Nem sei se preciso dizer que fui uma boa menina neste ano inominável de tão desafiador. Que os tempos não andam fáceis já sabemos, mas acho que não é necessário exagerar, né? Escrevo isso e penso que fora a perda de pessoas amadas, estamos aqui a despeito de tudo e mais juntos dos nossos e até disponíveis pros nem tão nossos assim. Estamos com saúde física – a mental está sendo batalhada a cada dia -, ainda temos prazer na companhia das pessoas, alegria para desfrutar de pequenos momentos , a grana não anda tão abundante, mas também não falta. Vem suada, como tudo o mais nesse mundo acalorado. Não sei avaliar se 2023 me trouxe mais maturidade ou se apenas aceitei o que não consigo mudar… Olha a maturidade aí, gente! Tenho respirado fundo mais vezes, confesso, naqueles átimos em que me sinto pronta a explodir. Algumas brigas definitivamente não valem a pena nem o mau humor e a tristeza que sempre acompanham o travo amargo das derrotas que a vida nos impõe. Não posso nem devo me cobrar mais do que consigo dar e se essa regra vale pra mim também tem que valer pros que me rodeiam. Sabe, Papai Noel, deve ser verdade aquele ditado que a gente tem que se perder para se achar… Assim como aquele que diz que o que acalma não é água com açúcar, mas água com sal, seja a do mar, do suor ou das lágrimas. Como canta Belchior, tenho chorado demais e se Deus é Brasileiro e anda do meu lado, posso me considerar uma garota de sorte, nem tão sã, nem sei de quê salva e um tanto o quanto forte e espero ganhar um merecido e belíssimo Ano Novo, cor do arco-íris, cheio daquelas coisas que sempre desejamos da boca pra fora ou do coração pra dentro: saúde, prosperidade, amor, harmonia. O mais importante eu já tenho, aquela meninazinha de olhos verdes chamada ES-PE-RAN-ÇA.
Um abraço,
Ana Paula