A classe política, diga-se a oposição ao governo Fátima Bezerra na Assembleia Legislativa, não toma tento. Em meio a pandemia da Covid-19, resolveu empinar uma CPI para investigar o governo estadual em busca de desvios na gestão dos recursos aplicados no combate a pandemia. Esse grupo de deputados faz isso, mesmo os órgãos de controle estadual e federal atestando a idoneidade da gestão quanto a cuidado com os recursos repassados.
O relatório que embasa o pedido de abertura de CPI tem muitas fragilidades na sua estruturação, principalmente, no que concerne aos fatos que sustentam o pedido. Destaca-se que essas fragilidades residem exatamente nas análises feitas pelos órgãos de controle que não veem indícios de malversação dos recursos públicos.
Será que essa CPI é apenas de cunho eleitoreiro? Não posso afirmar com todas as letras, mas se não existem fatos concretos como denúncia dos órgãos de controle, ações de improbidade administrativa impetradas pelos ministérios públicos ou qualquer outro desvio de conduta, não resta razoabilidade para que esse pedido de CPI seja acatado pela presidência da casa legislativa potiguar.
Nas últimas semanas, várias pesquisas de intenções de votos para as eleições de 2022 começaram a ser divulgadas, elas mostram que até o momento a governadora não tem competidor a sua altura para o pleito eleitoral. Mesmo, não gozando de folga quanto a avaliação de seu governo, a oposição não tem um nome que possa ser competitivo ante a governadora. Talvez isso seja um dos motivos de tanto açodamento para se instalar uma CPI na Assembleia Legislativa, ou seja, desgastar a imagem do governo e de tabela da candidata a reeleição Fátima Bezerra.
É importante frisar que o esforço reiterado do governo estadual no combate a expansão da pandemia é fato notório. Inclusive com ações que são desagradáveis a muitos segmentos da sociedade. Mas, o que está posto é a defesa da vida em primeiro lugar e vejo que a governadora não abre mão dessa premissa.
Em meio ao burburinho a bancada governista cobrou a reabertura da CPI da Arena das Dunas, essa sim com farto material explosivo que coloca várias figurinhas carimbadas da política potiguar na berlinda. Vale destacar que essa CPI foi arquivada ou adormecida após manobra da maioria dos deputados que estiveram na base dos governos anteriores.
Como diz o ditado, o presidente da AL “está entre a cruz e a espada”. Se aceitar o pedido de abertura da CPI contra o atual governo, caso queira posar de imparcial, precisará reabrir os trabalhos da CPI da Arena das Dunas que talvez possa lhe trazer indigestão. Uma escolha que só ele poderá fazer!
No mais, nós os simples mortais, ficaremos esperando que a decisão do presidente seja justa, pois o estado e povo potiguar não pode sofrer ainda mais com tantos problemas. Talvez arranjar mais um, sem um forte motivo, seja mais uma pá de cal sobre a nossa frágil condição econômica e estabilidade político-administrativa.
Ficaremos de olho e torcendo para que a Assembleia Legislativa não enverede numa aventura.
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