25 de janeiro de 2024: Cinco anos da tragédia de Brumadinho/MG.
A Vale (que já foi do Rio Doce) foi privatizada em 1997. Em 2007 excluiu o “do Rio Doce” de sua razão social, como que prevendo as desgraças que viria a provocar.
A VALE NÃO VALE UM VALE (janeiro de 2019)
Autor: Marco Túlio Cícero
A Vale não vale uma vida / A Vale do Vale da morte
O Vale da história perdida / Entregue à própria sorte
O Vale do desencanto / O Vale que vale um canto
A Vale dos Vales sepultos / A Vale da “mais valia”
A Vale de mil insultos / Vale da “valetocracia”
O Vale dos corpos sumidos / O Vale dos desvalidos
O Vale que sangra resíduo / O Vale que implora por luz
A Vale ignora o indivíduo / Esparrama no Vale seu pus
A Vale que a dor equivale / A Vale não vale um Vale
A Vale da degradação / De um Vale triste, desolado
A Vale da morte nas mãos / De um Vale que clama assustado
O Vale que vale um carinho / O Vale não sofre sozinho
O Vale perdeu seus rios / A Vale destrói esperanças
A Vale comete ecocídios / E a mão da lei não lhe alcança
O Vale do verde que chora / E da sirene que apavora
O Vale que já foi doce / A Vale da grana nefasta
O Vale de morte inundou-se / A Vale que o Vale devasta
O horror que vale uma rima
DEVOLVA MEU VALE, ASSASSINA!
FÉRIAS DE AMOR E MAGIA
Férias chegando (para mim, no caso), lembrei-me de uma poesia, quase música, que fiz como atividade de uma disciplina do curso de Jornalismo na UFRN.
No quarto período (2018.1) paguei Oficina de Redação Criativa com a minha querida Michele Ferret. Professora, jornalista, poetisa, artista plástica, cantora, compositora, roteirista, escritora, diretora de arte, produtora, organizadora de saraus e tudo que de lindo possa existir no mundo das artes.
Em uma certa aula, ela pediu que os alunos falassem qualquer palavra que lhe viesse à mente e foi tomando nota. Ao final tínhamos trinta e seis palavras completamente aleatórias. A atividade seria escrever um texto em qualquer formato usando no mínimo cinco dos termos elencados.
Eu – metido a besta e “amostrado” como sempre – falei que iria usar todas as trinta e seis palavras em uma poesia. Como àquela época (início de 2018) eu já tinha a ideia de escrever o meu TCC tendo como tema a Música Brega no RN, tive a ideia de transformar a poesia em uma música brega. Essa música seria apresentada durante a defesa do TCC. Leiam aqui o resultado da pesquisa para o TCC: Revista Digital/Reportagem: A Música Potiguar Brega como identidade musical do Rio Grande do Norte.
Infelizmente veio a pandemia, a defesa foi realizada on-line em fevereiro de 2022 e acabei não musicando – quem sabe um dia – a poesia que transcrevo abaixo. As trinta e seis palavras e expressões aleatórias estão em destaque.
Férias de Amor e Magia (Música Brega)
Eu só queria SOSSEGO
NORDESTE, CEARÁ, simples assim
Curtir minha MACONHA na AREIA da PRAIA
E numa “VIAGEM” tropeçar
Na lâmpada do GÊNIO ALADIM
FÉRIAS, SOL e CERVEJA
À noite, um chá de JASMIM
Mas você fez BRUXARIA
E me envolveu com sua MAGIA
Era para ser um simples CINEMA
HARRY POTTER ao final da tarde
Um brinde com PIPOCA
Para selar nossa AMIZADE
Então resolvemos comer SUSHI
E dessa vez nós brindamos
Com batida de 51 e ABACAXI
Da EMPATIA ao DESEJO
Surgiu o primeiro BEIJO
Conversamos olhando o MAR
Relações HUMANAS, FILHOS
Sem o PROUNI de LULA como EDUCAR
Até parece sem nexo
Você gosta de Peppa e MATEMÁTICA
Eu de PORTUGUÊS e BOB ESPONJA
E o prazer do primeiro SEXO
Foi como abrir uma CONCHA
E encontrar uma PÉROLA rara