Sobre

Home sweet office

A escrivaninha ao lado da cama me faz lembrar logo que acordo que produzir é preciso. Atualizar blog, escrever textos para a Papangu na Rede, preparar projetos, terminar uns cursos… É, eu que sempre estive por aí, fui trazida pra casa pela pandemia. Primeiro na versão tupiniquim de lockdown e depois pela perda do emprego. Após um necessário descanso e de muita  reavaliações e projeções e prospecção de desejos, aqui estou: “home sweet office”.

Se bem que nem tudo é sweet assim. Aprender a administrar seu tempo e suas “personas” é imperativo. Mas, como se chatear por ser interrompida no meio de um texto por uma mãe que acabou de chegar de sua recém-matriculada academia de musculação? Ou pelo filho que também está às voltas com aulas online e vem contar a última da turma, da net, dos jogos? Falar o que para o companheiro que pede opinião sobre o mais novo quadro ou texto?

Se comparar direitinho, parece bastante com qualquer escritório em que existam colegas de trabalho, as interrupções, ou melhor, as interações fazem parte. A não ser, claro, que você seja o chefão e peça para ninguém incomodar.

Com a diferença, claro, que na rua eu não ando de pijama. Tenho a impressão de que a maior parte de minhas roupas e sapatos acredita que eu morri. Sei de pessoas que começaram a se arrumar, se produzir, até para deixar o lixo na calçada, ir ao supermercado. Eu? Cortei um bocado de calças para garantir o estoque de shorts. Algumas blusas também passaram por alterações e perderam golas e mangas. Os saltos altos aguardam as poucas ocasiões a que me permito usá-los.

A parte que atrapalha mesmo nesse tal de home office é quando a casa exige que você dê atenção. Parar uma pesquisa para passar o aspirador ou colocar roupa no varal ou molhar as plantas. Deixar o blog sem atualizações porque é dia das compras mensais ou o almoço mais elaborado. Se perder numa crônica por motivo de filho com fome. Acontece.

Brinco com Túlio que esse tal de home office só é bom para gente solteira e sem filhos ou para homens casados que não precisam dar um prego numa barra de sabão. Ele ri, se lembrando das delícias e agruras de trabalhar em casa já há mais de 14 anos.

No Twitter, como que se ouvindo meus pensamentos, Jozimar Júnior e Mário Ivo enaltecem as maravilhas do trabalho “doméstico”. Das vantagens em fazer seu horário ao acesso ao próprio acervo, biblioteca, ferramentas.

É, estou me acostumando. A parte do cochilo depois do almoço é fantástica. E nem falo em usar meu próprio banheiro sempre que necessário. Uma bênção.  Parar mais cedo porque já atingiu seus objetivos do dia ou porque nada deu certo mesmo e o melhor é assistir a um filminho ou abrir um vinho, contemplar o pôr do sol…

E, se organizar direitinho, todo mundo tra… balha.

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