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Natal, linda por natureza

Foto e texto: Alex Gurgel

“Essa é uma terra de um Deus mar,

De um Deus mar que vive para um sol,

E esse sol está muito perto daqui.

Venha e veja tanto quanto pode se curtir.”

Estes versos do cantor e compositor Pedrinho Mendes, na música “Linda Baby”, convidam o mundo para conhecer Natal, uma cidade linda por natureza. A capital do Rio Grande do Norte é essencial para que o Brasil seja um país abençoado por Deus e bonito por natureza, como canta Jorge Benjor, em “País Tropical”.

Todos que conhecem Natal se encantam. A tranquilidade, a hospitalidade do povo e as belezas naturais são características marcantes, além da rica culinária regional e da pulsante cultura popular. Uma das principais estrelas da costa nordestina, Natal espera o turista com um dos mais belos litorais de todo o Brasil.

Com praias de diferentes características ao longo da sua orla, a cidade oferece lazer e emoção para todos os tipos de visitantes. Ponta Negra é a praia mais movimentada, aconchegante e deslumbrante. É também o principal “point” da noite na cidade. Em Ponta Negra está o Morro do Careca, seu principal cartão postal, dominando a bela enseada da praia. No verão, Ponta Negra simplesmente ferve com turistas do mundo inteiro.

Seguindo rumo do Litoral Sul de Natal, o visitante vai trilhar a Rota do Sol, passando por Pirangi, Búzios, Tabatinga, Barreta e Pipa. Uma opção para o turista é pernoitar em Pipa e descobrir porque a praia é uma das mais badaladas do Nordeste, com suas noites movimentadas e boa estrutura para hospedagem, além de suas belezas naturais.

Atravessando a foz do Rio Potengi em busca do Litoral Norte, através da Ponte Newton Navarro, fica a praia da Redinha, sempre cortejada por intelectuais, boêmios e artistas, os quais viam em sua paisagem balneária, entre mangues de rio e mar aberto, um lugar mágico para inspiração e descanso.

O velho Mercado Público da Redinha conserva uma atmosfera de vilarejo, onde se pode degustar a deliciosa “ginga com tapioca”, tradicional iguaria da culinária natalense. Depois, é seguir para os passeios de buggy nas dunas de Jenipabu, já invadindo o município de Extremoz, na Grande Natal.

A orla marítima central de Natal reúne quatro praias: Areia Preta, Praia dos Artistas, Praia do Meio e Praia do Forte, que podem ser apreciadas do alto da Ladeira do Sol. Na praia do Forte está localizada a Fortaleza dos Reis Magos, principal monumento histórico-cultural da cidade, que parece preservar a mansidão do mar, tornando a enseada ideal para o banho.

A Via Costeira é um extenso corredor de praias desertas e grandes hotéis, sempre prontos para receber os turistas de todas as partes do mundo. Do outro lado da Via Costeira, fica o Parque das Dunas com 1.172 hectares de mata nativa, sendo parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira e exercendo uma grande importância para a qualidade de vida da população da cidade. É um ótimo local para trilhas e a realização de cooper.

A cidade do Natal

Conforme o historiador Luís da Câmara Cascudo, Natal nunca foi arrabalde, povoado ou vila, já nasceu cidade, no dia do nascimento de Cristo, em 25 de dezembro de 1599. O município de Natal está localizado no litoral do Rio Grande do Norte, região banhada pelo Oceano Atlântico, com área urbana de 170 quilômetros quadrados, onde residem cerca de 800 mil pessoas.

Natal tem várias denominações como: “Trampolim da Vitória”, porque daqui partiram os aviões americanos para combater os alemães na Europa, durante a II Guerra Mundial; “Capital Espacial do Brasil”, depois da instalação da Barreira do Inferno, uma base de lançamento de foguetes; “A Noiva do Sol”, pelo clima tropical o ano inteiro, com temperatura média de 26 graus; “Cidade dos Reis Magos”, por causa da chegada das três estátuas vinda de Portugal e inauguração da Fortaleza, no final do século XVI.

Fortaleza dos Reis Magos

Guardando imponente a foz do Rio Potengi, a Fortaleza dos Reis Magos é o mais importante monumento histórico de Natal. Mais antigo que a própria cidade, começou a ser construído em 6 de janeiro de 1598, dia dos Santos Reis. Não passava então de uma típica instalação militar do século XVI, uma frágil garantia de segurança para os portugueses, em constante embate contra franceses e índios.

A Fortaleza dos Reis Magos constitui-se no marco principal do entrelaçamento das culturas européia e nativa, onde se desenvolveu toda a dinâmica social, em seus múltiplos e variados aspectos, dando origem a colonização da Capitania do Rio Grande, servindo, ainda, de referência e apoio às fundações dos Estados do Ceará, Maranhão, Pará e à conquista do Norte do Brasil.

