Sobre

Brasil

Notícias e comentários se sucedem velozmente na tela do celular e me trazem fatos que eu não queria ler. Mentiras, descaso, desmonte, desgoverno, violência contra mulher, gays, negros, pobres, crianças, índios, gente… O frio mata, o fogo mata, a fome mata, a falta de vacinas mata. Uma menina une brasileiros ao deslizar sobre rodas, um nordestino ao voar sobre ondas, uma negra ao desafiar os limites. Alguns conseguem rir das misérias, outros pedem algo para combatê-las. O computador pifou. A ciência parou. A estátua não pode ser queimada, mas a cultura pode ser dizimada pelas chamas. A floresta também. Os silvícolas idem. Vamos usar mercúrio, desmatar, calcinar, derrubar árvores, poluir rios, derrubar óleo, derrubar duna, invadir o mar, desrespeitar leis, derrubar direitos. Viver é muito perigoso, já dizia Guimarães Rosa, e essa travessia parece que não se acaba nunca. Uma menininha encanta ao falar palavras difíceis, dancinhas são vigiadas, fakes news criadas, inverdades incentivadas, teorias conspiratórias disseminadas. Respira, inspira e não pira. Manter a espinha ereta ainda vai, mas a mente quieta parece meio impossível. Uma declaração de amor alivia, uma brincadeira entre amigos, mensagens que chegam com carinho, a música que acalenta, o livro que aconchega, o filme que enleva. Jornalismo é o melhor remédio contra mentiras, diz o experimentado repórter. O esporte proporciona um futuro, a arte salva. O padre Júlio escancara empatia. Ele não.

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