Sobre

Ah, o brasileiro…

O mês de março seguia como o mês mais mortal, o ápice de mortes e contaminação pelo coronavírus no Brasil. Hospitais chegaram à capacidade máxima, faltaram kits para entubação de pacientes em várias cidades do país, e a vacinação — até hoje — continua em um ritmo alucinante de deficiência, com um número pífio de imunizados. No mês de março ainda estávamos com uma média diária de duas mil mortes, chegando à terrível casa dos 3 mil óbitos em alguns dias. Em abril quebramos esse terrível recorde, e batemos as mais de 4 mil mortes em um único dia.

No mês de março, um grupo de políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, e seus familiares, tomaram a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19, em Belo Horizonte. Eles compraram o imunizante por iniciativa própria e não repassaram ao SUS (Sistema Único de Saúde), como prevê a lei. A segunda dose estava prevista para ser aplicada este mês, trinta dias depois da furada nada triunfal da fila. Nada triunfal por dois motivos: a indecência em furar a fila, e a ‘tromba’ que os senhores e senhoras de pouca vergonha levaram: cada pessoa pagou 600 reais por um placebo. Sim. Placebo. A Polícia Federal afirmou, no último dia 7, que exames realizados em algumas pessoas supostamente vacinadas pela cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres, em Belo Horizonte, a mesma que vacinou os políticos e empresários, demonstram que não houve aplicação de nenhum imunizante contra a Covid-19, e o número de vítimas pode passar de 2 mil.

Para piorar o resumo da ópera, há informações de que a falsa enfermeira fez a “imunização” no grupo reutilizando seringas usadas anteriormente por uma pessoa soropositiva e eles necessitam realizar exames de detecção de HIV.
E vocês aí achando que o humano sairá melhor da pandemia, hein? O brasileiro, com toda certeza, não sai.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Carregando...

0

Papangu na Rede | Versão Flip | Abril/2021

Mulheres à Vista