Já restou claro a todos que é impossível fazer um lockdown de verdade no Brasil, até porque a maior autoridade do país é contra. Assim, não cabe mais discutir o assunto, é preciso encontrarmos outras formas de conter o avanço da doença.
Muitos países, França e Japão inclusos, tomaram medidas eficientes e até simples para diminuir a contaminação no transporte público, onde geralmente há aglomeração, aqui e na Europa.
Os governos distribuíram máscaras de qualidade entre os passageiros e fizeram campanhas para que eles evitassem falar uns com os outros. Com todos bem protegidos e calados, o vírus circula bem menos. Simples, né? No Brasil não existiu nenhuma campanha nesse sentido.
MUITA ÁGUA PARA ROLAR
As últimas pesquisas eleitorais visando ao pleito presidencial de 2022 mostram o ex-presidente Lula exibindo uma boa vantagem em relação ao presidente Jair Bolsonaro. Os números mostram que se as eleições fossem hoje o candidato do PT ganharia com certa facilidade. Ocorre que as eleições não serão hoje.
O baixo rendimento do presidente é reflexo do ritmo lento da vacinação, dos 14,8 milhões de desempregados, da alta dos preços de alimentos da cesta básica e da CPI da Covid-19.
Na campanha de 2022 o Brasil já deverá ter superado a vacinação e a economia estará melhor, assim preveem os apoiadores do presidente. Nessas condições ele voltará ao jogo.
O que parece consolidado mesmo é a impossibilidade de surgir uma terceira via competitiva. Não tem saída, teremos que escolher entre Lula (13) e Bolsonaro (ainda sem partido).
BOLSA FAMÍLIA 2022
O governo federal enviará ao Congresso Nacional, até meados de setembro, o novo Bolsa Família. As reformulações estão sendo estudadas nos ministérios envolvidos com o programa.
De início haverá mudança de nome, o novo programa deverá se chamar Emancipação Cidadã. O investimento também aumentará, dos atuais R$ 35 bilhões anuais para R$ 50 bilhões. O número de beneficiários deverá subir de 14,6 milhões para 16,5 milhões.
Outras tantas alterações estão sendo estudadas, sobretudo no que se refere à chamada “porta de saída”, arco de opções para os beneficiários conseguirem emprego e renda.
VIDA NOVA
Após passar temporadas em clínicas de reabilitação, onde se tratou do vício em drogas e do excesso de agressividade, a modelo Naomi Campbell, de 50 anos, decidiu ser mãe, inclusive já usou suas redes sociais para postar os pés da bebê, gerada em barriga de aluguel. Naomi mora em Nova York, com um companheiro secreto.
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Em 2020, na Alemanha, o consumo de energia eólica correspondeu a 25,6% do total, superando assim a energia oriunda de usinas de carvão mineral, que ficou em 21,5%.
Ao tornar uma energia renovável como sua principal matriz elétrica, a Alemanha demonstra responsabilidade ambiental e zelo pelo meio ambiente.
No Brasil, o uso de energia eólica cresceu significativamente nos últimos anos, mas, ainda assim, só responde a 10,3% do consumo total.
DE FORA
A revista Condé Nast Traveler, da mesma editora que publica a Vogue, New Yorker e Vanity Fair, fez uma matéria onde os embaixadores de diversos países nos EUA foram convidados a dizer um livro essencial para ler antes de conhecer seus respectivos países.
A Colômbia indicou Cem Anos de Solidão; Índia, Esta Noite a Liberdade; Suécia, Um Homem Chamado Ove; Nova Zelândia, Encantadora de Baleias; etc. Embaixadores de países como Líbano, Jamaica, Geórgia, Costa Rica e Azerbaijão também indicaram suas publicações.
O Brasil, sempre presente em todas as listas quando envolve cultura e arte, não foi convidado para participar. Na época em que a matéria começou a ser elaborada, o nosso chanceler era Ernesto Araújo, considerado um pária mundial.
A revista não explicitou os motivos que a levaram a deixar o Brasil de fora, mas todos sabemos. Nossa chancelaria trabalhou incansavelmente para nos isolar do mundo. Uma lástima.
VIOLÊNCIA CONTRA MENORES
O caso do menino Henry Borel (04), onde o padrasto, Dr. Jairinho, e a mãe, Monique Medeiros, estão sendo investigados por homicídio triplamente qualificado, despertou a atenção do país para um problema sério, mas, infelizmente, não raro: a violência contra crianças.
Um estudo da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), do Rio de Janeiro, revelou que a maioria das vítimas tem até 06 anos (58%), é menina (62%), o pai é o autor mais frequente (40%) e em 49% dos casos há abuso sexual.
As notificações de violências contra crianças e adolescentes no Brasil aumentaram bastante nos últimos anos. Foram de 09 mil, em 2009, para 59 mil, em 2018. Ou os casos realmente aumentaram ou as pessoas estão tendo mais coragem para denunciar.
Muitas lesões corporais e mortes poderiam ter sido evitadas, bastava o parente afastar o agressor do convívio da criança ao menor sinal de violência. No caso do menino Henry, algumas pessoas já sabiam que o padrasto o agredia. Por que não o retiraram do convívio do menino? Ele poderia estar vivo se não fosse a omissão da mãe, da babá e da avó materna. De alguma forma todas elas são cúmplices.
CRIMINOSOS AGRADECEM
Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro já tomou várias medidas para afrouxar as regras referentes ao porte e posse de arma, bem como a compra de munições e afins. A desculpa é que as medidas servem para armar os “cidadãos de bem” contra bandidos.
Na prática, algumas medidas fragilizaram o combate à criminalidade. Uma delas acabou com o tamanho máximo do lote de projéteis. Antes, limitado a 10 mil unidades, o que facilitava a investigação, por tornar mais fácil a possibilidade de associar um dado projeto aos compradores daquele lote.
Com lotes contendo milhares de unidades, a tarefa fica praticamente impossível. Resta saber que benefício essa nova regra trouxe.
DESIGUALDADE VACINAL
O diretor da OMS, Tedros Adhanom, demonstrou preocupação com a desigualdade entre os países quando da imunização contra a Covid-19. Enquanto alguns já estão vacinando adolescentes e turistas, como os EUA, outros penam para vacinar seus grupos prioritários, como a maioria dos países africanos.
O diretor argumentou que uma solução seria os países ricos cederem a vez na fila de entrega de vacinas – por parte dos laboratórios – quando seus grupos prioritários tiverem sido vacinados.
Pouco provável que algum país se sensibilize com as palavras de Tedros Adhanom, especialmente os EUA. As nações ricas podem até doar vacinas, mas isso só ocorrerá quando todos os seus, dos mais jovens aos mais velhos, forem vacinados.
FHC x LULA
Não merece crítica o encontro entre os ex-presidentes FHC e Lula no último dia 12 de maio, em almoço promovido pelo ex-ministro Nelson Jobim, amigo comum.
Os dois, que militam em locus diferentes na política, podem muito bem debater os problemas atuais do Brasil, sem que isso reflita necessariamente uma aliança política para 2022. O nome disso é civilidade, algo tão em desuso no Brasil de Bolsonaro, que vê adversários políticos como inimigos figadais.
FHC e Lula deram exemplo de como deve ser a política. As diferenças não podem tornar as pessoas inimigas. Até porque, no fundo, todos querem o bem do país, apenas divergem em relação aos meios.
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