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Por Ana Cadengue

“A governadora Fátima Bezerra (PT) lidera com folga as intenções de voto para o Governo do Rio Grande do Norte nas eleições de 2022”. Essa tem sido a manchete de praticamente todos os veículos de comunicação, blogs, pitaqueiros e adivinhos do RN no último ano. Agora, aos 44 do segundo tempo, um pouco antes do fechamento da janela partidária (dia 1º/04) e do prazo final para que legendas e federações partidárias obtenham o registro dos estatutos no TSE (dia 02/04), todos se perguntam: quem vai vestir a camisa da oposição e se lançar candidato (a) ao governo?

A pergunta que não quer calar — e deve ser respondida a qualquer momento -, pauta conversas por todo o estado. Também não seria por menos, são tantos interesses e pretensas e prováveis candidaturas que algumas ganharam até apelidos, como a “viúva Porcina”, a que foi sem nunca ter sido; o “mártir”, que vai para não deixar o espaço vago; a “última coca-cola do deserto”, que se acha, mas só sai se for consenso total e absoluto numa espécie de ovação; o “indeciso”, que preferiu não trocar o certo pelo não sabido e o “jockey”, aquele que está vendo o cavalo passar selado em sua frente e ainda não sabe se vai montar. 

Existem também, é claro, aquelas candidaturas de sempre que a gente nem se recorda direito porque só nos encontramos de 2 em 2 anos, a cada eleição e independente dos cargos em jogo. 

Não poderia deixar de mencionar ainda a possível candidatura do “eu sozinho”. Mas, difícil imaginar que esse estilo “by myself” funcione num cargo executivo, onde os acordos são indispensáveis à famosa governabilidade. Sem contar que alardear uma total independência nesse meio é querer jogar para a plateia, né? Ou há quem creia em almas inocentes nesse patamar? Pensando bem, se acreditam em mitos e salvadores da pátria, quem dirá em mocinhos e heroínas nessa nossa novela. 

Com o calendário eleitoral evoluindo a pleno vapor, deixar as definições para a última hora oferece seus riscos. Quem é coxo parte cedo, diz o ditado popular. A partir de 15 de maio, pré-candidatas e pré-candidatos poderão iniciar a campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade de financiamento coletivo, desde que não façam pedidos de voto e obedeçam às demais regras relativas à propaganda eleitoral na internet. 

Já as convenções partidárias podem acontecer entre 20 de julho e 5 de agosto. A propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV está liberada a partir do dia 12 de agosto, assim como os debates entre candidatas e candidatos. A realização de comícios, distribuição de material gráfico, caminhadas ou propagandas na internet passa a ser permitida a partir do dia 16 de agosto.

O dia 2 de outubro, daqui a seis meses, marca a eleição de nossos novos representantes na Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados. Senado Federal e, talvez, Governo do Estado. Se houver segundo turno, essa definição fica para o dia 30 de outubro. 

Já que, como diria Lulu Santos, “hoje o tempo voa, amor, escorre pelas mãos”, as conversas e negociações estão a todo vapor. Nunca se ouviu falar tanto em nominatas e palanques. O PSDB, o noivo mais cobiçado da temporada, preparou um grande evento para a manhã desta quinta-feira, 31. Se vai dizer sim, o lance é aguardar. As apostas estão altas de todos os lados porque não deve ser muito fácil passar 4 anos apoiando o governo e virar adversário no momento final.

Napoleão Bonaparte dizia que “cada hora de tempo perdida na mocidade é uma possibilidade a menos nos sucessos do futuro”. Mas, como não existe menino nem menina nessa história, o negócio é deixar os dados rolarem e aguardar para ver que vai vestir essa camisa. 

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