No Antigo Egito, o povo acreditava que a colocação de uma máscara na face dos mortos ajudava na passagem para a vida eterna. Na China, as máscaras eram usadas para afastar os maus espíritos, enquanto que os Gregos usavam as máscaras nas suas cerimônias religiosas.
O mais antigo documento sobre o uso das máscaras em Veneza data de 02 de Maio de 1268. Um outro, datado de 22 de Fevereiro de 1339, proibia os mascarados de vaguearem pela noite nas ruas da cidade. As máscaras foram utilizadas na Grécia Antiga, durante as festividades de Dionísio, o deus do vinho. Dizem que essas festividades dos povos antigos deram origem ao carnaval. Nas cerimônias para o deus Dionísio, por exemplo, usava-se a máscara e acreditava-se que ele estaria presente entre as pessoas durante a festa. No Japão, por exemplo, utilizam-se máscaras no palco até hoje para marcar bem as características dos personagens.
Em Veneza, as máscaras também se tornaram peças decorativas, transformando-se na principal atividade econômica da Região, no séc. XVIII, o uso da máscara tornou-se um hábito diário em homens, mulheres e crianças, ocultando o rosto com uma meia máscara que apenas cobria os olhos e o nariz. Foi precisa uma lei, a lei de Doge, para acabar com este hábito, porque a polícia tinha uma certa dificuldade em reconhecer os assassinos que constantemente matavam nas vielas da cidade.
Os Venezianos passaram a usá-la durante o Carnaval que durava um mês e nas festas e jantares. Em relação à palavra Carnaval, esta tem origem na Idade Média, sendo que para uns, deriva de “carrum navalis”, que eram os carros navais que faziam a abertura das Dionisías Gregas nos séculos VII e VI a.C. e para outros, a palavra surgiu quando Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Em muitas culturas ditas primitivas da África, da América e do Oceano Pacífico, as máscaras são usadas em cerimônias religiosas.
Em algumas tribos indígenas, por exemplo, cabe aos índios mais idosos usá-las durante rituais para curar doentes, espantar maus espíritos ou celebrar casamentos e ritos de passagens.
Hoje em dia, ainda utilizamos máscaras em festas. Uma das datas em que elas aparecem é o Dia das Bruxas. Outra festa de máscaras bastante marcante acontece em fevereiro, no Brasil. É o Carnaval, onde os foliões se fantasiam e usam máscaras para brincar e dançar. As máscaras mais célebres foram as máscaras funerárias egípcias de TOUTANKAMON, a de AGAMÉMNON trazida de Micena, mas as máscaras podem ser feitas de diversos materiais naturais como madeira, fibras, palhas, barro, chifres, conchas, plumas, peles de animais, pedras, tecido ou espiga de milho, entre outros. Os Eskimós no Alaska acreditavam que cada criatura tinha uma dupla existência e podia mudar para a forma de um ser humano ou animal, bastando querer. Os nativos americanos na parte noroeste dos Estados Unidos usavam máscaras numa cerimónia anual em que choravam os mortos.
Os homens representavam os fantasmas dos mortos com máscaras pintadas e decoradas com penas e ervas. No Brasil, as tribos primitivas faziam e usavam máscaras representando animais, aves e insetos. Na Ásia, as máscaras eram também usadas para cerimônias religiosas e, mais tarde, para funções sociais tais como casamentos e diversos divertimentos.
Com as máscaras, nos transformamos em outra pessoa, adquirimos uma nova personalidade, apta a enfrentar qualquer realidade. Não raro usamos máscaras invisíveis, quase imperceptíveis, que nos ajudam a enfrentar as mais diversas situações. Pitty tem toda razão: “Tira a máscara que cobre o seu rosto.
Se mostre e eu descubro se eu gosto. Do seu verdadeiro, jeito de ser. Mesmo que seja bizarro, Mesmo que seja estranho, o importante é ser você”. Mas há aqueles que usam máscaras o tempo todo; não conseguem mais se livrar delas. Se sentem tão confortáveis atrás das mesmas que não conseguem mais encarar a realidade. As máscaras podem transformar a pessoa no que ela quiser. E porque alguém se esconderia atrás de algo que não é verdade? Não podemos ser 100% sinceros o tempo todo, porque a verdade dói, é cruel, coloca o dedo na ferida.
Criamos dentro de nós as nossas próprias máscaras, ornamentadas do nosso jeito e só retiramos ao dormir, porque dormindo não podemos ser outra pessoa.