Escondo os estilhaços do medo deixados de outrora,
porque tenho em mim um amor bem aquecido,
que rasga minhas teias mágicas,
que morde minha boca doce e aveludada…
O amor…
Eu durmo e sonho com ele,
coisa mais certa que o cair da folha amarela no outono.
Culpo Eros, que me atacou,
deixando meus olhos
choramingando de saudade dela,
da Deusa que navega em meu pensamento,
entre névoas misteriosas e flechas forjadas.
E eu, um cárcere de mim mesmo,
deste amor que colore a utopia de mim,
me torno…entre o deserto que nos cerca,
um dosador de espera calma e ansiedade aflita,
feito a morte e a vida.
Ou apenas… uma expectativa abstrata desta prisão demente,
desta existência paralela entre nós.