As duas maiores ideias dos últimos anos foram o Uber e o Pix. Como eles facilitaram a vida das pessoas! Quantas horas não perdemos em filas de bancos!
O Uber é prático, barato e dá oportunidade de trabalho a muitas pessoas que ficaram desempregadas e transformaram seu carro em fonte de renda.
Tínhamos dois carros em minha casa e eu resolvi vender o meu, deixando de pagar IPVA, seguro, manutenção, abastecimento e, principalmente, o gasto para trocar por um carro mais novo e tendo, com o Uber, carro à disposição quando eu quero e preciso. Que economia! Não me arrependo, apesar de pequenos problemas uma vez ou outra.
A coisa ruim do Uber é a música. Dizia o paisagista Burle Marx que não conseguia entender porque em todo canto no Brasil tinha um rádio ligado. Motoristas e empregadas domésticas são 100% ligados nesse objeto de comunicação.
Os uberistas são pessoas em sua maioria jovens e incultas e, portanto, não têm um bom gosto musical e acham que o passageiro tem a obrigação de escutar os seus ruídos. Alguns acham pouco e ainda conduzem cantando a maldita música que o rádio toca.
Felizmente nem todos são iguais e alguns, mais inteligentes, olham para a cara e a idade do passageiro e escolhem uma rádio que parece mais adequada, como me disse um deles e até perguntou se a música estava do meu agrado.
É preciso que o uberista entenda que não está no banheiro de sua casa, que está oferecendo um serviço que está sendo pago e que a música pode desagradar ao passageiro e que vai ser até avaliado. Para felicidade deles, a maioria nem liga e até gosta da baboseira que o rádio toca, mas para um chato como eu que não tolera ouvir música ruim, seja brega, sertanejo, rap e o tal do forró moderno, as coisas não são assim.
Há alguns dias, ao entrar no carro, o motorista, um senhor de cerca de cinquenta anos, ouvia música religiosa e perguntou se não me incomodava. Respondi logicamente que não pois era uma música suave com uma mensagem positiva.
O mesmo não ocorreu alguns dias depois. O carro era velho, o motorista guiava mal e ouvia um rap em volume elevado. Precisando fazer uma ligação telefônica, pedi para que ele desligasse mas ele apenas abaixou um pouco o volume e terminada a ligação, elevou outra vez. Ao final da corrida procurei orientar que ele devia se preocupar se a música estava agradando ao passageiro pois, afinal, aquilo era um serviço que ele estava prestando mas ele respondeu grosseiramente que o carro era dele e que ouvia o que queria. Respondi que ele estava errado pois eu pagara para ouvir aquela porcaria. Ficou irritado e foi embora com raiva.
Estou aprendendo a conviver com este problema e buscando as soluções através do diálogo.