Tá na Redes que mm monitoramento realizado pela ONU sobre a expansão de movimentos neonazistas incluiu o Brasil em seu informe anual, apontando para o fortalecimento de grupos e de incidentes. O informe “combatendo a glorificação do nazismo e neonazismo” foi conduzido pela relatora da ONU sobre formas contemporâneas de racismo e xenofobia, Ashwini K.P., num esforço para identificar a dimensão da expansão do fenômeno e apresentar propostas para que governos possam dar respostas.
Os estados brasileiros forneceram informações para a relatora que, então, agrupou os dados no documento oficial. Além do Brasil, foram citados casos em mais de duas dezenas de países.
Segundo ela, o Conselho Nacional de Direitos Humanos do Brasil forneceu informações sobre como, nos últimos anos, o país havia “testemunhado um aumento preocupante no discurso de ódio e nas manifestações neonazistas”.
“Em resposta ao crescente discurso de ódio e às manifestações neonazistas, o conselho havia estabelecido um Relator Especial para o Combate ao Crescimento de Células Neonazistas no Brasil”, destacou. Parte do mandato do Relator Especial é coletar dados sobre o crescimento dos movimentos neonazistas no Brasil.
O documento também destaca como, em 2021, o Centro Nacional de Crimes Cibernéticos no Brasil teria recebido e processado 14.476 denúncias anônimas relacionadas ao neonazismo, destacando não apenas a gravidade da situação, mas também a urgência em abordá-la.
“Além disso, o Brasil detalhou que, de acordo com uma pesquisa publicada no site do Fiquem Sabendo, no período entre janeiro de 2019 e novembro de 2020, 159 investigações foram abertas pela Polícia Federal relacionadas ao neonazismo. Isso foi comparado com 143 investigações que haviam sido abertas entre 2003 e 2018”, explicou.
O Conselho Nacional de Direitos Humanos também forneceu informações sobre casos criminais no Brasil que, segundo a relatora da ONU, “demonstraram ainda mais como os níveis de neonazismo estavam aumentando”.
“Os casos incluíam um episódio de violência escolar em que o agressor usava um uniforme militar e uma suástica em suas roupas, pichações nazistas em ambientes educacionais, ameaças em ambientes educacionais com referências nazistas, uma investigação de uma fábrica que produzia produtos que glorificavam o nazismo e a afiliação de indivíduos envolvidos em crimes violentos com o neonazismo e ideologias associadas”, explicou.