Sua forma atual, lembrando uma estrela de cinco pontas, surgiu somente em 1614, num projeto do arquiteto militar Francisco Frias de Mesquita. Concluído em 1628, o novo forte ficou pouco tempo nas mãos dos portugueses. Em 1633, foi conquistado pelos holandeses da Companhia das Índias Ocidentais, passando a chamar-se Castelo de Keulen.

O domínio holandês na região durou duas décadas e, durante este período, o Forte dos Reis Magos serviu não apenas como instalação de defesa, mas também de prisão para brasileiros e portugueses e casa de hóspedes para personalidades, como o príncipe Maurício de Nassau.

Hoje, além de ser a principal atração turística de Natal, a Fortaleza abriga a mais importante peça da História do Brasil: o Marco de Touros, primeiro a dar posse da terra brasileira aos portugueses, destacando-se como importante pólo no universo turístico-cultural do Estado do Rio Grande do Norte.

Ponta Negra, magia aos pés do Morro do Careca

O mar azul turquesa, calmo, de águas mornas e límpidas, vai reverenciando a praia até os pés do Morro do Careca, como se as derradeiras ondas da maré cheia teimassem em banhar mansamente a imponente duna calva em meio à vegetação praieira.

A bela baía da praia de Ponta Negra sempre encantou pessoas privilegiadas, se deleitando durante horas a fio com a natureza exuberante deste recanto de brasilidade, no sul do Atlântico.

Antigos moradores da Vila de Ponta Negra ainda semeiam as tradições folclóricas, dançando o Congo de Calçolas em dias de festa e tecendo rendas em bilros de almofadas, nas varandas das casas humildes do lugar.

Movidos pela resistência, ainda há dezenas de pescadores que jogam suas redes nos primeiros raios de sol, na esperança de pescar um peixe-serra, uma tainha ou algumas sardinhas. A urbanização deu um charme sofisticado à orla marítima, valorizando os verdes coqueirais que dão as boas-vindas ao novo visitante.

Ponta Negra não é apenas uma linda praia, é um bairro em crescimento, onde revela uma multiplicidade cultural muito intensa, oferecendo tudo que uma cidade precisa ter sem sair da praia: shoppings, cinema, restaurantes, barzinhos, boates, bancos, escolas, academias, locadoras, etc.

A grande variedade da gastronomia de Ponta Negra é um mundo a parte. À beira-mar, fica os restaurantes oferecendo um cardápio a base de frutos do mar. Diante do mar azul de Ponta Negra tudo é festa, o tempo insiste em não querer correr e os dias de sol ficam muito mais lindos.

Memorial Câmara Cascudo

Para o turista conhecer a alma natalense é necessário visitar o “Memorial Câmara Cascudo” e ver de perto a importância do Mestre para a cultura local. Muito do que havia de lendas e tradições brasileiras não se perderam porque Câmara Cascudo, como nacionalista que era, percebeu que havia um tesouro popular no País que ninguém se dava ao trabalho de pesquisar e catalogar.

Decifrando a personalidade cascudiana, o jornalista Vicente Serejo escreveu: “Com mais de uma centena de títulos entre livros, traduções, opúsculos e artigos publicados no Brasil e em vários países, viveu a vida vendo e ouvindo, lendo e escrevendo, sem nunca pensar em deixar sua terra. Por isso não aceitou o fardo da Academia Brasileira de Letras e nem o convite de Juscelino para ser reitor da Universidade de Brasília. Viveu e morreu na sua aldeia. Genial e humilde. Pobre e feliz”.

O Memorial Câmara Cascudo tem como objetivo preservar e divulgar a vida e a obra de Luís da Câmara Cascudo, abordando diversos aspectos. O principal destaque é a biblioteca particular de Câmara Cascudo, com cerca de 10 mil volumes de diversos assuntos como folclore, religião, História, biografias e romances.

A biblioteca é considerada “obra rara” por possuir livros do início do século passado e livros em diversos idiomas. Grande parte dos livros tem anotações de próprio punho de Cascudo e dedicatórias dos autores.  Além dos livros que compõem a biblioteca, encontram-se ainda as correspondências de Cascudo com diversos intelectuais como Mário de Andrade, Monteiro Lobato, Carlos Drummond, Gilberto Freyre, entre outros.

O Memorial abriga ainda a exposição permanente “O Mestre Câmara Cascudo” em um total de cinco salas que abordam aspectos estudados pelo Mestre em sua vasta obra literária. O prédio, em estilo neoclássico, é uma construção do século XVIII, erguida para servir de sede ao Real Erário. Foi reconstruído em 1875 para ser à Tesouraria da Fazenda. Já serviu também para uso do Quartel General do Exército durante a ditadura militar.

Escrito por Alex Gurgel

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