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Nem Alice, nem maravilha

Que princesas que nada, o personagem da literatura infantil com o qual sempre me identifiquei é o coelho, da Alice. Principalmente depois que cresci. “Ai, ai! Ai, ai! Vou chegar atrasado demais!”. A frase que desencadeia toda a maratona no país das maravilhas, me persegue há anos. Bom, pelo menos desde que assumi essa tal de vida adulta.

Trabalho, casa, menino, marido, cachorro, jardim, papagaio… Falando assim pode até parecer exagero, mas se coloque no lugar de uma mãe/dona de casa/trabalhadora que você vai ver que eu não estou brincando. Fico até de boca aberta quando a mulher no caso tem mais de um filho.

Gente, é quase insano dar conta de tanta coisa e ser boa nisso. Caprichar no almocinho, comprar as roupas da família – tá bom: lavá-las, passa-las e remendá-las também -, acompanhar as lições da escola, limpar e arrumar a casa, cuidar do jardim, ser uma profissional eficiente, uma companheira dedicada e mãe presente. Ah, e ainda tem que manter a boa estampa.

Ok. Algumas têm ajuda de diaristas, mães, filhos e até companheiros. Outras de nós nem ligam tanto assim para tudo isso. Ainda há as que jamais saberão quem foi Amélia. Existem também as que se colocam naturalmente no papel. Confesso meu esforço e que não sou me saio lá essas maravilhas.

“Estou atrasado! Estou atrasado!”. A voz do coelho ecoa no momento em que abro os olhos. E assim que consigo calar a vontade de virar pro lado e não fazer nada, começo a planejar o dia. Pelo menos rascunhá-lo. Nunca fui muito boa com planos mesmo. Me sinto meio Cebolinha…

Mas, aí já é outra história.

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