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Morre o escritor Francisco Rodrigues

Morreu nesta terça-feira, 28, de causas naturais, o escritor Francisco Rodrigues da Costa ou, como ele preferia, Chico de Neco Carteiro, aos 88 anos.

Filho de filho de Manoel Rodrigues Pereira, “Neco Carteiro”, e Raimunda Rodrigues da Costa, Seu Chico nasceu em Areia Branca, em 26 de abril de 1933, e se mudou ainda jovem para Mossoró. Era daquelas figuras boas de se ter por perto, sempre atencioso, bem humorado e um excelente contador de histórias. A prodigiosa memória, o amor por sua terra, a convivência com amigos escritores acabou o levando à literatura, onde estreou em 2005, aos 72 anos de idade, com o livro Saudades: “A gente mata a saudade ou é ela que mata a gente?”.

Em entrevista ao jornal O Mossoroense, em 2014, ele conta como virou autor. “Eu simplesmente contava muitas histórias, e o escritor David Leite começou a notar minha facilidade para relatar esses fatos, e me incentivou a escrever um livro que narrava algumas dessas histórias. Assim fui para o segundo livro, para o terceiro… e hoje não consigo mais sair. ‘Engoli a corda’ dada por Clauder Arcanjo e David Leite”.

Atrevendo-se a contar histórias dos “tempos de antigamente”, fatos e ‘causos’ vividos por ele, seu Chico de um jeito muito próprio, pegava o leitor pela mão e o fazia seguir junto nessas viagens pela memória e por uma Areia Branca que não existe mais.

“Areia Branca me marcou primeiramente pela minha infância na cidade, onde vivi várias experiências e onde conhecia todo mundo da cidade. Na minha época, Areia Branca tinha um dos maiores portos do Brasil, e isso fazia com que a cidade vivesse em festa, com muitas pessoas de fora. Eu sempre pensava que tudo era Areia Branca, o mundo para mim era Areia Branca, e tudo que havia ali era melhor do que em outros lugares”, se declarava sempre que podia.

“[…] Eu sei que você já viu um pé de goiaba, um pé de laranja e um pé de manga. Pode até ter plantado algum no quintal da sua casa […] Mas, suponho que você nunca viu um pé de saudade. […]”. O trecho de seu último livro Porto Franco, marcou o retorno de seu Chico às crônicas memorialistas após duas incursões ao gênero romance.

Sócio efetivo do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP) e da União Brasileira de Escritores (UBE-RN), Chico de Neco Carteiro era autor de “Saudades”, “Folhas de Outono”, “Caminhos de Recordações”, “Beco, Ruas e Esquinas”, “Perdão”, “Guanabara” e “Porto Franco”. Todos pela editora Sarau das Letras.

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