O bairro histórico da Ribeira está abandonada e decadente. Os principais equipamentos históricos-turísticos estão fechados ou sem acesso ao púbico como o Teatro Alberto Maranhão, o Museu de Cultura Popular que funcionava dentro do prédio da antiga rodoviária, a antiga Faculdade de Direito, a Praça Augusto Severo, a Rua Chile… todos esquecidos pelos governantes, que desprezam a importância da vivência histórica para o turista que vem à Natal e descobre que só tem a emoção nas dunas.
Desde outubro, o prédio da antiga Faculdade de Direito foi ocupado por um movimento social chamado MLB (Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas), com mais de 60 famílias. Interditado desde 2015, o centenário prédio do Teatro Alberto Maranhão está em uma interminável “restauração”. O Largo Augusto Severo está também fechado, que deveria servir para o lazer dos natalenses e turistas.
Um dos únicos prédios históricos em funcionamento é a antiga sede da Escola Doméstica de Natal, criada em setembro de 1914. De acordo com a arquiteta Jeanne Nesi, o casarão tem estilo arquitetônico neoclássico, uma fachada de composição simétrica, com portada central em arco pleno, enquadrada por colunas e ladeada por janelas em arco abatidos, a platibanda desenhada arremata toda a cobertura e é valorizada, na parte central da fachada principal, por um frontão coroado por dois pináculos.
Segundo o historiador, Luciano Capistrano, se faz necessário um olhar mais cuidadoso por parte da gestão pública, pois além de ser um Centro de Saúde Pública Estadual, o prédio está necessitando de reparos. “O prédio é uma edificação com muita história. Foi o sonho do educador Henrique Castriciano que se transformou em realidade”, disse o historiador Luciano Capistrano, ressaltando que no prédio funciona uma unidade de saúde da Prefeitura.
Para a professora e fotógrafa Verônica Torres, a cidade perdeu seu “corredor cultural” onde os jovens estudantes tinham referência quando visitavam os prédios históricos da cidade, vivenciando toda sua importância para a identidade natalense. De acordo com a professora, com os pontos históricos fechados ou sem acesso aos natalenses e visitantes, a cidade fica com um aspecto de abandono. “É uma pena a falta de sensibilidade de alguns políticos”, disse, ressaltando que o turismo é a principal indústria do Rio Grande do Norte.
Aos olhos de um atento visitante, o atual prefeito de Natal, nascido em Caicó, parece que não tem apreço pela cidade, tamanho é a falta de esmero com Cidade dos Reis Magos. Basta o turista fazer um “city tour” pelo centro histórico que vai perceber a maioria dos equipamentos históricos fechados ou sem acesso. A praça Padre João Maria, local de fé e devoção dos natalenses, ficou fechada por mais de seis meses e entregue à população às pressas, faltando bancos e iluminação, além da ausência de acessibilidade à cadeirantes.
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