílio na realização de pesquisas gerais. (não recomendo para pesquisas científicas, para isso, pare de ser preguiçoso e vai ler). Mas se você é desses que preferem o velho jeito de viver a vida, aproveite e seja duro, porque a tecnologia é uma grande baleia que vem nos engolindo desde a idade do bronze. 

Escrito por Paiva Rebouças

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