O PL, capitaneado no estado pelo senador Rogério Marinho, está lambendo a rapadura para ocupar a vaga de vice na chapa à reeleição do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB). Declaração nesse sentido foi dada pelo senador em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, edição do último dia 19. Apesar do desejo, é pouco provável que a composição aconteça. Os interesses de Allyson e Marinho poderão colidir em 2026, quando ambos podem disputar o governo do Estado. Assim, Allyson entregaria o comando da prefeitura para um integrante do PL, para ele apoiar Rogério Marinho? O cálculo político é esse.
GOVERNO DO ESTADO
Com poucos recursos para tantas despesas, o governo estadual segue aos trancos e barrancos, puxando o curto lençol para cima e para baixo, ora descobrindo uma área, ora descobrindo outra, o que dá azo à oposição, que samba em cima de cada problema enfrentado. Curioso que todos os opositores, com exceção do senador Styvenson Valentim (Podemos), integraram governos anteriores que pouco ou nada fizeram para o crescimento do Rio Grande do Norte, muito pelo contrário, cada governador que antecedeu Fátima Bezerra (PT) cavou um pouco da cova em que nos encontramos. É preciso muita criatividade para tirar o estado do atoleiro.
MORTE NOS PRESÍDIOS
Segundo o ministro Luís Roberto Barroso, em sessão no STF, morrem quatro detentos por dia nos presídios do país, em média. São mais de dois mil todos os anos. Os bolsonaristas até ontem não se importavam com isso, muito pelo contrário. Na visão deles, bandido tem que sofrer. “Cadeia não é SPA”, já disse o próprio Bolsonaro. Mas, bastou morrer um golpista do 8 de janeiro para eles levantarem a bandeira dos direitos humanos, para quererem punição do suposto responsável pela manutenção da prisão de Cleriston Pereira da Cunha. É chocante a hipocrisia dessas pessoas. Ora, todas as mortes em presídio importam, todas.
ARGENTINA
A população do país vizinho decidiu dar um basta no peronismo, corrente política inclassificável que há anos vem colecionando administrações incapazes de consertar a economia argentina. Entre o peronismo e a incerteza, optaram pela segunda opção. O candidato eleito, Javier Milei, é uma incógnita. Só mesmo ao tomar posse saberemos se se trata de um bravateiro ou se realmente buscará implementar suas ideias tresloucadas, como o fechamento do Banco Central, a saída do Mercosul e a dolarização da economia. De todo modo, a Argentina também tem instituições fortes e democráticas. Não será fácil aprovar mudanças radicais no Congresso daquele país.
BRASIL X ARGENTINA
O presidente Lula da Silva (PT) e a esquerda brasileira não esconderam a preferência pelo candidato Sérgio Massa, no entanto, encerrada a votação, o presidente brasileiro tratou logo de reconhecer a vitória de Javier Milei, desejando-o sorte, mesmo sem citar seu nome. Com tantos problemas para enfrentar, economistas acham pouco provável que o futuro presidente compre uma briga desnecessária com o nosso país, o que também seria uma briga com os empresários do agronegócio argentino, que têm relações milionárias com o mercado brasileiro. Nesse ponto, Milei deverá, no máximo, esfriar as relações diplomáticas, mas não desfazê-las.
DESEMPREGO
O IBGE registrou um índice de desemprego de 7,7% no terceiro trimestre, menor número para o período desde 2014. O número de trabalhadores empregados chegou a 99,8 milhões, maior número desde o início da série histórica, em 2012. Apesar dos bons números, apenas três estados apresentaram queda significativa no desemprego: São Paulo (7,8% para 7,1%); Maranhão (8,8% para 6,7%) e Acre (9,3% para 6,2%). Foram eles que puxaram a média para baixo. O Rio Grande do Norte registrou no período um índice de desemprego de 10,1%, o quinto maior do país. A lista é encabeçada pela Bahia, 13,3%. O menor índice pertence à Rondônia, 2,3%.
CAFÉ DAS FEZES
O café mais caro do Brasil é o Jacu Bird Coffe Bean, produzido na fazenda Camocim, município de Domingos Martins (ES). Ele é feito a partir de grãos retirados das fezes de um pássaro selvagem chamado de jacu. De início, o animal era visto como uma praga, pois consumia parte da lavoura, mas depois, inspirado em situação semelhante na Indonésia, o proprietário da fazenda começou a fazer pesquisas e então conseguiu produzir um café de altíssima qualidade com os grãos colhidos das fezes da ave. O quilo chega a ser vendido para o mercado externo por R$ 10 mil. A única exigência dos compradores é que não haja confinamento dos pássaros.
FUTEBOL POTIGUAR
No último dia 23 houve uma reviravolta e tanto no futebol potiguar. A Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF) enviou ofício ao Baraúnas informando que o time ficaria com o título de campeão da Série B, vez que o Mossoró Esporte Clube (MEC), time vencedor da competição, não era habilitado para disputar campeonatos profissionais, apenas amadores. Como o Baraúnas ficou na segunda colocação, assumiu a ponta. A notícia pegou a todos de surpresa. Ninguém nem soube como se deu esse processo, de onde partiu. E mais surpreendente ainda foi o MEC reconhecer de pronto o erro e anunciar que não iria recorrer.
VALE O ESCRITO
A série mais comentada das últimas semanas tem sido “Vale o Escrito”, disponível no GloboPlay. Em sete capítulos é contada a história do jogo do bicho no Rio de Janeiro, e sua relação com o carnaval, o crime organizado e as milícias. A produção conseguiu a proeza de entrevistar muitos chefões dessa máfia, como o Capitão Guimarães, Bernardo Belo, Piruinha e Shana Garcia, os quais, claro, romantizaram suas atuações. A série esmiúça a divisão de territórios, as várias mortes relacionadas à disputa por essas regiões, a introdução dos caça-níqueis nos negócios, a parceria com milicianos etc. É uma série para sentar e maratonar.
NOME AOS BOIS
Em 1987 a banda Titãs lançou seu quarto álbum, “Jesus não Tem Dentes no País dos Banguelas”. O disco trouxe sucessos como “Diversão”, “Comida” e “Desordem”. Entre as canções também estava “Nome aos Bois”, que apenas citava o nome de várias pessoas, entre elas muitos ditadores e assassinos, mas não apenas. Alguns nomes são destoantes do geral, como o compositor Ronaldo Bôscoli, o árbitro Wanderley Boschillia e o pensador católico Plínio Correa. Na matéria da Folha sobre o disco, publicado na época do lançamento, um quadro explica um por um quem são os citados. Sobre o disco, o jornal elogia muito o som, mas critica as letras.